Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Outro chamado surpreendeu-a quando procurava a bolsa, desceu correndo as escadas, passando pela sala estreita em direção à cozinha.

Ao contrário do quarto, a cozinha recebia o sol da manhã e se encontrava inundada pelo aroma dos pãezinhos que ainda estavam no forno.

- Bom dia, Raul! - Anahí beijou-o suavemente, antes de examinar a mesa, já arrumada para o café da manhã. - Não precisava gritar tanto, eu sei ver as horas.

- Então, chérie, por que sempre se atrasa? - o sogro perguntou, brincando.

Admirou o homem que lhe servia o café. Raul era baixo e tão simpático que as pessoas até se esqueciam de que não era bonito.

Anahí estranhou que os filhos não a tivessem acordado naquela manhã, mas não fez qualquer comentário. Na verdade, estava triste: ninguém a cumprimentara pelo aniversário.

O sogro serviu-lhe dois croissants e sentou-se a seu lado. Os anos que haviam passado na marinha lhe trouxeram pelo menos uma grande vantagem: tornou-se um excelente gourmet.

Por causa de um acidente com a perna esquerda, Raul não podia mais servir no mar ou encontrar um bom trabalho. Mas, para sorte de Anahí, assumira todos os encargos da casa e da educação dos netos.

Era uma excelente forma de sentir-se útil e feliz, tanto que gostava muito das aventuras que o dia-a-dia lhe reservava: lançar seu charme latino às donas-de-casa no supermercado e inventar deliciosas iguarias na cozinha.

Anahí abriu o pote de cerâmica à sua frente e, ao invés de geléia, encontrou um pacote embrulhado em papel dourado.

- Feliz aniversário, maman! - Duas crianças saíram de trás da porta e correram na direção dela, sufocando-a com abraços e beijos.

- Pensei que ninguém se lembraria. Querem matar a mamãe de emoção? Ou esse é um novo tipo de geléia?

- É o nosso presente! - as duas vozes disseram em coro, enquanto olhos castanhos acompanhavam atentos os movimentos da mãe.

- Adivinhe!

- Não, abra e veja!

- Eu quero mais abraços e beijos. - pediu Anahí, dengosa.

Como de costume, Gabriel foi o primeiro, enquanto Nate, pacientemente, aguardava sua vez.

Ainda rindo, ela recebeu os cumprimentos de Raul.

- Sei que estou ficando velha, mas ainda mereço alguns carinhos!

- Você não é tão velha! A mãe de Andy tem trinta e cinco! - Gabriel exclamou, aflito.

- Meu Deus, tudo isso?

Os meninos riram diante do comentário, e Anahí teve certeza de que eles o repetiriam para Andy. Crianças de seis anos são honestas nas horas mais impróprias, e por isso inúmeras vezes já se sentira envergonhada.