Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

O efeito da aspirina durou até a hora do almoço, depois, Anahí sentiu muita dor.

Alfonso Herrera, ocupado com alguns relatórios, não reparou nos ferimentos, nem no seu péssimo aspecto. Se a tivesse olhado com cuidado, como vinha fazendo nas últimas semanas, na certa teria notado os movimentos lentos e o corte na face, que contrastava com sua palidez.

Quando ele finalmente saiu para o almoço, Anahí pôde dar vazão à dor. Comeu apenas uma maçã e, ao levantar-se para tomar outro analgésico, viu Gerry entrando no escritório.

- Alfonso já voltou do almoço? Ei... você está horrível!

- Obrigada pelo elogio. Não, ele saiu. - ela respondeu.

- Sente-se bem? - Gerry ficou preocupado com a aparência dela e se aproximou mais.

Incapaz de mentir, Anahí narrou-lhe toda a estória. Bem humorado, ele contou-lhe algumas anedotas sobre assaltos e, em seguida, ofereceu-se para lhe trazer um copo com água.

- Fique quieta e sente-se.

- Para ser sincera, acho que tenho alguns machucados no traseiro também. - admitiu. A lembrança da noite anterior fez com que a dor piorasse.

- Bobinha. - Gerry suspirou, segurando as mãos dela com simpatia. - Aposto como não contou nada ao chefe.

- Não me contou o quê? - Alfonso apareceu na porta, olhando para as mãos dos dois, ainda unidas.

Anahí levantou-se, não deixando que Gerry se explicasse.

- Pode deixar, Gerry. Obrigada pela atenção.

Por um momento, Anahí supôs que ele fosse contar sua história, mas Gerry despediu-se dela, passando por Alfonso

- Espero que você a mande para casa. Ela mal se agüenta em pé.

- Ele está exagerando!

- Você está doente? - Alfonso Herrera aproximou-se, observando-a, pela primeira vez naquele dia. - Por que não me disse nada? Não precisava correr atrás de Gerry.

- Não fiz nada disso! - Anahí se zangou com o tom de voz do patrão. - Ele entrou e percebeu que eu não me sentia bem.

Alfonso era um monstro egoísta, só parecia preocupado por ter que ficar sem a secretária durante o resto da tarde!

- As mãos juntas... - Alfonso já imaginava coisas. - O que aconteceu com seu rosto?

- Eu caí.

- E que tombo! - Alfonso puxou-a mais para perto da luz, ela gemeu, pois a bacia também estava dolorida. - Você se machucou inteira, Anahí!

Ela se apoiou na mesa com os olhos cheios de lágrimas. Controlou-se para não chorar na frente do patrão.

- É melhor você me contar o que aconteceu. Quem lhe fez isso? Saiu com alguém ontem à noite?

- Pareço o tipo de mulher que sai com criminosos?

- Criminosos? Você foi atacada? Quando? - A preocupação de Alfonso Herrera era real.

- Ontem à noite, saí para correr um pouco e...

- Sozinha? - censurou-a. Comportava-se como os policiais, recriminando-a.

- É, sozinha! Acho que a nossa sociedade livre permite que as mulheres andem desacompanhadas, ou elas têm que ficar trancadas em casa? - Anahí não conseguiu conter a indignação. - Em seguida o senhor vai dizer que a culpa é minha, que uma roupa de ginástica é um convite ao estupro!

- Você foi estuprada?

Alfonso estava pálido, os olhos fixos nos seios de Anahí e as mãos segurando as dela com delicadeza. Quando lhe virou os pulsos e os viu esfolados, repetiu a pergunta.

- Não!