Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Fui treinada para ser uma secretária, e é o que eu quero continuar fazendo. Não quero outras responsabilidades.

- Você acha que não será capaz? - indagou o chefe com cinismo.

- Claro que conseguiria, se eu quisesse.

- Acho que a senhorita está querendo negociar, não? - Alfonso Herrera colocou as mãos sobre a mesa, indicando disposição para discutir o assunto. - Quer mais dinheiro, ações?

- Não estou barganhando, só não desejo o cargo. - ela repetiu lentamente, não deixando de parecer uma professora ensinando uma criança que se recusa a aprender.

- Você me desapontou. Se é o tipo de pessoa que não gosta de responsabilidades, não deveria nem estar neste escritório.

Aquela hipocrisia era irritante. Depois de tudo que Anahí tinha feito para ser a secretária exemplar que tanto queria... tentou controlar-se, mas não podia deixar tal acusação sem uma resposta à altura.

- Devo acrescentar, senhor, que eu nunca falhei como sua secretária. Quando me empregou, deixou claro que queria uma secretária efetiva e não um futuro executivo. Se fosse eu quem pedisse uma promoção, seria o senhor quem estaria chocado, não eu.

- Ah... eu acho que ela está certa, chefe. - Gerry tentara relaxá-los com o comentário, mas nenhum deles prestou atenção, continuavam medindo forças, como se fossem duelar.

- Não quero saber dessa hipótese, srta. Puente. Secretárias existem aos montes, executivos, não!

- É mesmo? Então por que demorou tanto tempo para me encontrar?

Alfonso Herrera, de repente, ficou tenso. Sua sombria secretária teria outros motivos para não deixar aquele escritório?

- Por acaso, srta. Puente, está apaixonada por mim e por isso não quer se afastar?

- Alfonso... - Gerry olhava aflito para os dois.

- Seria mais lógico que eu estivesse apaixonada pela minha máquina de escrever, sr. Herrera, pelo menos a personalidade dela é mais atraente! Se quer me despedir, faça-o, mas não use os truques de sempre. Já o vi em ação tantas vezes que está desperdiçando tempo!

- Não tem medo de ficar desempregada?

- Não. Recebo ofertas de emprego de diversas pessoas que vêm ao escritório. Só que considero este um excelente local de trabalho.

Gerry não entendia como a secretária conseguia permanecer tão calma, enquanto o chefe estava com os nervos à flor da pele.

Alfonso Herrera percebeu que precisava manter o controle da conversa, por isso tentou um outro assunto:

- Seu cabelo... - ele murmurou, sem saber o que dizer -, está dourado. Quando começou a tingi-lo?

- Em momento algum, ele sempre foi assim. Além do mais, não acho que deva ter sua permissão para tingir o cabelo.

- Calma, calma! Por que não leva a oferta em consideração e me responde dentro de algumas semanas? Você pode se virar sozinho por enquanto, não é, Gerry?

- Claro!

- Eu não vou mudar de opinião. E devo deixar claro, senhor, que não quero ser coagida a aceitar essa promoção.

Ele não era melhor do que Rodrigo, os dois achavam que, com o tempo, conseguiriam que ela lhes fizesse as vontades. Aquele pensamento a enchia de frustração.

- Se não deseja o cargo, srta. Puente, pode continuar com seus afazeres. Não vou obrigá-la a nada.

Colocou a mão sobre a dela, que foi obrigada a aceitar o gesto de simpatia. O simples contato a deixou perturbada, mas nada que não pudesse ser controlado.

Saiu da sala logo em seguida, ciente do olhar reprovador de Gerry. Pobre homem, ele pensava que lhe fazia um favor e recebeu um belo não como resposta.

Naquela noite, Anahí contou a Raul sobre as duas surpresas que o dia lhe reservara: Tony e a promoção.

- Anny, você já trabalha há tanto tempo para Herrera... Acha que o fato de ter ou não uma família vai fazer diferença?

- Talvez não, mas eu não queria arriscar, pois ainda precisamos acabar de pagar a casa.

- E se Tony se tornar um problema...

- Prometo pensar no caso. Boa noite.

Que homem desprezível era Alfonso Herrera! Quem poderia confiar em alguém que beija e foge? Mas ele era capaz de muito mais, de beijar e insultar... e ameaçar...

Para conseguir dormir bastava enumerar os defeitos do patrão, milhares de aspectos que poderiam apagar a maravilhosa sensação de um simples beijo... Um simples beijo?

Não, Anahí pensou, aflita, aquele não fora um beijo tão simples assim.