Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni
- Maite Perroni... – o homem muito bem apessoado disse sorrindo – Boa noite!
- O que faz aqui? – Maite não ficou nem um pouco feliz com a visita.
Jean arqueou uma sobrancelha mirando a morena com bom humor.
- Eu poderia conversar com você um instante? Se não for incômodo...
- Você vai me desculpar, mas é um incômodo sim. – disse irritada – Acabei de chegar do trabalho e estou muito cansada para receber visitas. Aliás, como encontrou minha casa? Como sabe onde eu moro?
- Eu poderia lhe responder todas essas perguntas e outras mais que imagino que tenha a me fazer se pudesse, por favor, me deixar entrar.
A morena suspirou impaciente.
- Ok. – disse estendendo a mão para lhe dar passagem.
Sentados no sofá da sala, Maite fitava o homem com olhar acusador, esperando uma explicação plausível para aquela visita inesperada.
- Bom, imagino que esteja se perguntando o porquê da minha visita.
- Primeiro eu quero saber como foi que encontrou minha casa.
- Digamos que não é difícil descobrir. Você trabalha para uma amiga minha, o William é um velho conhecido. Saber a rotina da casa dos Portilas não é um problema para mim. Eu só precisei seguir o motorista. Durante o dia ele serve a casa, mas o seu primeiro e último trabalho do dia é servir você. Claro que por ordens de Anahi. Imagino que se sinta privilegiada, senhorita Perroni. – a morena o encarou com irritação – Não é fácil conquistar a atenção especial de uma mulher como ela.
- Creio que não esteja aqui para falar de como a Anahi trata seus funcionários, senhor Jean Pierre. E eu já estou cheia de ouvir isso por hoje!
- Acredite, minha cara, você é muito mais que uma simples funcionária para Anahi. – sorriu maldoso – Mas de fato não estou aqui para falar da vida amorosa da minha amiga.
Maite o fitou com indignação.
- Estou aqui para falar da minha vida amorosa. – completou.
- Se procura o Cristian veio ao lugar errado. E se está pensando que irei mover um dedo sequer para ajudá-lo a falar com ele, está duplamente enganado.
- Vejo que já sabe que não nos falamos desde o ocorrido na festa. Imagino que saiba de tudo com detalhes. Ele me falou muito de você e se não me engano é mais que uma amiga para Cris.
- Sim, o Cris é como um irmão para mim e como tal eu quero a felicidade dele, coisa que ao seu lado acho difícil ele ter.
O homem barbado sorriu fraco.
- É claro que você deve me achar um cafajeste, no seu lugar eu também concordaria. Mas acredite, eu tenho meus motivos para querer manter discrição.
- Manter discrição é muito diferente de desprezar e tratar com indiferença, Jean Pierre!
- Sim, concordo. Confesso que me desesperei de certa forma ao vê-lo ali naquela festa. Não imaginei que ele estaria lá naquela noite.
- Se desesperou porque tinha medo de ser visto ao lado dele ou porque estava com a Anahi ao seu lado? – provocou com raiva.
Jean não conteve o riso.
- Vejo que não sou o único que tem questões pendentes relacionadas à sexualidade por aqui.
- O que é que você está querendo, Jean Pierre? Fale de uma vez e pare de fazer insinuações.
- Veja bem, minha querida, eu quero, aliás, preciso me acertar com o Cris. Pode não parecer, mas eu gosto muito dele. Ele não me atende, não responde às minhas mensagens. Eu não sei exatamente onde ele mora. Pensei que pudesse me ajudar a conversar com ele.
- Você está brincando, não é? – Maite disse exasperada – Depois daquele papel ridículo que fez com o Baby C na festa, depois de eu ter visto o estado que ele ficou por sua causa, você acha mesmo que eu vou te ajudar?
- Baby C? – Jean tinha uma sobrancelha arqueada.
- É a forma como nos chamamos, mas isso não interessa. Deixe o meu amigo em paz, você já fez ele sofrer o suficiente! Por que quer ir atrás dele? Imagino que um homem como você tenha muitas pessoas aos seus pés. Homens e mulheres! Olha, – disse tentando se acalmar – o Cris é um cara incrível. Ele tem um bom coração, é amável, respeitoso, bondoso e se entrega de verdade quando ele gosta de alguém. Não merece ser tratado que nem lixo, ser usado e depois jogado fora. Enquanto eu for amiga dele eu não vou deixar que você o machuque. Não mais...
- Eu entendo que esteja assim por causa dele, mas com a veemência com que fala imagino que não seja só por ele que está sendo áspera assim. Então eu vou deixar algumas coisas bem claras aqui para que não haja mais nenhum mal entendido. Maite, eu e a Anahi somos amigos, amigos de longa data. Não nego que já tivemos uma história, mas isso foi há muito tempo atrás. Em nossa adolescência ainda. Nessa época Anahi não admitia seu, digamos, apreço pelas mulheres. Namoramos por um tempo, mais pela pressão que nossas famílias faziam do que por qualquer outra coisa. Meu pai sempre fez muito gosto na nossa relação. Até hoje tem esperanças de que eu largue a minha vida boêmia e me case com ela. Mal sabe ele que essa possibilidade é inexistente. Eu não vou negar que até um tempo atrás eu mantinha minhas investidas nela, apenas na esperança de que se ela aceitasse poderíamos viver de aparências. Duas famílias tradicionais... seria perfeito para manter os nossos verdadeiros gostos camuflados atrás da nossa família perfeita. Eu nunca cheguei a propor isso a ela, de fato. Anahi pode ser um tanto quanto grosseira quando quer. O fato é que eu sei que ela sempre foi e sempre será lésbica.
Maite corou diante do homem.
- Eu não estou entendendo aonde quer chegar com tudo isso. Não me interessa a vida dela, muito menos a sua. Não me importa o que são ou o que fazem de suas vidas. Só não se meta com o Cristian e ficará tudo bem.
- Vou fingir que não percebi o seu tom ameaçador. – disse irônico – Estou lhe contando tudo isso para que entenda a nossa relação e que estou sendo sincero quando digo que gosto de verdade do Cris. Eu fiz o que fiz para não colocar tudo a perder. Eu era o centro das atenções naquele dia, era meu aniversário. Muita gente da mídia estava lá. O CrisDenis é discreto, mas muitos sabem da sexualidade dele. Uma vírgula no lugar errado basta para a cidade inteira estar comentando e fazendo suposições.
- Não posso acreditar no que eu to ouvindo! Você tem vergonha do Cris, é isso? Vergonha de ser visto com ele porque ele é gay e todo mundo sabe disso?! Sinceramente, o que eu entendo de “gostar de verdade” – disse fazendo aspas no ar – é algo muito diferente.
- Não, Maite! É claro que não! – soltou exasperado – Você não entende...
- E nem quero entender!
- Você não conhece o pai que eu tenho. Ele é um homem muito importante, um dos banqueiros mais influentes do país! Ele nunca aceitaria, nunca permitiria. Ele seria capaz de acabar com a vida do Cristian só para impedir que eu me relacionasse com ele. Só para ele não ter a imagem manchada perante a sociedade.
Maite arregalou os olhos sem conseguir respirar.
- Você está dizendo que seu pai seria capaz de... de matar o Cris?
- Não! Não chegaria a tanto. Digo que ele faria de tudo para infernizar a vida dele. A minha vida! Acabar com a carreira profissional dele, incriminá-lo de algo para ele ser preso, sei lá! Eu já vi meu pai fazer esse tipo de coisa muitas vezes com pessoas que entraram em seu caminho.
Maite estava em choque.
- E como sabe que ele não aceitaria você? Como sabe que ele não permitiria sua relação com um homem? Você já conversou com ele?
- Não preciso conversar para saber do pai que tenho. Ele é extremamente intolerante, eu diria até homofóbico.
- Ta, mas você é adulto, independente. Pelo que o Cris me contou você tem a herança da sua mãe e vive muito bem. Não precisa da aprovação do seu pai.
- Vejo que ele te conta tudo mesmo...
- Pois é, tudo!
- Eu não preciso de fato da aprovação dele, mas ele é meu pai. Eu amo ele, independente disso. Ele é minha única família. Eu não passo muito tempo com ele, vivo viajando, mas sei que ele só quer o melhor para mim. Eu perdi minha mãe muito jovem e foi uma dor que eu não quero sentir nunca mais na vida. Meu pai sempre cuidou de nós dois, nos amou e fez de tudo para que tivéssemos o melhor. Ele pode ser o que for, mas disso eu não posso reclamar. Meu pai sempre foi um ótimo pai e marido. Faz 6 anos que minha mãe faleceu e ele nunca levou outra mulher para casa. É claro que teve seus casos por aí, mas nunca ousou colocar outra mulher no lugar da minha mãe.
A morena prestava atenção na feição de tristeza que invadiu o rosto de Jean.
- Mas além de tudo, – continuou – o fato é que ele não vai aceitar e pode prejudicar o Cristian. E eu nunca me perdoaria por isso.
- Eu... eu nem sei o que dizer, Jean.
- Diga que vai me ajudar com o Baby C. – disse com sorriso travesso no rosto.
- Hey, só eu chamo ele assim. Que fique claro!
- Tudo bem, tudo bem. Eu vou tratar de inventar o nosso próprio apelido carinhoso.
- Você gosta mesmo dele, não é? – Maite suspirou.
- Eu acho que sou completamente apaixonado pelo Cristian, Maite. Eu nunca senti nada parecido. O Cris despertou os melhores sentimentos em mim. O tempo que ficamos juntos em Milão foi suficiente pra eu conhecer a pessoa maravilhosa que ele é e isso me deixou encantado. Depois que ele voltou para New York eu continuei vagando pela Europa, mas nada mais teve graça pra mim. Eu sentia um vazio que o Cris havia preenchido e quando ele se foi ficou um espaço no meu coração. Acho que se ele quiser eu sou capaz de levar ele pra Europa comigo para podermos ficar juntos.
- Nossa! Tudo muito lindo, mas essa declaração aí você tem fazer é pra ele, não pra mim.
- E você vai me ajudar?
- Eu até estava pensando em te ajudar, mas depois de ouvir você dizer que quer levar ele pra longe de mim, não sei não...
- Eu tenho uma concorrente, é isso mesmo? Quer dizer, não tenho uma sogra, mas tenho que ser aprovado pela melhor amiga antes?
- É exatamente isso! Para alguém ficar comigo ou com ele precisa do selo de aprovação Baby C e Baby M, caso contrário, nada feito.
- Tudo bem, eu estou disposto a conseguir esse selo pelo Cristian.
- Ótimo! Saiba que sou muito criteriosa. Mas antes de tudo eu preciso conversar com ele. Ele ainda ta muito magoado com você, Jean.
- Eu sei. – disse abaixando a cabeça.
- Vou te dar um voto de confiança. Nunca vi os olhos de alguém brilharem tanto só por falar de alguém que gosta.
- Eu já vi... – disse sorrindo.
- Ah, é? Não me diga que o Cris fica todo meloso assim quando ta com você?
- Não... ele também, eu acho. Mas me refiro à outra pessoa. Os olhos dela brilham quando fala de você. – Maite sentiu seu corpo tenso ao ouvi-lo – Sabe, é até engraçado ver ela assim porque sinceramente eu nunca a vi tão tensa e exalar tantos sentimentos ao mesmo tempo por uma mulher. E olha que não foram poucas que passaram na vida dela.
A morena semicerrou os olhos fechando sua expressão.
- Seja lá de quem você está falando, eu não me interesso em saber.
- Não se faça de desentendida, Maite. A Anahi pode se fazer de durona, mas qualquer um vê que ela está completa e perdidamente apaixonada por você.
Maite sentiu suas bochechas queimarem e rapidamente se levantou do sofá.
- Ok, se já me disse tudo o que tinha pra dizer...
Jean sorriu e levantou-se logo em seguida.
- Obrigado por me ouvir. – disse se encaminhando para a porta.
- Eu vou ver o que posso fazer por você. Não vou garantir nada. – disse abrindo a porta para o homem alto ao seu lado – E que fique claro, se você ousar machucar os sentimentos do Cris, quem vai acabar com a sua vida sou eu! Não se engane, porque eu posso ter essa carinha de anjo, mas sei muito bem ser um demônio quando quero.
- Tudo bem... – disse arregalando os olhos e fingindo surpresa.
Antes de chegar ao pequeno portão de madeira em frente à casa o homem deu meia volta.
- Se me permite um conselho, se dê uma chance de conhecer a Anahi. Ela pode ser uma pessoa incrível debaixo daquela armadura de mulher durona. Não se apegue à rótulos sobre sexualidade, apenas se permita sentir. Eu posso lhe garantir que, do jeito que ela está perdida de amores por você, você não vai se arrepender se der uma chance a ela.
Maite levantou as sobrancelhas e o fitou séria.
- Até breve, senhorita Perroni. – disse saindo em direção ao seu carro estacionado ali em frente.
Maite estava sentada à mesa da cozinha mergulhada numa pilha de relatórios. Seu corpo cansado repousava na cadeira, mas sua mente viajava longe dali.
“Quantas informações e revelações eu tive hoje. Essa história estranha da família do Jean Pierre, o problema da filha do William, essa bondade toda da Anahi... Quantas coisas acontecendo e eu alheia a tudo. Não imaginei que ela fosse assim. Claro, sempre soube que ela não é má pessoa, mas ela é tão fechada, sempre me pareceu tão indiferente à sentimentos. – suspirou – Meu Deus, a cada dia essa mulher me surpreende... E parece que todo mundo resolveu dar uma de cupido e me empurrar pra ela. Como se eu já não fizesse isso sozinha... Quanto mais eu tento me afastar mais algo me puxa para ela. Será que eu devo? Eu já estou envolvida demais, ela me deixa de um jeito que não consigo explicar. Não dá pra ficar nesse jogo a vida toda. – rolava a caneta em sua mão pelos lábios enquanto soltava um suspiro atrás do outro –Eu não sei... Eu não sei. Vou deixar acontecer e ver onde isso vai dar. É...”
***
- Há muitas divergências nos relatórios que analisei, Anahi. Está claro que vem havendo desfalques nas finanças da empresa há pelo menos 6 meses.
Chefe e assistente conversavam em sua sala naquela manhã de quarta-feira.
- Sim, isso é óbvio, Maite. O que eu quero saber é se isso é prova suficiente para incriminar o meu irmão?
- Infelizmente não. Esses relatórios são do setor financeiro da empresa. Ele é o Diretor Financeiro, mas não trabalha sozinho. Isso é prova de que os erros vêm daquele setor, mas não prova que é ele quem está desviando a verba. Para incriminá-lo precisaríamos de comprovantes de transações. Análise de contas bancárias. Documentos com assinatura dele, por exemplo.
- Mas que inferno! Esse miserável... é claro que ele faria tudo perfeitamente bem feito. Ele não é idiota. Trabalha nessa empresa desde o seu último ano na faculdade, quando tinha 22... e isso já faz 10 anos. Ele tem uma vantagem enorme sobre mim, que estou aqui há apenas 3 anos.
- Você tem menos tempo aqui, mas conhece tudo como a palma de sua mão, Anahi. – Maite tentou acalmá-la – Cada setor, toda a organização... Eu não estava aqui na época, mas sei muito bem que o senhor Portila fez questão de treiná-la pessoalmente para ficar no lugar dele. E você aprendeu muito bem, tanto que conduz com excelência essa empresa há dois anos.
- Não era pra ter sido assim. Não era pra eu ter assumido. – Anahi suspirava, sentada à sua mesa sendo amparada por Maite, sentada ao seu lado – Não era pro velho ter ido e deixado a gente aqui desse jeito! Ele sempre foi o melhor, a melhor pessoa pra sentar aqui nessa cadeira e tomar conta de tudo, da nossa família. A minha mãe já me deixou tão cedo, ele não podia ter ido assim!
Maite observava a loira ao seu lado, sentindo sua voz embargada.
“Quando que a Anahi ficou tão sentimental assim? – pensou – Espera... Ela ta chorando? Ai meu Deus, ela ta chorando! O que eu faço? Ela é sempre tão forte, não sei reagir a uma Anahi frágil desse jeito.”
A morena observava sua chefe que apoiava seus cotovelos na mesa. Tinha as mãos sobre o rosto e suspirava pesado, tentando abafar o choro. Maite engoliu seco e abraçou-a de lado. Pousou uma mão em seu cabelo e fez um carinho leve, tentando consolá-la.
- Eu... nós vamos dar um jeito, Anahi. – dizia com uma voz suave – Vamos resolver essa situação, não fica assim. Há coisas na vida que não têm explicação, não têm um por que. Simplesmente acontecem, talvez para nos testar, talvez para nos tornar pessoas melhores. O fato é que o que a vida espera da gente é que sejamos fortes. Ela vem, nos derruba e espera que nos levantemos mais fortes que da última vez, e tudo isso para voltar e nos derrubar de novo, e de novo, e de novo... E a cada vez que a gente se levantar ter a certeza que estamos mais fortes e mais sábios, para que quando ela volte o desafio de nos fazer cair seja maior. Até o dia em que sejamos fortes e sábios o suficiente para permanecer de pé.
Anahi se acalmou sob os braços de Maite e conteve seu choro. A morena se afastou e a observava com ternura no olhar.
- Está mais calma?
- Sim, obrigada. – Anahi mantinha a cabeça baixa, com os olhos fixos em suas mãos sobre a mesa.
- Estranho te ver assim, quer dizer, eu nunca te vi tão... frágil. – sorriu sem jeito.
- Eu acho que é TPM, só isso. Eu não sou frágil. – disse séria encarando a morena.
- Hey, – Maite a fitou, levando uma mão até seu rosto e secando as lágrimas com o seu polegar – tudo bem ser frágil às vezes. É normal. E é bom para eu saber que você é realmente humana.
Anahi sorriu em negação.
- Está debochando de mim, senhorita Perroni? – perguntou com bom humor.
- Eu? Jamais, senhorita. – sorriu retirando a mão do rosto da loira – Só... gostei de saber que você tem sentimentos.
- Você é muito gentil, Maite. – as duas se olhavam fixamente – E muito boa com as palavras.
- Obrigada. – sorriu – Eu tenho que ser, afinal, uma advogada que se preze tem que saber usar as palavras certas na hora certa.
Por alguns segundos o silêncio se fez presente. Diferentemente das outras vezes, havia carinho e ternura em seus olhares.
- Bom, vamos trabalhar porque a sessão de drama já foi suficiente por hoje. – Anahi desviou sua atenção rapidamente.
O fim do expediente chegava e o trabalho seguia normalmente. Maite permanecia concentrada em seus afazeres enquanto Anahi só conseguia observar a moça na mesa ao lado.
“Por que ela tinha que ser tão perfeita? Além de competente, profissional, uma excelente pessoa, é linda, doce, amável... É adorável! Eu não vou conseguir tirar ela da minha cabeça. A cada dia que passa eu me encanto mais por essa mulher. Maite...” – sorriu num suspiro.
- Vai precisar de mais alguma coisa por hoje, Anahi? – a morena disse despertando sua chefe de seus devaneios.
- Não... Não. Pode ir, Camila.
- Então até amanhã.
- Até...
***
- Você me chama pra jantar na sua casa e não tem comida? É isso mesmo?
Cris ralhava com Maite na sala de estar da morena.
- Ai, eu to muito cansada, Baby C. – disse jogada no sofá – Você bem que podia fazer alguma comidinha gostosa daquelas que só você sabe fazer, né...?
- Eu nunca vi mais folgada que você, Maite! Me chama pra jantar com você e eu que tenho que cozinhar?
- Vai, Baby... Por favorzinho?!
- Ta, ta bom, criatura chata! – disse se encaminhando em direção à cozinha – Mas você vai me ajudar.
- Tudo bem, eu ajudo. – saiu atrás do amigo.
Preparavam uma macarronada enquanto riam e conversavam. Maite tomava vinho e olhava impacientemente para o amigo.
- Maite, fala logo! Pelo amor da minha santinha!
- Hã? Falar o que?
- Você ta me olhando com essa cara de cachorro que comeu a correspondência desde que eu cheguei. Se quer me contar alguma coisa, fala logo!
- Não, é que... – tomou mais um gole de seu vinho – Bem, o...
- Fala logo antes que eu dê com essa colher de pau na sua cabeça pra ver se desenrola.
- O Jean teve aqui ontem. – disse de uma vez.
- É o que? – o moreno arregalou os olhos e a encarou.
- O Jean Pierre, aquele seu amor engomadinho. Veio aqui em casa ontem conversar comigo.
- Primeiro, ele não é o meu amor. Não mais. Segundo, como ele sabe onde você mora? E terceiro, o que ele queria com você?
- Bom, ele... Ele veio me pedir ajuda pra falar com você.
- Ah, mas é claro! – disse mexendo o molho na panela sobre o fogão o mais rápido que conseguia – Não estou acreditando que aquele cretino veio procurar você!
- Não, Cris... Calma. Ele conversou comigo. Me pareceu bem sincero.
- Maite, não se deixe enganar pelas belas palavras, pelo tom galanteador, por aquela barba rala naquele rosto másculo, mas delicado, aquele perfume bom que ele exala a cada movimento...
A morena tinha uma sobrancelha levantada encarando o amigo.
- Ok... Eu já entendi o quão encantador ele é. – disse aos risos.
- Isso não importa. Ele pode ser um deus grego, mas não presta. Só queria me usar e eu fui um idiota que caí no conto da cinderela. Estou com 27 anos na cara e ainda caí nessa...
- Cristian, escuta... Ele veio aqui me explicar o porquê ele agiu daquela forma contigo na festa. Me pareceu bem sincero.
- Sincero? – riu com sarcasmo.
- Você tinha que ter visto ele falando de você, Baby C. Ele se declarou, disse que acha que está apaixonado por você...
- Acha? Eu estou velho demais pra ficar me estressando com gay encubado, Maite . Se ele não me quer, assumidamente falando, tem quem queira.
- Pelo menos dê uma chance pra ele conversar com você, Cristian. Pra ele se explicar. Pelo que ele me disse essa questão com o pai dele é bem séria.
O moreno suspirou.
- Conversa com ele e se achar que não vai dar certo você termina tudo dignamente. Você diz que está velho demais pra ficar nesse jogo, mas age como um adolescente ignorando ele dessa forma.
- Olha quem fala! E você que fica nesse joguinho de gata e rata com a Anahi.
- Não começa com esse assunto, Cristian. – a morena disse bufando.
- Eu começo sim! Você ta louca nessa mulher, ela ta caidinha na sua e vocês ficam nesse vai não vai. Por que não deixa rolar de uma vez?
- Não é tão simples assim, Baby C.
- Eu não vejo nada complicado. Você ficou com ela e gostou, e gostou muito! Pelo que me diz ela não para de te olhar e de insinuar que está afim de você. Qual o problema de dar uma chance pra essa relação acontecer? Se der certo, ótimo, se não der, azar... Tem muitas outras mulheres por aí. Tenho certeza que não será problema pra você encontrar uma que te queira.
- Oi? Espera... eu tive uma experiência com uma mulher e você já ta achando que eu vou sair por aí pegando tudo quanto é mulher que me aparecer?!
- Querida, a curiosidade matou a heterossexualidade, já ouviu essa frase? Ainda mais se você matou a sua curiosidade com a senhorita toda poderosa ANAHI PORTILA. Sem chances pra você, meu bem! – disse gargalhando.
- Cala a boca, Cris! Você não sabe de nada. – disse com um sorriso nos lábios.
- E nem preciso saber de muita coisa pra ver que você se molha só de pensar no que ela fez com você. Só de falar nela esses seus hormônios ficam animadíssimos!
Maite sentiu seu rosto queimar. Estava mais vermelha que tomate.
- Idiota!
***
Algumas semanas se passaram e a relação entre chefe e assistente seguia tranqüila, mais amigável do que nunca. Anahi não investiu mais em Maite, resolveu apenas deixar que o tempo passasse e que os ânimos se acalmassem na esperança de que a morena resolvesse tomar uma posição.
- Sim... Entendo. – Maite dizia ao telefone – Você pode mandar o atestado para o setor de RH, Frank... Sim, os dias em que estiver de atestado médico não serão descontados do seu salário. É um direito seu... Tudo bem, melhoras à você. Passar bem.
- Era o Frank do Marketing? – Anahi perguntou.
- Sim. Ele ligou para avisar que está doente. Está com dengue. Ficará 15 dias afastado.
- 15 dias? Não, ele não pode!
- Anahi, ele está doente! Ele vai mandar o atestado e a gente comprova se é ou não é falso, mas vindo do Frank eu duvido muito que seja.
- Não, Maite, você não está entendendo. Semana que vem é o evento em Miami! Ele iria comigo. É ele quem sempre vai. Ele adora essas coisas. Resolve tudo e assiste a todas as palestras chatas enquanto eu só marco presença como dona da empresa. Não posso ir sem ele.
- Chame outra pessoa. Não há nenhuma outra pessoa que lhe seja uma boa companhia durante esses três dias e que você possa levar contigo?
Anahi a fitou por alguns segundos.
- Você!
- Eu? – a morena arregalou os olhos.
- Sim, Maite! Você vai comigo para Miami!
Autor(a): naiara_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
A semana seguinte chegou num piscar de olhos. A tensão de Maite aumentava a cada dia que se aproximava da viagem. Pensar em passar três dias com sua chefe em um hotel em Miami a deixava aflita. Viajariam na quinta-feira de madrugada e naquela noite a morena não conseguiu pregar os olhos até a hora de ir. Às 04h20min ouviu a buzina do carro ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 147
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maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12
Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3
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ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20
Cadeeeee
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Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37
nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17
Terminar? :(
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56
MEU DEUS ALELUIA
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Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42
Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha
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Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39
Terminar? Que papo é esse???
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Postado em 05/01/2017 - 20:57:56
Voltoooou! Que bom posta muito rsrs
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11
saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16
feliz 2017!!