Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

As visitas só pararam com o reinício das aulas. Anahí esperava que Tony falasse dela como de uma amiga, mas, pelo que estava podendo constatar, ou o jovem a usava como uma forma de agressão aos pais com aqueles comentários sobre a viúva ou na realidade havia se envolvido com ela.

Desde que voltara da viagem, Alfonso esteve muito ocupado para se preocupar com o sobrinho, o que era um alívio para Anahí. Mas ela temia que, de repente, por insistência da irmã, o chefe resolvesse investigar a misteriosa francesa.

Quando completasse dezoito anos, Tony ia receber uma grande fortuna, deixada pelo avô. Não era à toa que a mãe dele se preocupasse com um envolvimento emocional e, principalmente, com algum golpe, por causa do dinheiro.

O rapaz havia comprado presentes caros para os gêmeos, flores e chocolates para ela, quem descobrisse, com toda certeza, pensaria que, ao invés de dar-lhe a hospitalidade da casa dos Portilla, Anahí explorava o menino.

Ao chegar em casa, o silêncio lhe lembrou que aquela era uma das tardes em que os gêmeos faziam caratê, Raul, orgulhoso, sempre os acompanhava.

Aproveitando a folga foi dar uma olhadinha no livro que havia comprado no dia anterior. De repente se viu muito interessada em literatura latino-americana, e autores como Jorge Amado e Julio Cortázar lhe desvendavam mundos nunca antes imaginados.

Mas Anahí não conseguia se concentrar na leitura. Tony adquirira o hábito de ligar para ela da escola e na certa em breve o telefone soaria. E foi o que aconteceu dali a cinco minutos.

- Alô, Anahí? - a voz do garoto parecia bastante tímida. - Tudo bem com você?

- Preciso falar muito a sério com o senhor! - ela falou sem lhe responder a pergunta.

- Sério?

- Tony, não sei o que tem falado sobre mim para os seus pais, mas eles têm uma impressão totalmente errada sobre a minha pessoa. - Anahí mal podia conter a raiva. - Acho que você anda me usando para agredi-los, e eu não estou gostando nada disso.

Fez-se silêncio do outro lado da linha, então ele gaguejou:

- Eu só disse o quanto você é maravilhosa!

- Acho que não foi só isso... Não pode continuar dizendo meias-verdades. Seus pais estão preocupados...

- Anahí, eu gosto muito de você. Sabia que é a única pessoa que não me trata como criança? Você trabalha o dia inteiro, mesmo assim tem tempo para sua família...

- Tony... - ela começou a dizer, incapaz de continuar com raiva.

- Por favor, seja minha amiga. Prometo que não vou dizer mais nada, vou estudar e cumprir todos os meus deveres. Só queria poder visitá-los às vezes, sabe como eu sou bom em divertir os garotos!

De novo, Anahí sentia-se incapaz de dizer-lhe não, Tony era apenas uma criança, que precisava de carinho e atenção.