Fanfic: História da minha vida | Tema: Vondy

Pov. Autora

Capítulo 39

- Amor, precisamos conversar. -disse com a expressão serena, puxando o lençol para tapar os seios, tinham transado como dois loucos, loucos de prazer.

- O que quer conversar? - a encarou, rolando para deitar de bruços.

- Eu tenho algo pra te contar. - anunciou e ele a incentivou a prosseguir - Eu tô grávida! - Dulce diz sorrindo, sorriso esse transbordando felicidade.

- O quê? - Ucker proferiu levantando-se e vestindo sua cueca - Você só pode estar de brincadeira né? - falou afoito, assustado.

- Por que é que eu brincaria com uma coisa dessas? - disse perdendo a alegria explícita em seu rosto, enrolando-se no lençol para sair de cima da cama - Você não gostou da surpresa? - indagou confusa aproximando-se dele.

- A questão não é se gostei ou deixei de gostar, o  négocio é que não estou preparado para ser pai e nem você para ser mãe. - confessou a ela. Dulce percebeu o tom de desespero na voz dele, porém, não o deixaria falar assim dela.

- Alto lá, você não pode afirmar nada no que desrespeita a mim, a não ser que eu o diga. - fixou magoada com o que ele disse. Procurou com os olhos seu blusão e o  vestiu - Tudo bem que eu sempre disse que não teria filhos e afins, contudo, há uma vida se formando dentro de mim e eu seria incapaz de matá-lo. - defendeu-se.

- Acho que não me entendeu. - observou negando com a cabeça - Não quero ter essa responsabilidade, não quero ter esse filho. - afirmou apontando para o ventre dela - Dul, nós estamos juntos há pouco mais de três meses e você me aparece grávida? - murmurou mais para si que pra ela - Esse é o momento de nos  aproveitarmos como casal. - dizia com exatidão, acariciando a maçã do rosto dela. - Por isso te peço: Aborte. - deixou-a aterrorizada.

- Não estou nem acreditando no que acabei de ouvir. - negou-se a acreditar no pedido absurdo dele e o impediu de toca-lá. - Não pode me pedir isso! - gritou embasbacada.

- Não só posso como já pedi. - bufou coçando a nuca andando de um lado para o outro. - Não vou aceitar isso, não vou participar disso. - avisou alterado.

- Nunca esperei que ficasse, muito menos por obrigação. - fixou tomando sua decisão, estava cansada daquela discussão, não faria o que ele pedia. -  Nunca esperei que ficasse assim como não espero que fique. -  completou suspirando. - A porta está aberta para sair ... - engoliu o nó que se formava em  sua garganta e em seguida apontou para a porta. - Você tem total liberdade para fazer o que o convir, porém, se optar por ir embora, não volte nunca mais.

- Quem você acha que é? - indagou debochado - Não sou sua marionete, não pode me mandar embora toda vez que lhe der na telha. - arqueou a sobrancelha e espocou em uma gargalhada irônica - Você se acha muito esperta, não é Dulce? -  a encarou, Dulce se segurava para não cair em prantos na frente dele. - Enquanto você pensava em como pegar uma barriga, eu estava mandando a ver, caçando outra vadia pra comer. - esplanou rindo - Hoje foi a minha despedida, porque, venhamos e convenhamos, você transa como ninguém. - Dulce o interrompeu com um belo de um tabefe.

  No meio da madrugada, Dulce acordava assustada, desesperada em busca de ar para encher seus pulmões. Tinha sonhado que Ucker tinha a abandonado com um filho no ventre, que tinha corrido para os braços de outra mulher. Suspirou ao perceber que se tratava de apenas um sonho. Agora tinha entendido o porquê de ficar contando os segundos para encontra-lô, o porquê de ficar radiante ao receber uma ligação dele. Tinha se apaixonado  por ele, mesmo sem querer, mesmo sem poder. A vida tem dessas coisas, pregava uma peça daquelas, mas no final das contas, tudo tinha um  propósito! Sua vó era quem sempre dizia que os sonhos vinham para dar livramento ou para dar um aviso, fazer com que as pessoas acordassem pra vida, mesmo que algumas pessoas desperdicem certas oportunidades, certas aberturas que a vida dá. Tudo bem que era orgulhosa ao extremo, mas não era burra a ponto de perder a pessoa que agora sabia que era o homem de sua vida. Iria até ele agora mesmo! Não perderia tempo, nem mesmo pra pensar. Não esperaria um motivo aparecer para estragar sua felicidade.

- Não vou esperar mais. - negou com a cabeça- Tenho que agir antes que seja tarde demais. - falou para si mesma, pulando da cama para procurar algo pra vestir.

 Meia hora depois, Dulce estava chegando em frente ao prédio de Ucker. Estava dentro do carro criando coragem para subir, suspirou e obrigou-se a ir até o apartamento dele. Tocou o interfone e, como já conhecia o porteiro, não precisou nem esperar que ele a anunciasse para Christopher. Dentro do elevador, se olhava no espelho para ver se realmente era ela mesma que estava prestes a se declarar pra alguém. Olhou no visor de seu celular e constatou que já passava das 02:30hrs.

- Espero não levar um passa fora. - fez o sinal da cruz e sorriu nervosa. Quando o elevador se abriu no andar desejado, ela se pôs a andar até  a porta de Ucker. Engoliu o nó que se formava em sua garganta e encostou o ouvido na porta para ver se ouvia algum ruído, qualquer sinal que pudesse fazê-la recuar, porém, ao não ouvir nada, encheu o peito de ar e levou  o dedo até a campanhia, tocando-a.

 Lá dentro, Ucker despertava meio desnorteado com o soído. Olhou para o relógio digital e ficou meio preocupado ao ver que eram 02:45 da madrugada. Será que aconteceu algo?-coçou a nuca- Deve ser gente conhecida pro seu João ter deixado subir. - pensou, enquanto calçava ochinelo e ajeitava a cueca. Foi meio zonso até a porta, olhou no olho mágico e ficou confuso em ver Dulce ali. Destrancou a porta e a olhou morrendo de sono.

- Dulce, aconteceu algo? - perguntou apreensivo.

- Eu sei que deve estar pensando no pior, mas fica tranquilo que está tudo bem. - apressou-se em despreocupá-lo - Eu só precisava falar com você. - disse aflita.

- Tem certeza? - ergeu a sobrancelha e ela assentiu meio encabulada - Então o que quer falar comigo? É que já vai dar 03:00 da madruga e… - ela o interrompeu.

- Só fica quieto e me deixa falar, por favor. - pediu antes que sua coragem fosse para o beleléu. Ele a incentivou a prosseguir. - Eu sei que está muito tarde, mas se não viesse agora, minha força pra vir falar contigo iria sumir. - suspirou observando a expressão embaraçada dele - Eu não queria assumir nem pra mim mesma, mas é muito mais forte que eu, não dá pra esconder algo que está pulando pra fora do meu peito. - pôs as mãos sobre o coração e o encarou profudamente -A verdade é que eu te amo… - Ucker a olhou atônito - Eu amo você, Ucker. - concluiu.

- Dulce… - fitou-lhe a iris - Você não sabe o quanto esperei por isso. - acariciou-lhe a bochecha - Você é linda, inteligente, amavél, carismática… - fez uma pausa com os olhos brilhando - Ah Dulce… - fechou os olhos e a puxou para dentro de seu apartamento, fechando a porta atrás dela e a prensando ali. - Não tem motivo pra você esconder esse sentimento. - fixou o olhar nos lábios entreabertos dela, contornou-lhe o lábio inferior com a língua e em seguida o superior -  Não quando se é correspondida. - completou cravando os olhos nos dela.