Fanfics Brasil - Capítulo 4 - Lost in Love amor repentino

Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni


Capítulo: Capítulo 4 - Lost in Love

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Cris estava esperando na porta do banheiro quando Anahi passou por ele como um raio. Ele arregalou os olhos se dando conta de que ela e Maite estiveram no banheiro juntas.


- Oh céus, o que será que houve ali dentro?! – disse a si mesmo.


- Moço, eu preciso entrar nesse banheiro! – disse ao segurança que estava parado em frente à porta.


O segurança de terno preto olhou sério para ele e apontou para a porta, mostrando o símbolo de “banheiro feminino”.


- A minha amiga ta aí dentro, ela não está bem. Eu preciso entrar!


Cris postou-se para frente tentando abrir a porta, mas o segurança segurou seu braço.


- Cara, eu sei o que você está pensando, que nasceu no corpo errado, que se sente uma mulher e etc., mas enquanto você tiver um pau aí no meio das pernas você não pode entrar no banheiro feminino. Agora você vai colaborar ou vou ter que te tirar à força?


O segurança segurava firme no braço dele, o encarando. Cris não teve tempo de abrir a boca para protestar, quando Maite saiu do banheiro da mesma forma que Anahi, passando por eles apressadamente.


- Maite! – Cris soltou-se do segurança e correu atrás da amiga – Maite, o que aconteceu?


Alcançou-a segurando em seu braço.


- Cris, vamos embora. Eu não estou me sentindo bem.


- Baby M, calma! O que houve lá dentro? Eu vi quando a Anahi saiu de lá às pressas também. Ela falou algo com você? Ela fez algo a você? Me fala, porque se aquela vadia te fez algo eu vou lá agora dar na cara dela!


- Cris, só vamos embora daqui. Por favor?!


- Ta ok, tudo bem. Vou chamar um táxi.


 


[...]


 


Anahi estava sentada no bar da boate. Virou a quinta dose de tequila pura e logo pediu mais.


- Outra, por favor. – disse ao barman.


- Hey... Você não acha que já bebeu demais por hoje?


Dulce sentou-se no banco ao seu lado. O show havia acabado há 15 minutos, agora a música rolava do som ambiente.


- Dulceeeee! A DJ mais gostosa que eu conheço. – Anahi disse sorrindo de cabeça baixa, com os olhos fixados no balcão à sua frente.


O barman colocou a dose de tequila em frente à Anahi, que ameaçou pegar o copo, mas foi surpreendida por Dul.


- Eu acho que pra você já chega. – disse pegando a tequila com mais rapidez e tomando em seguida – Você já está quente o suficiente.


Anahi não protestou e sorriu para ela.


- Mas me diz, você está realmente se esquentando pra mim ou é só dor de cotovelo?


- Eu não sei do que você está falando. – Anahi  deu um sorriso de canto para ela.


- Bom, porque a menos que tenha levado um chifre, o que acredito que não seja o seu caso, quem bebe desse jeito, largada no bar com essa cara de depressiva, só pode estar sofrendo de amor. – Dulce disse com humor.


Anahi sorriu e levantou-se.


- Eu desconheço todos esses tipos de porre que você me citou. Exceto o primeiro, que a partir de agora pode ser o meu caso.


- Ótimo! Eu vou me fazer de desentendida e fingir que acredito em você. – M Dulce disse se pondo em frente à Anahi – Afinal, não é todo dia que temos a chance de ir parar na cama de Anahi Portila , não é mesmo?! – sussurrou para ela.


As duas se entreolhavam sorrindo maliciosamente.


- Então, por favor, me acompanhe até minha casa, senhorita Salvinõn. – Anahi segurou a mão de Dulce e saiu a puxando consigo.


 


[...]


 


- Pronto, já estamos em casa, agora desembucha criatura.


Cris acompanhou Maite  até em casa, percebeu que ela estava alterada e levemente abalada e preferiu não deixar a amiga sozinha.


- Eu não tenho nada para falar. – Maite estava sentada no sofá da sala, desajeitada, retirando os sapatos.


- Ah, não?! – Cristian sentou-se ao seu lado – Por favor, Maite, você esteve no banheiro com a Anahi por minutos, de repente vocês duas saem totalmente abaladas e você vai me dizer que não tem nada para falar?!


- Não. Eu entrei no banheiro e ela estava lá. Conversamos e ela saiu depois eu saí e fim.


- E você quer enganar a mim? Que te conheço a anos, que vi a tensão sexual que rolava entre vocês duas, que te vi sair ofegante do banheiro e ficar toda esquisita depois! Ha-ha-ha – disse irônico.


- Ela me beijou.


Maite estava jogada no sofá, estava apática. Apenas olhava para o nada, como se estivesse em outra dimensão.


- Aquela bandida tarada te agarrou no banheiro?


- Sim.


- Pelo menos dessa vez você estava consciente.


- Não, Baby C. Ela me contou tudo. Ela ficou brava por eu ter pensado que ela seria capaz de fazer aquilo, mas ela não fez. Ela não transou comigo ontem.


- E como pode ter certeza que ela disse a verdade?


- Não sei, eu só... sei.


- Se você acredita, quem sou eu pra dizer o contrário... Mas então quer dizer que vocês não ficaram ontem, mas ela te beijou hoje, o que quer dizer que ela ta afim de você.


- Pode ser. Eu não sei, eu... Não to conseguindo pensar direito. Eu to confusa. Eu beijei a minha chefe, quer dizer, ela me beijou, mas eu deixei. Eu não reagi. Eu não sei o que pensar. – Maite  dizia gesticulando mais apressadamente que o normal.


- Maite. Maite! – Cris segurou seus braços – Calma, meu amor, foi só um beijo.


- Ela é minha chefe, Cris!


- Sim, mas e daí? – Cris aconchegou Maite em seu peito – Ela é primeiramente uma mulher. Uma mulher muito linda, atraente, bem resolvida...


- Justamente! Ela é mulher e eu a beijei e eu... eu... Eu gostei.


Cristian não conseguiu prender o riso.


- Ok, você está tendo uma crise existencial porque beijou uma mulher pela primeira vez, porque essa mulher é a sua chefe, porque além de tudo ela é ninguém menos que Anahi Portila, porque você gostou do beijo e porque você está levemente alcoolizada. – disse irônico.


- Eu não posso mais trabalhar para ela, eu não vou conseguir olhar pra ela como se nada tivesse acontecido. – Maite já chorava como um bebê – Baby C, eu vou me demitir. Eu não posso...


- Hey, Maite... Maite, meu bem, pare com isso. – Cristian tentava acalmá-la – Amanhã é um novo dia e se tudo correr bem você nem vai se lembrar do que aconteceu hoje. Acalme-se, sim?


- Eu não posso, Baby C! Eu não posso... – Maite repetia copiosamente enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.


- Sim, você pode. Agora vem pra cama. Você só precisa de uma boa noite de sono.


[...]


- Hey... vai com calma, amor.


Dul disse ofegante quando sentiu a pancada nas costas. Anahi a prensou contra a porta de seu quarto a beijando com vontade.


- Paciência é uma coisa que eu não tenho e você sabe disso. – Anahi disse olhando séria e sedutora para ela.


Anahi voltou a capturar os lábios de Dul com desejo, suas mãos desceram do seu pescoço e agarraram o suspensório da DJ, o retirando para os lados. Desceu seus lábios até o pescoço da ruiva distribuindo beijos e mordidas naquela região. Suas mãos apertavam sua cintura puxando o seu corpo para si. Dul mordia os lábios ofegando de desejo. Any cessou as carícias e se afastou, segurou o suspensório e a puxou, encaminhando-as em direção à sua cama espaçosa, onde pararam em frente. Anahi virou-se de costas para Dul e retirou seus cabelos para o lado.


- Tira pra mim? – disse mostrando o zíper do vestido.


Dul imediatamente segurou o zíper e o puxou com cuidado. Sentiu o vestido afrouxar-se no corpo de Anahi e o puxou para baixo, deixando à vista seu corpo escultural.


- Nossa! – Dul sussurrou com a visão ainda das costas da loira.


Any virou-se deixando revelar seus seios à mostra. Usava apenas uma calcinha pequenina de renda preta, o que fez com que Dul arfasse, logo sendo capturada pelas mãos ágeis de Anahi.


- Por que a surpresa? Não é a primeira vez que você me vê nua.


- Não sei, parece que você fica mais gostosa a cada dia.


Any sorriu e logo recomeçou a sessão de beijos e carícias. Dulce mal teve tempo de tocá-la e logo sentiu seu corpo ser empurrado contra a cama. Any, ainda de pé, retirou seus sapatos e o tênis de Dul em seguida. Curvou-se para frente e desabotoou seu short o retirando com rapidez. Logo subiu na cama e sentou-se sobre a ruiva, que observava cada movimento com prazer. Logo teve sua blusa retirada também, enquanto escorregava sua mão sob a calcinha de Any, começando a fazer movimentos de vai e vem com o dedo médio, o que fez Anahi arfar de prazer, se movimentando no mesmo ritmo. Quando sentiu que chegava ao ápice, Any retirou a mão da ruiva e deitou-se sobre ela. Começou a beijá-la com leve desespero enquanto terminavam de retirar as peças que ainda lhes restavam.


Seus corpos já completamente nus estavam em um movimento sincronizado, Any rebolava sobre Dul que ofegava com tesão. O atrito de suas intimidades cada vez mais forte, cada vez mais quente. Any descia e subia sobre Dulce num vai e vem frenético.


- Assim... Vai, não para!


Dul sussurrava em meio aos gemidos que escapavam de sua boca.


- Eu vou... Oh...


Any gemia acelerando cada vez mais seus movimentos. Dul sentiu seu corpo se contrair, uma leve dormência subia por suas pernas se alocando no seu centro molhado de tesão. Em poucos segundos ela gozou gemendo e arfando de prazer. Instantes depois Anahy também chegou ao ápice, deixando escorrer sobre Dul o seu gozo. Seus corpos inundados de prazer repousaram sobre a cama por alguns instantes para logo em seguida reiniciarem uma maratona de sexo que durou a noite quase inteira.


[...]


- Bom dia, meu amor!


Cris abriu as cortinas da janela do quarto de Maite com satisfação. A morena revirou-se na cama resmungando desaforos sem nexo com os olhos ainda fechados.


- Hora de acordar, – insistia ele enquanto carregava uma bandeja até a cama – o dia está bonito demais pra você ficar aí largada na cama.


- Que horas são? – Maite sentou-se com dificuldade.


- São horas de acordar. Já é quase meio dia, vamos acabar com essa ressaca e aproveitar o dia.


Cris colocou a bandeja em cima da cama fazendo Maite animar-se um pouco. Havia torradas, suco de laranja, geléia de amora, a preferida dela, pãezinhos e café. Seus olhos brilharam quando viu e sentiu o cheiro gostoso de café fresco.


- Oh, eu preciso disso! – Mai disse pegando uma das xícaras e levando até a boca, movimento que fez com que o lençol que a cobria escorregasse até sua cintura.


- Ai, garota, eu não sou obrigado a ver isso uma hora dessas da manhã. Por favor, esconda essas bolas perfeitamente simétricas e rosadas e aparentemente macias... – Cris observava com uma feição indecifrável no rosto. Fazendo Maite sorrir, se cobrindo novamente.


- Não há nada aqui que você já não tenha visto.


- Infelizmente, não mesmo. Mas falando nisso, nunca havia reparado nos seus seios. São lindos, bicha. Ta de parabéns! – disse com ironia.


- Ih... eu hein, Baby C, ultimamente você anda reparando demais em mulher. – Maite sorria, zombando do amigo.


- Estou pensando em mudar de sexo, não sabia?


Maite gargalhou.


- Cristian Chavez, faça-me o favor, né! Você ama esse pau que você tem aí mais que tudo nessa vida.


- Amo mesmo! E não trocaria ele por lindos seios nunca. O que não me impede de apreciar a beleza da anatomia feminina.


- Ok... – Maite deu de ombros.


- Mas e então... Como se sente essa manhã?


- Estou ótima. Melhor impossível!


Cris olhou para ela com uma sobrancelha arqueada.


- Sério?


- E por que eu não estaria?


- Bem, depois daquele show de drama que você deu ontem à noite eu imaginei que estaria depressiva e morta de ressaca hoje.


- Eu estou bem. Estou ótima. Sem ressaca, sem remorsos. O que aconteceu ontem não foi nada demais, não há porque eu me preocupar. Está tudo nos conformes. Amanhã irei trabalhar tranquila como se nada tivesse acontecido e vai voltar tudo ao normal.


Cris olhava para ela com uma expressão surpresa.


- Se eu não te conhecesse eu diria que você está tendo um ataque súbito de despreocupação excessiva pós surto de pânico.


- Eu não entendi nada do que você disse.


Os dois se olharam seriamente até que não conseguiram mais prender o riso e desabaram a gargalhar.


- Você é louca, Maite! – Cris dizia rindo sem parar.


- Não... eu sou normal até demais. – disse enfiando uma torrada com geléia na boca – E é por isso que você me ama. – sua boca cheia espalhava restos de pão com geléia pela cama – Eu sou seu equilíbrio, você é louco e eu sou normal.


- Fecha essa boca, porca nojenta!


- Eu sou uma linda porca que você ama. – Maite disse se curvando para ele – Vem cá, dá um beijinho na porquinha.


- Eu hein! Sai, garota nojenta. – Cris se curvava no sentido contrário ao de Maite – Sai pra lá com esse bafo. Essa boca toda suja, eca!


Os dois continuaram com as brincadeiras e conversas amenas por mais um tempo. Cris passou o dia com a amiga. Pensou que lhe fazer companhia a faria bem, e com razão.


[...] 


- Hey... Ta tudo bem?


Dul se curvou de sua cadeira à beira da piscina, passando o braço no pescoço de Anahi, que estava recostada na cadeira ao lado, e beijou seu rosto.


- Sim. –Anahi sorriu levemente – Por quê?


- Você não larga esse celular desde que acordou, olha para ele como se estivesse esperando uma resposta amorosa da Megan Fox.


Anahi sorriu, mas os óculos escuros em seu rosto impediram a ruiva de ver a preocupação em seus olhos.


- Problemas no trabalho. –Anahi deu de ombros.


- Sei... – Dulce preferiu não insistir no assunto – Vem, entra na água comigo?


Dulce se levantou e retirou seu short o depositando em cima da cadeira e estendeu a mão para a loira.


- Eu prefiro ficar daqui apreciando a vista.


Any sorriu sugestivamente para Dul que estava de pé em sua frente. Seu corpo levemente sarado naquele biquíni branco deixava Anahi animada, mas não o suficiente para acompanhá-la no mergulho.


Dul sorriu para ela e deu as costas, pulando na piscina.


- Senhorita Portila, o almoço está pronto. – Ivone foi até a área da piscina anunciar a refeição – Deseja que seja servido agora?


- Sim, por favor, Ivone.


- Pois não. – disse saindo em direção à entrada da cozinha da casa.


- Dul! –Anahi se levantou e acenou para a ruiva que nadava – O almoço está pronto, vem?


Dul prontamente nadou até a borda e saiu da piscina. A visão naturalmente sensual da ruiva saindo toda molhada tirou um sorriso dos lábios de Anahi.


- Acho que eu deveria ter entrado na piscina com você. – Anahi sorriu enquanto segurava uma toalha estendida para ela.


- Sim, deveria... – Dul sorriu e tomou a toalha se enxugando.


As duas vestiram roupões e se encaminharam para a casa. Tomaram um banho rápido, separadamente, mesmo sob protestos de Dul, e se ajeitaram para almoçar.


- A Anahi que eu conheço não me deixaria tomar banho sozinha, – Dul disse enquanto apreciavam o almoço – não duas vezes no mesmo dia.


Any deu um sorriso monótono.


- Eu já tinha pedido para a Ivone servir o almoço, se eu tomasse banho com você iríamos nos atrasar.


Dulce apenas sorriu enquanto continuavam o almoço. Conversaram sobre amenidades e após a refeição se sentaram no sofá da sala para tomarem uma taça de vinho.


- Daqui eu vou partir para o Canadá, tenho uns shows em Toronto.


- Isso é ótimo. – Any disse.


- Era melhor quando você me acompanhava. Lembra? Aqueles sim eram bons tempos. Viajávamos pra todo o canto do mundo, sem destino, sem compromissos. Eu tocava em qualquer balada onde me pagassem mais que uma garrafa de Vodka.


As duas sorriram nostálgicas.


- É, mas aí você resolveu ficar famosa e só tocar em festas de luxo.


- E você resolveu virar uma mulher de negócios, responsável, e parou de curtir a vida.


- Não foi bem uma decisão minha, mas sim, agora não posso mais levar essa vida de luxuriosa que eu levava antes.


- É eu entendo. As coisas mudam, o tempo passa, é a vida. – Dulce disse com pesar.


Após conversas e muitas lembranças, Dul se preparava para partir. Arrumava sua mochila no quarto de Anahi enquanto era observada pela loira.


- Se quando eu voltar você ainda estiver livre, a gente se encontra de novo. – Dul disse com um meio sorriso nos lábios.


- Como assim, “se”? Eu sou uma mulher livre, meu bem!


- Ótimo! – Dul sorriu e se inclinou selando seus lábios aos de Anahi, que retribuiu.


- Eu pedi o William para te levar até o aeroporto. – Anahi disse enquanto desciam as escadas.


- Obrigada, muito gentil de sua parte, senhorita Portila.


Na porta de entrada William já aguardava para pegar a bagagem de Dul. Assim que o fez ele ficou a postos em frente ao carro esperando as moças se despedirem.


- Então é isso. Foi muito bom rever você, Anahi.


- Foi muito bom te ver também, Dulce!


As duas se abraçaram em despedida.


- Depois eu quero saber. – Dulce disse se soltando da loira.


- Saber o que? – Anahi disse confusa.


A DJ apenas sorriu e deu as costas, descendo a pequena escadaria indo em direção ao Sonata preto em sua frente. Quando chegou à porta parou virando-se para Anahi.


- Quero saber quem é a mulher que conseguiu a façanha conquistar seu coração. – Dulce disse com um sorriso nos lábios.


Anahi olhou surpresa e boquiaberta para a moça que já entrava no carro partindo dali.


[...]


- Bom dia, senhorita Portila . – disse Susan ao ver sua chefe adentrar o grande hall que ficava em frente a sua sala.


Anahi passou direto para seu escritório naquela manhã de segunda-feira. Não havia tirado seus óculos escuros desde que saiu de casa e não estava com humor para sorrisos.


- Ih... Hoje ela ta de mal humor. – Susan sussurrou a si mesma quando sua chefe entrou em sua sala batendo a porta.


A secretária assustou-se quando seu telefone tocou.


- Escritório da senhorita Portila, pois não?


- Susan, – Anahi soou rabugenta do outro lado da linha – me traga um café forte e doce, por favor.


- Sim, senhora. Levo já.


Susan levantou-se e se encaminhou até a máquina de café em frente a sua mesa. Enquanto enchia uma grande xícara ouviu Maite chegar.


- Bom dia, Susan. – disse com um sorriso simpático nos lábios.


- Bom dia, senhorita Perroni. – Susan encaminhou-se com uma bandeja em mãos junto de Maite em direção à sala da chefe.


- Café já a essa hora? – Maite perguntou com preocupação.


- Sim. Ela entrou de óculos escuros hoje.


Susan disse quase sussurrando para Maite antes de entrarem na sala, que por sua vez suspirou parecendo entender aquilo como um código de alerta.


- Com licença, senhorita Portila. Seu café.


Susan adentrou a sala carregando a bandeja, logo seguida por Maite. Anahi estava concentrada em seu computador e não se moveu até ouvir aquela voz que a fez estremecer por dentro.


- Bom dia, Anahi.


Maite estava parada em frente a sua mesa, imóvel, sem jeito. Anahi a olhava com certo nervosismo, também imóvel. Quase sem jeito.


- Com licença. – Susan disse após deixar a xícara de café na mesa de Anahi.


A voz de Susan dispersou as duas daquela intensa troca de olhares.


- Bom dia, Maite. – disse pegando seu café.


Maite se ajeitou em sua mesa tentando sair daquela situação. Houve um breve silêncio constrangedor até que Anahi resolveu falar.


- Você está bem? – disse a olhando enquanto bebericava o café.


- Sim, ótima. – Maite ajeitava suas coisas em cima da mesa sem olhar para sua chefe. – E você?


- Bem. – Anahi não tirava os olhos dela – Sua mão, como está?


- Ótima, a ferida está quase cicatrizada.


Maite. Ela sentia olhar curioso e penetrante de Anahi sobre si e não se atreveu a olhar em sua direção. Ficava cada vez mais nervosa e incomodada com a situação. Mexia quase que freneticamente nos papéis em sua mesa até ser interrompida por Anahi.


- Maite? – disse suave, mas firme.


Maite parou por um instante respirando fundo e enfim a encarou.


- Sim? – A olhava nos olhos.


- Você está realmente bem? – Anahi cerrou os olhos juntando as sobrancelhas.


- Sim, sim. Por que não estaria? Eu estou ótima. Melhor impossível! A manhã está linda, o tempo agradável, eu estou b...


Anahi não a deixou terminar. Sabia muito bem que quando Maite estava nervosa desandava a falar descontroladamente.


- Maite, acalme-se!


Anahi se levantou fazendo menção de ir até ela, o que fez com que ela se levantasse instantaneamente, fazendo com que a loira parasse hesitante onde estava.


- Olha... – Anahi suspirou fundo – Sobre a noite da festa, eu...


- Anahi, não se preocupe. – Maite a interrompeu – Nós estávamos alteradas e aquela confusão toda acontecendo, enfim. Não foi nada, eu quase não me lembro de nada pra falar a verdade.


Maite  sorria sem jeito tentando disfarçar sua tensão.


- Não se lembra?! –Anahi perguntou confusa.


- Não. Sim... um pouco. Mas nada que eu não possa esquecer.


- Entendo. – Anahi suspirou levemente desapontada.


As duas voltaram a se sentar tentando voltar sua atenção ao trabalho, mas o clima pesava demais sobre elas.


- O seu... – Anahi hesitou – namorado, é... Me desculpe. Eu fui um pouco rude com ele. O diga que eu sinto muito, por favor.


- O Cristian? Não, ele não é meu namorado.


- Não? – Anahi sufocou um sorriso aliviado que veio até seus lábios.


- Não. Ele é meu amigo. Meu amigo gay, por sinal. – Maite sorriu timidamente.


- Oh, sim. Entendo. – Anahi sorriu.


Depois de uma breve troca de olhares elas voltaram ao trabalho.


O dia seguiu sob um clima tenso. Maite e Anahi trocaram poucas palavras, somente o necessário. Já no fim do dia Maite dava graças por poder ir embora e respirar aliviada.


- Então até amanhã, Anahi.


- Até amanhã. Ah, Maite, – Anahi chamou antes que ela alcançasse a porta – você confirmou o jantar com os editores de moda da Agência Art Model na quinta-feira? Preciso fechar minha agenda dessa semana.


- Sim, sim. Está confirmado para a quinta-feira às oito da noite no restaurante Cucina Italiana.


- Ótimo. Obrigada.


A quinta-feira chegou num piscar de olhos. A relação entre a chefe e sua assistente estava menos tensa, mas voltou a ser quase como no início, estritamente profissional. Sem conversas amenas, sem a pouca intimidade que haviam construído. Apenas a dona de uma empresa e sua funcionária. Anahi tentou algumas poucas vezes quebrar aquela seriedade entre as duas, mas não obteve sucesso. Maite parecia fechada em um casulo e evitava qualquer tipo de aproximação ou assunto que não fosse relacionado ao trabalho.


- Eu tenho analisado todos os relatórios, – disse Maite – mas está tudo muito bem feito, Anahi. Não conseguiremos provar nada apenas com os relatórios da contabilidade. Precisaremos de notas fiscais, notas de serviços e tudo o que comprova os valores reais de entrada e saída de dinheiro para confrontar com o que está nos livros caixa.


- Mas está tudo aqui, claro e notório que há divergência de valores, Maite . – Anahi disse já irritada – Não é possível usar somente esses relatórios para entrar com uma ação?


- Anahi, possível é, mas não será suficiente. Nós precisamos reunir provas incontestáveis antes de tomar qualquer iniciativa. Usar somente os relatórios dará margem para que ele conteste e entre com um recurso, o que dará tempo dele acabar com as outras provas do desvio de dinheiro.


- Mas que inferno! – Anahi levantou-se de sua cadeira batendo as mãos sobre a mesa – Eu quero colocar esse vagabundo na cadeia o mais breve possível!


- Anahi, se acalme. É preciso ter paciência. Nós temos que ser muito cuidadosas, até porque a posição dele dentro da empresa o permite ter acesso a tudo, ou quase tudo. Temos que ser cautelosas e não dar margem para contestações.


- Sim, eu sei. – Anahi caminhava de um lado para outro em sua sala – Meu irmão vai pagar caro por isso. Eu juro por meu pai!


[...]


Às 19h30min daquela noite Maite calçava os sapatos apressadamente em seu quarto quando ouviu seu celular tocar. Correu até a sala alcançando a mesinha de centro com um dos sapatos no pé e outro na mão.


- Droga! – disse arfando quando viu o nome na tela – Pronto? – disse sentando-se no sofá para calçar o outro par do sapato.


Já deveria estar pronta aqui dentro do carro, Maite. – Anahi disse impaciente do outro lado da linha.


- Eu já estou saindo, só um minuto.


Nem meio minuto, Maite, estamos atrasadas! – Anahi disse ranzinza e desligou a chamada.


- Como ela é irritante!


Maite bufou alcançando a porta. Parou para respirar por alguns segundos, checou uma última vez se havia pegado tudo o que precisava e saiu apressada.


William já a esperava de pé em frente ao Audi A8 preto estacionado na porta de sua casa.


- Boa noite, senhorita Perroni. – disse ao abrir a porta traseira para ela.


- Boa noite, William. Como vai? – Maite respondeu sorridente parando na porta para esperar a resposta.


- Muito bem, senhorita. Obrigado.


Anahi, que estava impaciente dentro do carro, virou-se para reclamar da demora, mas ao se deparar com uma das pernas de Maite apoiada sobre a base da entrada do carro e seu corpo sob um vestido preto que modelava suas curvas, ela se conteve. Com a boca ainda aberta para falar e travada pela visão, ela sentiu seu corpo estremecer.


Nossa! – pensou consigo.


Após o breve cumprimento Maite adentrou o carro despertando      Anahi de seu devaneio.


- Boa noite, Anahi.


- Você está atrasada. – Anahi disse olhando a hora na tela de seu celular.


- Oh, sim, eu vou muito bem. E a senhorita, como tem passado? Que ótimo. Fico feliz em saber. Muito obrigada, a senhorita é muito gentil e educada.


Maite sorriu da forma mais irônica que pôde. Anahi permanecia séria a olhando com desdém. Assim que o carro deu partida ela quebrou o silêncio.


- Você está muito bonita. – disse sem olhar para a morena.


Maite não segurou o sorriso, mas logo fingiu seriedade para respondê-la.


- Muito obrigada, a senhorita é muito gentil e educada.


Anahi não a olhou novamente, mas Maite pôde perceber um sorriso no canto de sua boca pintada com um batom vermelho sangue.


O clima parecia estar ficando mais ameno. Anahi ficou aliviada ao perceber que Maite estava voltando ao seu normal.


O trajeto seguiu silencioso. Em quinze minutos o carro estacionou em frente ao restaurante italiano mais referenciado de New York.


A reserva para cinco pessoas estava no nome de Anahi, por isso a pressa. Ela deveria ser a primeira a chegar.


- Sorte a sua que eles ainda não chegaram. – Anahi disse se acomodando na mesa.


- Mil perdões pelo meu descuido, senhorita Portila. – Maite disse em tom irônico, já sentada ao seu lado – Estou certa de que devo ser castigada com veemência pela minha falha. Talvez o mais apropriado seja que a senhorita me acorrente ao tronco e me açoite até eu me esvair em sangue.


Anahi não pôde conter o riso.


- Não seria má idéia, Maite. – disse sugestiva.


- Eu sou realmente grata pela escravidão ter sido abolida há séculos atrás ou estou certa de que seria chicoteada esta noite. – Maite fingiu estar horrorizada com a situação.


Anahi sorriu com sarcasmo no olhar.


“Realmente não seria nada mal se eu te desse uma lição, Maite. Você tem sido uma menina muito má e petulante. Nada que um bom chicote não resolva.”


- Eu não acredito que você está realmente pensando nessa possibilidade! – Maite disse com leve surpresa no tom de voz, o que fez com que Anahi despertasse de seus pensamentos.


- Não vou negar que muitas vezes tenho vontade de açoitar meus funcionários pela incompetência, mas você não se enquadra nesse caso, Maite. Competência é uma de suas melhores qualidades, não é a toa que você trabalha pra mim.


- Às vezes você me assusta, Anahi. É uma sorte você não ter nascido na época da escravidão. – Maite sorria com certo receio no olhar.


- Não seja dramática, Maite.


A conversa foi interrompida pela chegada dos editores da agência de moda. Dois homens, um aparentando seus 50 anos e o outro na casa dos 30. A mulher não parecia ter mais de 35 anos. Todos muito bem vestidos.


O jantar seguiu regado a vinhos finos e saborosos, escolhidos por Anahi e pelo editor mais jovem, que disputavam arrogante e civilizadamente quem entendia mais sobre o assunto.


Em meio à conversas maçantes, necessárias para o fechamento de um negócio, olhares intensos e sorrisos sedutores eram trocados na mesa. Maite se remexia desconfortavelmente na cadeira a cada olhar insinuante do homem branco barbado à sua frente. Anahi sentia o peso dos olhos curiosos da mulher loira pairar sobre ela parecendo despi-la a cada movimento que fazia, mas ela não conseguia prestar atenção em nada além do lobo à sua frente prestes a comer Maite com os olhos. Enquanto o senhor gordo de terno, com uma gravata borboleta e óculos de grau combinando na cor vinho, permanecia alheio à todas essas movimentações, monologando incansavelmente sobre o fracasso da última campanha de moda de sua agência publicada na revista de uma agência de publicidade concorrente.


- Com licença, – Maite disse se levantando – preciso ir ao toilette.


Anahi logo pediu licença e a acompanhou. Ao chegarem ao banheiro apenas se entreolharam e começaram a rir descontroladamente.


- O que foi aquilo? – Maite disse se apoiando na bancada da pia, perdendo o ar.


- Eu estou pasma! O que é que está acontecendo naquela mesa? Colocaram alguma coisa naquele vinho?


- Aquela mulher está se insinuando descaradamente pra você, Anahi.


- E aquele lobo feroz está te comendo com os olhos, Maite.


As duas, que haviam conseguido conter o riso, voltaram a gargalhar.


- Eu acho que, de fato, colocaram alguma coisa naquele vinho! –Maite disse tentando se conter.


- Estimulante sexual, só se for! – Anahi disse com ironia – E aquele gordo que não cala aquela boca. Pelo amor dos deuses!


- Ele parece ser o único realmente interessado em fechar um negócio.


- De fato, porque aquele cara parece mais interessado no seu decote.


- E aquela mulher me parece muito admirada pelas suas qualidades, e não estou falando profissionalmente.


- Eu nem reparei. Fiquei mais incomodada com o barbudo inconveniente.


- Está com ciúmes, senhorita Portila? – Maite a fitava com o olhar.


- Eu deveria, senhorita Perroni? – Anahi retribuía com olhar desafiador.


- Você me parece muito possessiva,Anahi.


- Eu só tenho muito cuidado com as coisas que tem o meu apreço, Maite.


Não desviaram o olhar um segundo sequer. Um sorriso sufocado em seus lábios, mas nenhuma das duas se permitia demonstrar. Toda aquela tensão conhecida já tomava conta do espaço até serem interrompidas por duas senhoras que adentraram o banheiro.


 


Após alguns minutos descontraídos, as moças voltaram para a mesa, já recuperadas. Houve mais algum tempo de conversas e troca de olhares, Maite e Anahi seguravam o riso entre um flerte e outro lançados por aquele casal. No fim da noite o negócio estava fechado.


A volta para casa foi muito diferente da ida ao restaurante. Não se sabe se o efeito dos vinhos ajudou, o fato é que Maite e Anahi conversaram durante todo o caminho. William volta e meia sorria disfarçadamente ouvindo a falsa indignação das moças com o que havia ocorrido no restaurante. As gargalhadas ecoaram pelo carro até que o mesmo parasse na porta da casa de Maite novamente. William logo desceu para abrir a porta para a moça.


- Eu nunca fui a um jantar de negócios tão divertido. – Anahi disse se recuperando.


- Nem eu! – Maite concordou.


Mais alguns sorrisos entre troca de olhares e houve silêncio, que logo foi quebrado por William abrindo a porta do carro para Maite.


- Então boa noite. – Maite sorriu timidamente sob o olhar intenso de Anahi.


- Boa noite, Maite.


Mais alguns segundos de silêncio enquanto Willian aguardava pacientemente do lado de fora. Maite sorriu soltando o ar preso em seus pulmões e num impulso se aproximou de Anahi que permaneceu imóvel. Maite tocou seu braço com a mão direita e levou sua boca até o ouvido de sua chefe.


- Você também está muito bonita, senhorita Portila. – disse num sussurro.


Any suspirou num leve sorriso e Maite pôde sentir os pêlos de seu braço se eriçarem, o que fez a morena morder os lábios num sorriso. Num rompante, Maite se afastou com a mesma velocidade que se aproximou e saiu do carro.


- Boa noite, William. Até amanhã. – disse caminhando até a porta de sua casa sem olhar para trás.


- Boa noite, senhorita Perroni. Até amanhã.


No caminho para sua casa Anahi recostou-se sobre a poltrona confortável do carro suspirando em seus devaneios. Mordeu os lábios só de pensar na possibilidade de tocar no corpo perfeito de Maite, sentir seus lábios novamente. Sentir de perto o cheiro gostoso que ela tinha. Anahi já sentia seu corpo quente só de imaginar.


- Você está perdida, Anahi. – sussurrou a si mesma – Perdida!


 


 



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Autor(a): naiara_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

O dia já amanhecia e os primeiros raios de sol adentravam pela fresta da cortina do quarto de Maite. O lençol de sua cama bagunçado denunciava um sono não muito tranqüilo. Ela se remexia com languidez embaixo de seu cobertor que a cobria até a cintura, deixando à mostra seus seios nus. Sua mão esquerda apertava o len&cced ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 147



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  • maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12

    Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3

  • ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20

    Cadeeeee

  • Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37

    nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17

    Terminar? :(

  • ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56

    MEU DEUS ALELUIA

  • Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42

    Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha

  • Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39

    Terminar? Que papo é esse???

  • Postado em 05/01/2017 - 20:57:56

    Voltoooou! Que bom posta muito rsrs

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11

    saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa

  • ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16

    feliz 2017!!


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