Fanfic: Sing 🎯🎼☯ | Tema: Song

- Acorda! Acorda dorminhoca! - foi assim que as meninas me acordaram,aos gritos,como se não se bastasse a travesseiradas também -

- Caralho,quê isso cara? - eu falei atordoada e confusa do que estava acontecendo ali-

- É o dia, é a vida,é o mundo minha filha! - disse a Sô animada,aos risos com a Bruna

- Acorda mulher,o mundo nos espera! - disse a Bru

- O mundo? - eu falei confusa,não estava raciocinando direito -

- Ok,o mundo talvez não. Mas a piscina com certeza. - ela disse aos risos,pelo exagero que comenteu -

- Anda,levanta menina! Vai tomar um banho e vestir o biquíni - disse Sô tentando me ativar-

Eu me sentei já me recuperando do sono que estava,e ficando ativa.

- Tá,eu vou me levantar. Calma. Mas me digam uma coisa: Como vocês conseguiram levantar antes de mim? Vocês estavam acabadas ontem!

- A mãe da Sofia ligou para saber dela,daí nós duas acabamos acordando. Para nossa alegria. - Bruna falou,em tom irônico -

- Só assim para vocês acordarem! Achei que estivessem mortas! Que horas são hein? - falei com poucas risadas -

- Olha quem fala! Já são 13h! E você aí! Com um solzão lá fora! - ela reclamou,brincando-

- Sério? Meu Deus!- falei dando um pulo da cama-

Tomei um banho e peguei uma roupa e biquíni qualquer da Bruna e fomos direto para a casa da Joana. A piscina já estava cheia de pessoas, e tinham muitas pessoas fora da piscina também,comendo. Era um churrasco da familia dela,mas ela resolveu nos convidar.

Foi uma tarde bem divertida. E o sol só começou a enfraquecer ás 16h. Ele realmente pedia piscina naquele dia. Mas como as coisas boas passam rápido demais, foi assim que aconteceu, de repente já era de noite. E tive que voltar na casa da Bru para pegar as roupas que tinha deixado lá e devolver a dela.

- Tchau Bruninha,se cuida. - falei abraçando-a-

- A gente se fala lá no colégio - ela disse-

- Aham - falei olhando para Pedro que estava no sofá,assistindo a um jogo qualquer de basquete -

Foi instantâneo o olhar,automático. Ele nem se deu conta de que eu estava indo embora,ou fingia que não. Então fui. Quando saía, tive a impressão de que ele deu uma rápida olhada,mas provavelmente foi apenas uma impressão mesmo.

- Tchau amiga - falei de novo,acenando,já dentro do elevador, antes de fechar -

E assim a semana foi se passando lentamente. É interessante que a semana de um adolescente, se resume numa entediante semana de aula,parece que a semana gira em torno do colégio. E como tudo que é chato e entediante demora bastante a passar. Para que chegue o tão merecido fim de semana.

E ele chegou! E eu fiz exatamente sabe o que? Nada! Nem saí de casa! Só queria descansar e a preguiça era enorme. Dormi a tarde inteira. E acabei chamando a Priscila e Jéssica para dormirem lá em casa,não queria ficar sozinha em pleno fim de semana. Além de quê ficar sozinha só alimenta pensamentos indesejáveis. Como o que tive a semana inteira e estava atormentando também aquele fim de semana : Aqueles olhos,aqueles olhos verdes tão misteriosos que olhavam para mim no sábado passado.

Caramba! Eu tinha que esquecer! Mas eles não saiam da minha mente a dias, que merda era aquela? Ele hipnotiza com o olhar dele é isso?  Mas o problema era que não eram só os olhos que incomodavam. Era a forma que ele me olhou a noite inteira,como alisou meus cabelos,era aquela merda de seriado que tínhamos assistido,eram as risadas que demos e o beijo que deixamos de dar também.

Preciso socar a cara daquele menino,para que eu não lembre daquele olhar nunca mais. Aliás, eu preciso não precisar olhar pra ele nunca mais. Por isso recusei as duas vezes que a Bruna me chamou para ir a casa dela,e a evitei também por algumas semanas.

- Ju,me diz o que tá acontecendo? Eu tô sentindo tua falta amiga, a gente nem tem se falado muito e você nunca mais veio aqui. - Bruna me disse ao telefone-

- Ahh Bru. Tava meio sem tempo,estudando bastante. - respondi triste por ter me afastado dela assim -

- Então vem pra cá hoje, vamo assistir um filminho e fazer brigadeiro como sempre -

- Oh,eu queria mas.. - eu iria recusar,mas ao perceber isso ela imediatamente me interrompeu -

- Nem vem, estudar você estuda amanhã quando chegar em casa. Pode arrumando as coisas e trazendo o leite condensado agora! É uma ordem!

Não tive como recusar,não queria me afastar dela e muito menos que ela ficasse ressentida pensando que me afastei por que ela me fez algo.

- Tá,chego aí em meia hora - disse tentando esconder meu desânimo-

Não cheguei a demorar meia hora,demorei mais! Uma hora mais ou menos. Ela já estava me ligando loucamente.

- Boa noite - falei ao chegar na sala de jantar, onde todos já estavam para comer -

- Oi meu anjo. Pode sentar,já sai o jantar - disse Dona Clara mãe da Bruna -

Ignorei totalmente a presença do irmão da Bruna,nem o olhei,como sempre fiz e me sentei prontamente ao lado dela. De segundo em segundo os pais delas me davam um sorriso,eu os retribuia,é claro, eles eram sempre super simpáticos comigo. Dariam ótimos sogros.

- Quer mais alguma coisa meu anjo? - disse a Dona Clara depois do jantar -

- Nã.. - eu iria recusar, mas a Bru se adiantou e fez isso por mim, me interrompendo

- Não mãe a Ju não quer mais nada. Vem Ju! - ela falou,me puxando para o quarto para me mostrar umas roupas que comprou -

E ficamos lá por horas,fazendo bobices e conversando asneiras. Coisas de amigas. Mas 00:00h fomos fazer o tão esperado brigadeiro para assistir a um filme de comédia romântica que eu particularmente amo que para nossa sorte passou naquela noite: O melhor amigo da noiva. Piramos na hora.

- Passa a colher logo vai Bruna! - falei,batendo nela,brincando -

- Calma amiguinha linda,tá apressadinha é? Brigadeiro é tão ruim- ela falou me provocando com uma colher cheia de brigadeiro na boca -

- Vaca! - falei puxando a colher da mão dela e peguei a colher e enfiei com tudo no brigadeiro -

Pedro estava esparramado no outro sofá ao lado do nosso.Mas não falava uma palavra sequer,só assistia ao filme.Mas a relação de irmãos, é relação de irmãos, e ele estava  em sua própria casa. Então:

- Bruna sua lesada, me dar brigadeiro aí vai - ele disse, com aquela cordialidade comum entre irmãos -

Ela ficou negando por um bom tempo,mas acabou cedendo.

- Vai pegar pelo menos a colher né querido,não sou sua escrava - ela disse a seu irmão-

- Tu que acha. - ele falou, levantando e ao passar por ela dando um empurrãozinho na sua cabeça.

- Ju,tem algum problema ele comer com a gente? - ela  idagou -

- Não,não - eu disse,um pouco incomodada mas sem demostrar isso,o incomodo se deu por eu não querer dividir com mais ninguém. Sou meio egoísta com brigadeiro mesmo,pra mim é sempre pouco!

Mas então ele voltou com a colher,e a cada passo dele era como uma facada no meu peito. Meu brigadeiro não!Pegue minha alma,minha vida,meus orgãos,mas meu brigadeiro não.

- Tá bom. Quem fez? Certeza que não foi você. Não sabe fazer porra nenhuma que preste - ele disse a ela,provocando-a-

- Claro que fui eu!

- Claro que não foi idiota. Cala a boca aí rápidão,na moral -

- Por que? Quer assistir filme é? Hummmm. Mulherzinha! - ela o provocou-

Não conseguir segurar os risos. E eles ficaram numa picuinha por minutos. Enquanto eu tinha o brigadeiro só pra mim! E assistia atentamente ao filme mesmo que atrapalhada pelo barulho deles.

- Inútil? Cê vai ver! Vou fazer uma pipoca maravilhosa agora e você não provar nem um pouco. Afinal sou inútil. - ela disse em algum momento da briga,que eu nem estava prestando atenção mais,levantando em direção a cozinha -

Ficamos sozinhos. Pedro e eu. Fingi que nem percebi o fato e continuei a assistir meu filme atentamente, infelismente já tava no finzinho.

- O brigadeiro acabou? - ele disse, mas não escutei direito pois estava muito atenta ao filme-

- Quê? Falou comigo? - falei me virando para ele -

- Falei. O brigadeiro acabou?

- Aham,acho que sim. Se tiver é bem pouco. - falei,olhando para a panela para verificar -

- Deixa eu ver - ele falou,se aproximando para olhar a panela -

- Tem um pouco. - ele falou, já colocando a colher lá e tirando o pouco de brigadeiro-

Eu voltei a ficar atenta ao filme e ele ficou a me observar.Vidrado. Isso já estava me irritando.

Me virei para ele rapidamente.

- Desculpa perguntar. Mas por que tá me olhando? Fica me observando,isso me irrita.

- Por que você fica ainda mais linda assim toda concentrada.

Fiquei sem reação, não sabia o que responder. Mas depois de alguns segundos acabei raciocinando algo.

- Não. Eu só estou concentrada. Isso não me torna mais bonita ou mais feia. - estava numa forte defensiva -

Ele sorria,me olhando no fundo dos olhos.

- Pior que fica mais linda ainda assim marrenta.

Eu suspirei,irritada.

- O que cê quer com todos os esses elogios? Não estou entendendo. Não tem mais brigadeiro algum,nem nada.

E realmente não estava entendendo, passamos semanas sem nos ver,e eu o tratrei com toda a indiferença possível, nem olhei para ele naquele dia.

- Fica ainda mais linda desconfiada.

- Você vai ficar lindo também quando te der um murro na cara,cê tá me irritando, na moral.

Ele riu da minha cara. O que me irritou ainda mais.Estava quase levantando já. Mas ele me puxou.

- Pera. Você não sabe mesmo o que eu quero? Jura?

- Não. Estou louca para saber. Me conte.

- Você.

Ele falou,se aproximando. Meu coração disparou de repente e minha respiração tava ofegante. Meu Deus,parecia mais que tava tendo um ataque cardíaco ou sei lá.

Ele pegou em minhas mãos,puxando meu corpo para mais perto.

- Não, não. - falei,respirando fundo. Com uma tentativa fracassada de tirar minhas mãos das deles e me afastar-

Mas ele foi me envolvendo, se aproximando ainda mais. Passando as mãos para minha nuca. E falando baixinho,com nossos rostos mais próximos que nunca:

- Ela vai demorar. Não se preocupa. Só deixa rolar. Vai.

Ele me disse em um quase sussurro, que me arrepiou inteira, eu já tinha perdido todos os meus sentidos e já não pensava em mais nada, estava fora de todo tempo e espaço.

Suas mãos me puxavam levemente pela nuca,e meus olhos se fecharam sem que eu percebesse. Aqueles olhos,aquela adrenalina,aquelas mãos na minha nuca, aquela voz me controlavam naquele momento, e tudo que eu queria era beijar aquela boca. E nossos lábios se colaram lentamente e eu não sentia mais nada que não fosse aqueles lábios nos meus, nossas línguas se encontraram bem lentamente e nossas bocas se encaixaram tão perfeitamente. Era um beijo no ritmo perfeito. Lento,mas intenso. E causava um treco no coração em que ele ficava tão grande que não cabia no peito. Minhas mãos sozinhas guiaram-se até os ombros deles e logo envolveram seu pescoço.

Ele sorriu entre nosso beijo,como alguém que pensasse: "Finalmente consegui". E eu acabei sorrindo também com o sorriso dele. Minhas mãos estavam quase chegando nos cabelos dele lentamente.

- Tô chegando com a pipoquinha! - Bruna disse parecendo que já estava saindo da cozinha -

O que interrompeu nosso beijo abruptamente. E nos afastamos rapidamente,olhando para TV,como se estivéssemos prestando atenção. Eu o olhei ,mesmo que sem querer. E ele me olhou de volta,com um olhar que eu ainda não sabia decifrar, mas que me passava a tranquilidade de que estava tudo certo e voltamos a olhar para a tv,eu não tinha a mínima noção do que era aquilo que estava passando.

- Pê cê vai ficar sem pipoca. Tá sabendo né? - ela disse se sentando entre nós -

Pedro estava parecendo fora do ar. Não estava nem aí para o fato de ficar sem pipoca. Me olhava profundamente e eu também o olhava, Bru nem percebeu, estava comendo sem parar.Era até engraçado. Não consegui resistir e acabei sorrindo,timidamente, logo desviei o olhar,ele retribuiu sorrindo radiante.

"I need you darling.Come on set the tone,if you feel you're falling.Won't you let me know."