Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Qual o problema?

- Nada... só está um pouco quente. Que tal irmos lá fora? - Sem lhe dar chance para responder, conduziu o rapaz através do salão, até alcançarem o jardim.

Aquela fuga fora ridícula, mas era o instinto de proteção que a alertava para manter-se longe do restaurante. Alfonso não poderia reconhecê-la à meia-luz, mas não queria se arriscar.

- Nós ainda não nos apresentamos, não é mesmo? Meu nome é Anahí.

- Tony. - Eles apertaram as mãos. - Você é muito bonita.

- Meus filhos já me disseram isso. - confessou, mais calma, admirando a decoração, havia vasos de flores espalhados por todos os cantos.

- Filhos! Você é... casada?

- Viúva. Tenho dois meninos de seis anos, eles são gêmeos.

- Eu ainda acho que você é muito bonita. Você... quer dizer... eu poderia lhe dar um beijo de aniversário?

- Tony, na certa tenho idade suficiente para ser sua mãe!

Mas o rapaz parecia indiferente ao comentário. Era uma pessoa visivelmente insegura, um menino tentando fazer uma conquista. Não haveria mal algum se ela alimentasse, só um pouco, aquele ego tão frágil.

- Tony...

Mesmo inexperiente, Tony captou a indecisão de Anahí pelo seu tom de voz. Muito desajeitado, envolveu-a nos braços. Instintivamente, Anahí passou as mãos em volta do pescoço dele, trazendo-o para perto de si e sentindo prazer com aquele beijo, ela estava ali simplesmente porque era uma mulher.

Quando se afastaram ele tremia. Naquele instante, uma onda de culpa a invadiu.

- Acho que é melhor entrarmos. - Colocou o indicador sobre os lábios de Tony, quando o rapaz protestou. - Obrigada por me convidar para dançar e me fazer sentir jovem de novo.

- Anthony... você já está pronto para ir embora?

As palavras soaram como uma rajada de metralhadora, as balas atiradas da porta entreaberta. Tony afastou-se de Anahí, como se tivesse sido atingido.

- Tio Alfonso! Ah... claro que sim...

Tio Alfonso... Não precisava nem olhar, reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Afastou-se, tentando se esconder nas sombras.

- Vá na frente, Tony. - ela pediu, num murmúrio. - Irei logo em seguida.

Sem saber ao certo o que fazer, o jovem permaneceu de pé, imóvel, e, só depois de alguns segundos de hesitação, beijou-a no rosto com suavidade para entrar logo em seguida.

Para desespero de Anahí, Alfonso Herrera não seguiu o sobrinho.

- Acho melhor entrar também. Seu companheiro parecia à beira de um ataque cardíaco enquanto você arrastava meu sobrinho até aqui.

Ela mordeu os lábios, na esperança de que Alfonso a deixasse sozinha, mas o silêncio não surtiu o resultado esperado. Alfonso desceu os dois degraus que os separavam e entrou também nas sombras da noite.

- Ou você sempre seduz crianças na frente dele?

O seu patrão, terrível como sempre, não media as palavras.

- Tony não é criança! - Anahí protestou.

- Muito menos um homem. Ele mal completou dezessete anos.