Fanfics Brasil - Capítulo 33 - Um Recomeço amor repentino

Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni


Capítulo: Capítulo 33 - Um Recomeço

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Depois da discussão com Maite, Anahi havia desistido de ir até a empresa. Sua cabeça e seu corpo deram sinais de que ela ainda não estava bem o suficiente para enfrentar o irmão, e após pensar com calma chegou à conclusão de que precisaria estar com a saúde plena para retomar o seu lugar.


Anahi aguardou pacientemente em casa por mais alguns dias naquela semana. Nesse meio tempo, com a ajuda de Lucy e Evan, buscava saber notícias de tudo o que se passava na empresa. Ela planejava uma volta triunfal para surpreender a todos quando retomasse a sua cadeira na presidência.


Na quinta-feira logo cedo, quando julgou se sentir bem o bastante, decidiu que era hora de voltar. Avisou William que ele a levaria à Portilas Corporation e se preparou para o confronto.


Às 07h30min em ponto saíram de casa, aparentemente em direção à empresa. Mas após alguns minutos de viagem Anahi observou com estranheza que aquele não era o seu trajeto.


- William, para onde estamos indo? – a loira, visivelmente irritada, o fitou pelo retrovisor – Esse não é o caminho para a empresa.


- Me perdoe, Srta., mas eu preciso fazer isso. – o homem a olhou rapidamente pelo mesmo espelho que ela o encarava.


- Isso o que, William? O que é que está acontecendo?


- Srta. Anahi, há muitas coisas que você precisa saber. Coisas que vem acontecendo há algum tempo e que dizem respeito a você e à Maite.


- A Maite? Eu não estou entendendo. Explique-se de uma vez, William! Você está me deixando nervosa.


- Fique calma, Srta. Assim que chegarmos tudo será esclarecido.


- Chegarmos onde? Para onde estamos indo?


- A Srta. logo saberá. – disse a fitando brevemente pelo retrovisor – Me perdoe, eu espero que não fique brava comigo.


Anahi respirou fundo buscando paciência para não se irritar com o motorista.


- William, você sabe que se não fosse você eu já teria te demitido, não sabe? – o homem engoliu seco e assentiu com a cabeça – Eu não faço a menor ideia do que é que está acontecendo, mas diante da situação, como eu não posso fazer nada para impedi-lo eu vou confiar em você.


- Confie, Srta. Eu, mais do que ninguém, quero o seu bem. E se a senhora não gostar do lugar para onde estou te levando, eu aceitarei a minha demissão sem protestar.


- Assim espero, William. Assim espero.


O homem pisou fundo no acelerador e seguiu pela estrada em direção à saída de New York.


Após pouco mais de duas horas de viagem, Anahi sentiu seu coração apertar e se encher de alegria ao mesmo tempo quando se deu conta de onde estavam chegando. Seus olhos marejados percorreram toda a extensão do lugar. Lembranças vieram à tona tornando quase impossível conter o choro.


- Por que estamos aqui, William? – perguntou assim que o carro estacionou em frente à casa.


- Srta., eu sei o quanto esse lugar é importante para você. Tive a chance de vir aqui algumas vezes com a Srta. e o senhor Portila, o seu pai. – fez uma pausa e a observou pelo retrovisor – Eu sempre tive muito apreço por ele, assim tenho pela Srta. também. Guardo um carinho muito grande por você, por tudo que a senhora é e por honrar a memória do seu pai como sempre fez. E mais ainda depois do que você fez pela minha filha. Eu vou ser eternamente grato. – os óculos escuros tapavam os olhos de Anahi, mas era possível ver as lágrimas que escorriam delicadamente em seu rosto – Eu sei que não está passando por um bom momento, sei como as coisas têm sido difíceis ultimamente e por esses motivos eu não poderia deixar de fazer algo pela senhora. Primeiro pelo carinho que lhe tenho e pela memória da sua família, segundo pela minha obrigação de funcionário responsável por zelar pela sua segurança.


- Eu não estou entendendo, William. – ela disse calmamente enxugando os olhos com uma das mãos – Onde é que está querendo chegar? O que é que está acontecendo, me diz?!


- Srta., tudo será esclarecido, por isso eu te trouxe aqui. Quando entrar você verá o porquê e entenderá tudo.


- Entrar? Eu não... William, eu preciso voltar agora. Preciso voltar para a empresa, o Marco não pode ter o poder de tudo nas mãos, eu preciso voltar e defender o que foi do meu pai, pela memória dele!


- Srta. Anahi, me escute, por favor. – ele se virou no banco para encará-la – É justamente por isso que estamos aqui. Há muito mais sobre o seu irmão que você precisa saber. A Srta. precisa agir com calma. O senhor Marco é um homem perigoso.


- Como você sabe exatamente de tudo o que está acontecendo? Me explique, William, você está me deixando aflita!


- Eu te trouxe aqui para isso, para que você saiba de tudo. Mas não sou eu que vou te explicar.


Anahi o encarou confusa enquanto o observou sair do carro e abrir a porta para ela.


- Por favor. – disse ele estendendo a mão para que ela saísse – Eu tomei a liberdade de pedir à Ivone que preparasse algumas roupas para a Srta.


William foi até o porta-malas e retirou uma mala de lá. Anahi o fitava sem reação, tentando entender o que é que estava acontecendo.


- William, eu não vou ficar aqui! Você pode me explicar que loucura é essa? Se isso for pelo acidente, não se preocupe, eu já estou ótima.


- Srta., confie em mim. Você precisa ficar aqui por alguns dias, é para o seu próprio bem. Você vai entender assim que entrar na casa. Tem uma pessoa esperando pela Srta. lá dentro. Ela ficará com você até o momento certo de voltarmos.


- Uma pessoa? Que pessoa?


- Por favor, me acompanhe. – ele disse levando a mala e se encaminhando para dentro da casa.


Anahi o seguiu totalmente confusa. Precisava saber o que é que estava acontecendo, as atitudes estranhas de William, essa pessoa que a esperava, os motivos pelos quais ela deveria ficar em sua casa de veraneio nos Hamptons até o momento certo de voltar. Sua cabeça já doía e sua mente estava confusa.


William abriu a porta e deu passagem para que a Loira entrasse. A primeira coisa que ela observou foi que tudo estava limpo e arrumado, como se tivessem preparado a casa para recebê-la. Havia muito tempo que ninguém visitava aquele lugar, desde alguns anos antes da morte do seu pai. Entrar naquela casa e vê-la da mesma maneira que ela viu da última vez que esteve ali foi como voltar no tempo. Tantas boas lembranças, tantas recordações felizes. Seus olhos voltaram a se encher de lágrimas enquanto ela analisava tudo como se tivesse voltado à época em que seu pai estava com ela. Era como se ele estivesse ali agora mesmo e fosse aparecer na sala a qualquer momento com um largo sorriso no rosto trazendo nas mãos um peixe recém pescado para lhe mostrar.


-Anahi.


Aquela voz tão conhecida soou a tirando de seus devaneios. A loira se virou rapidamente para o centro da sala onde Maite estava parada, a encarando com um sorriso sem jeito nos lábios.


- Maite? – fitou surpresa – O que faz aqui?


- Bem, – William interrompeu antes que pudessem começar a conversar – Eu devo ir agora. – as duas viraram para o homem – Maite, a segurança está a postos, fique tranquila aqui. Qualquer imprevisto me informe ou chame um dos seguranças que estarão espalhados pela propriedade. Eles estarão à paisana.


A loira assentiu.


- Srta. Evellyn, – ele se virou para a morena – A Maite tem muito o que lhe dizer. Ela explicará tudo o que está acontecendo. A ouça, por favor. Eu espero que a Srta. entenda que tudo o que fizemos foi pensando no seu bem estar. Eu peço que, por favor, não queira sair daqui antes da hora. Eu imagino que essa será sua primeira reação, mas aconteça o que acontecer, fique aqui. Desde já eu peço desculpas, pois não poderei atender ao seu chamado. Eu estarei em New York cuidando para que tudo saia como planejado e não voltarei aqui até o dia de buscá-las.


- Dá pra alguém me explicar o que é que está acontecendo? Vocês estão testando a minha paciência, é isso?


- Eu vou deixá-las agora. Fique bem, Srta. – ele a fitou e em seguida Maite – E você também.


Maite assentiu com um sorriso fraco e o observou sair pela porta.


- O que é que você está fazendo aqui, Maite? Como sabia desse lugar? Por que o William te trouxe aqui?


- Calma, Anahi. Nós temos que conversar.


- É claro que nós temos! Eu pensei que a nossa conversa havia sido definitiva. Por que você sempre dá um jeito de aparecer na minha vida?


- Porque eu nunca deixei de estar presente, mesmo que de longe. Eu estive todo esse tempo tentando te proteger, tentando encontrar uma solução para que nós pudéssemos ficar juntas.


- Do que é que você está falando, Maite? Eu estou cansada desses enigmas, dessas meias palavras.


- Eu vou te contar tudo o que aconteceu, desde o início, mas você precisa me prometer que vai tentar manter a calma.


- É impossível ficar calma com você e o William fazendo todo esse mistério.


- Vem, senta aqui, por favor. – Maite se sentou no sofá da grande sala e indicou que a loira se sentasse também.


- Eu não quero me sentar, eu estou bem de pé. Eu não tenho paciência suficiente para agüentar toda essa tranqüilidade de vocês.


- Por favor, Anahi? A conversa será longa, eu preciso que me ouça com calma.


- Está bem! – suspirou vencida e foi até a morena, se sentando ao seu lado – Agora diga de uma vez o que é que está acontecendo.


- Bem, eu... Primeiro eu preciso que você me prometa que vai ouvir tudo o que eu tenho para dizer, até o fim. E que vai tentar manter a calma e esperar aqui comigo até o dia de voltarmos, como combinado com o William.


- Se você está dizendo isso é porque sabe que eu não vou gostar do que vou ouvir. Não posso prometer porque já estou fervendo por dentro, mas que seja. Me diga primeiro e depois nós vemos sobre isso.


- Tudo bem, eu já imaginava que não seria fácil de qualquer maneira. Essa é a razão por estarmos aqui.


- Você vai começar a me dizer de uma vez ou eu posso ir tomar um drinque enquanto você faz a introdução?


- Você precisa tentar se controlar, manter a calma um pouco faz bem pra saúde.


Anahi revirou os olhos e respirou fundo. Fez menção em levantar, mas foi impedida por Maite que a segurou pelo braço.


- Espera, eu vou começar.


- Mas já? Aparentemente eu tenho todo o tempo do mundo para te ouvir, não tenha pressa. – sorriu irônica.


- Tudo bem. – suspirou tomando fôlego – No dia em que eu saí da empresa aconteceram algumas coisas, coisas que foram os reais motivos para que eu me demitisse naquele momento.


- Além do beijo que a Dulce me deu e da sua vontade de sair para abrir o seu próprio escritório, houve mais algum motivo? – disse com certo rancor na voz.


- Sim. Eu já tinha a intenção de sair e depois disso eu não tive escolhas.


- É claro. Você não me deu chances para que eu explicasse. Não acreditou quando eu disse que não tive culpa. Mas agora isso já não importa mais.


- Importa sim, Any. Eu sei que você não teve culpa. Eu sei que a Dulce te agarrou de propósito para que eu visse tudo e brigasse com você.


- Sabe?


- Sei. – disse abaixando a cabeça, respirando fundo e voltando a encará-la – A Dulce foi até a minha casa alguns dias depois e me confessou tudo. Ela me disse que sempre te amou, mas você nunca quis nada sério com ela. Ela não aceitava o fato de que você queria ficar comigo e fez tudo aquilo para nos separar.


- Ela te disse isso? Ela foi até a sua casa e te confessou tudo?


- Sim.


- E mesmo depois de tudo isso você... Todas aquelas cenas de que não queria, não podia... Maite, eu não estou acreditando nisso. – riu sem humor – Quantas vezes eu me peguei chorando por você, coisa que eu nunca fiz por mulher nenhuma! Por que inferno você não me disse isso então? – disse irritada – Por que não disse de uma vez que não me queria, ficou fazendo esse jogo, alimentando minhas esperanças e depois sumindo de novo?!


- Porque eu fui ameaçada, Anahi.


- Ameaçada? Como assim?


- Eu fui ameaçada para me afastar de você.


- Quem fez isso? Foi a Dulce? Ela te ameaçou? O que ela fez pra você, Maite? Ela te fez algum mal?


- Não, a Dulce era uma pobre coitada. Estava perdida nas suas próprias armadilhas. O amor dela virou loucura e por isso ela acabou pagando com a própria vida.


- O que? Eu não... eu não entendo.


- O Marco. O seu irmão me ameaçou, Anahi. Naquele mesmo dia, quando eu fui na sala dele buscar uns documentos que você havia me pedido, ele me chamou para conversar e me ameaçou. Ele já sabia de tudo, sabia que nós estávamos investigando ele por causa dos desfalques na empresa. Ele me mandou me afastar de você e parar de te ajudar porque se não...


- Se não o que, Maite? – Anahi a fitava nervosa, temendo a resposta.


- Ele fez ameaças contra a minha vida, Anhai. Não só a minha como a sua também. Ele tinha fotos nossas em alguns momentos íntimos na sua sala e ameaçou publicar essas fotos caso eu não o obedecesse. Num primeiro momento eu não me deixei cair em sua chantagem, mas logo depois ele fez ameaças contra você. Ele me disse coisas horríveis. Coisas que eu me arrepio só de lembrar. – os olhos marejados de Maite denunciavam o quanto lembrar daquilo era doloroso para ela.


Anahi a encarava sem reação. Seus olhos fixos nos da morena pareciam estar perdidos, sem vida. Algumas lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto e ela nem tinha percebido que sua respiração havia sido interrompida.


- Não... – sussurrou – Isso não... Não pode ser verdade, Maite. Me diz que isso é mentira, por favor!


- Any, calma.


- Como você quer que eu fique calma depois de tudo o que você acabou de me dizer? – ela disse explodindo em raiva e tristeza – Como você quer que eu me acalme sabendo que o meu irmão, o meu próprio irmão ameaçou me matar?!


- Eu sei, eu sei! Mas você precisa tentar se acalmar, você ainda está se recuperando do acidente, tenta se acalmar, por favor. Eu preciso continuar.


- Ainda tem mais? – ela riu sem humor, seu rosto lavado pelas lágrimas – O que mais ele fez? Matou alguém?


Maite o fitou nervosa buscando palavras para continuar.


- Any, a Dulce...


- Você vai me dizer que ele matou a Dulce, é isso?


- Não, ele... ele mandou matar.


- Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo. – afundou as mãos nos cabelos em desespero – Me diz que isso não está acontecendo, Maite. Me diz que eu ainda estou desacordada no hospital e tudo isso não passa de um pesadelo!


- Depois que eu saí da sala dele naquele dia eu caminhei lentamente até a sua sala pensando em uma maneira de sair de lá sem que você desconfiasse de nada. No fim das contas o que a Dulce fez acabou me ajudando, eu pude sair sem que você percebesse que havia algo por trás de tudo aquilo. É claro que eu fiquei arrasada com o que houve, eu realmente pensei que você estivesse beijando a Dul, mas naquele momento eu estava tão desnorteada que não tive reação. Eu só queria sair dali. Depois de alguns dias ela foi até minha casa e me contou tudo e ainda disse para eu ter cuidado com o Marco. Num primeiro momento eu não entendi, mas depois liguei uma coisa à outra e comecei a suspeitar que eles estivessem juntos em tudo isso. Eu não tinha provas e tudo o que estava acontecendo estava me consumindo por dentro. Eu já não sabia mais o que fazer, foi então que procurei o William e contei a ele tudo o que estava acontecendo. Eu pedi ajuda a ele para que nós pudéssemos achar uma maneira de encontrar provas para incriminar o Marco e desde então nós estamos trabalhando nisso juntos.


- Todo esse tempo e vocês dois não me disseram nada?! Por quê? Por que, Maite? Você sabia o quanto eu estava sofrendo e preferiu cair na chantagem do meu irmão a me contar, a denunciá-lo, sei lá!


- Anahi, eu tive medo. Eu deixei que o meu medo falasse mais alto, as ameaças que o Marco me fez... Depois eu passei a receber mensagens com mais ameaças, dizendo que se eu não me afastasse de você o pior iria acontecer. Eu fui covarde, eu sei, mas eu só queria te proteger.


- Você foi covarde sim! Nós podíamos enfrentar isso juntas! Ou então você poderia ter se afastado de uma vez. Esse problema é meu! Você poderia ter ido embora e me deixado de uma vez, eu teria sofrido menos, com certeza! – esbravejou.


- Não, Anahi, não! Eu não poderia porque por mais que eu não entendesse ou não admitisse o meu sentimento por você já era forte demais. Por mais que eu quisesse me enganar e não enxergar, eu já te amava. Eu tinha muitas dúvidas, tantas dúvidas! Mas o meu sentimento por você era uma das minhas únicas certezas. Eu não poderia simplesmente te deixar e fingir que nada daquilo tinha acontecido, Anahi.


- Deveria. Seria mais fácil pra você. Já que você tomou a decisão que achou ser mais fácil pra todo mundo, podia ter ido embora e me esquecido de uma vez. A empresa continuaria sendo roubada, mas eu daria um jeito mais cedo ou mais tarde e você não precisaria se preocupar.


- Anahi... – suspirou – Tudo bem, você está nervosa. Fica...


- Não me pede pra ficar calma! Não me pede isso se não quer que eu exploda de uma vez com você. Eu ainda não estou nervosa, Maite. Você ainda não me viu nervosa!


- Eu vou continuar.


- E tem mais ainda?


- Como eu estava dizendo, eu recebia mensagens de ameaças. Cada vez que nós nos encontrávamos eu recebia uma mensagem me alertando para me afastar e eu fui fraca, deixei que isso entrasse na minha mente. O meu medo de que pudesse acontecer alguma coisa com você ou até comigo foi maior. – dizia nervosa, mexendo desconexamente em seus dedos e vez ou outra enxugando as lágrimas que insistiam em cair – Depois que eu contei tudo para o William ele colocou um dos seus seguranças para me acompanhar. Ele me vigiava de longe, para não causar desconfianças no Marco, já que era óbvio que alguém estava me seguindo. Depois da morte da Dulce eu comecei a ter algumas desconfianças que foram confirmadas pelo William e pelo segurança que me protegia. Quem me seguia era a Dulce. Era ela quem me mandava as mensagens me ameaçando e ameaçando contar para o seu irmão que nós ainda nos encontrávamos. Desde o início ela queria nos afastar a qualquer custo e o Marco, sabendo disso, se aliou a ela, já que os dois tinham esse plano em comum. O problema é que o maior objetivo do Marco era me afastar da empresa, já que ao seu lado eu poderia te ajudar a buscar provas para incriminá-lo, e como eu me demiti e nós nos mantivemos, de certa forma brigadas, para ele isso já era suficiente, uma vez que nossa relação passou a ser conturbada e com isso nós não tínhamos tempo para planejar nada contra ele. Só que para a Dulce isso não bastava. Ela queria ter você só pra ela e quando viu que mesmo depois de tudo nós mantivemos contato ela começou a me ameaçar por mensagens e a atormentar o Marco para que ele desse um fim nisso, para que ele me matasse. – Maite olhava com preocupação para a mulher à sua frente – O Marco não aceitou, foi então que ela ameaçou contar tudo o que sabia. Contar à você, Anahi. E por isso ele mandou matar ela.


- Meu Deus! Meu Deus! Isso tudo é... – respirou fundo tentando assimilar tudo aquilo – Como você soube de tudo isso, Maite?


- A Susan.


- A Susan? O Marco aliciou todo mundo que me cerca para entrar na quadrilha dele, o Fred, estagiário dele, a Susan e até a Dulce! Por que a Susan te diria tudo isso? E quem garante que isso é verdade, Maite?! – suas palavras saíam de forma desesperada.


- Aí é que está. – Maite disse já mais calma – Eu descobri que a Susan estava tendo um caso com o Marco e imaginei que ela estivesse ajudando ele em tudo isso, já que ela trabalhava diretamente pra você. Conversei com o William e ele foi até ela para tentar descobrir algo, mas ela se negou a nos dizer qualquer coisa. Então ele deu um prazo para que ela confessasse tudo e nos contasse o que sabia sobre o Marco, caso contrário ele contaria tudo a você e foi o que aconteceu.


- Então foi por isso que ele me disse sobre os dois. Eu sempre soube que o William era um excelente profissional, mas quando ele chegou para me contar sobre o caso da Susan com o Marco eu o admirei de certa forma. É claro que ele sabia alguma coisa sobre os desfalques do Marco, eu deixava escapar alguns assuntos na presença dele e não me importava. Sempre confiei muito nele. Imaginei que havia sido por isso que ele me contou sobre o caso entre os dois, para que eu ficasse de olhos abertos.


- Foi sim por isso, mas foi também com o intuito de que você a demitisse para evitar que ela pudesse causar mais estragos para ajudar o Marco.


- É claro, ela estando tão próxima a mim era a cúmplice perfeita.


- Sim. Foi ela quem tirou as fotos com as quais o Marco me ameaçou.


- Aquela vagabunda! Eu deveria ter dado na cara dela o tapa que me segurei para não dar.


- Não, Anahi. Foi bom não ter feito isso.


- Bom? Eu poderia ir presa por agressão, mas pelo menos tudo isso não ficaria entalado aqui na minha garganta. Tantos anos trabalhando na empresa, trabalhou com meu pai que tanto confiava nela, para no fim ela fazer isso! Eu deveria ter mandado ela direto pra cadeia!


- Você não teria provas contra ela e tenho certeza que se arrependeria agora.


- E por quê eu iria me arrepender?


- Depois que eu saí da sua casa naquele dia eu entrei em desespero. A sensação de achar que poderia te perder no hospital quase me matou por dentro, mas depois saber que eu tinha te perdido porque você havia desistido de mim foi como morrer em vida. Tudo o que eu havia feito para tentar acabar com essa situação e poder ficar do seu lado tinha sido em vão. Mesmo que o Marco fosse preso eu não poderia ficar com você porque já era tarde demais. Eu havia te perdido, você se cansou de esperar. Me dar conta disso foi desesperador! Foi então que eu tomei uma atitude, eu já não tinha nada mais a perder mesmo. – ela sorriu sem humor já sentindo as lágrimas se formarem em seus olhos novamente – Eu procurei a Susan. Eu mesma fui até ela e quase implorei para que ela mudasse de idéia e me ajudasse a colocar o Marco na cadeia. Parecia uma idéia absurda, ela era amante dele, é claro que não cooperaria comigo, mas eu já não sabia mais o que fazer. E então eu me surpreendi. Ela se dispôs a ajudar, Anahi. Ela disse que tem provas contra ele, tem documentos que comprovam os desfalques e vai nos ajudar a colocá-lo na cadeia.


Anahi a encarava ainda sem acreditar em tudo o que tinha acabado de ouvir. Uma mistura de sentimentos se passava em sua mente naquele momento, sentimentos que ela já não sabia distinguir tamanha era sua surpresa com todas aquelas informações.


- A Susan... Ela vai nos ajudar? Você tem certeza, Mai? Talvez ela disse isso para ganhar tempo. Talvez seja um plano dela com o Marco, não é possível! Há uma semana atrás ela me disse que estava com ele por amor, que tudo que ela tinha feito por ele havia sido por amor! Ela não pode ter mudado de idéia assim tão rápido.


- Eu também não acreditei, Any. Num primeiro momento eu pensei o mesmo, depois cheguei a imaginar que fosse algum tipo de vingança contra o Marco, talvez ele tivesse terminado tudo com ela agora que ela já não trabalha mais com você já não lhe serviria mais. Foi então que ela me surpreendeu mais uma vez e essa surpresa foi a maior de todas. A Susan me disse que fez tudo por você, Any.


- Por mim? – a loira a fitou surpresa.


- Sim. Ela disse que o seu pai, já no fim da vida quando sabia que sua doença não tinha mais cura, pediu para que a Susan cuidasse de tudo para te ajudar a administrar a empresa. Ele disse a ela que te colocaria na presidência e sabia que você enfrentaria muitos desafios, por isso pediu a ajuda da Susan.


- Meu pai? – ela disse num sussurro já sentindo suas lágrimas caírem novamente.


- Sim. A Susan disse que o senhor Michael foi um homem muito bom, que a ajudou num momento que ela mais precisou e por isso ela tem essa dívida de gratidão eterna com ele.


- Então a Susan teve um caso com o Marco só para me ajudar? Pela memória do meu pai? Eu não posso acreditar nisso. – disse por fim se deixando desabar.


Anahi levou as mãos ao rosto deixando que o choro a consumisse. Maite a envolveu em seus braços e também não conteve as lágrimas.


- Eu fui tão injusta com ela, Maite. Eu fui tão... Eu disse coisas horríveis a ela.


- Tudo bem, você não sabia.


- Eu não sabia de nada. Tudo isso acontecendo embaixo do meu nariz e eu era a única que não sabia de nada!


- Calma, vai ficar tudo bem. Agora nós vamos por um fim nisso de uma vez e poderemos seguir nossas vidas.


- Eu preciso ir até lá agora. – ela disse se levantando num impulso – Eu preciso ir até a Susan pedir desculpas e pegar as provas contra o Marco!


- Anahi, ainda não é a hora, calma! – a morena disse se levantando em seguida.


- Maite, você não está entendendo a gravidade dessa situação?! Como é que você pode estar tranquila sabendo de tudo isso? Quanta coisa absurda acontecendo e eu não pude fazer nada! Eu preciso resolver isso agora. Eu não vou conseguir esperar mais um minuto sequer sabendo que eu posso colocar esse monstro do meu irmão na cadeia! – ela saiu em direção à porta.


- Anahi, espera!


Maite correu atrás da loira e a segurou pelo braço.


- Me solta, Maite! Você não vai me impedir de sair daqui! Foi por isso que o William disse tudo aquilo, foi por isso que vocês dois... A aproximação de vocês, a conversa no hospital. Vocês sabiam de tudo e me deixaram surtando de desespero sem saber o que fazer!


- Anahi, por favor, nós pensamos só em você quando tomamos essas decisões. – Maite tentava a todo custo acalmar a loira– Nós quisemos te poupar, não adiantaria nada te contar tudo antes, nós não tínhamos provas contra ele e sabíamos que você não sustentaria essa situação com paciência até termos algo contra o Marco.


- Me poupar?! Vocês quiseram me poupar?! – Anahi se soltou das mãos de Maite e voltou em direção à sala – Vocês teriam me poupado muito mais se tivessem me dito tudo o que acontecia no momento em que acontecia. Eu tenho um bandido dentro da minha empresa, um criminoso da pior espécie que é capaz de mandar matar, de chantagear e ameaçar e vocês me deixaram vulnerável à ele! – ela cuspia as palavras sem se importar com os gritos direcionados à morena.


- Foi justamente por isso, Anahi. Me escuta! – Maite se aproximou – Como você conseguiria manter a calma se soubesse disso tudo antes? Como conseguiria se conter diante do Marco sabendo de tudo o que ele fez? Você já não se continha antes, quando imaginava que ele apenas roubava a empresa, imagina se soubesse disso tudo. Se você jogasse tudo isso contra ele só daria mais motivos para ele tentar algo contra você e sem provas nós não poderíamos lutar contra ele!


- Vocês me traíram! Eu não confio mais em ninguém, ninguém!


- Você está muito nervosa, tenta se acalmar, por favor?


- Eu não quero me acalmar. Eu vou agora mesmo colocar o Marco na cadeia! Ele e toda a quadrilha. – Anahi pegou seu celular no bolso de sua calça e começou a buscar algum número na agenda – O William não vai me atender, ele já sabia, é claro. Por isso já deixou avisado, muito esperto. – riu sem humor – Eu preciso de um táxi, é isso, vou chamar um táxi.


Maite observava a loira à sua frente totalmente transtornada. Caminhou até ela e segurou em suas mãos.


- Anahi, olha pra mim. – disse calmamente.


- Eu preciso... Eu preciso ir, Maite. Ele vai destruir a empresa do meu pai, eu não posso deixar. O meu pai me disse, ele falou no meu sonho que tinham pessoas contra mim. Agora eu sei, eu não posso deixar.


- Anahi, fica calma. Nós vamos sim colocar o Marco e todos os outros na cadeia, mas não agora.


Maite levou as mãos até o rosto da loira e fixou seus olhos nos dela.


- Nós já temos um plano, mas você tem que ficar tranquila para que nós possamos colocá-lo em prática.


- Um plano?


- Sim. Senta aqui que eu vou te contar.


Maite segurava firme nas mãos trêmulas de Anahi. A loira estava visivelmente abalada e perturbada com tudo o que tinha acabado de saber. Após alguns minutos esperando que ela se acalmasse a morena continuou.


- Está mais calma?


- Sim, um pouco. – disse quase sem voz.


- Bem, depois que a Susan me disse tudo isso eu liguei para o William e pedi para encontrá-lo. Foi então que nós decidimos que seria melhor te afastar de lá para que pudéssemos te contar tudo com mais segurança. O William deu a idéia de te trazer pra cá e então nós preparamos tudo para que pudéssemos esperar até o dia, como combinado com a Susan.


- E que dia é esse? Por que não podemos ir lá e acabar com tudo isso agora mesmo?


- É na segunda-feira. Ela disse que o Marco está planejando algo na empresa e ela sabe de tudo com detalhes. Pediu para que nós aguardássemos até lá que ela nos dará as instruções para que finalmente possamos acabar com tudo isso.


- Segunda está muito longe ainda, Maite! Não podemos esperar!


- Podemos sim! Nós esperamos até agora, passamos por tanta coisa. Alguns dias a mais valerão à pena, confia em mim, Anahi?


- Tudo bem, eu... Eu não estou me sentindo muito bem. – disse levando as mãos à cabeça.


- O que está sentindo?


- Eu estou um pouco tonta, minha cabeça dói.


- Você não deveria passar por tudo isso agora, ainda está se recuperando do acidente. Eu só te contei tudo agora porque não poderia esperar mais.


- Eu estou bem, é só um mal estar. São esses remédios que me deixam grogue, eu não vou tomar mais essa porcaria.


- Não é hora para se tornar uma menina mal criada que não quer tomar os remédios, Anahi. Vem, eu vou te levar pro seu quarto, você precisa descansar um pouco.


*** 


Já havia escurecido quando Anahi acordou. Sentou-se na cama ouvindo o barulho do mar. Pela sacada, a brisa fresca soprava e balançava as cortinas, invadindo o seu quarto. Ela se levantou e foi observar a bela vista que tinha dali. Era possível observar as estrelas com perfeição. A lua brilhava pouco acima do horizonte deixando a paisagem admirável. Observou por alguns instantes deixando a paz que aquele lugar lhe trazia invadir seu peito.


Após um longo banho ela desceu seguindo o cheiro que vinha da cozinha. Ao perceber Maite ocupada com as panelas no fogão, permaneceu silenciosa para observá-la.


 


“Kiss me like you wanna be loved


You wanna be loved


You wanna be loved


This feels like falling in love


Falling in love


We're falling in love”


 


Maite, que cantava distraída olhando para as panelas, levou uma mão ao coração e suspirou num susto quando se virou e se deparou com Anahi sentada em um dos bancos do balcão no centro da cozinha, a observando atentamente.


- Oi. – a loira sorriu com cinismo tentando não gargalhar do susto que a outra levou.


- Você quase me matou de susto, Anahi!


- Desculpa, não fiz de propósito. Você estava tão distraída cantando e cozinhando, não quis te atrapalhar.


- Você está melhor?


- Sim, acho que sim. O que está fazendo aí? O cheiro ta bom.


- Ah, não é nada demais. Tem uma carne com batatas no forno e fiz um arroz e cozinhei alguns legumes. – disse olhando para as panelas sobre o fogão – E tem purê de batatas também. Coisas simples porque eu fui às pressas ao supermercado para comprar mantimentos pra gente ficar aqui por alguns dias.


- Me parece ótimo. Me lembre de dividir as despesas com você.


- Não precisa.


- Precisa sim, eu vou comer também, faço questão.


- Não, não precisa. E não discuta comigo porque vai perder pelo cansaço. Agora vá para a mesa que eu já vou servir.


- Nossa, que mandona!


- Você me obriga a ser.


- Sim, senhora. – Anahi se levantou e assim que deu as costas parou no lugar em que estava – Podemos comer aqui no balcão? – se voltou para a morena novamente.


- Ah... Sim. Prefere aqui do que na mesa de jantar?


- Sim. Eu gosto daqui, tenho boas lembranças dessa cozinha. – sorriu nostálgica.


- Tudo bem então.


 


- Está tudo uma delícia. Você cozinha muito bem, Maite. – Anahi disse assim que começaram a jantar.


- Obrigada. – sorriu agradecida.


O silêncio pairou entre elas e por alguns instantes só se ouvia o som dos talheres em contato com os pratos. Seus olhares se cruzavam vez ou outra retirando sorrisos tímidos de seus lábios. Havia muito o que dizer, mas naquele momento o silêncio parecia ser a melhor opção.


- Você acha que a Susan pode estar mentindo? – Anahi finalmente perguntou depois de um longo tempo.


- Eu não sei. Espero que não.


- Ela pode ter dito tudo isso para ganhar tempo.


- Sim, é possível.


- Por que confiou nela?


- Eu não sei, ela me pareceu sincera. E no momento nós não temos muitas alternativas, temos que confiar nela.


- Eu acho arriscado. Até a segunda-feira eles terão tempo de planejar algo e se safar dessa, seja lá o que estejam planejando.


- O William está de olho na Susan. A qualquer suspeita ele irá nos avisar.


- Eu ainda acho que...


- Não vamos pensar nisso agora, está bem? – Maite interrompeu – Aproveite esses dias para descansar, você estava mesmo precisando de umas férias.


- É meio que impossível relaxar nessas férias forçadas, mas tudo bem. Eu vou tentar manter a calma.


- Ótimo. Quer sorvete? É a única sobremesa que temos hoje? – sorriu se levantando para guardar os pratos na pia.


- Quero. Eu te ajudo com isso. – foi em direção à pia – Não precisa, você ainda está de repouso. Recomendações médicas, lembra?


- Como eu posso esquecer se você faz questão de me lembrar disso toda hora?


- Alguém precisa ser responsável com a saúde por aqui. Se você não se cuida, deixa eu cuidar de você.


Maite a encarou sem jeito quando se deu conta do que acabara de dizer. Anahi a fitava com um leve sorriso e assim permaneceram por alguns instantes, travando uma batalha de olhares que transmitia tudo o que elas guardavam dentro de si.


- É... – Maite disse quebrando o silêncio – Vai lá pra sala que eu já levo o sorvete.


- Deixa eu te ajudar aqui.


- Não precisa, amanhã eu cuido disso. Agora senta lá e pára de discutir comigo. – disse a empurrando levemente pelas costas.


- Se é mandona assim agora imagina quando for minha mulher. – sussurrou.


- Que?


- Nada, eu te espero na sala.


 


- Essa TV velha não está funcionando. – Anahi disse assim que Maite chegou com o pote de sorvete e as colheres em mãos.


- É, eu já tentei ligar. – disse sentando-se no sofá.


- Então nós só temos a companhia uma da outra para nos distrair. – a loira a fitou e sentou-se ao lado dela.


- Parece que sim. – sorriu levando a colher à boca.


- Obrigada por estar aqui.


- Não precisa agradecer, Any. Eu queria ter ficado do seu lado todo esse tempo.


- Deveria ter ficado.


- Eu sei, me desculpe.


- Tudo bem, já passou. Você está aqui agora me dando forças e tentando me ajudar quando poderia simplesmente ter ido embora e esquecido tudo isso. Com certeza ficar com outra pessoa seria menos complicado do que se envolver comigo. – sorriu sem humor.


- Acho que seria, sim. – riu da expressão da loira – O difícil seria eu gostar de outra pessoa o quanto eu gosto de você.


- Maite, eu...


- Tudo bem, não precisa... Nesse momento eu estou aqui como sua amiga.


- Aquela sua amiga... – disse após alguns instantes de silêncio – Ela... Você e ela, bem... Vocês não tiveram nada? Quer dizer, eu pensei que já tivesse partido pra outra. Ela é tão sem graça que com certeza é menos complicada que eu. Talvez você quisesse uma relação mais tranquila, não sei.


Maite gargalhou.


- Ela é filha do Doutor Coch.


- Do Doutor Coch? O seu padrasto? – a encarou surpresa.


- Sim. Daqui há poucos meses ela vai ser oficialmente a minha irmã.


- Okay, eu estou me sentindo ridícula agora. – disse desviando o olhar para o sorvete entre elas – Mas ela te olhava de um jeito tão intenso, achei que tivessem algo.


- Na verdade ela... Ela tentou algo. Ela se declarou pra mim e até me beijou. – disse quase num sussurro.


- Entendo. Então vocês...?


- Nós somos amigas. Eu disse a ela que meu coração já pertence à outra pessoa.


Any abriu um sorriso e se deixou iluminar pelas palavras de Maite  que a fitava sem jeito.


- Você quer vinho? – a morena se levantou de repente – Eu comprei algumas garrafas no supermercado, nenhum muito especial, mas acho que são bons. – disse tudo rapidamente.


- Sim. – Anahi disse sorrindo do nervosismo da outra.


Maite voltou com uma garrafa e duas taças nas mãos. Sentou-se ao lado de Anahi novamente e as serviu.


- Vamos lá fora olhar as estrelas? – a loira disse depois do primeiro gole – A vista do céu aqui é tão linda. Sem a iluminação urbana e sem poluição pra atrapalhar dá pra ver perfeitamente.


- Lá fora? Mas ta frio, estamos em pleno outono, Any!


- Ah, vamos, May! Não seja manhosa.


- Eu não sou manhosa, só estou com frio.


- Leva um cobertor, eu faço uma fogueira, vem! – Any a puxou pelos braços e a arrancou do sofá – Pega o vinho, um cobertor e uma toalha pra gente se sentar enquanto eu vou indo fazer a fogueira.


Maite se deu por vencida e a contragosto fez o que a loira disse. Depois de pegar tudo, caminhou pelos fundos da casa em direção à praia e ao se aproximar ficou surpresa ao ver Any ao lado da fogueira já acesa.


- Não foi você quem fez essa fogueira. – afirmou observando os pedaços de madeira perfeitamente colocados em uma pilha queimarem sob o fogo.


- Claro que fui eu. Quem mais poderia ser? – disse tentando prender o riso.


- Isso foi muito rápido, eu só fui buscar o cobertor e a toalha e voltei. Você fez essa fogueira em menos de cinco minutos?


- Na verdade não. – gargalhou observando Maite a olhar com uma expressão acusadora – Por sorte alguém já tinha feito essa fogueira aqui. Eu só precisei ajeitar a lenha, juntar mais alguns galhos e acendê-la.


- Você é cínica!


- E dissimulada. – gargalhou novamente.


A morena estendeu a toalha com a ajuda de Any e logo se sentaram ao lado da fogueira.


- E como fez ela acender tão rápido? – Maite perguntou ainda intrigada.


- É uma tecnologia inovadora que foi criada para facilitar o manuseio de fogo. Já ouviu falar de fósforos? – disse tirando a pequena caixa do bolso.


Maite revirou os olhos tentando prender o riso.


- Você é sempre engraçadinha assim ou já bebeu vinho demais?


- Não, o que tinha aqui na minha taça eu joguei na fogueira pra ajudar a acender mais rápido.


- Mas olha só, quem diria que Anahi Portila, uma mulher de negócios, tem esse tipo de habilidades...


- Não é difícil acender uma fogueira quando se tem fósforos. Acender do modo antigo sim que é complicado. – disse pegando a garrafa das mãos de Maite e se servindo de mais vinho.


- E não me diga que você sabe fazer uma fogueira à moda antiga?!


- Sim, eu sei. Aprendi com meu pai, aqui mesmo quando vínhamos passar alguns dias no verão. – disse sorrindo enquanto observava as chamas faiscando à sua frente.


- Imagino que seu pai tenha sido uma pessoa muito especial, um bom homem.


- Ele foi. – fez uma pausa – Eu sonhei com ele. Quando eu estava no hospital ele apareceu pra mim nos meus sonhos. Não sei se foi só um sonho, parecia tão real. Ele conversou comigo sobre o que tem acontecido, disse que estava orgulhoso de mim. – sorriu sentindo seus olhos umedecerem.


- E com certeza ele está.


- Ele disse que eu tenho anjos aqui cuidando de mim. – disse a fitando – Eu acho que tenho mesmo.


- Talvez tenha. – Maite sorriu sem jeito para ela.


- Sabe, – deu um gole no líquido em sua taça – Depois do sonho com o meu pai, eu recobrei meus sentidos. Mesmo ainda desacordada eu senti você do meu lado.


- Sentiu? – a encarou surpresa.


- Sim, eu senti suas mãos nos meus cabelos e seu perfume. E ouvi tudo o que você disse.


- Ouviu? – Maite sentiu seu estômago gelar.


- Ouvi. Eu não sei como isso foi possível, era como se meu corpo estivesse dormindo, mas a minha consciência acordada. Eu fui despertada por você, Mai, pelo seu toque, suas palavras. Sentir você do meu lado me fez querer voltar.


- Eu pensei que iria te perder.


- Você nunca me perdeu, nem quando eu disse que sim.


- Me dá uma nova chance?


- Vamos recomeçar, como se fosse do início.


- Vamos. É a minha vez de te conquistar.


- Eu já sou sua há muito tempo, você não precisa mais me conquistar.


- Mas eu preciso te merecer.


Anahi pousou a sua taça na areia e levou as mãos ao rosto de Maite. Seus olhos fixos nos dela brilhavam tamanha felicidade que ela sentia naquele momento. Aproximou seu rosto e uniu suas testas fechando os olhos para senti-la como quando a sentiu pouco antes de acordar no hospital.


- Eu te amo, May. – sussurrou sentindo uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto.


- Eu te amo, Any, e quero te amar para sempre. E não importa quanto tempo dure o nosso para sempre, eu vou te amar por todos os dias e por todos os dias vou te provar o meu amor.


Any não esperou nem mais um segundo e selou os seus lábios nos de Mai. Um beijo intenso, apaixonado e cheio de sentimentos. Um beijo que dizia tudo o que elas sentiam naquele momento e que demonstrava tudo o que elas queriam sentir dali em diante. Um beijo com paixão, com saudade, com desejo, com amor...


 **********************


 


e ai amores tudo se resolveu ...será? hahah beijos ate segunda


 


 


 



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Autor(a): naiara_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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- Eu acho que me apaixonei por você desde a primeira vez que eu te vi. – Anahi dizia para Maite. Estavam abraçadas, deitadas sobre a toalha na areia ao lado da fogueira, envoltas pelo cobertor enquanto observavam a lua avançar pelo céu e as estrelas cintilarem ao seu redor. A brisa que vinha do mar soprava levemente fazendo com que as chamas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 147



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  • maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12

    Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3

  • ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20

    Cadeeeee

  • Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37

    nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17

    Terminar? :(

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56

    MEU DEUS ALELUIA

  • Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42

    Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha

  • Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39

    Terminar? Que papo é esse???

  • Postado em 05/01/2017 - 20:57:56

    Voltoooou! Que bom posta muito rsrs

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11

    saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16

    feliz 2017!!


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