Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

O dono da Empresa de Comunicações Herrera não havia tido uma vida fácil. Aos catorze anos fugira de casa e vagara pelas ruas durante algum tempo, até encontrar o emprego que fora o início de sua carreira e fortuna.

- Bom dia, srta. Puente. Bom dia, Poncho!

Anahí cumprimentou o assessor Gerry Grane, um homem loiro, simpático, da mesma estatura do chefe.

- Você não acha essa piada um tanto sem graça? - perguntou Alfonso, levantando os olhos do relatório.

Gerry deu de ombros e sentou-se, assim como Anahí, diante do patrão. O rapaz, aos poucos, tinha se tornado o braço-direito de Alfonso e seu bom humor era conhecido por todos da empresa.

- Suas palavras são a lei por aqui, Poncho!

Apesar de não gostar de brincadeiras, todos os empregados adotavam aquele apelido, tirado de um seriado de televisão.

- Sentimos a sua falta. Se você não voltasse logo, encontraria a empresa em ruínas!

- Duvido! A srta. Puente me manteve informado por telex, e você parece ter se saído muito bem.

Anahí permaneceu quieta, enquanto os dois discutiam sobre o orçamento da agência de propaganda, que trazia alguns problemas sérios para a empresa.

Lembrou-se da primeira vez, três anos antes, quando escutara a conversa dos dois... só que daquela vez estivera bisbilhotando.

Anahí almoçava numa lanchonete do centro da cidade, depois de ter ido à agência de empregos e dar baixa em mais um serviço temporário.

Quando os dois homens entraram, reconheceu Alfonso Herrera imediatamente. Como dono de diversas revistas, duas estações de rádio e uma produtora de filmes, ele sempre aparecia em destaque na imprensa.

Por coincidência, ela ouvira o nome dele na agência de empregos naquela mesma manhã. Uma secretária, jovem e atraente, reclamava da entrevista de emprego que havia feito na Empresa de Comunicações Herrera.

- Nem passei da primeira fase! Imaginem vocês... me disseram que eu era muito jovem. Acho que procuram uma mulher madura.

- Ah, uma mulher madura... - Anahí comentou com cinismo, lembrando-se de um patrão atrevido que tivera algumas semanas antes. - O sr. Herrera espera serviços extras de suas secretárias?

A outra a olhou como se ouvisse a coisa mais absurda do mundo.

- Muito pelo contrário! Elas deixam o escritório completamente apaixonadas por ele! - A moça diminuiu o tom de voz. - Parece que Alfonso Herrera teve problemas sérios com duas delas, por isso decidiu contratar apenas mulheres casadas.

- Então ser casada ajuda?

- Também não é bem isso... - A garota sorriu. - As mulheres com compromisso também não resolveram o problema. Ele acabou ameaçado por maridos ciumentos e desconfiados.

- Puxa, mas que empreguinho mais problemático, não?

- Agora ele só admite solteiras.

- Bem, isso me deixa de fora.

Anahí não estava interessada, muito pelo contrário: ganhava bem com os serviços temporários. Um emprego permanente, fixo, a deixaria com menos tempo livre para os gêmeos.

- O horário é ótimo, rigorosamente das nove às cinco, de segunda a sexta, sem horas extras. E o salário... é fantástico!

A moça lhe contou que Alfonso Herrera tinha outra secretária, uma senhora idosa, que trabalhava na casa dele e fazia o serviço extra.

- Toda masoquista da cidade deve estar atrás desse emprego. Dizem que ele é um tirano dentro do escritório...

Anahí sentiu pena de Alfonso Herrera, pois sabia muito bem como qualquer tipo de envolvimento prejudicava o relacionamento profissional. Se aquele homem tivera péssimas experiências com as secretárias, era de se imaginar que quisesse alguém madura.

Pensando na conversa com a moça, ela observou enquanto Alfonso Herrera e seu acompanhante se dirigiam para a mesa ao lado da dela.

Agora sabia por que as mulheres se apaixonavam por ele...