Fanfics Brasil - capítulo 23 - Decisões - Parte 2 amor repentino

Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni


Capítulo: capítulo 23 - Decisões - Parte 2

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capítulo 23 - Decisões - Parte 2 


Ela não sentia seu coração bater. Não conseguia respirar. Parecia que o sangue havia parado de correr por suas veias. Não piscava e nem se movia. Apenas estava ali, parada, tentando não acreditar no que acabara de ver.


- Maite! – Anahi quase gritou num susto.


- Você... – Maite tentava encontrar as palavras – Você só pode estar brincando comigo, não é?


Seus olhos já ardiam em brasa e o acúmulo de lágrimas não demoraria a cair.


- Não, Mai. – a loira se aproximou rapidamente – Escuta, eu sei que o que você viu, essa cena... – tentava falhamente se explicar – Não foi nada disso.


- Eu não... – Maite abaixou a cabeça sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.


- Não, não! – Anahi sussurrou chorosa – Entra, vamos conversar.


Maite entrou e foi em direção à sua mesa. Começou arrumar suas coisas rapidamente, deixando uma bagunça por onde suas mãos trêmulas passavam.


- O que você está fazendo?


- Eu não tenho nada pra falar com você, Anahi. – disse tentando segurar o choro.


- Eu... Atrapalhei alguma coisa aqui? –Dulce questionou dissimulada.


- Dul, vai embora. – a loira disse sem tirar os olhos de Maite.


- Mas nós ainda não acertamos os detalhes do negócio, Any.


- Dulce Maria, sai da minha frente agora antes que eu perca a cabeça com você! – Anahi vociferou contra o rosto da mulher.


- Tudo bem. – disse em rendição – Mais tarde eu te ligo pra gente se acertar. – disse saindo calmamente.


- Vai pro inferno! – Anahi gritou e bateu a porta com força assim que Dulce saiu.


Maite estava sentada em sua cadeira com as mãos sobre o rosto. Já não conseguia mais prender o choro que estava acumulado há tempo demais para ela conseguir se manter firme.


- Mai, me escuta. – Anahi foi até ela e abaixou-se ao seu lado – Por favor, olha pra mim? Vamos conversar.


- Eu já disse que não tenho nada pra conversar com você, Anahi. – dizia com a voz embargada – Eu já tive o suficiente por hoje.


- Maite, por favor...


Anahi sentia seu peito se apertar contra seu coração. As lágrimas já caíam incessantemente de seus olhos.


- Não, Anahi. Não! Tenha um pouco de dignidade e não tenta explicar o que não tem explicação.


- Tem sim, Maite! Deixa eu me explicar, por favor?!


- Não! – a morena voltou-se para ela – Não, Anahi. Me poupe de mais essa dor, por favor.


Anahi se ajoelhou à frente de Maite que a encarava com o rosto lavado em lágrimas.


- Maite, você acha mesmo que eu faria isso com você? Você acha que depois de tanto que fiz, tudo que passei com você pra tentar te conquistar, todas as coisas que eu te disse, todas as vezes que eu me abri pra você como nunca fiz com ninguém mais, você acha que depois de tudo isso eu seria capaz de ficar com outra pessoa na primeira oportunidade? E pior, aqui?! Aqui na empresa, às suas vistas! Maite, por favor!


- E você vai me dizer o que, Anahi? – dizia calma, tentando conter o choro que insistia em sair – Vai dizer que ela te agarrou e você, pobre mulher indefesa, não teve como se desvencilhar?


- Ela me agarrou sim, Maite. Ela veio para falar de trabalho, – tentava se explicar apressadamente – ela vai abrir uma boate e quer que a minha empresa cuide do marketing. Eu a conheço há anos, Maite. Nós somos amigas há muito tempo.


A expressão no rosto de Maite mudou de repente, como se tivesse se lembrado de algo.


- Eu conheço essa mulher. Ela é aquela DJ que tocou naquela boate na primeira vez que você me beijou. É a mesma que você correu para os braços, ou melhor, pra cama logo depois que a gente se beijou. – sorriu sem humor – Você... Você não podia ter feito isso comigo, Anahi. Por que fez isso? Por que não disse que tinha desistido de nós antes de sair por aí ficando com todas como sempre fez?


- Eu não fiquei com ela! Eu não desisti de nós, Maite! Por favor, acredita em mim!


- Como eu vou acreditar em você depois de tudo o que eu vi? – se levantou num rompante.


Anahi se levantou em seguida tentando desesperadamente conter a mulher em sua frente.


- Eu não faria isso com você, Maite. Não com você. – disse tentando se acalmar – Eu sempre soube que com você era diferente, tudo o que eu senti desde o começo sempre foi diferente.


- O seu passado não te dá muito crédito, Anahi.


- Eu não to falando de passado, Maite! – tomou o rosto da morena em suas mãos – Eu não to falando do que eu já vivi, to falando de nós e do que você me faz sentir. To falando de eu ter mudado minha forma de viver e de enxergar um relacionamento a partir do momento em que eu tive você na minha vida.


- Pra que? – Maite a encarava nos olhos, seus olhos que brilhavam em lágrimas – Pra que fazer isso tudo, me dizer isso tudo se você sabe que não é assim? Sabe que daqui um tempo vai se cansar e vai querer voltar pra sua vida de antes, sem compromissos! Aliás, você já está fazendo isso, não é?


- Não! Maite, presta atenção em mim. Eu não beijei a Dulce, ela me beijou. A gente teve sim um caso no passado, mas nunca passou disso. Desde que eu comecei a me envolver com você eu nunca fiquei, nunca sequer pensei em ficar com outra pessoa porque eu só quero você! Só você, Maite.


- Já chega. – disse se afastando – Já chega disso, Anahi. Eu sabia que isso não daria certo. Eu sabia desde o início. – abaixou a cabeça tentando permanecer forte – Eu sabia que se envolver com a chefe nunca é o melhor a se fazer, sendo alguém como você então...


- Maite, por favor. – disse com a voz embargada.


Maite respirava fundo tentando conter as lágrimas. Um nó em sua garganta e um aperto em seu peito tornavam quase insuportável permanecer ali, mas ela sabia que precisava fazer aquilo.


Pegou suas coisas e foi se afastando em direção à porta.


- Eu... – encarou Anahi tentando controlar a vontade de chorar – Eu me demito.


- Não faz isso, Maite! – a loira disse indo em direção a ela.


- Não. Por favor. – disse dando um passo para trás – Eu não vou conseguir ficar aqui ouvindo ofensas, ouvindo gracinhas do Frederick, insinuações do Marco. Não agora que nós não... – soltou um longo suspiro.


- Você não precisa fazer isso. Se quiser eu te dou um tempo, mantemos a nossa relação profissional, mas por favor, não faz isso!


- Eu já iria fazer mais cedo ou mais tarde. – disse chorosa – Adeus, Anahi.


A encarou mais uma vez e virou-se para sair dali o mais depressa que pudesse.


- Eu te amo.


Maite travou no lugar. Sentiu seu corpo estremecer e seu coração bater tão forte que parecia querer saltar do seu peito. Seus olhos carregados de lágrimas não seguraram o seu pranto. Ela respirava fundo, tentando com todas as suas forças se manter firme àquilo.


- Mas eu não te amo, Anahi. – disse voltando-se para ela – Eu não te amo e nunca vou conseguir te amar.


Naquele momento Maite sentiu como se mil facas perfurassem o seu peito. Seu queixo tremia e seus olhos doíam ao ver a tristeza na expressão de Anahi. Ela não conseguiu encarar. Doía ver a mulher que há pouco tempo a fez tão feliz, a mulher com quem a momentos atrás ela estava disposta a dividir a sua vida, desolada daquela maneira. Mas ela sabia que seria melhor assim.


Anahi viu Maite sair por aquela porta ainda sem conseguir acreditar no que acabara de acontecer.


Sentiu suas forças se esvaindo e caiu sobre seus joelhos. Chorava em desespero, um lamento que vinha do fundo do seu coração. Uma dor que ela jamais havia sentido. A dor de um amor não correspondido.


 


***


 


Maite não sabia de onde tinha tirado forças para sair dali daquela forma. Seu peito doía num aperto que quase lhe sufocava. As lágrimas caíam de seus olhos num choro que ela não conseguia cessar. William já estava à postos quando ela saiu apressadamente da empresa e entrou no carro.


- Para onde, senhorita Perroni? – perguntou fitando-a pelo retrovisor.


- Para minha casa, William, por favor. – respondeu num fio de voz.


 


Susan entrou na sala de sua chefe e encontrou Anahi aos prantos, jogada em sua poltrona.


- Com licença, senhorita Portila. Aconteceu alguma coisa? Eu ouvi conversas alteradas e a senhorita Perroni saiu chorando.


- Sai daqui, Susan. – respondeu com a cabeça baixa apoiada em suas mãos.


- Mas está tudo bem, senhorita? Quer que eu chame alguém, um médico? – insistiu.


- Sai da minha sala agora, Susan.


- Tudo bem, me desculpe. – disse já saindo.


- Se alguém passar por essa porta você está demitida!


 


William dirigia calmamente, fazendo o mesmo caminho que fazia todos os dias. Sua atenção se revezava entre as ruas movimentadas de New York e uma Maite chorosa no banco de trás.


- Está tudo bem, senhorita Maite?


- Sim. – disse com a voz fraca.


- Aconteceu alguma coisa?


A morena apenas balançou a cabeça negativamente enquanto sentia seu rosto ser lavado pelas lágrimas.


O homem sentiu seu coração pesar ao ver Maite naquele estado. Queria saber o que acontecia, poder ajudá-la, mas preferiu respeitar o momento. Enquanto estavam parados em um sinal, retirou um lenço de seu terno e estendeu para Maite sem olhar para trás.


- Obrigada. – ela agradeceu.


 


Anahi saiu de sua sala num rompante. Seus óculos escuros não escondiam a tristeza em seu rosto.


- Sim, agora eu preciso desligar. – Susan, que estava ao telefone, finalizou a ligação rapidamente ao ver sua chefe sair da sala e parar em sua frente.


- Eu não volto para a empresa hoje, Susan. Cancele todos os compromissos e anote os recados. E em hipótese alguma eu quero ser incomodada.


- Sim senhora. Se perguntarem pela senhorita o que devo dizer?


- Diga que eu morri.


 


Estacionaram em frente a casa de Maite, que já havia conseguido se acalmar. William logo desceu e abriu a porta para ela como sempre fazia. Ela saiu e ficou parada em frente ao homem por alguns segundos, como se procurasse palavras para lhe dizer algo.


- William, hoje foi o meu último dia na empresa. A partir de amanhã você não vai precisar mais ter trabalho comigo. – sorriu sem humor.


- Isso é uma pena, senhorita. – disse com pesar – Nunca foi um trabalho para mim, eu gosto do que faço e tenho muito apreço pela senhorita.


- Eu também gosto muito de você, William. – disse sentindo um nó em sua garganta – Posso te dar um abraço?


- Mas é claro, senhorita. – abriu os braços para a morena.


Maite chocou seu corpo contra o tronco largo do homem e o abraçou com força. William devolveu o abraço com o mesmo afeto.


- Obrigada por tudo. – sentiu seu rosto esquentar e novamente as lágrimas começaram a cair.


- Imagine, senhorita. Foi um prazer servi-la. – disse acariciando os cabelos da morena cuidadosamente.


- E... William. – disse por fim soltando-se daquele abraço – Cuida da Any.


- É claro. – o homem assentiu – Esse também é um dos meus deveres.


- Obrigada. – sorriu fraco.


 


- Senhorita Anahi, aconteceu alguma coisa? – Ivone assustou-se quando viu a loira entrar em casa.


- Não, Ivone. – disse passando rapidamente em direção às escadas para o seu quarto.


- Precisa de algo?


- Não. Só não me incomode, por favor. Não vou receber e nem atender ninguém.


- Sim, senhorita. – disse ao pé da escada observando a mulher subir.


 


- Quem era, Ivone? – Nice perguntou ao ver a governanta adentrar a cozinha.


- Era a Anahi.


- Ela em casa a essa hora? – a cozinheira arregalou os olhos – Aconteceu alguma coisa?


- Eu não sei. Só sei que ela não tava com uma cara muito boa. Parece que chorou. – disse preocupada.


Nesse instante ouviu-se o interfone tocar e Ivone rapidamente atendeu.


- Pois não? ... Não, ela pediu para não ser incomodada. Quem deseja, por favor? ... Infelizmente eu não posso, senhorita, ela não quer ver ninguém. ... São ordens e eu apenas as cumpro. ... Sim, assim que possível eu passo o recado a ela. ... Disponha.


- Quem era, Ivone? – Nice perguntou.


- Não quis dizer, parecia aflita. Só disse que queria falar com a senhorita Anahi.


- E aí?


- Mandou deixar um recado. Aquela voz não me era estranha...


- Anahi! Anahi!


Ivone e Nice correram até a sala ao ouvirem gritos desesperados.


- Senhorita Dulce? O que está fazendo aqui? – Ivone perguntou assustada ao ver a mulher chorando em desespero.


- Eu preciso falar com a Anahi! Onde ela está?


- A senhorita Portila não pode receber ninguém no momento. Por favor, senhorita, se acalme! – Ivone segurou a mulher pelos braços.


- Eu sei que ela está aqui, ela não está lá na empresa. Eu preciso falar com ela, por favor!


- O que é que... – Anahi desceu as escadas e perdeu a voz ao perceber do que se tratava – O que é que você está fazendo aqui?


- Anahi, por favor, deixa eu me explicar?


- Como ela entrou aqui, Ivone? Eu disse que não queria ver ninguém!


- Eu não sei, senhorita. Eu não permiti a entrada dela, ela tocou o interfone e eu a dispensei.


- Chame a segurança, Ivone. Eu não quero essa mulher aqui nunca mais!


A governanta saiu apressada.


- Anahi, me escuta, por favor?! – Dulce se aproximou segurando-a pelos ombros – Deixa eu me explicar!


- Não encosta em mim! – a loira se afastou – Não encosta em mim, Dulce. Eu não quero ver você nunca mais na minha vida.


- Não, por favor! – a mulher se ajoelhou em desespero aos pés de Anahi – Me escuta. Eu não fiz por mal!


- Senhorita, me perdoe. – um negro alto e forte adentrou a sala às pressas – Eu não sabia que ela estava proibida de entrar. – disse e rapidamente puxou Dulce pelos braços.


- Não! Me larga! Anahi eu te amo. É comigo que você tem que ficar! – vociferava enquanto o homem tentava contê-la – Eu sempre te amei, mas você nunca quis nada sério comigo. Eu sempre te esperei, Any! Eu te esperei a vida inteira e agora você quer ficar com aquela...


- Cala essa boca, Dulce! – a loira esbravejou – Cala a sua boca!


- Você não podia ter me tratado daquele jeito, Anahi. Eu que sempre fui a sua preferida, você lembra? – dizia enquanto chorava copiosamente – Depois de tudo você ainda preferiu ficar com ela. Mas agora eu sei que tudo acabou, vocês terminaram, não foi? Agora nós podemos ficar juntas, meu amor. Eu não fiz tudo o que fiz em vão. Você tem que ficar comigo, Anahi!


- Pro inferno com esse seu amor, Dulce! – a loira se aproximou – Você acabou com a melhor coisa que eu já tive na minha vida. Você achou mesmo que agindo desse jeito eu ia correr pros seus braços?


- É claro! Eu te dei uma prova de amor, do meu amor por você! Eu te livrei dela, Any. Vocês não dariam certo, ela não quis te assumir, não foi? Ela nunca te amaria como eu te amo, Anahi. Ela nunca vai amar você!


Num ato impulsivo Anahi levou sua mão com força no rosto da mulher descontrolada à sua frente. O tapa estalou e ecoou pela sala, deixando um silêncio instantâneo no ambiente.


- Leva essa mulher daqui. – a loira disse tentando se conter.


- Não! Anahi, eu te amo! – gritava enquanto era levada para fora – Fica comigo, você é minha! Eu sou o amor da sua vida. É comigo que você tem que ficar!


 


Anahi tombou no sofá e se deixou cair em prantos. Levou as mãos ao rosto em desespero enquanto deixava todo o mal que sentia sair em lágrimas.


- Senhorita, Anahi? – Ivone se aproximou – Quer que eu pegue um pouco d’água para a senhorita?


A loira nada respondeu. Só se ouvia o seu choro.


Ivone acenou para que Nice pegasse a água e sentou-se ao lado de sua patroa.


- Tente se acalmar, dona Anahi. – disse se aproximando sem jeito.


Por um momento Ivone se esqueceu de todos os protocolos e abraçou a loira pelos ombros, a consolando num cafuné.


- Vai ficar tudo bem. Vai passar, vai passar. – dizia serenamente tentando acalmá-la – Tudo vai se resolver.


 


Anahi deitou-se em sua cama depois de vencida pelo cansaço. Seus pensamentos fervilhavam enquanto ela sentia as lágrimas saírem incessantemente de seus olhos.


- Por que, Maite? Por quê? – sussurrou a si mesma – Por que você não acreditou em mim? Por que me magoou dessa forma? Eu só queria você! Ficar com você. – se lamentava – Mas você nunca me quis. Agora eu sei, você nunca me quis como eu te quis.


 


***


 


Maite entrou em casa desolada. Caminhou em direção ao seu quarto tentando conter o desespero que lhe abatia.


- Filha? – Daisy veio da cozinha – É você, Maite?


A senhora foi em direção à movimentação e encontrou a morena jogada na cama com as mãos sobre o rosto.


- Filha, o que houve? – disse se aproximando – O que aconteceu?


- Acabou tudo, mãe. – disse choramingando – Acabou tudo!


O aperto em seu peito permanecia ali. Sentia vontade de gritar, chorar até seu corpo se desfazer em lágrimas.


- Se acalma, filha. – Daisy sentou ao seu lado e abraçou-a – Me conta o que aconteceu?


Maite chorou por longos minutos sem conseguir dizer uma só palavra. Daisy acolheu a filha em seus braços até que sentiu ela se acalmar aos poucos.


- Mais calma? – a senhora perguntou.


Maite balançou a cabeça em afirmação ainda fungando enquanto tentava controlar sua respiração falha.


- Agora me conta o que houve?


- Eu terminei tudo com a Anahi. – disse num fio de voz.


- Por que, filha? Você saiu daqui tão bem, disposta a assumir um compromisso com ela. O que aconteceu nesse meio tempo que te fez mudar de idéia?


- Aconteceu tudo, mãe. – suspirou – O mundo desabou na minha cabeça de uma só vez.


- Você pode ser mais específica?


- Eu vi a Anahi beijando outra mulher.


- O que? Como assim, filha? – Daisy arregalou os olhos surpresa.


- É uma amiga íntima dela de muitos anos. Ela foi até a empresa falar com a Anahi e quando eu cheguei na sala as duas estavam se beijando.


- Mas... – a senhora não sabia o que dizer – Eu não posso acreditar que a Any fez isso com você! Depois de tudo que vocês passaram.


- Pois é, mãe. Acho que ela se cansou de esperar por mim.


- Não pode ser, filha. Ela parecia tão apaixonada. Tem certeza que não foi um mal entendido?


- Ela disse que foi, que a tal Dulce agarrou ela, mas eu vi mãe! Ela não é mais uma criança inocente que se deixa levar assim. Se essa Dulce a beijou foi porque ela deixou.


- Eu sei, filha. Mas é que é difícil de entender. Ela me pareceu tão sincera quando disse que gostava de você.


- Talvez ela gostasse mesmo, mãe. Mas não o suficiente para esperar o meu tempo. Acho que ela se cansou.


- Vocês conversaram? Você deu a oportunidade dela se explicar?


- Conversamos. Ela tentou me explicar, mas eu não tive cabeça pra ser compreensiva. Depois de tudo o que eu vi, depois de... As pessoas já estavam comentando, mãe. Eu tive que ouvir gracinhas de um funcionário e o irmão dela, aquele... Meu Deus, que nojo que eu sinto daquele homem!


- O que ele fez filha?


- Ele... – sua expressão mudou de triste para temerosa – Ele me chamou até a sala dele e me disse uns absurdos. Não foi nada demais, mãe. Eu só... Eu não estou preocupada com ele agora. – desviou o olhar – Eu, eu só quero seguir minha vida longe disso tudo.


- Mas filha, você trabalha lá. Como pretende se manter fora de todas essas questões?


- Não trabalho mais, mãe. Eu me demiti. Eu não suportaria viver naquele ambiente, com aquela pressão toda sobre mim. Ver a Anahi todos os dias seria doloroso demais. E agüentar as especulações dos outros funcionários, as insinuações... Não, eu não quero isso pra mim. Eu não posso...


- Filha, você tem certeza do que está fazendo?


- Tenho, mãe. – sentiu seus olhos lacrimejarem novamente – Vai ser melhor assim. – fungou – Vai ser melhor pra nós duas.


- Você ainda gosta dela, não gosta?


Maite não conseguiu responder. Apenas se deixou cair no choro novamente.


- Vai ser melhor assim. – sussurrava entre um soluço e outro – Vai ser melhor assim, mãe.


 


***


 


Alguns dias depois...


 


- Como foi lá? – Daisy perguntou assim que Maite chegou em casa.


- Foi rápido. Só passei no setor de RH e assinei minha demissão. Até semana que vem as minhas contas serão acertadas. – disse sentando-se no sofá.


- E você encontrou com ela por lá?


- Não. – disse séria – Eu entrei e saí o mais rápido que pude para evitar que isso acontecesse.


- Talvez vocês devessem conversar agora que as coisas já se acalmaram. – sugeriu esperançosa.


- Nós não temos nada para conversar. Você não entende, eu não posso. Eu não... – suspirou derrotada – Eu não quero falar sobre esse assunto, mãe. Por favor.


- Tudo bem, eu entendo. – suspirou – E agora o que você pretende fazer daqui pra frente?


- Eu vou começar a providenciar tudo para a abertura do meu escritório. Não pretendia fazer isso tão de repente, mas eu preciso me ajeitar logo. O quanto antes eu começar a trabalhar, melhor. Além do mais, preciso manter a minha mente ocupada.


- Mas eu vejo você trabalhando aqui em casa, analisando papéis... O que está fazendo?


- Nada. São... São só algumas coisas sobre a abertura do escritório.


- Você anda tão estranha, Maite. – Daisy a fitou.


- Estranha? Por quê? – desviou o olhar.


- Não sei... Está acontecendo alguma coisa que você não quer me contar?


- Não, mãe.


- Tem certeza?


- Mãe, não se preocupe. Eu estou bem!


- Eu me preocupo sim, filha. Você acabou de passar por um turbilhão de emoções, emoções que você nunca havia sentido antes e que não tiveram um fim muito agradável.


- Mãe, eu não posso dizer que estou ótima. Mas eu estou bem, na medida do possível.


- Se precisar conversar eu estou aqui. Ou então conversa com o Cris, se você não se sentir à vontade pra se abrir comigo. Vocês dois são como irmãos e ele sempre tem bons conselhos pra te dar.


- É, ele tem aquele jeito meio maluquinho dele, mas sempre sabe o que me dizer.


- Pois é. – sorriu a afagou o rosto da filha – Bom, eu vou terminar o almoço. Você bem que podia me dar uma ajudinha aqui, hein? – saiu em direção à cozinha.


- Pode deixar, dona Daisy. Deixa só eu trocar essa roupa e já vou.


Antes que Maite saísse da sala o telefone começou a tocar.


- Sim? – disse ao atender – Quem? ... Ivone? Que Ivone? ... Ah... – de repente ficou sem voz – Sim, estou aqui. ... Pode, pode deixar ela entrar.


- Quem era, filha? – Daisy voltou até a sala – Era o Rob? Às vezes ele me liga pelo fixo porque não pode mexer no celular durante o horário de trabalho – disse animada.


- Não, era da portaria. Disseram que a Ivone está aí e pediu pra vir falar comigo.


- Ivone? Que Ivone?


- A governanta da Anahi. – disse receosa.


As duas se entreolhavam surpresas quando a campainha tocou. Maite respirou fundo antes de ir atender e assim que abriu a porta seu coração disparou.


- O que você ta fazendo aqui?


- Desculpa, eu precisava encontrar um jeito de você me receber. – a mulher disse sem jeito.


- Eu não tenho nada pra falar com você. Vai embora! – Maite soltou exasperada já fechando a porta.


- Espera. – a mulher a segurou – Eu não vou demorar. Só preciso explicar pra você tudo o que aconteceu. Me deixa entrar, por favor?


Maite fechou os olhos e respirou fundo, tentando ponderar a situação.


- Tudo bem. Seja breve. – disse dando espaço para a mulher entrar.


- Essa não é a Ivone. – Daisy disse assim que ela entrou.


- Não, mamãe. Essa é a Dulce. Aquela Dulce...


 


 


 


 



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Autor(a): naiara_

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primiero queria agradecer a todos que estão acompanhando , e comentando a fic .    creditos principais a autora: SweetWords   agora dUAS Divulgação  http://fanfics.com.br/fanfic/51734/perigoso-contato-portirroni-portirroni muto legal essa , pois e um romance  com ação ..policial e tudo de bom  e a o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 147



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  • maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12

    Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3

  • ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20

    Cadeeeee

  • Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37

    nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17

    Terminar? :(

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56

    MEU DEUS ALELUIA

  • Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42

    Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha

  • Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39

    Terminar? Que papo é esse???

  • Postado em 05/01/2017 - 20:57:56

    Voltoooou! Que bom posta muito rsrs

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11

    saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16

    feliz 2017!!


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