Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni
- Mãe? O que você ta fazendo aqui?
- É assim que recebe sua mãe depois de meses sem nos ver?
A senhora de curtos cabelos morenos adentrou puxando uma mala enorme. Tinha uma bolsa em cada braço e a animação estampada em seu rosto.
- Me ajude aqui, querida. – disse entregando as bolsas para Maite que mantinha uma expressão surpresa – Que cara é essa? Não está feliz em me ver?
- Não, mãe. Não é isso. Só estou surpresa com a visita. – disse ajudando sua mãe com as bagagens – Você não me avisou que viria.
- Pois eu estou tentando te ligar desde o fim da semana passada e você não me atende! Resolvi vir e fazer surpresa. Venha cá. – disse puxando a filha para si – Como você está linda! Sua aparência está ótima. – levou as mãos ao rosto de Maite analisando-a – Sua pele... Está namorando?
Maite arregalou os olhos e pigarreou sem jeito, soltando-se da mãe.
- Eu? Não... Não. Por quê?
- Porque uma pele bonita é sinal de sexo! E sexo dos bons... – sorriu sugestiva.
A morena corou.
- Eu não estou namorando, mamãe. Estou apenas trabalhando e muito! – disse pegando as bolsas da mãe e se encaminhando para o quarto de hóspedes em frente ao seu quarto.
- Me conte uma novidade?! – a senhora a seguiu puxando a enorme mala preta – Você vive para o trabalho, minha filha. Precisa ter um tempo para você, se divertir, namorar um pouco.
- Quando eu estiver com a minha vida profissional bem resolvida eu penso nisso, mamãe.
- E o que mais você quer? Trabalha em uma empresa renomada, tem um bom cargo e um ótimo salário. O que ainda falta?
- Você sabe que não é isso que eu quero, mãe. – terminou de acomodar as malas da senhora no quarto e saiu em direção à sala, sendo seguida pela mãe.
- Ainda está com aquela idéia de abrir um escritório?
- É claro que sim. Esse sempre foi o meu sonho, foi pra isso que eu me formei na área. Quero exercer de fato a minha profissão. – acomodou-se no sofá – Eu tenho um ótimo emprego, mas a minha função lá não é exatamente na área que eu quero seguir.
Daisy encarou a filha e suspirou, sentando-se ao seu lado.
- E a quantos passos está de alcançar esse sonho, minha filha?
- Estou mais próxima do que imagina, mamãe. – sorriu animada – Já tenho uma poupança suficiente para conseguir um bom lugar para montar o escritório. Já até andei pesquisando alguns pontos na cidade. Muito em breve eu já vou poder sair da empresa com segurança para me manter até eu me firmar como profissional da área.
- Isso é ótimo! – a mãe assentiu – Mas como anda o trabalho? Por que não atendeu as minhas ligações no fim de semana? Não vai dizer que estava ocupada trabalhando? Ainda não perdeu esse costume de trazer trabalho pra casa, minha filha? Essa sua chefe anda te escravizando!
- Não, mamãe! Eu não estava trabalhando, quer dizer, estava... Mais ou menos. Eu estava em uma viagem à trabalho em Miami. Acabei perdendo meu celular durante a viagem e só pude comprar outro quando cheguei.
- Então você mudou de número?
- Não. Eu consegui transferir o número do chip para este aqui. – disse mostrando o celular em sua mão.
- Você está trabalhando demais. Deveria pedir um celular novo aos seus chefes, afinal perdeu o celular em uma viagem de trabalho. Nada mais justo.
- Mamãe... – a morena a repreendeu.
- Não me olhe assim, você sabe que é verdade. Desde que entrou nessa empresa não faz outra coisa a não ser trabalho, trabalho e mais trabalho. Antes você conseguia uma folga para ir me visitar. Esteve na Flórida, em Miami que é pertinho de Orlando, e não passou para visitar sua mãe. Agora se eu não venho lhe ver morro seca esperando que você vá. – reclamou.
- Dona Daisy dramática como sempre! – a morena aproximou-se abraçando a mãe de lado – Você esteve aqui não faz nem seis meses, mamãe. – sorriu e depositou um beijou em seu rosto.
- E você acha que é pouco tempo? Eu estou envelhecendo, Maite. Tem que aproveitar enquanto estou viva. Depois que eu estiver velha caquética não conseguindo nem andar não adianta mais. Quero só ver se você irá me visitar.
A morena negou com a cabeça e sorriu.
- Como foi a viagem? Quer comer algo? Estava preparando o jantar, venha me ajudar? Estou com saudades do seu tempero. – puxou a mãe pelas mãos, encaminhando-a até a cozinha.
- A mãe mal chega e você já quer me colocar para trabalhar. Esses são os filhos de hoje em dia... – resmungou com humor.
- Como está o Mark, mamãe? Não quis vir com você dessa vez?
- Eu não sei de quem está falando. – disse séria enquanto cortava alguns vegetais em uma tábua no balcão da pia.
- Vai me dizer que vocês terminaram de novo? – a morena revirou os olhos.
- Aquele velho resmungão estava cansando a minha beleza. Mandei ele ir pra casa. Não quero mais saber de velho cansado na minha vida. Vou procurar alguém mais jovem, que seja mais animado e não queira saber de ficar só em casa vendo TV e bebendo cerveja. Eu quero sair, me divertir. Quero alguém que me leve para jantar, para viajar. Que tenha um mínimo de romantismo e que seja mais animado na cama. O Mark me dava sono! Deus que me perdoe.
Maite gargalhou.
- Coitado, mamãe. Ele é um bom homem. E é só 10 anos mais velho que você.
- Bom até demais, minha filha. Eu tenho 53, mas minha alma é jovem. Ainda não estou morta muito menos cansada. Minha filha, eu vou te dar um conselho. Quando for procurar um homem pra firmar um compromisso, escolha um bom homem, mas não tão bom assim. Homens bonzinhos demais são entediantes. Escolha alguém que seja bom para você, que te trate bem, com respeito, que seja romântico e carinhoso, mas que saiba ser malvado quando tiver que ser, se é que você me entende. – Maite a encarou com os olhos arregalados – Escolha alguém que te apóie, mas que bata de frente com você. Que seja seu alicerce, mas que saiba te deixar de pernas bambas na hora certa. Esses sim são os melhores homens!
Maite divagou em seus pensamentos imaginando se Anahi se encaixava e todas as qualidades que sua mãe descrevia. Antes de chegar a uma conclusão afastou aqueles pensamentos.
- O papai era assim? – questionou curiosa.
- Ah, o seu pai... Nunca vou encontrar um homem como ele. Aquele sim era um homem de verdade. O único defeito dele foi ter me deixado tão cedo. – sorriu saudosa.
A noite continuou regada a conversas descontraídas e animadas. Após o jantar conversaram por mais um tempo, matando as saudades para logo em seguida irem dormir.
Na manhã seguinte Maite acordou sentindo cheiro de café fresco. Sua mãe já a esperava na mesa do café.
- Humm... – a morena disse sentindo o cheiro de café da manhã – Bom dia! – abraçou a mãe, beijando-lhe a bochecha.
- Bom dia, querida.
- Seria tão bom ter esse café da manhã caprichado todos os dias. – sentou-se à mesa.
- A companhia da mãe ela não faz questão, mas uma empregada seria bem vinda, não é?!
- E esse drama logo pela manhã... – Maite sorriu.
- Tome logo o seu café para não se atrasar. E coma direito, você tem trabalhado demais, precisa se alimentar bem.
- Eu não estou trabalhando demais, mamãe. Estou trabalhando o suficiente para me sustentar.
- Você já deveria ter comprado um carro. Seria muito mais cômodo pra você.
- Eu não estou em condições de comprar um carro, mamãe. Não agora. Talvez depois que eu abrir o escritório.
- A sua sorte é que esse motorista da empresa vem te buscar todos os dias. Imagina só o dinheirão que gastaria com passagens de táxi. Eu preciso ter uma conversa com essa sua chefe. Você está trabalhando demais, ela poderia te dar um aumento.
Maite engasgou com o café ao ouvir a mãe.
- Nem pense nisso, mamãe! – disse em meio à tossidas, sabendo que a mãe seria capaz de ir falar com sua chefe – Ela me paga o que é justo, na verdade até mais do que uma assistente recebe. E ela é uma boa chefe sim. O motorista que vem me buscar não é da empresa, é o motorista particular dela.
A senhora a encarou com a sobrancelha arqueada.
- Pelo visto ela gosta mesmo de você e do seu trabalho. – Maite a encarou de volta para logo desviar o olhar – Nada mais justo! Você trabalha tanto quanto ela que é dona da empresa. Mas quem recebe todos os lucros é ela. Pensando bem, não é tão justo assim. Ela é podre de rica, não é? Dona de várias empresas espalhadas pelo país... Tão jovem e tão rica desse jeito. Alguns nascem com uma sorte e tanto.
- Não é bem assim, mamãe. Ela é sim muito rica, mas ela trabalha bastante pra manter tudo o que tem. Ela perdeu os pais muito cedo, agora toma conta de tudo sozinha.
- É, na vida nós sempre recebemos bônus e ônus. Geralmente um não vem sem o outro.
Aquele foi mais um dia comum na vida de Evellyn e Camila. Trabalharam normalmente como simples executiva e sua assistente. O dia foi tão cheio de trabalho que não houve tempo para maiores aproximações que não fossem profissionais.
- Mãe? Cheguei! – Maite chegou em casa à noite e logo que adentrou ouviu risadas animadas vindas da cozinha.
- Eu conheço um homem que é perfeito pra senhora, dona Daisy! – Cristian dizia sentado à mesa enquanto observava a senhora cozinhar – Ele é mais ou menos da sua idade, mas está com tudo em cima. Ta saradão ainda! Você vai adorar!
- Mas o que significa isso? – Maite estava de braços cruzados encostada no batente da entrada da cozinha – Você já está querendo arrumar homens pra minha mãe, Cris?!
- Não são homens, meu bem. É O HOMEM! – o moreno gargalhou – Ele trabalha comigo lá no hospital, é um homem vistoso, bem apessoado. Você tem que ver. Até eu me arriscaria se soubesse que ele gosta da fruta.
As mulheres gargalharam diante do rapaz.
- Mas como ele é? Ele é bonito? É cheiroso? – Daisy questionava – Qual a idade? Tem filhos? É separado ou viúvo?
- Humm... to vendo que alguém se interessou. – Maite achou graça e se sentou ao lado do amigo.
- Eu acho que tenho uma foto dele aqui no meu celular. Espera. – disse abrindo a galeria de imagens em seu celular – Ele tem 55 anos. É separado, a ex mulher mora na Europa, pode ficar tranquila. O filho mais velho dele, que é lindo de viver, diga-se de passagem, trabalha no hospital também. A filha mais nova mora com a mãe. Olha aqui a foto. – disse aproximando o celular.
- Nossa senhora das idosas encalhadas! Que homem... – disse se abanando.
- Nossa senhora das idosas assanhadas, você quer dizer, não é, mãe! – Maite repreendeu.
- Ih, me deixa! Só porque você quer ficar aí solteira e sozinha eu tenho que ficar também? Eu quero mais é aproveitar a vida, minha filha. Não tenho mais tempo igual a você não.
- E quem disse que ela não ta aproveitando, dona Daisy? – Cris soltou uma risadinha maldosa.
Maite arregalou os olhos e fechou a expressão, repreendendo o amigo.
- Ah, bem que eu desconfiei! Ontem mesmo comentei com ela, olha essa pele, Baby C. – a senhora fitou a filha – Esse brilho nos olhos, nos cabelos... Essa expressão é de gente tem feito sexo. E sexo dos bons!
A morena sentiu seu coração acelerar e suas bochechas queimarem.
- Eu não mereço dois pervertidos como vocês na minha vida. Não mereço mesmo, viu?! – disse se levantando para buscar água na geladeira.
- Não, você merece apenas um que te deixe assim, com essa aparência vívida e bonita. – a mãe disse sorrindo maliciosa – Quem é que está te fazendo esse bem, hein?
- Não há nenhum pervertido na minha vida além de vocês dois, mamãe. – disse tomando um gole da água em seu copo.
- Depois de velha vai querer mentir pra sua mãe? Eu te conheço muito bem, Maitezinha. Quem é o felizardo que conseguiu tirar essas teias de aranha desse seu coração?
- Olha, dona Dayse, acho que dessa vez ela não vai contar nem sob tortura. Ela não quer admitir nem pra ela mesma que está apaixonada... – Cris provocou.
- Vocês dois me deixem! – disse pondo o copo sobre a pia e saindo – Vocês dois juntos só servem pra me atormentar o juízo. – saiu resmungando abaixo das risadas dos dois na cozinha – Eu vou tomar um banho e relaxar porque vocês não me deixam fazer isso na minha própria casa.
Os três conversavam animadamente à mesa do jantar como uma bela família.
- Cris, quando você vai me apresentar o seu amigo bonitão? – Daisy perguntou interessada.
- Quando a senhora quiser. – respondeu animado – Deixe comigo que eu vou comentar com ele sobre você. Vou mostrar umas fotos suas no Instagram... Vou deixar ele curioso. E aí quando for a hora eu marco um encontro.
- Ótimo. Mas vai mostrar o meu Instagram à ele? Não mostre todas as fotos. Escolha as melhores e mostre separadamente. Ah! E não mostre aquela do cachorro, por favor!
- Que cachorro, dona Daisy? – Cris gargalhou.
- Tem uma foto lá que estou abraçada ao meu falecido cachorro, o Bob. Deixo ela lá por questões sentimentais, foi a última que tiramos antes dele morrer, tadinho. Mas eu estou horrorosa naquela foto, pelo amor de Deus, não mostre essa foto à ele!
Cristian e Maite não puderam conter o riso.
- Pode deixar, só vou mostrar as melhores!
- Cris, você só sabe levar a minha mãe pro mau caminho. – Maite acusou.
- Se bobear quem me leva pro mau caminho é ela, meu bem. – o moreno debochou.
- Deixe ele, Maite! – a senhora retrucou – Ele é meu segundo filho. Se eu não tivesse certeza de todas as loucuras que já fiz nessa minha vida, poderia jurar que ele é seu irmão. Até se parecem, dois morenos dos olhos cor de mel, assim como eu e seu pai. E Baby C se parece mais comigo do que você, minha filha. Nós somos mais animados, extrovertidos. Você me lembra seu pai, mais calma, tranquila...
- Pronto! Só faltava essa! Fui trocada, traída pelo meu melhor amigo e pela minha própria mãe!
- Depois ela diz que a dramática sou eu. – Daisy disse sorrindo para Cris – Não seja ciumenta, querida. Vocês dois são meus filhos queridos. O Cris é como o filho homem que eu não tive tempo de ter com o seu pai. – afagou o rosto do moreno que sorria emocionado.
- E a senhora é como a mãe que eu não tive. – devolveu o carinho.
- Mãe você teve, mas aquele projeto de beata dos infernos te recusou assim que soube da sua sexualidade. – a senhora disse com rancor.
- Saber ela sempre soube, só fingia não ver. Mas depois que ela se juntou com aquele enviado de satã me expulsou de casa. Ele fez a cabeça dela até que conseguiu me tirar de lá. Se não fosse a senhora pra me acolher eu nem sei o que seria de mim. Eu só aprendi o que é família aos 15 anos, quando a senhora e Maite me mostraram o que é amor fraternal de verdade. – disse emocionado, segurando as mãos das duas.
E foi naquele clima familiar que o jantar seguiu até quando Cris foi embora, já tarde da noite.
***
A semana seguia tranquila assim como os ânimos na empresa. Já era quinta-feira e Anahi vinha sentindo um afastamento da parte de Maite desde o dia em que discutiram.
- Maite? – a loira perguntou, observando-a de sua mesa.
- Sim?
- Está tudo bem?
- Sim. Por quê? – a fitou confusa.
- Você está estranha comigo nesses últimos dias. Foi por causa do que discutimos na segunda-feira?
- Não, não se preocupe. Eu já entendi o seu lado, Anahi. Se você prefere que seja assim eu não me importo. Eu não ficaria com você apenas por motivos sexuais. Só queria que você entendesse o meu lado também.
- E eu entendo. Só queria que confiasse mais em mim.
- Any, eu...
Antes que Camila pudesse terminar de falar o seu celular começou a tocar em cima de sua mesa. Olhou a tela e suspirou pesado ao ver quem era.
- Alô? – atendeu sem ânimo.
- Olá, minha linda! Como vai? – a voz animada do enfermeiro John soou do outro lado.
- Eu estou bem, John. E você?
- Estou melhor agora, falando com você.
A morena sorriu sem humor.
- Mas então... Estou ligando para tentar combinar aquele jantar que você ficou me devendo.
- Ah, sim...
Anahi permanecia séria, observando a conversa.
- Quando podemos? Conheci um restaurante ótimo aqui da cidade, acho que você iria adorar.
- Eu não sei, John. Por agora não é um bom momento pra mim.
- Ora, vamos, Maite! Não é possível que não tenha um momento livre. É só um jantar. Olha, vou te confessar que eu não consigo tirar você da minha cabeça. Eu não penso em outra coisa senão em quando vou poder te ver de novo.
Maite estava tensa analisando a expressão fechada de Anahi.
- Olha, John, realmente não é um bom momento pra mim. Quem sabe daqui um tempo.
- Semana que vem então?
- Não, John...
- Tudo bem, você deve estar ocupada agora. Vamos fazer o seguinte, eu te ligo depois do fim do seu expediente e a gente conversa com mais calma e aí podemos combinar melhor.
Maite não sabia o que dizer, queria apenas terminar aquela ligação antes que Anahi a fuzilasse com os olhos.
- Ta, ta bom então, John. Outra hora combinamos melhor. Até mais.
- Até. Um beijo, minha linda.
Maite terminou a ligação e encarou Anahi que a observava séria.
- Eu... – tentou dizer, mas foi interrompida pela loira.
- Outra hora combinamos melhor?
- Eu só... Só queria cortar ele e finalizar a conversa de uma vez, Anahi.
- Até onde eu sei não é assim que “cortamos” – fez aspas com os dedos – alguém, Maite. Se quisesse mesmo dar um fora nele teria dito com todas as letras!
- Eu não quis ser mal educada, Anahi. Ele só está sendo gentil. Não há motivos para eu ser grosseira com ele.
- De gentilezas como essa o inferno está cheio! – disse se levantando exasperada – E eu não disse para ser grosseira. Há várias maneiras de dar um fora em alguém, isso, é claro, se você realmente quer dar um fora. Se não quer, fica enrolando desse jeito que está fazendo.
- O que você está querendo dizer com isso? – a morena levantou-se também.
- Eu não estou querendo, eu estou dizendo que você não quer dar o fora nele pra ficar nesse joguinho. Não quer assumir um compromisso comigo pra poder ficar livre pra ficar com quem quiser e quando quiser. Acho que já entendi o seu lado, Maite!
- Anahi, não é nada disso!
- E o que é então, Maite? Porque eu te deixei livre pra ter o seu tempo, eu entendo que não seja fácil pra você, sendo seu primeiro envolvimento com uma mulher é natural que tenha receio, mas nem assim você toma uma posição! Você não quer se comprometer. Eu já te disse o que eu sinto, já deixei bem claro quais as minhas intenções com você, mas parece que você não quer o mesmo. Queria apenas uma diversão passageira, não é?
Anahi caminhou até a frente de sua mesa. Estava visivelmente alterada.
- Você poderia ao menos ter tido a decência de dizer que não queria nada sério, Maite! Eu fiquei que nem uma trouxa tentando te agradar, me declarando... Enquanto você só queria sexo. Eu sou muito idiota mesmo!
- Não seja estúpida! – a morena caminhou até ela – Fale mais baixo antes que a empresa inteira nos escute!
- Por quê? Está com medo que alguém saiba que você teve um caso com uma mulher, Maite? Pois não se preocupe porque se depender de mim ninguém saberá. Você não terá mais motivos para ter receio. A partir de agora a nossa relação será estritamente profissional, senhorita. Assim como sempre foi desde quando você entrou aqui.
- Anahi, por favor... – Maite se aproximou, seus olhos marejados a fitando confusa.
- Não encosta em mim! – disse se afastando – Eu não quero saber de alguém que só me toca querendo sexo. Como eu pude ser tão trouxa desse jeito? – sorriu sem humor – Nunca me apaixonei e quando resolvo entregar meu coração pra alguém olha o que acontece!
- Não é nada disso, Anahi! Será que você não entende? – Maite explodiu – Não é simples pra mim como é pra você! Você entrou na minha vida e virou tudo de cabeça pra baixo. Eu nunca me imaginei com uma mulher e de repente você chega e transforma tudo o que eu já tinha bem resolvido em mim em pó! Eu me vi envolvida por você e me entregando cada vez mais. Você já teve o seu tempo para refletir sobre o que se passa dentro de você, mas eu ainda não tive esse tempo! Eu gosto de você, gosto muito! Mais do que eu posso compreender. Eu me sinto envolvida, atraída, encantada por você, Anahi! Você acha mesmo que se fosse só sexo eu estaria vivendo esse conflito dentro de mim?
- Eu não sei, Maite. Eu sinceramente não sei.
- Você é egoísta! Está acostumada a ter tudo o que quer e quando quer. Talvez seja por isso que me quis assim, porque eu não estava ali disponível pra você. Você só pensa em si mesma!
- Eu gostaria de verdade que fosse assim, Maite. Mas a única coisa em que tenho pensado nos últimos tempos é em você, em nós! Eu vivo esse inferno na minha cabeça de não saber se você quer ou não. Se estaria disposta a ter um relacionamento comigo ou se quer apenas se divertir.
- Eu já disse que não é só isso, droga! – Maite se exaltou, sentindo seus olhos arderem e a vontade de chorar tomando conta de si – Será que você não é capaz de ser paciente e esperar o meu tempo?
- Eu esperaria se soubesse o que você sente, Maite. Não posso esperar vivendo essa dúvida. Se nem você tem certeza do que quer, como eu vou ter?
Aquelas palavras atingiram Maite como uma lança em seu peito. Não teve mais forças para discutir, só queria sair dali e desabar. Pegou sua bolsa apressadamente, olhando rapidamente a tela de seu celular para conferir as horas. Ainda faltava pouco mais de 1 hora para o fim do seu expediente, mas ela não se importou. Apenas recolheu suas coisas e saiu dali o mais rápido que pôde.
Aanhi caiu em sua cadeira com os olhos marejados, fazendo um esforço tremendo para não chorar.
“Eu só queria saber o que você sente, Maite. Só isso!” – pensou.
Maite seguiu o trajeto até sua casa sendo observada por William, que nada perguntou, apenas conferia pelo retrovisor se a morena estava bem.
Ao entrar em casa desabou no sofá e se permitiu chorar tudo o que estava entalado em sua garganta.
- Filha? – sua mãe veio ao seu encontro assustada – O que houve, querida? – sentou ao seu lado, abraçando-a.
Maite chorou sem dizer nada por alguns minutos, sendo amparada por sua mãe que afagava seus cabelos. Após sentir a filha mais calma, Daisy buscou um copo d’água para a morena, que tomou calmamente.
- E então, querida, o que houve?
- Eu... eu nem sei como te dizer isso, mãe. – abaixou os olhos encarando suas mãos apoiadas em seu colo.
- Apenas diga, minha filha. Foi algum problema no trabalho?
- Sim e não.
- Então...?
- Mãe, eu... Eu estou com alguém sim. Só que está tudo muito confuso pra mim. Eu não sei explicar. – suspirou fundo.
- Qual o problema? Vocês brigaram?
- Sim.
- Por quê?
- Uma série de coisas, mãe.
- Acho que se você fosse mais clara eu poderia te ajudar melhor.
A morena a encarou nos olhos procurando as palavras para dizer.
- Você está namorando alguém do seu trabalho?
- Sim, quer dizer, não exatamente namorando...
- E o problema é esse?
- Sim e não.
- Maite! Seja mais clara.
- Mãe, eu... bem... Eu e a Anahi...
- Você está tendo algo com sua chefe? – a senhora arregalou os olhos.
- Sim. – Maite suspirou abaixando a cabeça novamente.
Daisy engoliu seco e tomou o copo das mãos da filha, bebendo tudo de uma vez.
- Nossa! – disse após alguns minutos de silêncio – Eu não... Filha, por que não me disse antes?
- Porque isso faz pouco tempo, mãe.
- Eu não sabia que você, bem... que você gostava de meninas também.
- Nem eu sabia, mãe! Isso começou a pouco tempo e foi acontecendo e agora eu estou confusa e não sei como agir e que decisões tomar e agora eu acho que estraguei tudo, mãe.
- Calma! Calma, filha. – disse abraçando a morena – Me conte o que houve?
- Eu estraguei tudo, mãe. Ela disse que quer manter um relacionamento comigo, está apaixonada, mas eu tive receio, ainda tenho! Eu não sei... Isso é novo pra mim, além de eu estar gostando de uma mulher, essa mulher é a minha chefe. Eu não sei que decisão tomar, eu...
- Filha, calma. Respira um pouco.
Maite soltou o ar pesado em seu peito.
- Você gosta dela?
- Acho que sim, quer dizer...
- Acha ou gosta?
- Eu gosto, mãe. Mais do que eu imaginei que pudesse gostar.
- E ela gosta de você?
- Sim, ela tem deixado bem claro o que sente.
- E qual foi o motivo da briga?
- Justamente esse. Ela me propôs algo sério e eu tive receio, não soube reagir, não tomei uma decisão e pedi um tempo. Ela ficou insegura e desistiu de esperar até que eu me sentisse mais segura.
- Filha, veja bem, é a sua primeira relação homossexual, é normal que se sinta assim. Você sempre foi convicta em relação à sua sexualidade e de repente, nessa altura da vida se vê apaixonada por uma pessoa do mesmo sexo. É perfeitamente compreensível. Você diz que pediu que ela esperasse por você, até que se sentisse segura em relação à tudo isso, e ao que me parece ela aceitou. Se ela aceitou é porque ela realmente gosta de você, querida.
- Se ela gostasse teria me esperado, mãe! Não é simples assim, você entender tudo o que está se passando com você e de um dia para o outro se aceitar e ficar tudo bem. Ela já teve o tempo dela pra entender e se aceitar. Mas agora não entende que eu também preciso desse tempo de auto-avaliação.
- Filha, se ela estava disposta a esperar e de repente desistiu é porque provavelmente não estava segura sobre o que você quer e o que sente.
- Mas se nem eu me entendo, mãe...
- Você gosta dela?
- Gosto!
- Há alguma dúvida aí dentro de você em relação ao que sinta por ela?
- Há muitas em relação ao que eu sinto em relação à mim mesma, mas em relação à ela eu não tenho dúvidas. Eu gosto dela, eu estou apaixonada por ela, mãe. – suspirou prendendo o choro.
- Então deixe isso claro para ela. Diga à ela o que sente, seus medos e inseguranças. Seja clara! Com certeza ela irá entender porque um dia já passou por isso também. Mostre à ela que você está confusa em relação à todo esse universo novo em sua vida, mas deixa claro o que sente por ela. Se for verdadeiro deixe-a saber. Talvez ela só precise disso. Saber o que você sente em relação a ela.
- Obrigada, mãe! – sussurrou.
- Pelo que, minha filha?
- Por me entender e me aceitar assim, quando nem eu mesma me entendo.
- Que mãe seria eu se não entendesse? Filha, – segurou o rosto delicado da morena em suas mãos – Eu sou sua mãe e vou te amar independente de qualquer coisa. Não há nenhum problema em se apaixonar, gostar ou amar alguém do mesmo sexo. Por que eu ficaria triste ao ver a minha filha vivendo um sentimento tão bonito quanto amar?
As duas se abraçaram e permaneceram por longos minutos ali, sem nada dizer, apenas sentindo uma a outra.
Maite refletiu sobre tudo o que sua mãe havia dito. Passou a noite pensando em como faria Anahi entendê-la se nem ela mesma a entendia. Ela só tinha certeza de uma coisa: Ela sentia algo por Anahi e não a deixaria escapar.
Na manhã seguinte Maite foi trabalhar disposta a deixar tudo claro para Anahi. Assim que chegou à empresa foi direto para sua sala. Queria resolver tudo o quanto antes.
- Bom dia, Susan. – disse passando apressadamente pela secretária.
- Bom dia, senhorita Perroni.
Maite adentrou a sala já disposta a falar, mas deu de cara com a sala vazia. Voltou imediatamente até a secretária.
- Susan, a Anahi ainda não chegou?
- Ainda não. Disse que chegará mais tarde hoje.
- Ah, sim. Obrigada. – disse desapontada e voltou pra sala.
- Logo hoje que eu precisava falar com você! – sussurrou a si mesma.
Maite esperou impacientemente até às 10h00min da manhã, quando viu a porta ser aberta por ela. Estava de óculos escuros e com a expressão séria.
- Bom dia. – disse secamente.
- Bom dia, Anahi.
A loira sentou à sua mesa e começou a fazer suas atividades diárias como se nada tivesse acontecido.
Maite não tirou os olhos dela um segundo sequer, esperando a oportunidade de falar.
- Anahi?
- Sim? – disse sem olhar para ela.
- Posso falar com você um instante?
- Já está falando, não está?
A morena se levantou sentindo suas mãos suarem e seu corpo estremecer cada vez que se aproximava da mesa de Anahi. Sentou-se na cadeira à frente ficando em silêncio.
- Eu queria me desculpar por ontem. – finalmente disse tendo a atenção da loira – Eu... eu não devia ter falado daquela forma com você, ainda mais aqui dentro da empresa. E...
- Não se preocupe Maite. Acho que já está tudo acertado entre nós, não está?
- Não! Não está.
Anahi arqueou uma sobrancelha a encarando.
- Eu... Eu deveria ter deixado claro para o John que eu não estava disponível.
- Não estava, agora está. Sinta-se livre para ficar com quem quiser, Maite.
- Não! Anahi, espera eu terminar de falar, por favor. – respirou fundo – Eu não quero estar livre, aliás, eu não me sinto livre. Eu me sinto presa à você desde quando você se aproximou de mim. Desde antes de termos algo eu já me sentia atraída e envolvida por você. Você não saía da minha cabeça antes mesmo de nós... enfim. Isso tudo foi ficando mais intenso e mais sério e eu não soube como lidar, ainda não sei na verdade. Eu estou confusa em relação à mim e como eu me sinto, em relação à minha postura diante das pessoas, mas há uma coisa nisso tudo que eu não tenho dúvidas. O que eu sinto por você, Any. Eu não sei explicar, se você me pedir pra expressar em palavras o que é e como eu me sinto eu não saberei dizer. Não vou saber dizer com aquelas palavras bonitas que você me disse quando estávamos naquele momento lindo no iate em Miami, mas eu sinto. Eu só sei que sinto. Sinto algo aqui dentro que é mais forte que qualquer coisa que já senti e isso me deixa com medo e confusa, mas é a melhor coisa que eu já senti por alguém em toda minha vida. – seus olhos estavam marejados e a todo momento ela desviava o olhar para não encarar aqueles olhos azuis que a fitavam – Anahi, eu... eu gosto de você e eu quero muito ficar com você e me descobrir ao seu lado. Eu só queria que você pudesse entender o meu tempo. Eu tenho alguns motivos para querer deixar nossa relação em sigilo por um tempo, e não são os motivos que você citou ontem, posso lhe garantir. Eu só peço que você confie em mim. E... espere comigo esse tempo. Ao meu lado.
Maite encarou Anahi com olhar suplicante. Esperou alguma reação da loira por longos segundos que pareceram séculos.
- Você... quer tentar de novo? – a morena perguntou impaciente.
- Você tem certeza que é isso que quer?
- Eu nunca estive tão certa sobre que quero!
Anahi sorriu e abaixou a cabeça mordendo os lábios. Maite se levantou e foi até ela, estendendo as mãos para que ela se levantasse também. Assim que se pôs de pé sentiu o corpo da morena colidir com o seu num abraço apertado.
- Eu gosto de você, Any. Gosto muito! – sussurrou.
- Eu também gosto de você, May. Mais do que você imagina.
- Obrigada por me entender. - a morena disse.
- Obrigada por não desistir.
Sorriram.
- Mas fique sabendo que o celibato permanece até que a nossa relação fique séria. - Anahi disse prendendo o riso.
- Tudo bem. Eu posso esperar.
Maite se afastou para ficar de frente para Anahi. A encarou por alguns segundos, acariciando seu rosto e colou seus lábios num longo selinho. Anahi a puxou para aprofundar o beijo, mas no mesmo instante ouviram batidas na porta de sua sala, fazendo com que elas se afastassem rapidamente.
- Com licença, senhorita Portila. Aqui estão os relatórios que me pediu quando chegou.
- Oh, sim. Claro. Obrigada, Susan. – disse sem jeito estendendo a mão para pegar a pasta com os papéis.
- Com licença. – a mulher disse se retirando.
- Nós temos que parar com isso antes que sejamos pegas. – Maite sorriu sem graça.
- Assim fica mais emocionante. – Anahi sorriu e a puxou para um selinho rápido.
Horas mais tarde Anahi praguejava consigo mesma analisando os relatórios que recebeu de Susan.
- Mas que inferno que ninguém faz nada direito!
- O que foi, Any? – Maite questionou.
- Está tudo errado! A campanha para a rede de hospitais particulares está completamente errada! Agora sou eu que vou ter que resolver essa... – segurou as palavras – Que inferno!
Pegou o telefone em sua mesa discando um ramal.
- Susan, marque uma reunião com o pessoal do marketing para daqui 15 minutos. Quero todos do setor nessa reunião, todos!
Já no fim do dia Anahi retornou à sua sala. Sentou em sua cadeira com os cotovelos apoiados na mesa, massageando suas têmporas com as mãos enquanto permanecia de olhos fechados.
- Está tudo bem? – Maite questionou percebendo a tensão da loira.
- Sim. Só um pouco de dor de cabeça. Os problemas nessa empresa ainda vão me matar!
- Acredito que seja apenas uma fase ruim. Logo você vai resolver, como sempre faz. – a morena tentou consolá-la.
- Eu acho que preciso de umas férias.
Maite a observou por alguns instantes, analisando cada movimento que Anahi fazia. Parecia cansada, tensa.
Levantou-se de sua cadeira e foi até a mulher que permanecia de olhos fechados em sua cadeira.
- Acho que férias não vai ser possível no momento, mas uma massagem talvez resolva...
Ficou de pé atrás da loira, que parou seus movimentos no exato momento em que ouviu a voz suave de Maite se aproximando, logo sentindo suas mãos delicadas envolverem seus ombros.
- Uma massagem não vai resolver os meus problemas, Maite. – Anahi disse sorrindo fraco.
- Eu não disse que iria... – dizia calma, quase num sussurro enquanto apertava suas mãos nos ombros da loira – Acho que você só precisa relaxar um pouco. Anda muito tensa...
- Talvez essa minha tensão tenha nome e sobrenome, senhorita.
- Talvez eu tenha minha parcela de culpa. Me desculpe.
- Uma parcela bem grande por sinal.
- Se eu pudesse me redimir... – disse sugestiva.
Maite subiu as mãos até a nuca de Anahi, massageando levemente para logo escorregar seus dedos espalmados pelo colo da loira coberto pela blusa branca que tinha o primeiro botão aberto, dando espaço para ela descer as mãos até o início dos seios da mulher à sua frente.
Anahi, sem perceber, havia prendido a respiração sob os toques de Maite. Seu peito inflado abaixo das mãos da morena, o arrepio percorrendo todo o seu corpo, seus olhos fechados se permitindo sentir... Tudo denunciava o quão fraca ela era quando se tratava de Maite.
- Você pode! – disse se levantando num impulso de lucidez – Você pode se redimir sendo uma boa assistente e cumprindo as ordens que lhe dou. – se virou para olhar Maite.
- Certamente. – sorriu – E quais são as ordens, senhorita Portila?
- Ir comigo à festa do meu irmão e encontrar uma prova que seja capaz de colocá-lo na cadeia. – sorriu com os olhos semicerrados em tom de ironia.
- Como quiser. Amanhã estarei lá ao seu lado.
- Ótimo!
Maite encarava Anahi de forma séria, mas com olhos de menina que quer fazer arte. A loira sentia seu corpo quente, seu coração palpitar apenas sob aquele contato visual. Só ela sabia o quanto estava se esforçando para resistir aos seus instintos e desejos que Maite era capaz de aflorar com um simples toque, um olhar ou até mesmo seu cheiro. Anahi fez menção de sair dali antes que não conseguisse mais resistir, mas foi impedida.
- Eu posso fazer o que você quiser, Anahi. – disse afastando a cadeira que estava entre elas e a segurando firmemente pelos ombros – O problema é que apenas o meu trabalho não vai ser capaz de suavizar a sua... tensão. – sussurrou a última palavra se aproximando o máximo que pôde, entrelaçando seus braços no pescoço da loira.
- Então o que pretende em relação a isso, senhorita Perroni? – perguntou séria, a fitando entre seus olhos e sua boca.
- Digamos que eu tenha algumas más intenções...
Any não conteve um sorriso leve, desacreditando que Maite pudesse exercer tanto poder sobre ela até com simples palavras.
- Quais más intenções?
- Eu só posso mostrar se você me permitir, senhorita. – disse contra os lábios da morena, roçando levemente. Provocando o quanto podia.
Anahi respirou fundo, puxando no ar um último fio de resistência que havia nela. Apertou a cintura de Maite com força, colando seu corpo no dela.
Maite mordeu o lábio inferior de Anahi e puxou lentamente enquanto arranhava levemente a nuca da loira, puxando seus cabelos, fazendo-a perder qualquer resquício de juízo que ainda tinha.
- Deixa, vai...
Foram as últimas palavras que Maite disse antes de sentir os lábios de Anahi contra os seus, a tomando em desespero. Numa fração de segundos a morena já estava contra a mesa de sua chefe, sendo pressionada pelo corpo da loira.
Maite logo tratou de entrelaçar suas pernas, apertadas em sua saia, no quadril de Any, que puxou o tecido, levantando pelas coxas da morena, apertando com força a região.
Any distribuía beijos molhados pelo pescoço de Maite que por sua vez desabotoava apressadamente os botões da blusa da loira, logo deixando-a apenas com seu sutiã branco à mostra. Anahi fez o mesmo com Maite desabotoando os botões de sua blusa vagarosamente enquanto mordia sua orelha, fazendo a morena se arrepiar, mordendo os lábios para conter um gemido. A loira percorria suas mãos por todo o tronco de Maite, arranhando suas costas, sua barriga e subindo até seus seios cobertos pelo sutiã vermelho.
- Você saiu de casa hoje cheia de más intenções, não foi? – Anahi perguntou assim que viu a cor da lingerie da morena.
- Talvez... – respondeu com um sorriso maldoso.
Anahi sorriu negando com a cabeça e logo capturou os lábios de Maite novamente. A loira passou o braço nos objetos que estavam na enorme mesa de madeira maciça, os empurrando para o chão, restando apenas o computador no canto. Empurrou Maite, deitando-a e prendendo seus braços com as mãos no alto de sua cabeça.
- Você sabe que aqui eu mando, não sabe? – disse se apoiando sobre ela.
Maite acenou positivamente com a cabeça.
- E se você é minha, é só minha e de mais ninguém! – sussurrou contra os lábios da morena.
- Só sua!
Any sorriu satisfeita e puxou o lábio inferior de Maite com força enquanto descia suas mãos pelo corpo da morena, acariciando, arranhando...
A loira começou a descer seus beijos pelo queixo de Maite, alcançando seu peito, descendo sua boca até os seios ainda cobertos da morena. Puxou o tecido vermelho levemente para o lado e beijou suavemente a região, logo alcançando seu mamilo e o mordiscando, fazendo Maite tremer.
Continuou a série de beijos pela barriga da morena, roçando seus lábios pelas curvas sinuosas do corpo lânguido à sua frente. Levantou o quanto pôde a saia de Maite para logo começar a distribuir beijos por suas coxas volumosas. Lentamente ia se aproximando do sexo molhado sob a lingerie vermelha à sua frente. Ao levar a mão para puxar a renda ouviu um toque e uma vibração abafados.
Esperou alguns instantes, mas o barulho não cessou.
- É o meu celular. – Maite bufou frustrada.
- Acho melhor atender, a pessoa e insistente.
- Não! Continua... Depois eu retorno.
Anahi voltou a beijar a coxa de Maite, mas o toque não cessava.
-Maite, acho melhor atender. Pode ser urgente. – Anahi disse se levantando.
A morena levou as mãos ao rosto suspirando em frustração. Levantou-se e foi até sua bolsa onde pegou seu celular e atendeu.
- Mãe? Aconteceu alguma coisa?
- Oi, filha! Espero que não esteja ocupada, mas é que você está demorando para chegar. Queria saber se vai demorar?
- Ah... – gaguejou fitando Anahi – Não, mãe. Eu já estou indo pra casa. É que tive um... um imprevisto aqui na empresa.
- Oh, sim. Me desculpe, querida. É que eu perdi a chave reserva que você me deu. Eu saí para fazer algumas compras e agora estou do lado de fora. Não quis ligar antes porque sabia que você não demoraria a chegar, mas como você demorou resolvi ligar. Atrapalhei seu trabalho?
- Não, mãe. Claro que não. É... eu já estou indo pra casa. Não se preocupe.
- Tudo bem, filha. Obrigada.
- Beijo. – disse finalizando a ligação.
- Algum problema? – Anahi perguntou.
- A minha mãe... Ela perdeu as chaves de casa e agora está do lado de fora sem ter como entrar. – disse em tom de decepção.
- Oh, tudo bem. – a loira sorriu fraco – Vá logo ajudar sua mãe.
Maite ajeitou suas coisas e se vestiu o mais rápido que pôde. Anahi fez o mesmo para saírem juntas.
Ao chegarem na porta da sala Maite parou, virando-se para Anahi.
- Espero que saiba que essa conversa ainda não terminou, senhorita Portila. – disse fitando-a.
- Talvez continuemos se você fizer por merecer, senhorita Perroni. – sorriu de canto.
- Talvez?
- Talvez...
Autor(a): naiara_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Maite dormia um sono nada tranqüilo naquela manhã de sábado. Sua nuca molhada pelo suor que escorria pelo seu pescoço e os longos suspiros carregados vez ou outra de leves gemidos denunciavam um sonho um tanto quanto perturbador. Acordou assustada ao ouvir as gargalhadas escandalosas de Cristian ecoando pela casa. Pa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 147
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maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12
Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3
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ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20
Cadeeeee
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Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37
nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17
Terminar? :(
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56
MEU DEUS ALELUIA
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Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42
Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha
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Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39
Terminar? Que papo é esse???
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Postado em 05/01/2017 - 20:57:56
Voltoooou! Que bom posta muito rsrs
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11
saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16
feliz 2017!!