Fanfic:  O Homem do Gás *(vondy)*

QUANTO MAIS ALTO VOCÊ SOBE, MAIOR SERÁ A QUEDA...

Na feira do rolo, Poncho se encontrava no meio de muitas motos enfileiradas e muitos homens. O barulho tomava conta das rodas de conversas e negociações. Alguns passavam e falavam com ele. Poncho tentava vender a moto, mas ninguém se interessava em sua proposta. Disse a Dulce que arrumaria no máximo cinco mil pela moto ano 1997, e  na verdade ele estava pedindo seis mil para ficar com o resto e jogar no bingo.

Algo vibrou no bolso da calça e ele meteu a mão lá dentro, pegando o celular. Não precisava nem ver para saber que era Dulce.

- Fala...

- Poncho e aí?

- Dulce, já tem dois interessados aqui... – mentiu.

- E quanto tão pedindo??

- Maximo que achei foi 6.000, a moto não ta lá essas coisas...

- Melhor que nada...venda logo isso porque tenho que pagar o que o Agiota que me emprestou o dinheiro. Se eu não pagar hoje, ele vem me matar! Veja aí o que faz e me liga.

- Dulce...espera!

Dulce, que já desligava, continuou com o telefone no ouvido.

- Sim..?

- O que você acha de mais tarde a gente ir comer uma coxinha na lanchonete do Seu Valdo? Faz tempo que não saímos...

- Não dá, Poncho! Assim que você trouxer a grana, tenho que ir pagar ao agiota... Aí depois te dou algum troco e você come lá mesmo a coxinha...

- Sem você não tem graça... Amanha então??? - falou esperançoso.

- Não tem como, amanhã irei na Sessão Descarrego com minha mãe e minhas irmãs...

- Depois de amanhã?

- Poncho tô ocupada, tchau...

- Tchau... – disse ele tristemente.
Poncho estava desconsolado, queria salvar seu casamento... Passou mais uns minutos pensando no que fazer para conseguir Dulce de volta. E logo quando um rapaz se acercou a ele interessado na moto, fechou logo a venda e vendeu a moto por 5.000. Mas teve uma grande idéia para ganhar os outros trezentos que faltava. Não iria decepcionar Dulce, iria multiplicar a grana e comprar um presente pra ela, além de pagar ao agiota.

Chamou seu amigo de jogatina Zé do bode...

E saiu na bike com Zé na garupa e foram pro bingo do bicheiro Adamastor...

O bingo estava repleto, em plena tarde toda vagabundagem do México estava presente.
Poncho era bem conhecido no meio, por sua fama de apostador e não aceitar perder.
Um dia tinha apostado até Dulce, mas tiraram ele a força de lá... Enrolava os trocos das verduras de Dulce, e corria pra lá. Ganhava poucas vezes, mas sempre ganhava se achava o foda da parada...

Poncho começou as apostas, bateu na quina e ganhou 100 reais. E se sentindo a pessoa mais sortuda do mundo, pagou uma rodada de pin*ga para os amigos...

A jogatina ia bem e a cachaça também...

Dulce tinha saído da casa de Maite as 6 da noite. Passaram tanto tempo conversando que ela nem se lembrou que esperar Poncho chegar com o dinheiro de Christopri.

Fez um miojo, não estava pra cozinha hoje. Tomou um gole de café frio e foi assistir a novela. Suspirou, vendo como o casal principal da novela se beijavam... E isso lhe trouxe a lembrança de Christopri, queria vê-lo, mas não podia tinha que esperar Poncho... Não ia ter coragem de vê-lo sem lhe dar o dinheiro que lhe pediu emprestado. Quando terminou a novela, a vontade de vê-lo, de ouvi-lo foi mais forte que ela... Levantou-se rapidamente e pegou o cartão telefônico escondido dentro de sua bota velha, onde estava guardado seus documentos e o dinheiro das marmitas, para que Poncho não pegasse. Guardou tudo e foi para o orelhão na esquina, que por sorte estava vago.

Discou o número da Anaconda’s Gás, e uma voz sonolenta, rouca, sexy...atendeu:

- Anaconda’s...

- Boa Noite! – disse ela não se agüentando por dentro em ouvir essa voz linda.

-Dona Dulce!!!!!!!!!!!!