Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Deixou Nate aos cuidados da sra. Parsons e subiu para e quarto.

Alfonso terminava de se arrumar, acertava a gravata diante do espelho. Sorriu ao vê-la entrar, os olhos cheios das recordações da noite anterior.

Anahí fraquejou. Adorava a maneira com que ele a fitava, os traços decididos daquele rosto, o nariz arrogante. Podia sentir a maciez dos fios de cabelo negro entre seus dedos.

Amava-o tanto... mas ele iria magoá-la terrivelmente.

- Alfonso... É hora de voltarmos para casa. Você tem sido muito gentil conosco, mas...

A segurança abandonou-a: Alfonso a olhava de maneira perturbadora.

Ela tinha dito tudo errado!

- Eu fui muito gentil com você, Anahí? Só isso? Você deve estar desapontada.

Um nó se formou na garganta de Anahí, as palavras desapareceram... Não conseguia responder.

- O médico aconselhou Nate a ficar em casa por uns tempos e, com calma, voltar à rotina. Também disse que Nate está um pouco mimado com toda essa atenção...

- Quando pretende retomar o trabalho?

- Se você estiver de acordo - ela pigarreou -, assim que Nate voltar para a escola. Eu sei que é pedir muito, mas acho que em uma semana posso voltar ao escritório. Se quiser, pode descontar do meu salário. Pretendo que tudo volte ao normal o mais depressa possível.

Alfonso parecia insultado. Era um ultraje ela pensar em dinheiro àquela altura!

Anahí se perdeu diante do silêncio constrangedor. Se estivessem na empresa, talvez não se perturbasse com a atitude de Alfonso. Mas havia sentimentos em jogo, e a razão a abandonara já fazia algum tempo.

- Você quer que as coisas voltem ao normal. Quer dizer que tudo o que fizemos nas últimas semanas é anormal!

Anahí fitou-lhe o rosto pela primeira vez naquela manhã. Alfonso parecia calmo, nenhum músculo da face se movia. Os olhos estavam frios, muito frios.

Pensou em tocar-lhe o rosto com as mãos, mas desistiu: elas tremiam demais.

- Acho... se Nate não tivesse sofrido esse acidente, nós não...

- Teríamos feito amor? Não se iluda, isso teria acontecido mais cedo ou mais tarde.

Ela não podia negar. Mas por que Alfonso não a tomava nos braços para dizer aquilo?

- Não posso ficar. - insistiu, desesperada, desejando que ele não a olhasse de maneira tão... perturbadora...

- Você se preocupa com o que as pessoas possam pensar, certo? Não acha um pouco tarde?

- Não as pessoas, mas Gabriel e Nate. Eu não quero eles pensem que...

Que você estará sempre conosco, ela gostaria de acrescentar, mas não podia. Anahí o estaria pressionando a assumir um compromisso que Alfonso não desejava.

- O quê? Eles me vêem como um rival? Não quer que saibam que o mundo, deles não é suficiente para você? Precisa esquecê-los um pouco, Anahí.

Aquela era a confirmação que ela tanto temia: Alfonso tolerava os gêmeos por causa dela.

Anahí se sentiu apunhalada pelas costas.