Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Anahí sabia que, se a tal mulher não fosse importante, Rodrigo não estaria tão preocupado. Aquele ar de surpresa confirmava-lhe a suspeita.

Ele perguntou, embaraçado:

- O que você quer dizer?

Observando-o, Anahí percebeu que Rodrigo seria um homem obeso dentro de alguns anos. Ele gostava da boa comida, um ótimo vinho e não praticava esportes.

- Você tem visto essa mulher com freqüência?

Rodrigo engoliu rapidamente o pedaço de torrada que tinha nas mãos.

- Já disse que não é nada importante, Anahí, por que tanto interesse?

- Apenas curiosidade.

- Está bem, eu a encontrei algumas vezes. - ele explicou vagamente.

- Ela é sua amante, Rodrigo?

- Anahí! - Apesar de ela ter dito aquilo em voz baixa, Rodrigo, amedrontado, olhou em volta para se certificar de que ninguém a ouvira. - Esse não é o lugar para...

- É ou não? - Anahí insistiu.

- Ela não tem nada a ver conosco!

- Eu acho que tem. Não minta para mim, por favor!

- Eu quase não a vejo. - Rodrigo piscava bastante, como se assim pudesse encerrar aquele incômodo assunto. - Mas, afinal, eu sou homem.

- E eu sou mulher. Você se importaria se eu às vezes encontrasse outro homem?

- Você! Que história é essa, agora?

- O que eu quero lhe dizer, com todas as palavras, é o seguinte: se precisava de uma mulher, por que não me procurou?

Rodrigo ficou perplexo e não conseguiu mover os lábios.

Anahí naquele momento confirmava suas suspeitas. Para ele, existiam dois tipos de mulheres: as recatadas, como Anahí, talhadas para o casamento, e as sexys, como aquela desconhecida, que serviam como amantes. Uma excluía a outra.

Frustrada, Anahí terminou de beber o vinho.

Rodrigo não a considerava uma parceira sexual e, se viessem a se casar, ele na certa procuraria outras parceiras para obter prazer. Nunca havia imaginado que Rodrigo pudesse ser tão antiquado e irritante.

- Ma petite, não deixe que uma questão sem importância estrague tudo o que construímos... E eu não acho que este seja o lugar ideal para discutirmos.

Não construímos nada, Anahí, concluiu, mais calma.

O casamento entre eles, segundo as intenções de Rodrigo, deveria ser apenas satisfatório. Mas ela queria mais, queria amar e ser amada.

Naquele instante, teve certeza de que não queria se casar com ele, que nem ao menos o desejava como homem. Jamais trocaria paixão por segurança e conforto.

A refeição veio acompanhada de champanhe. Depois de algum tempo Anahí relaxou e até conseguiu aproveitar o resto da noite. Talvez por vingança, ela também não entendia direito a própria atitude, até flertou com Rodrigo.

Ele ficou constrangido, numa posição um tanto delicada. Pelo jeito Anahí queria fazê-lo entender que não era o tipo de mulher com quem devesse se casar.

Rodrigo não a convidou para dançar, talvez porque achasse seu vestido indecente ou exibicionista. Podia até ler os pensamentos dele e, embora revoltada por aquele puritanismo, não mencionou nada.

Com o olhar perdido, admirava os casais sentados nas outras mesas, divertindo-se, os pares deslizando pela pista de dança, tão envolvidos pela música que pareciam estar em outro universo. Uma dimensão onde havia desejo, paixão, prazer, amor...

Notou que um jovem a fitava, deveria ter uns dezoito anos e vestia um terno sóbrio demais para a pouca idade. Sem nada melhor a fazer, Anahí retribuiu o olhar, sorrindo sedutoramente.

Para sua surpresa, o rapaz ficou vermelho, mas não desviou a atenção. Ela se encolheu na cadeira, dizendo, com os olhos, o quanto seu companheiro a aborrecia.

Alguns minutos depois, espantada, viu o rapaz se aproximar.

- Com licença. - ele pigarreou, nervoso. - O senhor se importaria se eu convidasse esta moça para dançar?