Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Como todas as noites, antes do jantar, Anahí saiu para fazer o cooper. Por mais que tentasse não conseguiu deixar de se preocupar com Tony.

Quando atingiu a marca dos dois quilômetros, decidiu voltar para casa. Depois de passar o dia todo sentada, era bom fazer exercício e sentir todos os músculos trabalhando.

Não tinha certeza de como, ou quando, mas percebeu que alguém a seguia. Virou-se esperando encontrar outro corredor, mas, ao invés disso, recebeu um tapa no rosto, que a fez perder o equilíbrio e cair.

As mãos lhe amorteceram a queda sobre o asfalto, e um outro golpe, no ombro, a jogou para trás. Anahí gritou, sua voz ecoando pela rua escura e deserta.

Duas mãos enormes taparam sua boca e depois desceram-lhe ao pescoço, quase sufocando-a. Ela sentiu o hálito de cerveja que o estranho exalava, o corpo gigante quase a esmagando. Lembrou-se de histórias terríveis sobre assaltos e estupros, o que a deixou ainda mais apavorada.

O estranho berrava, dizendo tudo o que faria caso não ficasse quieta. Mas Anahí resistia, chutava o ar, e às vezes acertava as pernas dele, enquanto o homem a puxava para perto de uma parede.

Reunindo as poucas forças que ainda lhe restavam, afastou a boca daquelas mãos horríveis e gritou, com toda energia que havia nos seus pulmões.

Para sua felicidade, ouviu uma voz:

- Ei, o que está acontecendo? - um rapaz falava do outro lado da rua. - Ei, você, pare com isso!

Felizmente, estava livre. Com as lágrimas escorrendo pelo rosto, Anahí foi deixada na calçada, enquanto ouvia o assaltante fugindo.

- O que aconteceu? Você está bem? - Um jovem descalço, usando jeans, ajudou-a a levantar-se e voltar para casa, onde Raul telefonou para a polícia.

A hora que se seguiu foi dolorosa, Anahí deu uma descrição vaga do assaltante, e um médico a examinou. Não havia ossos quebrados, mas arranhões e marcas roxas por todo o corpo.

A polícia não deu certeza de encontrar o criminoso, uma vez que a descrição não era precisa. Para eles, a culpada era Anahí, que saíra sozinha à noite.

O sogro colocou-a na cama e deu-lhe leite quente. Anahí dormiu logo em seguida e, surpreendentemente, teve uma boa noite de sono.

Anahí acordou dolorida mas, mesmo depois de olhar-se no espelho, decidiu ir trabalhar. O corte maior, no rosto, foi disfarçado com maquiagem, e os óculos esconderam um pouco o olho roxo. Desceu para o café da manhã.

- Por que não tira o dia de folga? Depois de tudo o que passou ontem, acho que você merece, Anahí. - Raul estava muito preocupado com a nora.

Ela fez que não com a cabeça, engolindo uma aspirina junto com o leite.

- Aquele animal...

- Pensei que fosse um homem quem bateu em você, mamãe. - disse Alan, curioso por mais detalhes.

- Era um homem. Eu quis dizer que ele parecia um animal.

- Você deveria ter uma arma, assim poderia atirar nele. - Era a vez de Nate entrar em cena. - Pum!

- Aaii! - Alan imitou um grito de alguém ferido. - Ou você poderia ter uma faca presa na perna. Assim teria acertado o ladrão.

Alan atirou uma faca imaginária e todos riram.

- Meus meninos querem sangue. - ela falou, bem-humorada. - Acho que devo agradecer à televisão por isso.

- O sangue na televisão não é de verdade, mamãe. - comunicou-lhe Nate. - É só molho de tomate.

- Depois de tudo que você vê nos filmes, os bandidos que levam um montão de tiros se levantam e vão para casa, sabia? - O fascínio de Alan pela vida dos heróis da tevê era flagrante.

Anahí deixou Raul no meio de um discurso sobre violência real e imaginária, tentando convencer os dois guerreiros de que violência não se combate com violência.