Fanfic: A Secretária Misteriosa *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Foi difícil contar a Raul, mas ela precisava alertá-lo o mais cedo possível.

O sogro foi pego de surpresa, e não deixou de apoiá-la.

- Por que não disse a ele, Anny?

- Ele já me falou que não está interessado em paternidade.

- Qualquer um diria isso, mas, quando acontece, nós sempre mudamos de opinião. Ele não vai fugir das responsabilidades, chérie...

- Eu não quero ser apenas uma responsabilidade!

- Isso quer dizer que, se ele a pedir em casamento, você vai recusar?

- Ele não vai. Mesmo que pedisse, não seria justo se eu aceitasse.

- Não seria justo para quem? Você negaria um pai para essa criança? E Gabriel e Nate? O que você vai lhes dizer quando eles perceberem que o novo bebê tem um pai que a eles foi negado?

A lógica de Raul a enfurecia e a enchia de auto-piedade. Estava fora de questão atrair Alfonso para um casamento de interesse, por causa das crianças. Era apenas uma desculpa, já que queria casar-se porque o amava.

Anahí sentia que se encontrava dentro de uma roda de fogo, sem saber como sair ilesa.

Alfonso voltou de Wellington na sexta, mas não foi ao escritório, o que ela agradeceu.

Tinha que pensar nos gêmeos: eles haviam ouvido a conversa entre a mãe e o avô e já sabiam da chegada do novo bebê.

Os dois ficariam enciumados e fariam infindáveis perguntas sobre o nascimento, assim que a gravidez de Anahí estivesse mais pronunciada. Ainda não tinham percebido que a vinda da criança ao mundo traria outros problemas, e a questão do pai teria que ser abordada algum dia.

No sábado de manhã, a náusea era tão forte que Raul insistiu para que ela ficasse em casa, levaria sozinho os meninos ao jogo de futebol.

Anahí não saiu da cama. Bebeu chá e comeu bolachas até se sentir bem o suficiente para levantar. Às dez e meia, foi para a cozinha tentar comer algo mais sólido.

A campainha tocou.

Era Alfonso Herrera.

Ele parecia descansado e estava muito atraente com a calça cinza e o pulôver de lã cor-de-rosa. Carregava um enorme buquê de rosas vermelhas.

O que aquelas flores significavam? Talvez a transferência dela para Wellington.

- Posso entrar?

Anahí sentia-se péssima e certamente era como parecia. Estava pálida e as olheiras, enormes. O cabelo, opaco e sem vida, como ela.

Permaneceu de pé, relutante, e seguiu-o até a cozinha. Havia esquecido que Alfonso já estivera na casa, quando ela ficou no hospital com Nate.

- Devo colocar as flores na água para você? - perguntou alegremente.

- Eu... - Ela queria arrancar-lhe aquelas rosas e jogá-las pela janela.

- Isso é um vaso? - Alfonso não entendia a falta de entusiasmo de Anahí. Arrumou as flores, colocando o vaso sobre a mesa. - Não são lindas?

- Obrigada... - gaguejou, tentando afastar os olhos do corpo dele.

- Elas me lembram você.

- Por que você veio aqui?

Anahí estranhava a alegria aparente dele.

Teria conhecido alguém em Wellington?

- Eu achei que seria melhor nós conversarmos em seu território, já que no meu não deu muito resultado. Fui até o estádio para ver os meninos, e como você não estava...

- Foi ver os meninos?

- Por que não?

Alfonso não entendia a surpresa dela. Se Anahí não estivesse tão preocupada em manter os gêmeos afastados, talvez visse o quanto gostava deles.

- É que eu...

De repente Anahí percebeu o que tinha feito.

Temendo que os filhos os atrapalhassem e, com isso, Alfonso se cansasse dela mais depressa, inconscientemente os tinha afastado.

- Eu acho que estava com ciúmes...

- Ciúmes dos próprios filhos? Então imagine o que senti vendo Tony perto de você...

Ela tinha vergonha de admitir o quanto fora tola. Alfonso se mostrava gentil, mas não tinha o direito de lhe dar qualquer esperança.

Estava enjoada, não podia passar mal na frente dele! Não agora que eles começavam a se comunicar...

- Anahí, você se sente bem?

- Não muito... Por isso não fui ao jogo. Acho que peguei qualquer coisa.

Ele se aproximou, tocando-a de leve.

- É uma maneira muito cruel de se referir ao nosso filho, Anahí.