Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Mal notou a presença de Alfonso ao seu lado no carro e nos corredores do hospital. Ele tentou acalmá-la, mas Anahí não queria que ninguém interferisse em sua dor. Disse-lhe que precisava ficar sozinha, mas não foi atendida.

Finalmente viram Raul, no final de um longo corredor branco. Estava sozinho, parecendo muito velho e indefeso. Ela correu ao seu encontro.

- Raul!

O sogro esboçou um sorriso, que não a convenceu.

- Ele ainda está inconsciente, chérie, e os médicos estão esperando os raios-X. Ninguém sabe de nada ainda.

- Meu Deus!

Fraca e tonta, sentiu um apoio, que vinha de trás: um braço forte a envolveu pela cintura. Desta vez, não recusou a ajuda.

- Oh, Nate, por que tinha que ser ele? Posso vê-lo? - Anahí olhou, aflita, à sua volta. - Onde está Gabriel? Onde está Gabriel?

- Gabriel está com uma das enfermeiras. Continua muito abalado. Eu vou chamá-lo, aproveito para saber se podemos ver Nate.

- A gente espera aqui, sou Alfonso Herrera.

- Ela detesta hospitais, desde que René...

- Tomo conta dela. - murmurou, carinhoso.

Raul agradeceu e foi à procura do neto.

- Ele vai morrer! - Anahí precisava gritar um pouco a dor que sentia.

Alfonso colocou as mãos frias dela entre as suas. Anahí parecia tão desprotegida... Ele faria o impossível para vê-la de volta ao normal.

- Tudo o que podemos fazer é esperar, e ter fé.

- Mas eu não quero esperar! Ele vai morrer enquanto nós esperamos. Como René. Eu fiquei esperando durante semanas, mesmo assim ele morreu. Nate vai morrer também!

- Não piore as coisas, querida. Os médicos vão fazer tudo o que puderem.

- Fazer o quê?

Mais lágrimas rolaram pela face sem esperança. Alfonso apertou-a contra si.

Se pudesse, se colocaria em seu lugar, poupando sua amada de qualquer tipo de sofrimento.

Anahí parecia tão apavorada, tão vulnerável... seria capaz de abraçá-la para todo o sempre, mas conseguiria competir com o amor de Nate?

O vazio tomou conta dos olhos de Alfonso. Naquele instante, não era a ele que Anahí queria, mas o desconhecido Gabriel. Mesmo na presença daquele estranho, fosse quem fosse, continuaria a afagar-lhe os cabelos e a apertá-la contra o peito. Ninguém a tiraria de seus braços!

Por sobre a cabeça de Anahí, ele viu um menino se aproximar, acompanhado de Raul e de uma enfermeira. Tinha os olhos acusadores e repletos de lágrimas fixos em Alfonso.

Alfonso percebeu tudo assim que o garoto correu na direção deles.

- Mamãe!

- Gabriel!

Anahí ajoelhou-se, abraçando o filho. Ela tocou-lhe o rosto, os cabelos e os ombros.

- Eu tentei segurar Nate, eu juro, mais il est tombé, ele caiu! Je n'ai su que faire, mamãe, juro. Não sabia o que fazer!

- Calma, querido. Calma... mamãe está aqui e sabe o quanto você ama Nate. Nós amamos Nate, não é?

Anahí continuava abraçando o menino e dizendo frases carinhosas, em ambas as línguas.

- A culpa não foi sua, mon petit, foi um acidente.

- Ele está morrendo, maman? Nós vamos morrer?

Desesperada, ela fechou os olhos. A dor que o pequeno Gabriel sentia fez com que se esquecesse da dela.

Os meninos eram como duas almas gêmeas, haviam nascido a partir da mesma célula, muitas vezes, Gabriel e Nate até dividiam os pensamentos.

- Nós não vamos deixá-lo morrer, mas para isso temos que ser fortes. Nate precisa de nós.

A idéia de que, de alguma forma, poderia ajudar, parecia acalmar Gabriel. Ainda segurando a mão do filho, Anahí levantou-se, ignorando a expressão de surpresa de Alfonso.

O médico se aproximava de onde eles se encontravam. Anahí rezou como nunca havia rezado nos últimos seis anos.