Fanfics Brasil - Capítulo 19 - Em Família amor repentino

Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni


Capítulo: Capítulo 19 - Em Família

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- E então ele disse que adoraria me levar para conhecer a casa de campo dele. Imagina que romântico seria um fim de semana em uma casa de campo só nós dois!


Daisy estava animada naquela manhã de domingo. Contava com largo sorriso nos lábios sobre o jantar com o seu pretendente.


- Isso é muito bom, mãe. – Maite respondeu apática.


- Bom? Isso é maravilhoso! Ele é lindo, educado, galante... – suspirou – Conversamos animadamente durante o jantar, mas em momento algum ele se insinuou de forma desrespeitosa. Apesar de ter deixado claro que gostaria de me conhecer melhor. Combinamos um novo jantar a dois e adivinha? Ele vai cozinhar pra mim! Além de tudo ele ainda sabe cozinhar.


A mulher dizia animada entre suspiros enquanto Maite apenas sorria para ela, vez ou outra balançando positivamente a cabeça.


- Que ótimo, mãe. – disse tomando um gole do café em sua xícara.


- Maite?


- Oi?


- Você não está prestando atenção em nada do que sua mãe diz!


- É claro que estou! Você disse que ele é maravilhoso e que ele cozinha muito bem e que... Como é mesmo o nome dele?


- Robert! Robert Coch. Ou apenas Rob Bonitão para os mais íntimos.


- Isso, Doutor Rob Bonitão. – sorriu fraco.


- Filha, você está bem?


- Sim. Por quê?


- Está com uma cara preocupada.


- Não, é que... – olhou para a mãe e desviou o olhar rapidamente enquanto falava – É que a Anahi me convidou pra almoçar na casa dela hoje.


- Mas isso é ótimo! Qual a preocupação?


- É que ela convidou você também.


- O que? Hoje? Almoçar? Eu e você?


- Sim. – a encarou sem jeito.


- E você só me diz isso agora, Maite? Ai, meu Deus! Eu nem tenho roupa pra ir em um almoço na casa de Anahi Portila!


- Mãe, não precisa se preocupar com isso. Ela é uma mulher simples, não liga pra essas coisas.


- Quem vai estar nesse almoço? A alta sociedade nova-iorquina em peso estará lá, posso apostar! Como é a casa? É muito chique? O que você acha que eu devo vestir? Um vestido longo talvez? Salto alto? – a senhora a encarava afobada.


- Mamãe! Acalme-se! Eu não sei como é a casa dela, eu nunca fui lá. E será um almoço só pra nós. Ela quer te conhecer.


- Ela disse que quer me conhecer?


- Sim, eu disse a ela que você queria conhecê-la e aí ela marcou esse almoço.


- Que atenciosa! – sorriu – Isso mostra que ela quer um compromisso sério com você, filha. Quer conhecer a família, estreitar os laços... Isso é bom.


- É, acho que é. – sorriu sem vontade.


- Então que cara é essa? Qual o problema?


- Nenhum, eu só... Não sei, não imaginei que fosse acontecer tudo tão rápido. Esses dias mesmo eu estava me descobrindo interessada por ela e agora já estamos indo para um almoço em família. Isso meio que me assusta um pouco. – fitou a mãe sem jeito.


- Meu amor, não se preocupe. Eu nem a conheço, mas já posso afirmar que ela é uma ótima pessoa. Pelas coisas que me disse sobre ela posso ver que é uma mulher íntegra, justa e está completamente apaixonada por você. Não leve tudo tão a sério, ela só quer conhecer mais de você e isso não pode ser ruim. Não creio que ela esteja te pressionando de alguma forma, ou está?


Maite analisou a situação por alguns segundos tentando avaliar se um celibato forçado se configuraria em um ato de exercer pressão sobre alguém.


- Não. – finalmente respondeu, preferindo não comentar sobre a situação – Tecnicamente não.


- Como tecnicamente?


- Ela só tem feito questão de deixar bem claro o quanto quer manter um relacionamento sério comigo, mãe. – a olhou sem jeito – Sem pressões.


- Pois é, filha. Acho que ela só quer te passar segurança, quer que você entenda que ela não quer ser apenas mais um caso em sua vida. Quer mostrar que você pode confiar nela.


- É, acho que sim.


- Então não há motivos para se preocupar. Prometo que vou me comportar.


- Assim eu espero, mamãe! Sem histórias da minha infância e adolescência. Nada de contar coisas constrangedoras sobre mim e nem ficar fazendo suposições sobre nós, por favor!


- Mas nem uma historiazinha sobre como você era linda quando nasceu e como fez sucesso na adolescência quando quase se tornou uma modelo internacional?


- Não!


- Credo! Sobre o que eu vou falar então? Ela deve ser uma mulher super culta e inteligente, que domina vários assuntos. Eu não vou saber acompanhar.


- Ah, vai... Eu tenho certeza que vai, mamãe. Se tem uma coisa que você faz muito bem é arranjar assunto para conversar com as pessoas. Com ela não vai ser diferente, fique tranquila.


- Eu vou ligar para o Cris. – levantou-se da mesa retirando a louça.


- Pra que? – a morena arregalou os olhos.


- Ora, ele faz parte da família, tem que ir também.


- Mamãe, a Anahi quer te conhecer por isso nos convidou, eu e você. Só nós, duas pessoas.


- Mas o Cristian é como se fosse o seu irmão e meu filho. Se ela quer entrar para a família tem que se acostumar com a presença dele também.


- Mas, mãe! Ela está esperando duas pessoas para o almoço e não três.


- Tenho certeza que ela não vai se incomodar em acrescentar mais um prato à mesa. Não se preocupe, minha filha, ela não é uma mulher rica? Comida não faltará, isso eu posso garantir!


*** 


Às 11h30min em ponto o Sonata preto estacionou em frente a casa de Maite. William já aguardava do lado de fora como sempre fazia.


- Onde está o meu batom pink, Maite? – Daisy gritou saindo de seu quarto em direção ao quarto da loira.


- Eu não sei, mãe! Você não deixou no banheiro? – gritou de volta enquanto se ajeitava em frente ao espelho sob os olhos atentos de Cristian que já havia chegado e esperava as duas ficarem prontas – Não gostei desse vestido. Eu não sei, o que você acha, Baby C?


- Está ótimo, Maite! Assim como todos os outros 5 que você experimentou!


- Eu não estou gostando de nada! Não sei o que usar, ai meu Deus! Eu não tenho roupa pra ir à casa dela!


- Não foi você quem disse que a Anahi não é de luxo e que não preciso me preocupar? – Daisy disse assim que adentrou o quarto.


- Você não entende? Ela é a mulher da dona da casa, tem que estar maravilhosa. O problema é que ela não entende que fica maravilhosa de qualquer jeito.


Maite nem deu ouvidos aos dois e continuou analisando o vestido curto na cor champanhe levemente grudado ao seu corpo e o blazer num tom clarinho de rosa sobre ele.


- Vocês estão prontos? O William já está lá fora nos esperando. – disse sem tirar os olhos do espelho enquanto dava voltas e mais voltas analisando cada detalhe.


- Eu estou pronto desde que cheguei! – Cris bufou se jogando de costas na cama.


- Eu só preciso do meu batom, que aliás está aqui! – Daisy disse pegando o batom na escrivaninha da morena.


- Tudo bem, então vamos. – finalmente se virou – Acho que está bom assim.


- Aleluia! – Cris suspirou exaltado – Vamos logo que eu to louco pra conhecer a mansão da senhorita Portila.


- Eu também! – Daisy confirmou.


- Vocês dois, por favor, se comportem! Não falem besteiras e nem entrem em assuntos com conotação sexual, pelo amor de Deus!


- Iremos nos comportar como membros da família real inglesa, meu bem. Não se preocupe. – o moreno sorriu de canto para a senhora ao seu lado.


- Assim eu espero!


 


- Boa tarde, William. – Maite cumprimentou o homem alto e forte com um terno preto à sua frente.


- Boa tarde, senhorita Perroni. – sorriu educado e abriu a porta para eles.


- Essa aqui é a minha mãe. Daisy. – a morena apresentou – E esse é o Cristian, acho que você já conhece.


- Conheço só de nome. – disse acenando a cabeça para os dois à sua frente – Senhora Perroni. – sorriu com simpatia – Senhor Cristian.


- Pode me chamar de Daisy, querido. – a mulher sorriu e adentrou o carro – Eu não sou tão velha assim!


- Pode me chamar de senhor Chavez, William. Obrigado. – o moreno sorriu agradecido.


- Como quiser, senhor Chavez.


- É brincadeira! É que é chique ter um motorista particular que me chame pelo sobrenome. Só queria experimentar a sensação. – gargalhou e entrou no carro também.


- Bonitão ele, não é?! – Daisy cochichou enquanto William dava a volta para entrar no carro – Todo sarado e com esse porte e de terno ainda, nossa! – suspirou.


- Eu também acho. Ele é casado? – Cristian questionou para Maite.


A morena revirou os olhos impaciente.


- Mas nós nem saímos de casa e vocês dois já estão me dando trabalho? – sussurrou exasperada – O William é casado e tem dois filhos, se comportem!


- Que pena. – Cristian sorriu debochado se calando assim que o motorista entrou no carro.


- William? – Daisy chamou assim que o carro deu partida.


- Pois não, senhora.


- Apenas Daisy, sim?


- Perfeitamente. – o homem assentiu pelo retrovisor.


- Você trabalha para a Anahi há muito tempo?


- Há pouco mais de seis anos. – disse ainda prestando atenção no trânsito.


- E você é apenas o motorista? Tem porte atlético, parece mais um segurança. – sorriu curiosa sob o olhar acusador de Maite que observava.


- Na verdade o senhor Portila  me contratou para ser chefe da segurança. Mas eu sempre fiz os dois serviços para a família. Inicialmente fui o motorista e segurança particular dele e após o seu falecimento a senhorita Portila manteve todos os funcionários, apenas mudou de residência. Então eu passei a atendê-la em vários âmbitos, já que ela prefere dirigir na maioria das vezes.


- Oh, sim. Entendo. – assentiu – E um dos seus serviços é levar e buscar minha filha para o trabalho.


- Sim, senhora.


- Mamãe, pare de fazer perguntas. O William está dirigindo!


- Tudo bem, senhorita Perroni. – sorriu simpático.


A senhora sorriu vitoriosa para a filha que a fitava com os olhos semicerrados.


- Mas então, desde quando ser motorista da Maite é um dos seus serviços?


- Desde pouco tempo depois que a senhorita Perroni começou a trabalhar na Portila’s Corporation. Assim que a senhorita Portila descobriu que ela não tinha carro, me pediu para levá-la e buscá-la todos os dias.


- Então ela já gostou de você desde o início. – sorriu animada para a morena – Isso é bom!


- Ela apenas precisa que eu não me atrase e esteja sempre disponível para ela, mamãe. Não seja maldosa!


- É, eu bem sei como ela precisa que você esteja disponível para ela... - Cristian sorriu malicioso.


Maite sentiu suas bochechas queimarem ao encarar os dois ao seu lado.


- A senhorita Portila é uma pessoa muito boa, assim como foi o seu pai. – William disse sorrindo, tentando tirar a morena daquela situação embaraçosa.


- A Maite que sabe o quanto a Anahi é boa, não é Maite – Cristian continuou provocando.


- Se vocês continuarem com as gracinhas eu mando o William deixar os dois no meio da estrada e vou sozinha para esse almoço!


- Eu não iria me importar se ele me tirasse do carro à força e me desse uma boa lição. – o moreno cochichou.


Daisy gargalhou e Maite o fitou incrédula.


- Pode ficar pra você, Cris. Eu já tenho o meu Doutor Bonitão! – a senhora sorriu.


- Eu não posso acreditar em vocês dois. – Maite sussurrou para si mesma, encolhendo-se na poltrona – Que as forças divinas me ajudem!


Após pouco mais de 20 minutos o carro adentrava a enorme mansão em um bairro nobre da cidade. O grande portão de ferro com detalhes nas cores branco e dourado foi aberto assim que os seguranças identificaram o carro.


Os três na poltrona traseira observavam encantados enquanto adentravam pelos jardins da mansão. William estacionou ao pé da pequena escadaria de entrada da porta frontal da casa. A grande porta de madeira escura contrastava com as cores em tom creme e branco da mansão que tinha arquitetura clássica moderna.


- Uau! – Daisy disse admirada – Até agora só pontos positivos para a Anahi.


- Por favor, me acompanhem. – William disse subindo pelas escadas da entrada.


O homem abriu a porta da casa para os visitantes que logo foram recebidos por uma mulher na faixa dos 50 anos, de estatura baixa e um vestido formal de cor escura e impecavelmente alinhado, assim como seus cabelos em um coque arrumado.


- Boa tarde. – a mulher sorriu levemente – Sejam bem vindos!


- Boa tarde. – todos responderam quase que em coro.


- Podem me acompanhar, por favor. A senhorita Portila já irá descer para recebê-los.


Ivone os encaminhou até a sala de estar onde os acomodou nos confortáveis sofás aveludados que haviam ali.


- Desejam algo para beber?


- Eu aceito uma água, por favor. – Daisy pediu.


- Pois não. – sorriu e deixou a sala em direção à cozinha.


- Que partidão que você arranjou, hein amiga! – Cristian disse admirando todo o local.


- Não começa, Cris!


- É, até agora me parece que ela é um bom partido mesmo. – Daisy confirmou – Vamos ver depois que eu conhecê-la.


- Aqui está sua água, senhora Perroni. – Ivone voltou segurando uma badeja com o copo d’água.


- Obrigada, ah...? – disse pegando a água e questionando a mulher com o olhar.


- Eu sou Ivone, a governanta.


- Oh, sim. Obrigada, Ivone. Como sabe meu nome? – perguntou após o primeiro gole.


- Eu recebi instruções específicas da senhorita Portila, senhora Perroni. Faz parte do trabalho de uma governanta identificar e analisar tudo o que for necessário para atender da melhor forma possível não somente os seus patrões, como também todo e qualquer convidado, hóspede ou visitante. – sorriu levemente com educação.


- É claro. – Daisy disse pasma com a educação e formalidade excessivas da mulher.


- Com licença. – disse com um leve aceno de cabeça e saiu dali novamente.


- Cheia de etiqueta. – Cristian observou.


- Etiqueta demais pro meu gosto. – a senhora desdenhou – A mulher parece um robô, eu hein!


- Ela só está fazendo o trabalho dela, mãe.


- Será que a Anahi que manda ela ser assim? Porque se for já perdeu pontos comigo. Não gosto de gente esnobe.


- Claro que não, mãe! A Anahi não é assim.


- Assim como?


Uma voz suave e firme ecoou no ambiente fazendo todos pararem para observar a loira com um sorriso cordial nos lábios que se aproximava elegantemente.


- Ah... – Maite abria e fechava a boca tentando encontrar as palavras que fugiram de sua mente naquele momento.


- Perdoem-me pela demora. – Anahi decidiu falar ao perceber o desconforto da morena.


- Tudo bem, nós fomos muito bem recebidos pela Ivone. – Daisy se pronunciou e levantou-se, sendo acompanhada pelos outros.


- É um prazer conhecê-la, senhora Perroni. – Anahi estendeu a mão e aproximou-se para um cumprimento singelo.


- O prazer é todo meu, querida. – a senhora sorriu simpática – Finalmente estou conhecendo a famosa Anahi Portila !


- Famosa? – Anahi a fitou curiosa.


- Sim, você tem sido um assunto bastante comentado lá em casa.


- É mesmo? – a loira  prendeu um sorriso e fitou Maite que estava mais corada que nunca – Espero que apenas de modo positivo.


- Na maioria das vezes, sim. – a senhora disse sincera.


Maite arregalou os olhos e pigarreou na tentativa de conter a mãe.


- Cristian. – Anahi voltou-se para o moreno e estendeu a mão.


- Como vai, Anahi? – retribuiu o gesto com um sorriso sincero.


- Bem, obrigada.


- Ah... Eu espero que não se incomode pelo Cris ter vindo, não pude avisar antes. – Maite disse sem jeito.


- De maneira alguma. Você é bem vindo, Cristian. Se faz parte do círculo de pessoas importantes para Maite, pra mim está ótimo!


- Obrigado. – o moreno agradeceu.


- Por favor, vamos nos sentar até que o almoço seja servido. – a loira sugeriu – Aceitam algo para beber? Um vinho?


- Sim, por favor. – Daisy concordou.


 


Tomavam vinho e permaneciam numa conversa amigável na sala de estar. Daisy parecia ter muitas curiosidades em relação à vida de Anahi, pois a enchia de perguntas variadas. Miate por sua vez parecia ainda um pouco desconfortável com a situação e a todo o momento fitava a mãe em reprovação por alguns comentários e perguntas que a mulher fazia. Já Anahi parecia não se importar em responder à sua possivelmente futura sogra e sorria disfarçadamente observando as reações encabuladas de Maite com aquela situação. Enquanto Cristian tentava não gargalhar do desconforto da amiga durante aquele momento.


- Eu fiquei surpresa quando a Maite me disse que a senhora queria me conhecer. – Anahi confessou.


- Eu também devo dizer que não achei que esse momento aconteceria tão em breve, mas fiquei feliz quando ela contou sobre o seu convite para este almoço.


- Eu imaginava o mesmo, diante da nossa situação. – fitou Maite com um sorriso de canto – Mas assim que soube que a senhora tomou conhecimento do assunto me achei no dever de estreitar nossas relações. Até porque é uma grande satisfação para mim poder conhecer a mãe da mulher que eu... enfim, da mulher que eu mais admiro nesse momento da minha vida.


Maite sentiu seu coração falhar uma batida ao ouvir Anahi. Encarou sem jeito a loira que tinha um sorriso gracioso nos lábios e a fitava com ternura no olhar.


- Oh... Que fofo! – Cris sorriu largo com uma das mãos sobre o peito.


Maite tomou um longo gole do vinho em sua taça e sorriu sem graça.


- Com licença. – Ivone apareceu novamente – O almoço está servido.


Todos se encaminharam para a mesa de jantar que ficava numa grande e elegante sala ao lado. Cris e Daisy foram na frente acompanhando Ivone e logo atrás Anahi e Maite os seguiam.


- Não me cumprimenta mais, senhorita Perroni? – Anahi sussurrou enquanto seguia a passos lentos ao lado da morena.


- Ah... me desculpe, eu estava tão tensa que acabei não percebendo.


- Tudo bem. – a loira parou e segurou em seu braço por um instante – Não se preocupe, eu acho que estamos indo muito bem.


Anahi selou seus lábios aos de Maite num rápido beijo e logo se afastou dando uma piscadela para a morena e seguindo até os demais.


- Sua casa é muito bonita, Anahi. – Cristian comentou durante o almoço.


- Obrigada. Um amigo arquiteto e sua esposa decoradora que planejaram tudo.


- É mesmo?


- Sim, Arnold e Brigitte Benett. Eles são os melhores da cidade, quiçá do país. Mas o melhor de tudo é que são ótimas pessoas. Têm uma fortuna inestimável, mas comportam-se como se isso não fizesse a menor diferença em suas vidas. São incríveis!


- Não me diga! – o moreno sorriu largo – Arnold e Brigitte são amigos meus também.


- Jura? Que bacana.


- O Cristian foi o médico responsável pela recuperação da senhora Benett depois do acidente que ela sofreu. – Maite disse orgulhosa do amigo.


- Nossa! Sério, Cris? – a loira disse surpresa.


- Sim, quer dizer, eu não fui o único responsável, mas estive à frente da equipe que a ajudou a se recuperar. – disse sem jeito.


- Não seja modesto, Baby C!


- Isso é maravilhoso,Cris. Eu não sabia que você era médico.


 - Eu sou Fisioterapeuta.


- Que incrível! Meus parabéns. To vendo que é um excelente profissional.


- Eu só fiz o que pude. O senhor e a senhora Benett são pessoas maravilhosas mesmo.


- Boas pessoas atraem boas pessoas. – Daisy sorriu.


- Com licença, – Ivone retornou – posso retirar a mesa para a sobremesa?


- Por favor, Ivone. – Anahi assentiu.


Assim que a mulher saiu em busca de ajuda para a troca das louças, Daisy, que parecia inquieta em sua cadeira, não conseguiu se conter.


- Essa Ivone, a governanta, ela é sempre séria assim?


Anahi riu achando graça da colocação da senhora.


- A Ivone sempre foi séria, desde que a conheço. E eu conheço ela desde que nasci.


- Ela sempre trabalhou para sua família?


- Sempre. Até onde eu sei ela trabalha para minha família desde os 20 anos. Começou como doméstica e passou para governanta quando minha mãe ainda era viva.


- Nossa... E ela não tem família? – Daisy estava curiosa.


- Não. Passou a vida toda cuidando da nossa família e nunca se preocupou em formar a sua própria.


- Mas nem um namorado, um amigo íntimo ou coisa assim?


- A Ivone sempre foi uma mulher muito reservada. Se teve eu nunca soube.


- Credo, deve ser por isso que ela vive séria desse jeito. Não namora, não paquera ninguém. Que vida triste.


Maite arregalou os olhos sem acreditar no que acabara de ouvir da mãe.


- Mãe, por favor!


Anahi achava graça da espontaneidade de Daisy enquanto Cris se segurava para não gargalhar à mesa.


- Não foi por falta de conselhos, dona Daisy. Já desisti de mandar ela sair um pouco, tirar umas férias, mas é muito raro ela tirar uns dias de folga.


- Eu já estava pensando que era você quem escravizava a pobre.


- Eu não sou tão má assim. – Anahi sorriu.


- Mas Maitezinha diz que na empresa muita gente treme de medo na sua presença.


- Eu não disse isso, mamãe! – a morena protestou.


- Eu tento apenas impor respeito. Não é fácil para uma mulher, uma jovem mulher, estar à frente de uma empresa desse porte. Tento me manter séria, mas não sou injusta com nenhuma das pessoas que trabalha pra mim.


- Isso é muito bom. Nota-se que tem um caráter respeitável.


- Eu apenas sigo os exemplos do meu pai. – sorriu fraco.


- Com licença. – Ivone estava de volta agora acompanhada de uma jovem mulata de uniforme branco.


Enquanto retiravam a mesa Daisy continuava reparando a movimentação dos empregados de Anahi. As mulheres saíram e logo retornaram com a sobremesa, mas dessa vez quem estava à frente era a moça de branco.


Clafoutis de cereja com sorvete de creme. – a mulata disse ao servir.


- Obrigada, Nice. – Anahi agradeceu.


- Ela não é americana, é? – Daisy questionou assim que as mulheres saíram novamente.


- Quem? A Nice?


A senhora balançou a cabeça positivamente enquanto provava da sobremesa.


- Não, ela é brasileira.


- Ela tem um sotaque engraçado. Mas cozinha muito bem. Isso está delicioso! – disse provando mais um pouco.


- A Nice é uma excelente chefe de cozinha e é a funcionária mais recente que tenho.


- Ela é bem jovem. – Maite observou.


- E muito bonita! – Cristian afirmou – Tinha que ser brasileira. As latinas têm os corpos mais belos!


- É verdade. – Anahi  confirmou dando de ombros.


Maite arqueou uma sobrancelha e fitou Anahi que pareceu não notar a expressão fechada no rosto da morena.


 


Após o almoço foram até a varanda nos fundos da mansão. Era um belíssimo jardim cercado por árvores e plantas floridas.


Acomodaram-se em um conjunto de pequenas poltronas aconchegantes que rodeavam uma mesinha de centro de madeira na cor mogno que ficava numa varanda coberta tendo a piscina logo à frente. Toda a decoração e pintura sempre em cores claras dando um ar vívido ao ambiente.


- Deseja o chá agora, senhorita Portila? – perguntou Ivone que os seguiu.


- Por favor, Ivone.


- Nossa, tudo é tão lindo! – Daisy comentou admirando mais ainda o ambiente externo da casa.


- É mesmo! – Cristian confirmou – Não acha, Maite?


- É. – a morena disse sem ânimo.


Anahi a fitou por alguns instantes percebendo a mudança na expressão da morena.


- Está gostando da visita,Maite? – a loira questionou.


- Sim. – respondeu seca.


- Que bom. Você pode vir quando quiser. Seria muito bom ter a sua companhia aqui comigo.


A morena sorriu sem humor.


- Eu preciso ir ao banheiro. – disse desviando do assunto.


- Venha, eu te mostro onde é. – Anahi levantou-se – Fiquem à vontade, eu volto já.


As duas saíram em direção à casa, mas ainda puderam ouvir a conversa dos dois que ficaram na varanda.


- Você viu como ela é gentil e romântica, Cris! – Daisy cochichou.


- O que uma paixão não faz...


- Até agora estou aprovando ela. Parece que ela gosta mesmo da Maitezinha. Com certeza é o melhor partido que a minha filha já teve até hoje.


- Ah, mas disso eu não tenho dúvidas! – o moreno gargalhou.


 


- Você ouviu? – Anahi perguntou enquanto entravam na casa.


- O que?


- Sua mãe acha que eu sou um bom partido pra você. Isso não é ótimo?!


- Sim, é sim. – disse ainda séria.


A loira a fitou confusa.


- Aqui está. – disse chegando à porta do banheiro – Fique à vontade, eu vou te esperar aqui.


- Ok.


- Está tudo bem? – perguntou antes que ela entrasse.


- Sim. Por quê?


- Não sei, você ficou séria de repente.


- Eu estou ótima, Anahi.


- Não parece.


- É impressão sua.


- Não é não. O que houve?


- Eu já disse que estou bem!


- Está preocupada com toda essa situação? Eu não estou fazendo isso pra te pressionar, May. Você ainda é livre para tomar a decisão que quiser. Convidei vocês para esse almoço, mas não é algo como se fosse um noivado, fique tranquila. Eu mantenho a minha palavra, vou esperar o seu tempo e se você não quiser mais continuar com isso sinta-se à vontade. Eu só quero que você se sinta segura comigo, se sinta bem.


- Não se trata disso, Anahi! Eu já disse que eu quero ficar com você mesmo que não seja uma relação oficial ainda.


- Então qual é o problema?


- O problema é que é incrível como você vive cercada de mulheres, lindas mulheres por sinal. Nem a sua cozinheira passa despercebida!


- May, você está com ciúmes? Com ciúmes da Nice? – a loira disse tentando prender o riso.


- Não! É claro que não. – disse cruzando os braços abaixo do peito – Eu só...


- Você está com ciúmes sim!


Dessa vez não pôde conter uma risada.


- Isso é ridículo, Anahi. Por que eu teria ciúmes da sua cozinheira mulata e linda e com um corpo escultural que as latinas têm?


- Eu também não sei o porquê, mas você está e isso é fofo. – disse se aproximando.


- Me dá licença, eu preciso ir ao banheiro. – disse séria enquanto Any descruzava os seus braços e se aproximava.


- Quando eu penso que não há mais nenhuma maneira de você ficar mais linda você me prova o contrário. Sua expressão de ciúmes é uma graça! – disse abraçando a morena e dando um beijo em seu rosto.


- Eu já disse que não estou com ciúmes!


- Que bom então. Porque não há nenhum motivo para ter.


Any segurou o rosto de May e a olhou nos olhos.


- Acho que você já sabe qual a intensidade do que eu sinto. E se eu ainda não consegui deixar claro, me diga que eu faço o que for preciso pra você entender o quanto eu gosto de você. – disse para logo grudar seus lábios num longo selinho.


No mesmo instante ouviram vozes vindas da cozinha, o que fez com que elas se separassem. Ivone e Nice cochichavam enquanto preparavam o chá. Ao perceber a movimentação Any fez um sinal de silêncio com o dedo indicador na boca.


- Finalmente a dona Anahi trouxe essa moça aqui! – Nice dizia – E trouxe logo a família toda junto, você viu, Ivone? Dessa vez eu acho que é sério.


- É, parece que sim.


- E como a Maite é linda! Parece uma modelo, não, parece uma boneca! Com aqueles olhos cor de mel... Dona Anahi tem bom gosto mesmo.


- Ela sempre teve, Nice.


Any prendia o riso enquanto Mai a fitava confusa.


- Ah, mas dessa vez é diferente. Dá pra sentir que ela ta diferente, o jeito que ela olha pra Maite... parece tão apaixonada!


Any fitou a morena  novamente, dessa vez com um sorriso vitorioso nos lábios.


- E você percebeu isso tudo só enquanto foi retirar a louça do almoço e servir a sobremesa?


- Olhos de lince, Ivone! Percebi tudo em poucos minutos. Inclusive, aquele Cristian, nossa! Que homem lindo é aquele? É irmão dela? Se parecem...


- Acho que não, acho que ele é só amigo.


- Nossa, ele é lindo! Será que é casado? Tem namorada, alguma coisa?


- Nice, você é tão intrometida e não percebeu que ele é gay?


- O que? Mentira!


- Sim, ele é. Ele tem uma postura, não é muito afeminado, mas nota-se de longe que ele não gosta de mulher. Então trate de tirar o seu cavalinho da chuva e pare de assanhamento!


Nesse momento as duas que ouviam a conversa não puderam conter o riso e gargalharam. No mesmo instante os cochichos ficaram mais baixos, quase inaudíveis.


Maite tratou de entrar no banheiro enquanto Anahi a esperava do lado de fora. Ao retornarem para a varanda o chá já havia sido servido.


- Ah, aí estão vocês! – Daisy sorriu enquanto bebericava o chá em sua xícara.


- Se demorassem mais o chá iria esfriar. –Cris completou – Estavam matando a saudade?


Maite arregalou os olhos e fechou a expressão para o amigo.


- E olha que se viram ontem, hein! – Daisy provocou – Começo de namoro é bom por isso, não importa quanto tempo fiquem juntos, a paixão arde com intensidade sempre que se vêem.


Anahi sorriu sem jeito e Maite sentiu suas bochechas queimarem feito pimenta.


- Vocês dois não comecem, por favor! – a morena repreendeu e se sentou junto deles.


- Eu não disse nada demais, filha. É a mais pura verdade e é o que consigo ver nos olhos de vocês duas. O fogo da paixão ardendo em brasa ao mesmo tempo em que um sentimento calmo e bonito se esconde aí dentro. Isso é lindo de se ver!


- Eu fico feliz que a senhora não se oponha às escolhas da Maite, dona Daisy. Ter o apoio da família é sempre muito importante.


- Eu amo a minha filha, Anahi, e se ela estiver feliz eu ficarei feliz também. Independente de como ou com quem seja.


- Eu penso o mesmo. – Anahi disse sorrindo para a morena.


- Até agora eu pude ver o carinho que você tem pela Maite, mas falando mais diretamente, quais são suas reais intenções para com a minha filha, senhorita Portila?


Maite fitou a mãe incrédula. Sentiu o seu coração parar de bater no mesmo instante.


- Dá pra vocês pararem de falar como se eu não estivesse aqui?! – disse irritada – Eu não to acreditando que você disse isso, mãe! – voltou-se para a loira – Anahi, não precisa dizer nada. Não dê ouvidos, olha, a minha mãe é...


Cristian e Daisy não conseguiram mais prender o riso e caíram na gargalhada.


- Não se preocupe, Maite. Eu não me importo em dizer para sua mãe o que eu sinto por você.


- Era brincadeira, Anahi. – a senhora disse tentando se conter – Não precisa dizer nada, eu posso ver o quanto você gosta da minha filha.


- Vocês dois... – a morena suspirou exasperada – Vocês dois estavam aprontando essa juntos, não é?


- Hey, dessa vez eu não tive nada a ver com isso! – Cristian levantou os braços em rendição.


- Pois eu posso apostar que sim!


- Ta, talvez eu tenha colaborado, mas a idéia foi dela! – disse apontando para Daisy – Você tinha que ver a sua cara, Maite! Ficou pálida que nem vela.


Os dois voltaram a gargalhar dessa vez acompanhados por Anahi que estava adorando a extroversão no ambiente.


- Meu Deus, o que eu fiz pra merecer isso? – disse mais relaxada com um leve sorriso nos lábios.


- Você tem uma família adorável, May! – Any disse com um sorriso acolhedor.


- É porque não é você que sofre todos os dias nas mãos desses dois aí!


- Deve ser divertido.


- É muito! – Cris confessou.


- May sempre foi meio travada desse jeito. – Daisy disse – Você precisa relaxar um pouco, filha.


- É, relaxe um pouco, May. – Any segurou em sua mão fazendo um carinho leve – É só uma reunião em família. Eu ainda não estou pedindo a sua mão em casamento. Ainda!


Maite a fitou surpresa e novamente corada.


- Quer dizer que pretende chegar nesse nível? – Daisy provocou.


- Mamãe! – a morena repreendeu.


- Sendo sincera, dona Daisy, eu e a Maite estamos nos conhecendo, aos poucos. Eu já deixei claro pra ela o que eu sinto, ela sabe. – voltou seu olhar para a morena ainda segurando em sua mão – Mas eu entendo que ela precisa de um tempo para avaliar toda essa situação não só externa como internamente, e concordo com isso. Eu também tive essa fase. Então eu estou aqui esperando por ela, pelo tempo dela. Quero que ela saiba que me tem ao seu lado e que pode contar comigo para passar por esse período de autoconhecimento. E quando ela estiver pronta eu estarei aqui ainda pra ter a chance de viver tudo o que eu sinto com ela.


Maite sentia seus olhos úmidos e sua boca seca. As palavras não vinham até sua boca e seu olhar não conseguia desviar da mulher à sua frente.


- Ai, que lindo! – Cristian finalmente quebrou o silêncio – Isso é tão romântico! Estou emocionado, me desculpem. – disse passando as mãos sobre os olhos – Eu estou numa fase meio emotiva.


- Me enche de alegria ver que a minha filha encontrou uma pessoa tão especial como você, Anahi. – Daisy disse orgulhosa.


- Maite, minha amiga, o que é que você está esperando pra prender essa mulher logo de uma vez? Outra dessa você não encontra não, viu?


Cris disse um pouco exaltado, fazendo com que as moças, que ainda estavam se mirando em um mundo totalmente seu, voltassem à realidade.


- Sabe a única coisa que me deixa triste? – Daisy disse fitando as duas e tendo a atenção de todos – É que a Anahi não vai poder fazer com a Maite um netinho pra mim. Imagina só uma criança nascida dessas duas! Que coisa mais linda que seria!


Todos gargalharam com exceção de Maite que levou as mãos ao rosto envergonhada.


- Meu Deus, mãe! Eu achei que a sessão de constrangimentos já tinha acabado!


- Mas é sério, filha! A Anahi é tão linda e você nem se fala. Imagina que bebê lindo vocês fariam juntas.


- Mãe, por favor, menos!


- Mas isso não impede delas irem tentando. – Cris sorriu malicioso – Quem sabe um dia conseguem...


- Eu desisto de vocês! – disse envergonhada e dessa vez tão sem jeito quanto Anahi que apenas sorria ao seu lado.


E foi nesse clima descontraído que o dia seguiu, deixando em Maite um sentimento de que ao lado daquela mulher com certeza estava vivenciando alguns dos melhores dias de sua vida.


 


 


 


 


 



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Autor(a): naiara_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 147



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  • maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12

    Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3

  • ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20

    Cadeeeee

  • Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37

    nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17

    Terminar? :(

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56

    MEU DEUS ALELUIA

  • Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42

    Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha

  • Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39

    Terminar? Que papo é esse???

  • Postado em 05/01/2017 - 20:57:56

    Voltoooou! Que bom posta muito rsrs

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11

    saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16

    feliz 2017!!


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