Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Eu sugeri ao meu sobrinho que morasse aqui no próximo semestre, ao invés de ficar na escola.

Alfonso ofereceu licor para Anahí e depois para o rapaz. Ele tratava Tony como adulto, esperando que se portasse como tal.

- O tio Alfonso disse que eu posso ficar aqui quanto tempo quiser. Só preciso manter uma média razoável nas matérias e não matar aulas.

- Mas também vai precisar escolher melhor as companhias. - interveio Alfonso - Vamos comer?

A sala de jantar era pequena, mas decorada com muito bom gosto. O papel de parede, com minúsculas flores, e o carpete cinza davam um ar aristocrático em conjunto com a mesa redonda, a prataria e os cristais.

A refeição foi simples: sopa de aspargos, carne assada e mousse de chocolate, servidos pelo próprio anfitrião.

- A sra. Parsons, que você conheceu quando chegou, é quem cozinha e faz a maior parte do serviço da casa. Infelizmente, ela não mora aqui e tenho que me virar com o forno de microondas.

- A comida está ótima. - disse Tony servindo-se de mais mousse e olhando para Anahí. - Mas não tão boa quanto a de Raul.

Seria imaginação ou Tony, deliberadamente, deixara escapar aquela observação, apenas para aborrecer o tio? Quanto ele havia revelado a Alfonso, durante aquela conversa no dia anterior?

- Não se preocupe, Anahí, Tony não comentou os seus segredos, nem eu quis saber quais são. - Alfonso murmurou ao perceber a ansiedade dela.

- Muito decente da sua parte!

- Eu prefiro descobri-los por mim mesmo.

Anahí sentia-se tão perturbada que não ouviu quando Tony lhe ofereceu mais vinho.

Após o jantar, ela se viu mergulhada numa discussão sobre Os mais variados temas. Somente quando notou o silêncio de Tony, percebeu o que Alfonso tramava.

A conversa girava em torno de cinema, política e atualidades, tudo para enfatizar a diferença de idade e de conhecimento entre Anahí e Tony. Tudo tentava desencorajar o rapaz a qualquer tipo de envolvimento com ela.

Ela compreendeu os motivos de Alfonso, mas sentia-se magoada com a situação em si. Não podia reclamar, pois, se Tony não estivesse lá, não teria ido.

- Já é tarde. - Ela colocou a xícara de café sobre a mesa. - Preciso ir.

- Eu pego seu casaco. - ofereceu-se Alfonso, deixando-os a sós.

- Você nunca me contou que eram tão amigos.

- Os amigos nem sempre são obrigados a contar tudo. - Ela sorriu, ciente de que não poderia sabotar os planos de Alfonso.

- Mas vocês são mais do que amigos não é? Eu não sou estúpido, vi como se olhavam.

Anahí levantou-se, brava e envergonhada.

Seria assim tão transparente? Sabia que o tio de Tony a fitara de maneira pouco comum, mas será que também havia demonstrado os próprios desejos?

- Como se atreve a fazer um comentário desses? Eu não acho que você merece uma boa resposta, sendo ou não meu amigo.

- E se eu dissesse que estou apaixonado por você?

- Mesmo se fosse verdade, e em nome da nossa amizade espero que não seja, isso não lhe dá o direito de brincar com os meus sentimentos.

Tony ficou pálido. Anahí percebeu que aquela conversa sobre amor era uma maneira de o rapaz pedir atenção. Antes que Alfonso voltasse à sala, Tony murmurou qualquer coisa e saiu correndo.