- Ah...entra aí, no fim do corredor é a cozinha.. – disse olhando diretamente nos olhos daquele homem perfeito.
Ele passou por ela com o botijão em cima de um ombro. E ela olhava tamanha força. Ele parecia ter mais de 1.80, o macacão estava meio sujo... Mas adorava homens másculos. Apesar de seu marido ser esguio. Via cada detalhe daquele corpo que não entendera como o seu começava a reagir somente com a presença de um estranho... Podia ver a anatomia masculina fazer um vulto sobre a virilha e as coxas grudadas no tecido... Não se conteve e passou o pano de prato na cara limpando o suor. Realmente ela tinha sido afetada de alguma maneira...
Correu até a cozinha não ia perder um só momento do homem trocando seu gás...
O macacão meio aberto em cima uns 4 botões, expôs um tórax firme bem desenhado, liso. A gota de suor que descia do pescoço dele se escondia naquela barriga... tragou a saliva, escondendo sua língua que tremia por sair e averiguar, Deus sabe, onde essa gota estava indo parar.. Maite nem sequer olhava para ele. Mas por que não? Será que ela estava louca de admirar um peão? Podia até ouvir sua mãe lhe dizendo uma e outra vez que ela não teria sorte no amor, porque nunca soube escolher seus homens. Namorou um bicheiro, um sapateiro e se casou com um vagabundo. Por Deus, e agora se sentia atraída por um entregador de gás? Dulce riu por baixo de sua sorte. “É Dulce você tá de mal a pior.” Mas bem que aquele corpanzil lhe daria uma boa diversão. Podia pegar ele ali mesmo, jogar por cima das marmitas e rasgar suas roupas e passar horas em cima dele gemendo e gritando...
Ela nem se deu conta que ele já havia terminado o serviço e estava na sua frente esperando o pagamento...
- Acabei... – disse ele olhando para ela. Havia tirado a luva grossa que usava para pegar o gás, para não deixar sua palma cheia de calos.
Ela parecia algo hipnotizada. E ele ergueu uma sobrancelha. Era impressão sua, ou essa mulher estava lhe paquerando? Tragou a saliva, ao baixar a mirada aos seus seios descobertos pelo decote do vestido de alcinha. Era apetitosa, esses peitos dariam um bom banquete... Se moveu com incomodidade, ao sentir como seu próprio corpo começava a se animar. E o mais impressionante, em só observar uma mulher.
- Dulce, Dulce, DULCE ! – Maite gritou impaciente, vendo que estava no meio de uma batalha sensual.
Dulce despertou com o grito e se moveu nervosa para o lado.
- Oi? – E viu como ele ainda seguia ali parado diante a ela, esperando o dinheiro. - Ai me desculpa tava aqui preocupada com o arroz.. – ele esboçou um sorriso e assentiu.
Dulce tirou o dinheiro do seu bolso e ficou atenta a cada movimento dele. Principalmente, em como ele levava sua mão ao bolso traseiro para pegar as notas para o troco. Aquilo fazia com que os músculos de seus peitorais quase saltassem para fora. Dulce tragou a saliva nervosa, e enxugou as mãos suadas no pano de prato.
Na sua vida toda nunca tinha desejado ser uma mão, para tocar aquela bunda grande empinada e perfeita... Realmente teve a certeza que não estava sã, nunca se sentira assim atraída por um estranho, nem sabia seu nome e já tinha vontade de tomar seu corpo... Talvez fosse a carência. Estava quase há um ano sem ter um homem, por mais que tivesse um dentro de casa. Estava há muito tempo sem sentir essas coisas por um homem... Há mais de um ano que vivia trancada dentro de casa, vivendo para o trabalho sem querer pensar em homem. Homem só trazia desgraça, e ela já estava vivendo a dela com o que tinha dentro de casa. Pensou que em sua casa estaria segura... Mas havia se equivocado e muito. Tragou a saliva e o observou outra vez. Era a carência, tinha que ser...
- Aqui o troco senhora... – disse ele estendendo o dinheiro para ela, quem o apanhou, ainda encarando-o nos olhos.
- Pode me chamar de Dulce.
- Ok Dulce... – ele riu, e ela se afundou naquele sorriso. - Tenho que ir...preciso entregar mais bujões.
Dulce olhou no relógio e viu que estava na hora do almoço.
- Fica pro almoço.
- Não posso, infelizmente. – ele franziu a testa com desgosto. – Adoraria provar de sua comida... – Dulce ergueu as sobrancelhas com a ambigüidade daquela frase. E quando ele riu outra vez, ela quase desfaleceu de desejo. Apertou os punhos para não voar em cima dele e lhe beijar essa boca linda. – Todos conhecem sua fama de cozinheira de mão cheia. Mas muito obrigado, tou atrasado...
Não podia ser a última vez que o veria. Tinha que vê-lo mais vezes. Há anos não sentira tanta necessidade de alguém como sentira por ele hoje. Precisava saber o que estava acontecendo com ela. E precisava que ele estivesse ao seu alcance para averiguar o que era.
- Me dá o cartão de onde você trabalha.
- Temos adesivos de geladeira... - disse isso colocando a mão no bolsinho do macacão perto de peito.
Dulce sentia sua boca encher de água. Sabia que a qualquer momento poderia babar ali mesmo. Christopher, entregando o cartão fez seus lábios se abrirem para formar um belo sorriso no qual Dulce ficou mais encantada. Sua boca vermelha, molhando os dentes brancos e perfeitos...ligeiramente ele passou a língua no lábios. E Dulce quase gemeu. Agradecia a ele imensamente, seu corpo não estava morto, em um simples gesto seu corpo se acendeu a níveis infernais... Imaginava aquela língua passeando sobre cada pedaço da sua pele. Realmente estava necessitada de um homem, mas queria aquele que estava na sua frente. Não sabia como, mas ia tê-lo para si...
- Bem, tenho que ir mesmo.
Dulce quase riu ao ver como ele parecia que não queria ir. E murmurou:
- É uma pena.
- Que disse?
- É uma pena que ainda tenho que fazer o arroz. Então seu convite fica pra depois...
Ele assentiu como uma promessa.
- Muito obrigado e se precisar e só ligar... – ela riu assentindo. - Entregamos a qualquer hora...em qualquer lugar... – e baixou seu olhar outra vez pelo corpo dela.
- Ah bom.
Era melhor ele ir logo, senão Maite seria testemunha de uma cena de sexo selvagem ali mesmo. Na parede, no chão, onde ele a quisesse...
Para sua sorte, ele foi caminhando até a porta. E ela foi o seguindo para fechar a porta, hipnotizada pelo movimento daquelas nádegas firmes, dançando em um vai e vem.
Ele virou-se e ela perdeu simplesmente o ar...
- Com certeza eu ligarei, gostei do seu serviço.
Ele riu.