Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Que surpresa! O senhor parecia relutante em me fazer a proposta.

Alfonso ficou quieto, ainda sentado, observando-a.

Aquela era a primeira resposta franca que Anahí lhe dava em semanas. Qualquer mulher àquela altura dos acontecimentos estaria em suas mãos, mas não Anahí Puente.

As qualidades que ele tanto apreciava na secretária, inclusive a distância que ela mantinha, é que a tornavam impossível de ser manipulada.

Anahí trabalhava para a empresa há três anos e ainda assim Alfonso Herrera não sabia nada sobre a vida pessoal dela. Até então, o fato não o havia incomodado.

Até o dia em que Anahí recusara a promoção. Desconhecia essa faceta da personalidade da secretária, e isso o intrigava.

- É... você tem razão. - Alfonso falou, encarando-a. - No inicio não gostei muito da sugestão de Gerry, mas depois achei uma boa idéia.

- Infelizmente... - Anahí tentou retrucar mas ele não deixou.

- Desculpe interrompê-la, mas, embora ache que você seja uma pessoa difícil de se substituir no cargo que ocupa atualmente, os seus talentos estão sendo desperdiçados. É claro que o nosso trabalho seria maior, mas pense nas compensações: dinheiro, poder, influência.. Gostaria que você reconsiderasse, Anahí.

- E eu gostaria que o senhor não me tratasse por Anahí. Todos perceberam e estão tirando conclusões a respeito.

- Que se danem os outros!

Difícil resistir àquela combinação de inteligência, lógica e provocação. Seria tão fácil relaxar e agir com naturalidade com Alfonso!

Raul tinha razão: ela deveria confessar tudo, mas ainda parecia muito cedo.

- Você não pode deter as mudanças, Anahí. O que eu queria há três anos é diferente do que quero agora.

Felizmente, naquele momento, o telefone tocou. Era o aparelho azul, a linha particular de Alfonso. Ele atendeu, mas pediu que Anahí não saísse. Ouviram uma batida na porta, e Gerry entrou.

Talvez agora o patrão se esquecesse da conversa sobre a promoção.

- Mya, é você? - Alfonso tapou o bocal do fone, informando a Anahí que se tratava da irmã dele, mãe de Tony. - Tudo bem... Sim, estou muito ocupado.

- Onde conseguiu esse terno? - Sentindo-se culpada, ela se voltou para Gerry e tentou esconder o embaraço. - Não parece um pouco demais com John Travolta?

Gerry Crane estava mesmo diferente com a roupa nova. Talvez, influenciado pela namorada, uma famosa atriz, quisesse mudar um pouco a aparência.

- Não gosta? Eu achei elegante!

Os executivos da companhia precisavam usar terno e gravata durante o ano todo, e Gerry, sempre criativo, fazia as próprias interpretações das regras.

- Está certo, Mya. - A voz de Alfonso ficava tensa. - Mas lembre-se de que não tenho tempo para resolver todos os seus problemas de família.

Alfonso decididamente não gostava do que ouvia, a testa enrugada e os olhos percorrendo a sala. Anahí imaginava o que a irmã dele estaria dizendo que pudesse aborrecê-lo tanto, quase desmaiou quando soube o motivo.

- Problemas em casa? - perguntou Gerry logo que ele desligou.

- Meu estúpido sobrinho de novo!

- Se é pessoal... - Anahí levantou-se.

- Por favor, fique. E que esse garoto me deixa maluco.

- Sua irmã está preocupada com aqueles amigos que usam drogas? - indagou Gerry.

Drogas? Anahí ficou perplexa. Tony, ao contrário do que lhe dissera, pelo jeito havia se envolvido com pessoas perigosas.

- O garoto tem cabeça, esse problema não me preocupa. A nova aventura é mais perigosa, pelo menos de acordo com Mya, ou a sua imaginação. Parece que o moleque se envolveu com uma mulher mais velha, uma viúva, e francesa.

Anahí quase caiu da cadeira. O que aquele garoto tinha falado para a mãe?