Fanfics Brasil - O sorriso que nunca deveria ter sido visto O peixe que nunca amou o aquário

Fanfic: O peixe que nunca amou o aquário | Tema: Original, Yaoi, Romance, Drama, Bissexualidade


Capítulo: O sorriso que nunca deveria ter sido visto

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Alguns dias se passaram desde que eu descobri sobre o Pedro ter ficado com o Pablo. Por mais que eu não tenha nada a ver com essa história, bate, não sei, uma certa inveja. Pelo menos ele conseguiu beijar o Pedro. Enfim, eu não tenho que ficar pensando a respeito disso. Sem falar que ele disse que foi algo muito sem sentido. Que ele fez pensando apenas em ter prazer pessoal. Eu tinha que ficar com raiva até, na verdade. Por saber que ele fez algo assim com alguém, independente de quem seja. Quer saber, não vou ficar perdendo tempo com isso.


A reunião hoje foi extremamente cansativa, não sei nem como eu consegui aguentar. Acho que foram umas cinco horas de reunião, nove horas da noite e eu ainda não consegui pegar o primeiro ônibus para ir ao centro. Na greve você vai poder descansar, eles disseram, não vai ter muita coisa pra fazer, eles disseram.


Com o estágio e as reuniões essa greve têm sido praticamente cansativa. Mas vamos que vamos.


— oi — Pelo toque do celular, eu já sabia quem estava me mandando mensagem.


— Ei, como está? — No fundo, não sei se queria realmente saber como ele está. Geralmente ele só fala sobre o ex. Ok. Eu me comprometi a ajudar ele, mas mesmo assim.


— ah, cara, vc sabe. nao muito bem... — Imaginava. — eu queria sair, sabe? ir pra algum lugar, pra uma festa, só que sem aquela pressão das pessoas de ficar.


— Te entendo. Também não gosto dessa pressão. Quando eu vou em festas eu não fico com ninguém, claro que por ninguém querer também, mas em parte porque eu não gosto disso.


— preciso de um companheiro de festa, alguém só pra me acompanhar.


Falando em festa, nessa sexta-feira tem. Talvez eu pudesse chamar o Pedro. Mas acho que não. Seria a primeira vez que a gente se veria pessoalmente, logo numa festa. E logo naquele lugar. Tudo bem, é uma casa de festa normal, mas com o pessoal mais alternativo. Querendo ou não eu fico um pouco pé atrás de chegar lá e ele mudar de ideia, querer pegar alguém. E eu tenho certeza de que nunca seria eu. Nunca é.


— Olha, Pedro... — Acho melhor falar, quero pelo menos ver ele pessoalmente uma vez, se eu ficar me barrando, me impedindo, só por medo, nada na minha vida vai caminhar — Enfim, essa sexta tem festa naquele lugar novo, sabe? Pessoal que vai lá é muito tranquilo e você poderia até se soltar mais. Dançar mesmo sem ficar se preocupando em ser julgado — Ah, ele pode nem aceitar. Então que se dane também.


— serio? tudo bem, aceito. ei, vai ser a primeira vez que a gente se ve pessoalmente, que legal. fico até um pouco ansioso.


— Eu também fico bem nervoso.


— mas cara, vc sabe, né? só como amigos mesmo — Não precisa ficar me lembrando disso.


— Pode ficar tranquilo, não sou desses.


Sabe quando dizem que quando você quer que algo chegue, as horas passam muito lentamente? Foi bem assim que aconteceu. Quando marcamos de sair era terça-feira, mas parece que foi a semana mais demorada da minha vida. Isso porque foram apenas alguns dias.


Eu me arrumei até que de forma normal. Coloquei uma jaqueta de couro por cima, mesmo que eu saiba que vá sentir calor, mas só porque não tenho planos de realmente dançar. Como se eu costumasse dançar.


Queria algo que passasse um pouco a ideia de quem eu sou de verdade. Um pouco reservado, um pouco alternativo, mas mesmo que bem na minha, sei aproveitar quando é a hora.


Geralmente lá abre às dez horas, mas ele cismou em marcar às oito, com medo de não conseguir chegar direito por causa de ônibus. Tudo bem que ele não more na cidade, mas até que ele é bem perdido.


No ônibus acabei encontrando o namorado de uma amiga. Ele encontraria com ela, por incrível que pareça, no mesmo ponto de ônibus em que eu encontraria com o Pedro. Eu já estava com muitas saudades da Julia e meio que interpretei isso como um sinal positivo e até mesmo me passou um pouco de calma. Tivemos que seguir uma parte do caminho a pé e era evidente como eu estava nervoso, mesmo que tentasse esconder. Quando chegamos, cumprimentei a Julia, me despedi e não vi o Pedro em lugar nenhum pelo ponto. Cheguei a ver um cara com uma blusa xadrez, como ele havia me falado que iria, um pouco gordinho, achei até atraente, mas de rosto não era exatamente o que eu esperava. Eu comecei a caminhar em direção a ele, para ver se era mesmo o Pedro, quando eu escutei uma vez me chamando.


— Oi, cara. Nossa, você é idêntico a foto, que legal. Sabe como isso é difícil?


Quando eu virei para poder conversar com ele, eu fiquei um pouco paralisado. Ele não muda praticamente nada do que se vê pelas fotos, realmente. O cabelo bem maior, cacheado, um pouco despenteado, castanho escuro, o que me agradou muito, porque eu adoro fazer cafuné. Mesmo que eu não devesse estar pensando nisso, cafuné é algo que você pode fazer em amigos. Mas a maior questão era aquele sorriso. Que sorriso. Os olhos um pouco fechados enquanto ele ri. As mãos no bolso da calça, como se estivesse tímido. E ele é um pouco mais alto do que eu, mas parecia que eu estava deixando-o intimidade. Tem gente que não acredita em amor à primeira vista. Tudo bem. Eu acho que foi amor ao primeiro sorriso. Talvez não um sentimento tão profundo. Mas eu não podia negar que eu já estava ganho por aquele cara, mesmo sem ele tentar. Mesmo sem ele nem quiser.


E isso é algo que eu não posso deixar afetar a tentativa de amizade que nós estamos nutrindo. É algo que eu tenho que reprimir em mim.


— Ei. Você também não muda nada. Tirando por esse nariz, que eu não sabia que tinha como ficar maior — Eu sorri, de forma que ele entendesse que eu estava brincando, mas acho que nem precisava. É confortável estar por perto dele e ele claramente entendeu o que eu disse, não parecia ser a primeira vez que estávamos nos vendo.


— Então, para onde vamos? — Ele me olhou um pouco perdido. Até apontei para ele onde era o lugar em que seria a festa, mas, claramente, estava fechado por ser muito cedo.


— Vamos dar uma volta pelo centro, você não deve conhecer muito bem por aqui.


Assim, me aproximei dele pois teríamos que seguir o caminho pelo qual ele estava. Eu senti como se ele tivesse entendido que eu estava indo cumprimentar ele, até porque, não tínhamos feito um cumprimento formal. Eu não poderia abraçar ele. Não naquele dia. Então desviei um pouco quando ele veio na minha direção e estendi a mão. Depois de dar um breve sorriso, continuei andando e conversando com ele logo atrás de mim.


— Cara, você poderia andar um pouco mais devagar. Tá com medo de mim? — Ele disse brincando, mesmo que não soubesse que, talvez, eu estivesse.


— O que? Eu consigo te dar um jeito fácil, fácil — Quando eu virei para ele, me posicionei como se fosse começar a lutar. No meio da calçada, perto da avenida mais movimentada da cidade. A reação dele foi de imitar o que eu fiz.


— Pode cair pra dentro então — Quando eu fui dar um soco no ar, ele colocou o braço para frente. Para evitar bater nele de verdade, eu abri a mão e acabei segurando o braço dele. E eu pude sentir um pouco de como ele era forte.


Eu fiquei olhando para a blusa xadrez dele, realmente um pouco mais justa nos braços. Rapidamente tirei minha mão dele quando eu percebi que ele ficou me olhando e voltei a andar.


— Que bom que nos encontramos mais cedo. Eu queria falar um pouco sobre o Leo. É muito bom desabafar com você. Se estiver tudo bem.


— Claro, sem problemas — Eu sabia que eventualmente acabaríamos conversando sobre o ex. Mas eu já vinha me preparando para isso.



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Autor(a): leozevedo

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Andamos um pouco e conversamos sobre o ex dele. É estranho como ele parece confiar em mim de uma forma tão profunda mesmo tendo tão pouco tempo de intimidade. Tudo bem que nos conhecemos há meses, mas só nessa semana que realmente começamos e nos relacionar e o principal: só hoje que nos vemos pela primeira vez. Eu não ...


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