Fanfic:  O Homem do Gás *(vondy)*

- Nossa Senhora! Obrigada mesmo, irei te pagar tudo...

- Claro! Com muitos beijos e carinhos!

- Isso não é um pagamento não, isso é um presente!

- Acho bom que seja mesmo!! – Riu. – Quero receber presentes todo dia!

- E eu encantada de dar...

Ele gargalhou, fazendo com que ela risse também. Estava uma piranha das boas, seria pior do que sua irmã pra esse homem, só pra esse homem.

- Então to chegando aí, me espera.

- Com certeza eu vou estar te esperando aqui...

- Até logo...

- Até... – ela se despediu apertando o celular com força entre os dedos.

Dulce suspirou e deu um beijo no celular. Era um sonho! Não podia ser real...era bom demais para ser verdade.
Voltou a recepção da delegacia, onde havia vários presos algemados numa coluna de metal. Blanca estava abraçada com um dele, ainda chorando, enquanto o mesmo preso lhe consolava.

- MINHA FILHA TÁ PRESAAAAA! – berrou ela no peito do preso, que estava sem blusa.

- A Senhora vai ver como ela vai sair daqui...

- NÃO VAAAAIIII...ELA É UMA VADIAAAAAA!

- Não diga isso da sua filha, senhora!

Dulce olhou aquilo chocada. Realmente sua mãe precisava se internar. Ligaria para o Mira y Lopez Hospício Center, quando chegasse em casa.

E foi nesse momento que o um policial passou com Blanca “irmã” algemada do seu lado. Nunca pensou na vida que veria uma de suas irmãs nesse estado. Sua irmã parecia um leão de tão descabelada, e tinha alguns hematomas do lado da boca. Os olhos estava vermelhos de chorar e quando viu sua mãe abraçada com o preso. Ela começou a gritar:

- MÃAAAAAAAAAAAAEEE... - gritou forçando o policial a ir de encontro com sua mãe, quem se afastou do preso e foi correndo para a filha.

- SOLTEM MINHA FILHA! MINHA FILHA LÁ SENDO “ESTRUPADA” POR 25 PRESO, E VOCÊS NÃO FAZEM NADA!

- Nenhum quis me comer, mamãe... NENHUM! – disse Blanca “Irmã” aos berros.

Blanca começou a bater no policial com a bolsa de verdura de Dulce.

-NINGUÉM QUIS COMER MINHA FILHA! MINHA FILHA TÃO LINDA QUE EU CRIEI COM TANTO ZELO! COMO É QUE PODE? SÓ TEM CEGO NESSE CABARÉ!

- Tirem essa louca de cima de mim!

Dulce correu até a mãe para apartá-la do policial. Não queria que a mãe fosse presa por Desacato a autoridade. Mas Blanca estava com o cão os couro, e empurrou-a longe. Outro policial afastou sua mãe de sua irmã, e as duas começaram a gritar. Quando olhou para o lado viu como uma equipe daqueles programas de Televisão “Pé de cadeia” que passam na hora do almoço, chegavam com uma câmera. Meu Deus do céu, estava lascada... Agora sim, estava lascada!

- Vejam como essa humilde Senhora está quebrando a delegacia. – e a câmera focalizou Blanca quebrando o vaso na parede, enquanto continuava a bater no policial. – Tudo isso é a revolta de uma mãe que luta por justiça! Uma mãe que vê sua filha presa por um crime que ela não cometeu. Nós queremos justiça nesse país tão imundo pela corrupção, pela fome, pela miséria! QUEREMOS JUSTIÇA! - a câmera desviou do repórter e focou em Blanca, que estava com a mão no peito, enquanto mexia a boca torta fazendo uma careta de dor.

- SOLTEM A MINHA FI...lha...  – e a voz falhou à medida que ela caía.

Se aparecesse na Televisão, corria o risco de perder seus clientes. Meu Deus do céu! Mas não poderia deixar sua mãe desmaiar assim. E correu para ampará-la, mas o preso que a consolava estendeu as mãos, bom, estendeu UMA das mãos e a pegou antes que ela caísse. E os policiais aproveitaram a queda de Blanca para levar sua irmã para outra sala, já que ela não podia mais ficar numa cela com 25 meliantes.

Nesse momento ouviram-se assovios por toda a delegacia, até mesmo dos policiais. E mesmo sem se virar para ver quem era, Dulce soube que era Claudia. Homem sempre conhecia uma pu*ta.

- Dulce... – chegou sua irmã rebolando a bunda como sempre, quem ignorou os assobios e as palavras obscenas. – Me conta tudo pelo o amor de Deus! – disse ela nervosa, ainda sem ver a mãe nas mãos do preso, com a câmera em cima de seu rosto.

- Clau, parece que pegaram ela roubando cem reais do busão que ela trabalha...

Blanca “Irmã” foi acusada de roubo pela empresa de ônibus que ela trabalhava. Na verdade, todos sabiam que havia sido seu esposo que havia subido no ônibus e metido a porrada nela na frente de todo mundo. Mas ameaçou a todos, se dissessem uma palavra, morreriam. E a empresa de ônibus, responsabilizou Blanca pelo assalto, quem não negou com medo de ser morta pelo marido. Assumiu a culpa e agora estava presa, desempregada e com a ficha suja...

Foi aí que Claudia viu sua mãe e as três se abraçaram, chorando, enquanto a câmera não saía de cima delas, gravando aquela cena comovedora. 

Blanca não deixaria sua filha desamparada, todas sabiam. A levaria pra trabalhar no Ardilla como garçonete... porque como caixa ela jamais confiaria.

Meia-hora depois Dulce recebeu um toque no celular. Desgrudou da mãe que tomava uma garapa de açúcar, e Claudia prometeu cuidar dela. Dulce já sabia que era ele, por isso nem olhou o celular. Ela saiu correndo para os fundos da delegacia quando viu aquela moto parada, ele descendo e tirando o capacete com aquele macacão, despertou nela uma tigresa no cio, uma égua galopando pelos pastos atrás do seu garanhão! Foi até lá e ele a recebeu com um abraço apertado, enquanto saiu da moto...

- Quero um beijo! – sussurrou ele em seu ouvido, à medida que suas mãos subiam pelas costas dela.

comentem...*

plies