Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Eu? - A primeira reação de Anahí foi um riso nervoso.

- Achei que gostaria. Afinal, Anahí - Gerry tentava convencê-la -, você faz todo tipo de serviço por aqui, e é capaz de também arcar com alguma responsabilidade... você conhece a empresa como poucas pessoas.

Depois que conseguissem uma nova secretária, ela ocuparia uma sala ao lado da de Gerry. Um cargo mais importante, cheio de responsabilidades indesejáveis.

- Naturalmente, o salário será bem compensador, além de um bônus mensal. - Alfonso esclareceu em um tom profissional.

Anahí, ainda perplexa, sentiu um arrepio na espinha. Promoção era a última coisa que queria, com ou sem aumento de salário.

Fechou os olhos, incapaz de acreditar em tal proposta.

- Sabemos que está surpresa, mas um simples sim ou não já será suficiente.

O chefe, impaciente, não tirava os olhos da secretária.

Alfonso Herrera não tinha a menor dúvida quanto à resposta dela. Só um louco iria recusá-la, e ele sabia o quanto Anahí era inteligente. Gerry estava com a razão, pensou. Anahí Puente havia se, tornado uma engrenagem essencial para a empresa, e possuía um talento especial para lidar com as pessoas, inclusive com ele próprio.

Ela nunca se deixara intimidar, nunca discutira, e, com o decorrer dos anos, passou a ter certa influência no escritório. Às vezes, a serenidade dela era irritante, e Herrera sentia que era a secretária quem controlava a situação no seu lugar.

Quanto tempo levaria para encontrar outra Anahí Puente? Alfonso constatou finalmente por que a idéia de Gerry o incomodava tanto no início... Fora em vão a tentativa de descobrir algo contra a promoção de Anahí.

- Não. - Ela respondeu, de repente.

Ambos ficaram imóveis, incapazes de acreditar em seus ouvidos.

Ela recusara! Como Anahí podia dar as costas a uma, oferta compensadora como aquela?

- Você não está interessada? - murmurou Gerry, ainda confuso. - Mas você não pode!

Anahí umedeceu os lábios ressecados; podia adivinhar a perplexidade do patrão.

- É imperativo que eu aceite?

- Claro que não. - gaguejou o assessor. - Você sabe o que está deixando para trás?

- Eu acho que ela sabe muito bem. - disse Alfonso, já mais calmo. - E, sem dúvida, ela vai nos expor seu ponto de vista.

- Simplesmente, não quero a promoção.

- Vamos lá, srta. Puente. Diga-nos a verdade. - Alfonso não era homem de ouvir um não e se mostrar satisfeito.

Anahí fitou o patrão, indecisa quanto ao que dizer.

Como lhe explicar que gostava de chegar em casa todos os dias às cinco e meia para ficar mais tempo com os filhos? Sua família, que sempre viria em primeiro lugar... Como dizer aquilo para o todo-poderoso e insensível Alfonso Herrera?