Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Mulan se entregou fácil, como eu já esperava. Rapidamente aprofundei o beijo, deixando claro o que eu queria. 

– Vem 'pra o meu quarto. – Mulan pediu entre o beijo. 

Suas palavras pesaram na minha mente, um peso real em minha consciência. O que estava acontecendo comigo? Tentei ignorar aquilo, continuando a beijar Mulan. 

Mas foi em vão. De repente, comecei a ouvir uma voz em minha cabeça, chamando incessante pelo meu nome: "Emma... Emma..." Não parava, e eu reconhecia aquela voz de qualquer forma, em qualquer momento. Não tinha como não reconhecer. Era Regina, era sua voz que não saia da minha mente, me chamando como se eu ainda a pertencesse.

Mas que droga! Eu não conseguia esquecê-la um minuto sequer. Por quanto tempo isso ainda iria me atormentar?

Eu precisava parar, não dava para continuar o que eu estava fazendo. 

– Espera! – falei afastando Mulan de mim, deixando-a visivelmente confusa.

– Sra. Swan, eu fiz algo errado? – perguntou preocupada. 

– Não, Srta. Sakure. Absolutamente! Eu só... – o que eu iria usar de desculpa? Pensei por alguns segundos. – Eu não posso fazer isso. Não consigo, não seria justo com a minha esposa. – menti. – Me desculpe.

– Sua esposa, claro. E-eu entendo, Sra. Swan. – percebi em sua expressão que ela estava frustrada. 

– O que aconteceu aqui ninguém mais pode ficar sabendo, entendeu? – fui firme.

– Entendi, não se preocupe. – respondeu. 

– Me desculpe mais uma vez. – pedi. – Eu preciso ir. – falei. Mulan me acompanhou até a porta.  – Até amanhã. 

– Até amanhã, Sra. Swan. 

Quando cheguei em meu carro, entrei no mesmo e me permiti respirar direito. 

– O que você fez comigo, Regi? – falei em um tom quase inaudível, batendo com força no volante. Logo depois, dei a partida no carro.

6 meses depois.

POV. Regina Mills.

Eu não era mais a mesma Regina Mills de antes. Não era mais frágil, e não me abalava com qualquer coisa mais. Minha mãe e Daniel tiveram boa contribuição nisso.

Nesses seis meses eu aprendi que meu pai tinha lutando muito para dar um nome de prestígio a família Mills, e eu iria seguir os seus passos, para tornar o nome da nossa família ainda mais grandioso. Mas esse meio não é para os fracos, foi o que Daniel me ensinou. Meu namorado é de uma família igualmente poderosa, e me ensinou como chegar ao topo sem precisar derrubar ninguém  e nem ser derrubado. 

Daniel me mostrou na prática que tinha, sim, como crescer sendo honesto. Que aquela era a melhor forma. Do mesmo jeito que meu pai conseguiu tudo o que tinha, mas que não teve tempo de me ensinar todo o seu conhecimento. 

Era final de ano e estava na época da prova dos internos para passar para a residência, alguns fariam para ficar no mesmo hospital, outros sairiam para outros hospitais, e eu ainda não havia decidido.

Daniel havia recebido uma excelente proposta de emprego em um hospital em Vancouver, minha mãe também estava querendo ir para lá, morar com Zelena que não pretendia sair de Vancouver, e todos estavam tentando me convencer a voltar para o Canadá. Eu não tinha certeza se era uma boa ideia, mesmo depois de tanto tempo, algo me prendia e me fazia temer. 

Também estava perto da formatura de Zelena do curso de administração, ia ser um festão. De qualquer forma, eu teria que voltar para Vancouver. 

Alguns dias se passaram e eu acabei decidindo voltar de vez para Vancouver, não tinha outra opção, e eu também não queria ficar sozinha em Boston, pois todos que eu conhecia e era próxima agora tinham decidido morar no Canadá.

                                                ~~~~AODP~~~~

Quando chegamos em Vancouver, tivemos uma linda recepção no apartamento de Zelena. Todos os meus amigos estavam lá, até Robin, que, com os olhos marejados de emoção, veio me abraçar. Em todo esse tempo que passou eu acabei perdoando o Robin, e agora, pelo que notei, ele já não era mais apaixonado por mim e sim pela minha irmã. O tempo que passamos longe um do outro teve efeito, afinal.

Apresentei Daniel a todos, que logo de cara gostaram do meu namorado. Daniel era um cara bastante sociável e divertido, o que ajudou bastante.

– Gina, como você 'ta diferente! – Ruby disse ao me abraçar. 

– Diferente como, Rubs? – perguntei sorrindo.

– Não digo fisicamente, mas, sei lá, parece mais confiante. Poderosa, eu diria. – disse, me fazendo rir. – E que gato que você arrumou em Boston, Gina! – disse divertida. 

– Ah, Ruby, o Daniel é um amor. Eu gosto muito dele. – falei.

– Mas não consegue esquecer a loira, não é? Eu te conheço, por mais que você tenha mudado bastante. – sorri de lado, dando a confirmação que ela queria. Ruby tinha razão, eu não consegui esquecer Emma. – Bom, mas mudando de assunto...

~

Depois que todos foram embora, restando apenas minha mãe, Zelena, Daniel e eu, minha irmã me chamou em seu quarto para conversarmos. 

– Gina, eu to tão insegura. Amanhã já vai ser minha formatura e.. Bom... Depois disso eu já vou ter que administrar a empresa do papai. Não sei se dou conta. – disse temerosa.

– Vai dar tudo certo, Zelena. O papai confiou em você 'pra isso e eu também confio, sei da sua capacidade. – falei. – Mas, Zelena, a gente tem que abrir uma filial aqui em Vancouver. 

– Você acha?

– Eu tenho certeza. A gente tem que abrir os horizontes 'pra a Empresa Mills, papai iria querer isso. Nossa empresa já é reconhecida nos Estados Unidos, temos que fazer com que isso aconteça também em outros países. Além do mais, você quer continuar morando aqui, não é? Tem que ter uma sede aqui 'pra poder administrar tudo. – argumentei.

– Você tem razão.. A gente tem capital suficiente 'pra abrir a filial. Vai ser um dos primeiros projetos que vou por em prática quando assumir a empresa. – disse empolga. – Obrigada, Gina. Não sei o que seria de mim sem você. – me abraçou. – Mas eu ainda tenho mais uma novidade.

– Ah, é? Qual? – perguntei curiosa. 

– Acho melhor você se sentar. – disse apontando para a cama, então me sentei na mesma. 

– Okay, agora fale logo que eu to morrendo de curiosidade! – confessei.

– Eu to grávida! – falou animada, deixando-me boquiaberta.

– Do Robin? – perguntei ainda chocada. 

– E de quem mais seria, Gina? – riu. 

– Mas foi algo planejado, ou foi um acidente? Você já 'ta com quantos meses? – fui perguntando tudo rapidamente por conta da empolgação. – Não acredito que vou ser titia!

– Uma pergunta de cada vez, Gina. – repreendeu-me brincalhona. – Então, não foi planejado, mas eu to muito feliz com isso, você sabe que eu sempre quis ser mãe. Eu descobri faz umas três semanas, mas o médico me disse que eu devo 'ta com dois meses. – disse.

– O Robin já sabe? – questionei.

– Sabe sim, e 'ta amando a ideia de ser pai. Já 'ta falando até em comprar berço e roupinhas. – rimos juntas. Eu tinha certeza que Robin seria um ótimo pai. – Eu só não sei como vou contar 'pra nossa mãe.

– Acho que ela vai amar a ideia de ser avó. – falei. 

– Acho que sim. Mas você vai comigo contar a ela, não é? 

– É claro!

Eu estava animada com a ideia de ser tia, e via nos olhos da minha irmã o quanto ela estava feliz.