Fanfic: Sonho x Realidade | Tema: Romance, amizade, escolar, drama

Depois que Diego saiu comecei a devorar tudo que havia na cesta, estava me sentindo estufada e até meu estômago reclamava dizendo “chega, não aguento mais”, porém olhei e ainda restava um saquinho fechado de torradas, dois sucos de uva, quatro barrinhas de cereal de chocolate com morango e dois pão de mel, pensei em forçar um pouco mais e comer tudo, mas fiquei com medo de desmaiar ou qualquer coisa, nem pensar em perder a consciência com Diego aqui, sabe-se lá o que ele seria capaz de fazer.

Me levantei com certa dificuldade e olhei em volta no quarto, fui até a cama e levantei o colchão colocando o que restava da cesta embaixo, depois de guardar as coisas sentei-me na cama pensando o que diabos estou fazendo? Isso é tão infantil e se Diego quiser pode pedir que tragam outra cesta, ou até mesmo um jantar chique para ele, quem sabe.

 Esse garoto me deixa tão idiota e infantil quanto ele.

Diego apareceu a porta com uma toalha enrolada na cintura e outra pendurada nos ombros, com o cabelo pingando, isso indica que ele foi continuar seu banho, ele olhou a cesta vazia ao lado da cama e em seguida me olhou— Não acredito que comeu tudo, seu estômago é algum tipo de abismo negro? — caminhou sentando-se do outro lado da cama.

Olhei por sobre os ombros e ele secava o cabelo com a toalha, desviei a atenção para a tv, na verdade eu não sei como devo agir, sinto-me sem atitude, anestesiada. — Vá tomar banho. —disse quebrando o silêncio.

— Não— respondi sem tirar os olhos da tv, mas eu nem prestava atenção ao que passava no momento.

— Eu disse pra ir tomar banho, e depressa. — retrucou em tom autoritário.

— Parece até minha mãe falando— nem ela fala assim na verdade— Eu disse que não.

— Pretende dormir toda suada e grudenta da maresia e areia do mar? De jeito nenhum, não vai se deitar comigo assim. — afirmou desdenhoso.

— Como se fosse acontecer— sorri incrédula— Você consegue ser engraçado apesar de tudo, Diego.

— Eu disse pra ir... — levantou-se estendendo o braço em minha direção.

Minha mão esquerda moveu-se estapeando a dele com força, eu nem sei o que houve isso foi puro reflexo, ele fitou-me incrédulo e irritado ao mesmo tempo, Diego deu mais um passo e uma sensação de pânico me dominou “preciso sair daqui”.

Fiquei em pé com um pulo e andei para trás mantendo uma distância razoável entre nós, senti minhas mãos tremendo e um frio no estômago, meu coração não estava muito melhor, batendo em total descontrole, o que é isso que estou sentindo?

Esta parecendo um ataque de pânico... Mas faz muito tempo que isso não acontecia e porque logo agora?

— O que voc-

— Se afasta de mim— gritei visivelmente nervosa.

Eu odeio isso, odeio, odeio...

Olhei em volta em busca de alguma saída, por algum motivo a aproximação do Diego está me causando isso, caminhei até o corredor e já estava suando frio— Aonde vai? — perguntou Diego.

— Tomar banho, foi isso o que me disse para fazer não é? — respondi friamente de costas para ele.

Entrei no banheiro trancando a porta, encostei-me procurando apoio, minhas mãos ainda tremiam e comecei a esfregar meus braços como que para passar o frio. — Por quê?

Encarei a banheira, estava forrada com a espuma deixada por ele, um zumbido alto começou a ecoar em meus ouvidos, tirei minhas roupas e parei ao lado encarando toda aquela água.

Ele estava aqui... Tomando banho nessa água, com essa espuma.

Após um tempo tentando manter uma respiração calma meu tremor estava passando aos poucos, peguei o chuveirinho e o liguei, posicionando acima da cabeça, a água morna escorrendo por meu cabelo, pelas minhas costas me trouxe uma sensação de conforto, voltei a encarar a banheira, o barulho de água caindo no chão me deixou novamente em êxtase.

Com um olhar fixo e ao mesmo tempo não vendo nada, os olhos começaram a arder me fazendo piscar pesadamente, e a única coisa que passava pela minha cabeça...

Eu não vou entrar nessa banheira.

[...]