Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni
- Eu não aceito isso! – Marco espalmou suas mãos sobre a mesa de reuniões – Eu exijo uma explicação, isso não tem cabimento! A ex-secretária da Presidência chega aqui fazendo exigências como se fosse uma sócia significativa e todos vocês irão concordar com isso? – ele disse exaltado encarando todos na sala.
- Bem... – um dos acionistas se pronunciou – Realmente eu acabei de checar a minha conta e a transferência do valor a ser pago pelas minhas ações ainda não foi depositado, Marco.
- Deve ter havido algum problema no banco, o repasse foi feito hoje pela manhã. Eu posso garantir a vocês que até o fim do dia tudo estará resolvido. Os senhores têm que levar em consideração que é uma quantia muito alta, a transferência de um valor desses requer muita burocracia. – ele tentava convencê-los buscando conter a raiva que sentia.
- De qualquer maneira – Susan se pronunciou – a concretização, ou não, da venda das ações para o senhor Marco não implicará na posição da Srta. Anahi aqui dentro, uma vez que após o repasse das ações do meu representado ela ainda será a sócia majoritária da empresa e continuará tendo a preferência à Presidência.
Marco fitava a mulher com ódio no olhar. Respirava fundo, afrouxando a gola e a gravata de seu terno já sentindo o calor da raiva lhe consumir por dentro.
- E quem garante que essa mulher está falando a verdade? – Marco apontou acusador para Susan – Ela foi demitida há pouco tempo pela minha querida irmã e agora volta dizendo que tem 10% das ações e que vai repassá-las para a Anahi. De onde vieram essas supostas ações, Susan? Quem é o seu misterioso representado?
- Isso não vem ao caso no momento. – ela rebateu – Eu tenho todos os documentos aqui e não tenho pressa. Os senhores têm o tempo que precisarem para analisar tudo, até porque eu ainda preciso cuidar dos trâmites legais para o repasse das ações para a Anahi.
- Eu sugiro que adiemos essa reunião. – outro senhor e representante do Conselho disse – Adiemos até amanhã. Até lá haverá tempo suficiente para que o jurídico cuide das questões da Srta. Susan para com a Srta. Anahi e também para que o senhor Marco finalize a compra das ações dos nossos outros dois acionistas aqui presentes.
- Ótimo! – Marco sorriu sem humor – Amanhã terminamos de resolver esses detalhes e então veremos quem é que vai mandar aqui. – disse e saiu exasperado.
Anahi levou as mãos ao rosto e suspirou aliviada. Susan se recostou na cadeira e fez o mesmo, deixando a tensão em seu corpo aliviar aos poucos.
- Obrigada. – Anahi a encarou sem jeito – Susan, eu nem sei o que te dizer.
- Não precisa me agradecer, Anahi. Eu só fiz o que devia ser feito.
- Eu não... eu não entendo. Como pode tudo isso? Como...?
- Eu vou te explicar tudo. Só me deixe tomar uma água primeiro porque não foi fácil manter essa pose na frente de todos, principalmente do Marco.
- Tudo bem. Eu te espero na minha sala então.
Susan assentiu e saiu da sala deixando a loira com um sorriso agradecido e um semblante mais leve no rosto.
***
- Atende, sua infeliz! – Marco dizia irritado com o celular no ouvido.
Estava no hall da sala de reuniões andando de um lado para o outro. O suor lhe escorria pela lateral do rosto e ele afrouxava o nó de sua gravata a cada cinco segundos. O nervosismo em sua feição era visível.
- Rachel, eu vou te matar se você não me atender agora. – resmungava enquanto discava novamente quando a chamada caía na caixa postal.
Depois de algumas tentativas frustradas resolveu deixar um recado para sua esposa.
- Rachel, atende essa merda desse telefone agora! Por que você não fez a transferência do dinheiro como eu te mandei? Você me fez passar vergonha na frente de todo o Conselho da empresa, sua inútil! Será que você não presta nem pra fazer a porra de uma transferência bancária?! Rachel, se esse dinheiro não estiver na conta dos acionistas dentro de meia hora eu vou te dar as pancadas que você está merecendo faz tempo! Me liga agora!
Assim que ele desligou o celular Susan saiu da sala de reuniões. Ela o encarou com receio e tentou passar por ele sem nada dizer, mas foi impedida pelo homem.
- O que é que você pensa que está fazendo, sua vagabunda? – disse segurando o braço da mulher.
- Me larga, Marco! – ela disse tentando inutilmente se soltar.
- Isso tudo foi um plano de vocês? Você e a minha irmã se uniram pra me ferrar, foi isso? – seus olhos vermelhos de raiva quase saltavam no rosto de Susan.
- A Anahi não tem nada a ver com isso, Marco! Pára de querer culpar a sua irmã por todos os problemas da sua vida, isso já está ficando doentio! – tentou se soltar mais uma vez, mas o homem a apertava com cada vez mais força.
- Você é uma vagabunda! Foi pra cama comigo só pra conseguir o que queria. De onde é que vieram essas ações, Susan? Você me roubou? Não, eu já sei. Você tomou o meu plano de mim e agora vai se unir à Anahi para depois tomar o lugar dela na Presidência, é isso! Você é muito esperta, Susan. É bem o estilo da puta de quinta que você é.
- Eu tenho nojo de você, Marco! Nojo! Você é o pior lixo humano que existe. Eu fui pra cama com você com um plano sim, mas só Deus sabe o esforço que eu tive que fazer pra fingir sentir prazer quando na verdade eu sentia nojo! Você é ridículo mesmo. – sorriu sem humor – Você acha mesmo que eu me prestaria ao papel de me apaixonar por um homem feito você? Você não é nada, Marco. Nada! Não merece o pai que teve, não merece a vida boa que tem. Com um exemplo feito o seu pai você ainda foi capaz de se tornar essa pessoa horrível e sem escrúpulos que você é.
- Cala essa boca! – ele berrou contra o rosto da mulher atraindo a atenção de todos que passavam por ali – Cala essa boca, sua vadia!
- Larga ela! – Anahi saiu da sala de reuniões e afastou o irmão – Sai daqui, Marco! Sai agora!
- Mas o que há? Só porque aumentou em 10% as suas ações já quer me expulsar da empresa e me deixar sem nada, minha irmã? – dizia com ironia, visivelmente alterado.
- Algum problema aqui, Srta. Portila? – William apareceu e ficou a postos ao lado da loira.
- Chegou o cão de guarda! – Marco debochou.
- Não, William, obrigada. – ela disse sem tirar os olhos do irmão – Só cuide para que esse senhor não se aproxime de mim e nem da Susan.
- Perfeitamente. – William assentiu e entrou na frente das duas mulheres encarando Marco.
- Essa empresa também é minha! – Marco gritou para que todos ali pudessem ouvir – E você não pode tirar ela de mim, Anahi! Tudo aqui também é meu por direito, entendeu? Meu! – disse por fim dando as costas e saindo em direção à sua sala.
- Mande o Fred vir até aqui agora. – Marco disse à sua secretária assim que chegou em sua sala.
- O Fred não veio hoje, senhor.
- Estagiário de merda. – resmungou sentando em sua cadeira – Ligue para ele vir até mim agora. Eu tenho um serviço muito importante para ele.
- Sim, senhor. – a mulher disse e saiu em seguida.
- Vocês todos irão me pagar! – sussurrou a si mesmo deixando o ódio lhe consumir.
Abriu a tela de seu computador e entrou no site do seu banco para verificar a sua conta. Após alguns minutos sentiu seu coração parar no seu peito. O sangue sumiu de seu rosto e o suor brotava em sua testa enquanto ele olhava para a tela do site do banco.
- Não pode ser. – disse incrédulo – Não, não, não, não!
Pegou rapidamente seu celular e discou para sua esposa mais uma vez e novamente não foi atendido.
Num ato desesperado Marco levou as mãos ao computador e o varreu de sua mesa derrubando junto com ele tudo o que havia ali em cima. Um grito desesperado saiu de sua garganta e a raiva que ele guardava já não pôde mais ser contida.
- Eu vou te matar, Rachel! – berrou e saiu de sua sala às pressas.
***
- Está tudo bem? – Anahi perguntou assim que se acomodaram em sua sala – Ele te machucou?
- Não, eu estou bem. – Susan respondeu tomando um gole da água em seu copo – Isso não foi nada em vista do que eu já tive que suportar do Marco.
- Por que é que você se sujeitou à isso, Susan? Como pôde se apaixonar por um homem como ele?
- Eu não me apaixonei. – sorriu sem vontade – Eu fiz tudo com um plano, Anahi.
- Me explica isso direito, Susan. Quando eu te demiti você me disse que fez tudo por amor ao Marco, que era amante dele, mas não sua cúmplice. Até aí tudo bem, mas agora você fez tudo isso e me ajudou, me defendeu depois de tudo o que eu te disse. Eu... eu não entendo.
- Eu fiz tudo por amor sim, Anahi, mas não foi por amor ao seu irmão. – disse depositando o copo sobre a mesa que as separava – Eu me tornei amante do Marco com o intuito de acabar com os planos dele.
- Como você soube de tudo que estava acontecendo? Por que fez tudo isso por mim, Susan?
- Não foi exatamente por você, Anahi.
- Não? – a fitou confusa.
- Não. – respirou fundo – O seu pai... – fez uma pausa com um sorriso nos lábios – O senhor Michael Augustus Portila foi um homem muito bom. Uma pessoa incrível.
- Eu sei que sim. Mas isso tudo ainda não está claro para mim. A Maite me disse que ele te ajudou quando você precisou e que você tinha uma dívida de gratidão com ele. Foi por isso que me ajudou?
- Sim. O seu pai me ajudou num momento em que eu mais precisei. Há muitos anos atrás a minha mãe teve câncer. Um câncer maligno no pulmão, ele já estava em um estágio avançado e o tratamento seria difícil e muito caro. Eu fiquei angustiada, não tinha condições de pagar o tratamento para ela. Foi então que no auge do meu desespero eu resolvi pedir a ajuda do seu pai. Eu já era secretária da Presidência nessa época. O seu pai administrava tudo aqui e então eu pedi a ele um empréstimo no valor do tratamento, era um valor alto, mas eu prometi que pagaria com descontos no meu salário. Mas ele se recusou.
- Ele recusou? – Anahi sentiu um aperto em seu peito.
- Sim. Ele disse que pagaria o tratamento da minha mãe, mas eu não precisaria me preocupar, nós não deveríamos nada a ele. Seria uma boa ação da parte dele.
A loira sentiu seus olhos marejarem e um alívio de felicidade lhe invadir novamente.
- O seu pai foi a pessoa mais admirável que eu já conheci em toda a minha vida.
- Ele foi sim um homem incrível. – ela disse orgulhosa – Então foi por isso que você me ajudou? Por gratidão à ele?
- Também.
- Então pelo que mais fez isso? Depois de eu ter sido tão horrível com você, Susan. – sentiu a culpa lhe invadir.
- O seu pai fez questão de apoiar a mim e à minha mãe durante todo o tratamento dela. Durante esse tempo nós nos aproximamos e foi inevitável começar a nutrir sentimentos por ele. – ela sorriu nostálgica – Além de tudo ele era um homem sedutor, respeitoso. O que era admiração se transformou em amor.
- Você... – Anahi a encarou surpresa – Você foi apaixonada pelo meu pai?
- Fui. Eu o amei como nunca amei homem nenhum em toda a minha vida, Anahi.
- Então vocês...
- Sim. Nós tivemos um relacionamento durante alguns anos, até o fim da vida dele.
- Nossa... Isso é... Eu to sem palavras, Susan. Eu nunca soube, nunca imaginei, quer dizer...
- Ninguém sabia. Nós mantivemos tudo em sigilo, eu fiz questão que ficasse tudo em segredo. Não queria ficar com a fama da secretária que fica com o chefe por interesse. Eu nunca quis nada dele, Anahi. Eu nunca aceitei nada dele por interesse, eu o amava. Eu o amava tanto... – seus olhos já marejados deixaram escapar uma lágrima.
- Susan... Tudo isso é tão surreal. Eu não... Nossa.
Susan abaixou a cabeça tentando conter o choro que estava preso em seus olhos.
- Como você conseguiu ficar com o Marco depois de tudo isso? – Anahi questionou surpresa.
- Foi o pior dos martírios que eu tive que passar na vida, mas eu tinha que fazer. Por ele, pelo seu pai. Eu prometi a ele que te ajudaria, Anahi. Quando ele soube da doença ficou preocupado com tudo, pois não queria deixar o Marco no comando, ele sabia que o filho não prestava. O Marco já havia feito coisas sujas aqui dentro. O Michael sabia que não poderia deixar ele comandar tudo. Foi então que ele insistiu para que você viesse trabalhar aqui.
- Então foi isso. – ela suspirou ao se lembrar – Eu não queria saber de nada disso, dessa empresa, de tomar conta dos negócios. Eu era jovem e só queria saber de curtir a vida, mas ele insistiu. E depois que eu soube da doença dele... Vim a contragosto, mas vim e assumi tudo. Eu não poderia negar um de seus últimos pedidos. – uma lágrima escorreu pelo seu rosto.
- Sim. O Michael sempre foi um homem muito correto e não permitiria que o Marco assumisse a Presidência depois de tudo que ele havia feito. Em uma época de crise o Marco sonegou impostos, usou de meios escusos para tentar melhorar a situação da empresa. Quando o Michael soube quase morreu de desgosto. Ele não fez nada a respeito para não prejudicar o filho, apesar de tudo o Michael amava o Marco. Mas desde então ele teve a certeza de que aquele homem não podia e não merecia tomar conta do patrimônio que ele deixaria para vocês.
- Agora tudo faz sentido. Então os 10% das ações que você tem foi o meu pai que deixou para você. – afirmou com um sorriso.
- Na verdade não.
- Não?
- Como eu disse, Anahi, eu nunca quis nada do seu pai, nenhum bem material. O que ele já havia feito por mim e pela minha mãe já tinha sido muito. Mas antes de morrer ele fez questão de deixar ações no nome de outra pessoa, a qual eu represento hoje.
- Que pessoa, Susan? Para quem o meu pai deixou essas ações?
- Essa ações... Elas estão em nome de Matthew Augustus Miller Portila, o meu filho.
- Seu filho? Você tem um filho? – os olhos de Anahi estavam fixos na mulher à sua frente.
Susan assentiu encarando a loira receosa.
- Espera... Augustus, Portila... Você... Você e o meu pai?
- Sim. – ela sorriu emocionada – Eu e o seu pai tivemos um filho, Anahi. Você tem mais um irmão.
- Eu não acredito. – ela sorriu largamente – É sério? Eu tenho um irmão? Meu pai deixou mais um filho? Meu Deus, isso é... Isso é incrível! E onde ele está, Susan? Por que você nunca disse isso, meu Deus?! Quantos anos ele tem?
- Calma, são muitas perguntas. – Susan disse achando graça da empolgação da loira – Ele tem seis anos de idade e mora com a minha mãe na Filadélfia. Eu ficava aqui durante a semana e nos fins de semana ia vê-lo, fica a pouco mais de uma hora daqui. Não é longe.
- Isso tudo é tão... Susan! – Anahi levantou-se e foi em direção à mulher – Me perdoa, Susan? – disse quando a outra se levantou, segurando firme em suas mãos – Me perdoa, eu fui tão injusta com você. Eu te disse tantas coisas horríveis.
- Está tudo bem agora. Eu entendo que você estava em uma situação difícil, Anahi. Eu também fiquei nervosa, tudo aquilo estava me consumindo por dentro. Eu tive que fingir tudo com o Marco, tentando encontrar provas contra ele...
- Meu pai fez uma boa escolha, Susan. Você foi incrível! Você merece ir pro céu só por ter conseguido ficar todo esse tempo com o Marco.
- Eu consegui enrolar ele até bem. – ela sorriu com irônica – Pessoas com o super ego que o seu irmão tem são fáceis de serem manipuladas. Quando você se dispõe a estar aos seus pés, ou pelo menos finge que está, e os coloca num pedestal, tratando como os deuses que eles acham que são, fica fácil conseguir o que se quer.
- Você merece um prêmio, Susan! – Anahi a abraçou – Eu vou ser eternamente grata a você por isso. Obrigada.
Susan devolveu o abraço com orgulho, com a sensação de dever cumprido.
- Ah, antes de mais nada. – a mulher se afastou e abriu sua bolsa – Aqui está. – lhe entregou um envelope.
- O que é isso?
- Veja você mesma.
Anahi abriu o envelope e retirou algumas fotos de dentro.
- Oh... – disse surpresa e a encarou com uma sobrancelha arqueada.
- Estão todas aí, fique tranquila. E o pen drive com o arquivo de todas elas também está aí dentro.
- Eu cheguei a pensar que você as usaria contra mim.
- Eu confesso que fui eu que dei a idéia ao Marco. Eu me aproximei dele quando soube o que ele planejava e precisava de uma forma dele confiar totalmente em mim. Eu tirei as fotos e mostrei algumas impressas a ele, não todas, só as menos comprometedoras. Disse a ele que as usasse contra a Maite e depois as peguei de volta com a desculpa de que sob os meus cuidados estariam mais seguras, caso vocês o denunciassem por chantagem. Ninguém desconfiaria da secretária, não é mesmo? – sorriu.
- É, ninguém desconfiaria mesmo. – a loira sorriu ainda surpresa com tudo – Mas agora precisamos dar um jeito de colocar ele na cadeia. Eu não me sinto mais segura depois de tudo isso. Ele está muito alterado, Susan. E você também corre perigo.
- Não se preocupe, eu consegui as provas contra ele.
- Você conseguiu?
- É claro! Você acha que eu passei por tudo isso em vão? Antes de vir para cá hoje eu estava cuidando de tudo para a denúncia contra ele, por isso o atraso. Como representante de um acionista da empresa, fiz uma denúncia formal e apresentei as provas que podem incriminá-lo. Comprovantes de transferências bancárias, cópias de documentos que consegui ainda quando eu trabalhava aqui. Acho que tudo isso servirá para colocá-lo na cadeia de uma vez por todas.
- Eu não acredito, Susan! Você foi perfeita! – Anahi quase saltou de alegria – Finalmente!
- Não agradeça só a mim, a Maite foi quem cuidou de tudo.
- A ,Maite?
- Sim, ela é a minha representante legal sobre essa denúncia.
- O meu pai estava certo, ele deixou anjos aqui para cuidarem de mim. Eu não posso acreditar! – o seu sorriso tomava conta do seu rosto.
- A essa hora alguém já deve estar a caminho para averiguar a situação do Marco.
- Isso é ótimo! Tomara que ele saia daqui algemado direto pra prisão.
- Srta. Anahi. com licença. – Lucy entrou na sala com um semblante tenso – O detetive de polícia, senhor Collins, deseja falar com a Srta.
- Detetive Collins? – a encarou confusa – Mande-o entrar, Lucy.
- Srta. Portila, Srta. Miller. – o homem acenou para elas.
- O que houve, detetive? Ainda não encontrou o assassino da Dulce e voltou para me incriminar?
- O assassinato da Srta. Savinõn ainda não foi solucionado, mas hoje estou aqui por outro motivo. Recebemos uma denúncia contra o senhor Marco Augustus Portila, viemos à sua procura, mas parece que ele não se encontra na empresa. Sabe onde ele pode estar?
- Da última vez que o vi ele estava aqui. Ele não está na sala da Diretoria Financeira?
- Não. A sua sala está toda revirada e a secretária disse que ele saiu muito nervoso daqui. Tem idéia de para onde ele pode ter ido?
- Não, eu não sei. Para casa, talvez?
- Ou ele foi até o banco. – Susan se pronunciou – Ele pode ter ido verificar o porquê da transferência não ter sido realizada.
Nesse instante o celular de Anahi começou a tocar os interrompendo.
- Alô? – a loira atendeu – Sim ... O que? Como assim?... Meu Deus! – levou uma das mão à boca e arregalou os olhos. Parecia horrorizada – Você tem certeza disso, Jenny? ... Leve ela para minha casa e fiquem por lá. Cuide dela até que eu possa ir vê-la.
- O que aconteceu, Anahi? – Susan perguntou assustada assim que a loira finalizou a ligação.
- O Marco... A Jenny... – dizia confusa – A babá da minha sobrinha, da filha do Marco, ela me ligou agora e disse que...
- Disse o que?
- Ela foi buscar a Emma na escola e quando voltou a casa estava cheia de policiais. Os seguranças disseram que o Marco... ele matou a Rachel e o Fred, o amante dela.
***
- Tia Any! – Emma correu para os braços da loira assim que ela chegou em casa.
- Oi, meu amor! – se abaixou e abraçou a pequena – Que saudade de você.
- Eu também estava com saudades.
- E como está a minha sobrinha preferida? – disse carregando-a no colo em direção à Jenny que esperava na sala.
- Eu estou bem. Não sabia que hoje era dia das mocinhas. Você convidou a Abby?
- Ah... Não, eu acabei me esquecendo. – revezou o olhar preocupado entre a menina e sua babá que as encarava.
- Eu posso chamar ela para vir? Estou com saudades da Abby também.
- Sim, claro, meu amor. – sorriu acariciando o rostinho da pequena – Vamos fazer assim, a Jenny vai te levar para tomar um banho e se arrumar. Enquanto isso eu convido a Abby e a tia Maite pra gente fazer uma festa do pijama aqui. O que você acha?
- A tia Maite também? – sorriu animada – Eu acho isso muito legal. Vai ter pizza?
- É claro! Vamos comer muitas pizzas e assistir filmes até enjoar.
- Eba!
- Agora vai com a Jenny enquanto eu cuido de tudo para a nossa festa. – disse entregando-a para a babá que assentiu com um semblante pesaroso.
Após um longo banho Anahi se deitou em sua cama na tentativa de relaxar por alguns instantes. Todos aqueles acontecimentos estavam a deixando extremamente abalada. Mal teve tempo de fechar os olhos quando ouviu batidas na porta.
- Oi. – o som daquela voz suave ressoou pelo quarto a fazendo sorrir involuntariamente.
- Oi. – disse sentando-se na cama para receber a morena.
- Eu vim assim que pude. – Maite se aproximou e sentou ao lado da loira – Os dias que fiquei fora na semana passada acabou fazendo acumular muito trabalho no escritório.
- Tudo bem.
- Você está bem?
- Na medida do possível, sim. – sorriu sem humor.
- O William me contou o que houve. Não precisava tê-lo mandado ir me buscar em casa, eu pegaria um táxi.
- Maite, o meu irmão é um doente, é um psicopata que matou a mulher e o amante dela e agora está foragido. Você não vai mais andar sozinha por aí até que o Marco seja preso.
- Eu gostaria de poder protestar, mas confesso que estou com medo. E se ele tentar alguma coisa?
- Eu não sei... – suspirou preocupada – Nós não teremos paz até que tudo isso acabe. Até lá você vai andar com um segurança do lado. Eu já mandei que o William colocasse alguém para cuidar da Susan e ele mesmo vai ficar comigo. Nós não podemos vacilar e dar chances para que o Marco cause mais alguma tragédia.
- Você conversou com a Susan?
- Sim. Ela me contou tudo, ela me salvou, Mai. Eu não tive nem palavras para agradecê-la por tudo que ela fez. Ela passou por tantas coisas, fez tanto para me ajudar.
- E qual foi o plano dela? Ela não quis contar nem para mim e nem para o William.
- O Marco comprou mais ações da empresa e subornou alguns membros do Conselho para que ele pudesse ser o maior acionista e então se tornasse o Presidente. Só que a Susan estava monitorando a Rachel e o Fred. Ela descobriu que os dois iriam fugir com o dinheiro antes que o Marco usasse para pagar pela compra das ações e pelo suborno do Conselho. Foi então que ela chegou na reunião e implantou a dúvida nos acionistas dizendo que o Marco ainda não havia pagado pelas ações. Depois de desestabilizá-lo ela disse que era representante do dono de 10% das ações e que repassaria tudo para o meu nome, me deixando assim com a maior porcentagem mais uma vez.
- Espera, como assim? – Maite a fitava confusa – Como é que a Susan tinha 10% das ações e ninguém nunca soube disso?
- Essa é a maior surpresa. A Susan teve um relacionamento com o meu pai.
- O que?
- Isso mesmo. Ela teve um filho com ele, May. E antes de morrer o meu pai deixou 10% das ações para essa criança. Como ele ainda é menor de idade, a Susan o representa legalmente.
- Meu Deus, Any! Isso é... Nossa!
- Eu também fiquei chocada no início, mas fiquei feliz por saber que meu pai deixou mais um descendente nesse mundo.
- Mas então a Susan simplesmente te deu as ações?
- Na verdade ela repassou para o meu nome porque ela sempre soube que o Marco não prestava, meu pai sabia que o próprio filho é um mau caráter, por isso me deixou no comando de tudo. A Susan sempre esteve do lado do meu pai, ela sempre soube de tudo o que acontecia ali dentro. Ela disse que quando soube que o Marco tinha esse plano de tomar a Presidência da empresa também fez um plano para impedi-lo. Ela fez tudo isso pela memória do meu pai que a pediu para cuidar de mim na empresa e pelo seu filho que também é herdeiro de tudo.
- É claro, ela não poderia deixar o patrimônio do próprio filho nas mãos de um bandido.
- Exatamente.
- Mas e agora? Ela repassou as ações pra você e o filho dela como vai ficar?
- Nós já acertamos tudo hoje. As ações estão no meu nome provisoriamente, só enquanto estamos em guerra contra o Marco. Depois que tudo isso se resolver eu vou devolver e dividir tudo o que é por direito com meu novo irmão.
- Você ficou feliz, não foi? Por saber que tem mais alguém da sua família a não ser o Marco.
- Eu fiquei sim. – sorriu emocionada – É bom saber que eu não estou totalmente sozinha nesse mundo. E principalmente saber que mais uma partezinha do meu pai ainda vive entre nós.
- Mas você nunca esteve sozinha, olha a quantidade de pessoas que estiveram ao seu lado todo esse tempo.
- É, mas eu não sabia disso. Seria bom se vocês me deixassem saber que estavam do meu lado, né!
- Mas agora você sabe. E eu estou aqui com você e não pretendo te deixar nunca mais.
- Promete?
- Eu prometo. – disse entrelaçando os braços no pescoço da loira.
- E você vai cuidar de mim?
- Vou. – aproximou seus lábios e os selou rapidamente.
- Todos os dias?
- Todos os dias. – May dizia enquanto dava repetidos beijos em Any.
- Sempre que eu te chamar você vai vir?
- Eu não sabia que você era manhosa assim.
- Eu não sou. – disse séria – Mas posso me aproveitar da situação, não posso?
- Humm... Acho que você está merecendo ser mimada um pouquinho.
- Então você podia começar agora mesmo.
Any segurou a cintura de May e a puxou para si, iniciando um beijo mais intenso.
- Any... – a morena dizia entre o beijo – É melhor a gente parar por aqui.
A loira fingia não ouvir e continuava beijando Maite que sentia seu corpo cada vez mais tenso.
- A Emma... – suspirava tentando se soltar sem êxito – Você não me ligou dizendo que ela estava esperando para uma festa do pijama?
- Aham... – Any disse sem quebrar o contato – Mas eu preciso de você agora. – começou a distribuir beijos pelo pescoço da morena – Eu estou com saudades.
- Mas a gente se viu ontem! – Maite disse rindo da carência da outra.
- Sim, mas fica aqui comigo só mais um pouquinho, amor. – continuou dando beijinhos em todo o rosto da morena.
- Isso não vale... – suspirou – Você falando assim desse jeito...
- Que jeito? – parou para encará-la.
- Amor... - Maite disse sem graça.
- É porque você é o meu amor. – sorriu do jeito tímido da morena.
- Sou é?
- É sim. Meu amor. – dizia pausando e dando beijos entre cada fala – Minha linda... Minha princesa... Meu tudo...
- Pára de fazer isso comigo! – disse com um sorriso largo no rosto.
- Fazer o que? – Anahi a fitou confusa.
- Me deixar cada dia mais boba apaixonada por você.
- É que eu não resisto aos seus encantos. – sorriu acompanhada por Maite.
- Eu te amo.
- Eu também te amo. Muito!
- Muito!
Passaram mais algum tempo ali, trocando declarações e carinhos e logo em seguida desceram ao encontro de Emma que aguardava impaciente na sala.
- Até que enfim! – a pequena disse quando viu as duas aparecerem.
- Me desculpe pelo atraso, a culpa foi toda minha. – Anahi disse se aproximando da sobrinha.
- Oi, Emma. – Maite sorriu e acenou.
- Oi, tia May. Vocês demoraram muito, a pizza já chegou faz tempo! Cadê a Abby, tia? – disse se voltando para a morena.
- A Abby não vai poder vir hoje, meu amor. Amanhã cedo ela tem aula. Mas prometo que no fim de semana eu trago ela pra brincar com você aqui.
- Eu vou ficar aqui todo dia agora?
Anahi a fitou entristecida e respirou fundo antes de responder.
- Bem, você vai ficar aqui na casa da tia por uns dias. O que acha disso?
- Eu acho legal. Já tava cansada de ficar só em casa, lá é muito tedioso.
- Mas olha só, anda aprendendo palavras novas? Onde aprendeu o que é tedioso?
- No desenho da princesinha Sofia eu aprendo muitas coisas, tia.
- Ah, entendi. Isso é muito bom então.
- Mas tia, e a mamãe e o papai? Eles não vão brigar se eu ficar aqui esse tanto de dias?
Anahi sentiu sua garganta se fechar e um nó se formar. Abaixou a cabeça por alguns segundos e suspirou tentando se conter para conversar com a pequena.
- Emma, – a encarou – a mamãe e o papai, eles... Eles foram fazer uma viagem. É bem longe, sabe? Eles vão demorar um pouquinho pra voltar. Aí por enquanto você vai ficar alguns dias aqui com a tia. Você se importa?
- Não. Tudo bem. – ela sorriu inocentemente – Eu gosto de ficar com você, tia Any.
- Que ótimo! – a loira forçou um sorriso – Eu também gosto muito quando você fica comigo, minha pequena. – disse a abraçando apertado.
Maite observava a cena tentando conter o choro, assim como Any que se esforçava para não demonstrar nada na frente da sobrinha.
- Agora vamos ver o filme logo, tia! – disse se afastando.
- Vamos, vamos sim.
- Tia May, eu escolhi um filme de princesas. Você gosta?
- Ah, sim! Eu adoro filmes de princesas, Emma. – disse ainda emocionada.
- Que bom, eu também adoro!
- Então vão indo lá pra sala de TV enquanto eu peço para a Ivone levar nossas pizzas, está bem? – Any disse.
- Ta bom. – Emma segurou na mão de May e a puxou – Eu escolhi o filme Frozen, tia Mai. Você já viu esse? – disse saindo e puxando a morena.
As três assistiam animadas ao filme que passava na enorme TV à sua frente. Um grande e aconchegante sofá comportava Any e May abraçadas enquanto Emma estava sentada no sofá ao lado com pizza e refrigerante nas mãos. A pequena mal piscava para não perder um segundo sequer do filme.
- Olha, a Elsa se parece com a tia Any!
- Parece? – a loira mirou a TV intrigada.
- Parece mesmo, Emma. – Maite concordou sorrindo.
- Você acha? Eu não acho não. – a loira sussurrou.
- E eu sou a Anna! – Emma disse animada.
- Minhas duas princesas. – Maite confirmou.
- O que você vai fazer em relação a tudo isso, Any? – Maite sussurrou para a loira.
- Eu não sei. – suspirou – Eu não posso contar pra ela tudo de uma vez. Acho que vou esperar um tempo e depois eu vou contando aos poucos.
- Ainda bem que ela tem você. Ela não teve bons pais, mas tem uma tia que a ama. – Maite disse orgulhosa.
- Eu amo muito essa criança. Vou cuidar dela e dar todo o amor que ela merece e provavelmente nunca teve.
- Você é linda, sabia? Você é uma pessoa maravilhosa.
- Não sou não. – disse sem jeito – Não é difícil fazer o que se faz por amor.
- E isso só te deixa mais linda ainda. – sorriu para a outra dando um beijo rápido em seus lábios.
- Falando em linda... – Anahi se afastou – A Susan me entregou uma coisa hoje, e sabe que eu adorei ver?!
- Que coisa? – perguntou intrigada.
- Depois eu te mostro.
- Ah, não! Você não vai me deixar curiosa!
- Ela me entregou as fotos que ela tirou da gente.
- Sério?
- Sim. E eu estava certa quando disse que nossos momentos íntimos são bem interessantes de se ver.
- Anahi! – maite ralhou e soltou um tapa em seu ombro.
- Silêncio, tias! – Emma reclamou sem tirar os olhos da TV.
- Ai, amor. Doeu! – a loira sussurrou achando graça.
- Onde estão essas fotos?
- Estão bem guardadinhas. Depois eu te mostro.
- Eu não sei se quero ver isso.
- Eu acho que deveria ver. Você fica tão sexy quando está com tesão...
Maite abriu a boca várias vezes sem conseguir dizer nada. Seu rosto ruborizado só fazia com que Anahi risse mais, achando graça da morena.
- E fica linda quando está envergonhada. – a loira finalizou selando seus lábios.
E naquele clima elas seguiram, se sentindo bem, se fazendo bem. Porque, apesar de tudo, elas tinham uma a outra. E junto delas havia amor.
Autor(a): naiara_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
oii meu amores primeiro quero pedir desculpa por me ausentar, pois estava sem pc. hj não haverá cap , porem vamos hoje voces serão , reporteres , podem fazer perguntas aos nossos poersonagens . a reportagen funciona FULNA- Maite desde quand voce é apaixonada por Anahi? MAITE RESPONDERÁ A SUA PERGUNTA. FICOU BEM CLARO NE. &n ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 147
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12
Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3
-
ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20
Cadeeeee
-
Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37
nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou
-
ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17
Terminar? :(
-
ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56
MEU DEUS ALELUIA
-
Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42
Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha
-
Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39
Terminar? Que papo é esse???
-
Postado em 05/01/2017 - 20:57:56
Voltoooou! Que bom posta muito rsrs
-
ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11
saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa
-
ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16
feliz 2017!!