Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

POV. Emma Swan.

Ela vai embora...

Essa era a única frase que ficava se repetindo na minha cabeça enquanto eu estava deitada em minha cama depois dessa notícia ter chegado até mim. Regina ia embora de Vancouver, tinha se demitido do hospital, se transferido para a antiga faculdade. Ela realmente iria embora, não tinha como a situação estar pior que aquilo.

Tentei várias e várias vezes ligar para ela, mas não me atendia. Tentei ir em seu apartamento, mas eu já não tinha mais a chave e ela não abria a porta para mim. Suas amigas nem se fala, nenhuma sequer dirigia a palavra para mim. A única que me dava uma notícia ou outra e olhe lá era a Srta. Lucas que, por ser minha secretária, ainda falava comigo.

A essa hora Regina já deveria estar no aeroporto, iria voltar a morar em Boston - EUA com a mãe, 5.156 quilômetros longe de mim, como eu suportaria? 

Eu estava perdida em pensamentos quando ouvi a porta do quarto se abrir.

– Você vai continuar deitada nessa cama por quanto tempo mais, Emma? – Lily perguntou cruzando os braços.

– Só me deixa, Lily. – falei sem ânimo.

– Você tem trabalho, Swan! Um hospital inteiro 'pra administrar. Já tem três dias que você não sai dessa cama! – se sentou ao meu lado na cama. – Eu sei que não 'ta sendo fácil 'pra você tudo o que aconteceu, mas ficar aqui deitada não adianta nada. 

– Ela vai embora. – falei já sentindo meus olhos marejarem. – A mulher que eu amo 'ta prestes a entrar em um avião e sair de vez da minha vida, como queria que eu estivesse? – olhei para Lily. Ela não entendia minha dor, afinal, tinha a mulher que amava, Ashley, com ela.

– E você vai ficar aí, parada, sem fazer nada? – perguntou.

– E eu tenho outra alternativa? – suspirei desacreditada.

– Vai atrás dela, Swan! Não deixa Regina entrar naquele avião! Você tem que insistir até ela resolver te escutar. – incentivou.

– Mas se ela não acreditar em mim? Achar que 'tô inventando tudo 'pra conseguir ela de volta?

– Você só vai saber a resposta se correr 'pra encontra-la antes que aquele avião decole.  – insistiu. Levantei-me rapidamente da cama determinada a encontrar Regina. – Eu vou pegar o carro. Me encontre lá em baixo. – disse já saindo do quarto.

Vesti uma roupas às pressas e desci correndo até chegar na garagem onde Lily me esperava já dentro do carro. Entrei no mesmo e partimos para o aeroporto.

~

Assim que chegamos, descemos do carro e entramos no aeroporto. 

– Vai e olha no painel, vou tentar ver se consigo uma passagem no mesmo voo que Regina. – Lily disse indo na direção oposta a que eu ia. 

Corri para encontrar algum painel de vôos, ao achar um próximo a área de embarque e visualizá-lo, mais uma decepção: O voo com destino a Boston estava encerrado. 

Corri para perto da parede de vidro onde dava para ver os aviões na pista de decolagem e pude ver um dos aviões decolando, provavelmente o de Regina. Eu não tinha mais forças para chorar naquele dia, então apenas observei sentindo aquela dor insuportável no peito.

– Eu sinto muito. – ouvi a voz de Lily atrás de mim, afagando meu ombro com sua mão.

– Você me deu esperanças 'pra nada. – falei me desvencilhando de sua mão e começando a caminhar de encontro a saída do aeroporto.

– Emma! – percebi que ela corria para me acompanhar. – Não foi em vão, a gente poderia ter chegado à tempo!

– Mas não chegamos. Agora vamos pra casa. – encerrei o assunto.

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POV. Regina Mills.

Quando entrei naquele avião, foi como ter deixado um pedaço de mim para trás. E foi realmente isso, parte do meu coração ficou para trás, junto com Emma, mesmo ela não merecendo o meu amor. 

Eu sabia que Emma me amava, não tinha dúvidas quanto a isso, mas amor nunca vai ser o suficiente em uma relação. Ela quebrou o que tínhamos de mais importante entre a gente: A confiança. 

Eu não queria mais pensar nisso, era uma dor além do que meu coração suportava. Eu queria esquecer tudo, esquecer Emma. 

Além de tudo isso, eu ainda tinha deixado meus amigos para trás, o que foi uma dor tremenda, mas eu não conseguiria viver em uma situação em que eu saberia que a qualquer momento poderia dar de cara com Emma, e sabia que uma hora ou outra ela me procuraria. Por isso meus amigos entenderam, e me prometeram ir me visitar vez ou outra. 

Zelena estava perdidamente apaixonada por Robin, e por isso resolveu ficar em Vancouver. Meus amigos já tinham virado seus amigos também, por isso ela não ficaria sozinha. Havia também a questão do trabalho dela que já estava bem estável e tendo salário satisfatório, assim como havia o curso de administração que ela tinha começado recentemente.

Quando cheguei em Boston, fui recepcionada por minha mãe, e como eu havia sentido falta dela! 

Aquela era a parte boa de voltar para Boston: me sentir em casa, com minha mãe. Não tinha meu pai mas era como se eu pudesse sentir sua presença naquela casa onde passei tantos anos da minha infância e adolescência.

Quando voltei as aulas normais na faculdade, reencontrei velhos amigos, o que foi bom, eu tinha sentido falta deles e da minha antiga faculdade.

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1 ano depois...

Eu tinha concluído o último período do curso de medicina há quatro meses. A sensação de ter se formado no curso dos seus sonhos, não existia nada melhor! A formatura, receber o diploma e poder finalmente entrar para uma das melhores fases: O internato em cirurgia no hospital escola. 

Os quatro meses que iniciei como interna tinham sido maravilhosos! Cansativos, claro, mas mesmo assim maravilhosos. Serviram para eu ter mais certeza de que era aquilo que eu queria para a minha vida. 

Perdi a conta de quantas vezes Emma me ligou nesse um ano que se passou, quase todos os dias ela me ligava e não adiantava eu trocar de número, de alguma forma ela sempre descobria, mas eu não a atendia, e quando ela ligava de um outro número e por acaso acontecia de eu atender, quando ouvia a voz dela desligava imediatamente. Meu objetivo em voltar para Boston era esquecer Emma, e por mais que, de certa forma, ela estivesse fazendo de tudo pra que eu não a esquecesse, eu não iria mudar de ideia, conversar com ela estava fora de questão. 

De qualquer forma, não foi fácil seguir todo esse tempo longe de Emma, eu a amava, não tinha como negar isso. Incontáveis vezes chorei antes de dormir, incontáveis vezes me peguei pensando nela ao decorrer dos dias. Mas o que ela tinha me feito foi imperdoável, e por mais que eu estivesse sofrendo, e com certeza ela também estava, era melhor continuar assim: Ela lá e eu aqui, bem longe uma da outra, e sem nenhum contato.

Meus amigos, sempre que tinham algum tempinho de folga, mesmo que fosse apenas de final de semana, iam me visitar, o que supria bastante a falta que eu sentia deles. 

~

Eu estava com a minha mãe na sala revisando um catálogo de apartamentos, eu tinha resolvido ir morar sozinha novamente, mesmo em Boston, à contragosto da minha mãe, obviamente. Mas, de qualquer forma, ela estava me ajudando a escolher um bom lugar.

– Acho que esse é seria bom. – falei indicando um dos apartamentos no catálogo. – O preço 'ta em conta, é pequeno mas é o suficiente 'pra mim. 

– Você poderia escolher um maior, filha. 

– Mas esse é o que dá 'pra eu pagar com o salário do internato. – expliquei.

– Gina, você vai passar quanto tempo deixando todo o dinheiro que seu pai deixou 'pra você só acumulando juros no banco? Você tem que usar esse dinheiro, filha! – insistiu. 

– Mãe, eu já expliquei que não quero ter que usar um dinheiro que não é meu. Era do meu pai, ele passou anos e anos pra conseguir ter o que tinha, não é justo com ele. 

– Seu pai passou anos e anos trabalhando 'pra dar uma vida boa 'pra você e sua irmã, era isso que ele iria querer, que você usasse esse dinheiro 'pra ter uma vida confortável. O que não seria justo com ele é você deixar esse dinheiro no banco sem dar nem um uso a ele. Henry teria trabalhado todos esses anos em vão. – falou em tom persuasivo. De certa forma, minha mãe tinha razão.

– Eu não sei, tenho que pensar. – falei.

– Veja sua irmã, ela 'ta usando o dinheiro que seu pai deixou 'pra ela pagando o curso de administração. Com certeza também já fez a festa nos shoppings. – riu me contagiando com seu riso. – Ela também me disse que iria comprar um carro. Era isso que Henry iria querer 'pra sua irmã e 'pra você. Você conhecia como era seu pai, ele fazia tudo por vocês duas. – minha mãe pegou o catálogo das minhas mãos e começou a folheá-lo, parando em uma das páginas. – Veja esse apartamento, é espaçoso, uma vista bonita, o prédio tem bastante segurança, áreas de lazer... – continuou, tentando convencer-me.

No final, acabei escolhendo o apartamento que minha mãe sugeriu, ainda me sentia culpada em usar o dinheiro do meu pai daquele jeito, mas era o que ele realmente iria querer. 

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– O novo neurocirurgião me pediu para escolher um dos meus internos para auxiliá-lo em uma cirurgia de retirada de um tumor intracraniano, alguém se habilita? – a residente do meu grupo de internos questionou. Rapidamente todos nós levantamos a mão. Aquela era uma cirurgia em que eu ansiava em participar, eu tinha que ser escolhida. – Vejo que eu mesma terei que escolher um de vocês. – cruzei os dedos das duas mãos atrás de mim rezando para ser escolhida. – Certo, Dra. Mills, o neurocirurgião lhe espera na área de escovação da sala 7. 

Assenti indo em direção da sala e soltando um "isso" quase inaudível em comemoração enquanto fazia o percurso.

Quando entrei na área de escovação, vi o neurocirurgião já escovando as mãos. Era um homem alto, de cabelo castanho escuro curto e olhos azuis. Sorri para ele quando seu olhar se dirigiu a mim.

– Qual o seu nome? – perguntou enquanto amarrava sua touca.

– Regina Mills. Sou a interna da Dra. Hudson. – falei em um só fôlego. Estava empolgada para a cirurgia.

– Certo. Sou o Dr. Daniel Colter, novo neurocirurgião do hospital, muito prazer. – disse. – Gosta de neurocirurgia, Dra. Mills? 

– Claro! – respondi com um sorriso. 

– Então prepare-se para a cirurgia, lhe espero na sala. – falou colocando a máscara e entrando na sala de cirurgia. 

– Gostei dele. – falei para mim mesma enquanto ia escovar minhas mãos.