Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Capítulo IX

Anahí continuava sentada, incapaz de se mover, segurando a mão de Nate, que ainda não recobrara a consciência.

A noite tornou-se dia, havia perdido totalmente a noção das horas. Médicos e enfermeiras entravam e saíam, uma rotina normal nos hospitais. Sem se importar com o movimento, rememorava canções de ninar, velhas histórias ou o que quer que lhe viesse ao pensamento.

Recusou a comida que lhe foi oferecida, o café e o chá. Toda energia era dirigida ao filho, Anahí iria trazê-lo de volta... por isso, precisa permanecer ali, sentada, esperando...

O dr. Bradley tinha sido claro: havia uma pequena fratura mas, ao que tudo indicava, as conseqüências não pareciam muito sérias. Os sinais vitais eram normais, e ele respirava tranqüilo.

- Então, por que ele ainda continua inconsciente?

- Nós não conhecemos muito o cérebro, ainda existem grandes mistérios, sra. Portilla. Eu lhe garanto que estamos fazendo o possível, e agora só nos resta esperar.

Mas para Anahí o possível não era suficiente.

Os ecos do passado perturbavam o presente, por que os médicos nunca diziam a verdade completa? Quais eram as chances de Nate, quarenta, oitenta por cento? Talvez o filho nunca mais recobrasse a consciência... Por mais que doesse, ela precisava saber: qualquer coisa era melhor do que a ignorância!

Quando René entrou em coma, todos a confortaram, desta vez, entretanto, Anahí seria forte, ela tinha que ser forte. Não podia deixar Gabriel perceber o quanto ela se sentia impotente.

Como não queria deixar Nate nem por um minuto, Raul lhe trouxera uma maleta com roupas. Ela vivia, comia e dormia restrita àquelas quatro paredes brancas, sua prisão voluntária.

- Anahí?

Ela reconheceu a voz, mas não se virou para a porta.

- Nate está na mesma. - sussurrou, sem cumprimentá-lo.

Alfonso Herrera atravessou o quarto e ficou de pé ao lado dela.

O menino continuava imóvel, mergulhado num sono profundo, Anahí parecia um fantasma, pálida e com os olhos vermelhos.

- Anahí, já faz três dias que você está aqui.

- Você foi muito gentil em vir nos visitar.

- Eu não vim apenas visitá-los. Passei na escola e trouxe Gabriel, Raul também veio.

- Ah você não precisava ter se incomodado...

Ela levantou o rosto e encontrou a figura de Alfonso.

- Está sendo muito difícil para Raul ter que se preocupar com Gabriel, com Nate... e com você..

E não era difícil para ela também?

Anahí olhou para o filho.

- Eu tenho trazido os dois para o hospital todos esses dias. Eles estão hospedados em minha casa, já que é mais perto. Deixo Gabriel na escola de manhã, antes de ir para o escritório, ele está triste, mas, aos poucos, consegue enfrentar a situação com mais tranqüilidade.

Anahí estranhava todas aquelas gentilezas. Não entendia por que Alfonso havia se envolvido com sua dor nem como ele achava que poderia ajudá-la se Nate estava morrendo.