Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni
O frio do outono já dava sinais na cidade de New York. Naquela manhã a temperatura estava fria, mais fria que em todos os outros dias anteriores. O inverno se aproximava. Mas naquele dia em especial o sol brilhava, indo contra todas as previsões de céu nublado junto de baixas temperaturas, o sol estava nítido no céu.
Anahi não poderia ter acordado com melhor humor. Apesar de Maite não ter aceitado dormir em sua casa na noite anterior, o que a deixou frustrada, a animação que sentia naquela manhã era aparente.
- Bom dia! – disse com um sorriso assim que chegou à sala de jantar para o café da manhã.
- Bom dia, Srta. – Ivone respondeu surpresa e contente por vê-la daquela maneira e logo saiu em direção à cozinha.
- Bom dia, tia Any. – Emma respondeu sorrindo enquanto comia o seu cereal.
- Oi, meu amor. Já está de pé a essa hora?
- Sim, eu tenho que ir pra escolinha, tia.
- Ah, é verdade... – disse pensativa – Emma, eu estive pensando, o que você acha de ficar em casa por alguns dias? Sem precisar ir pra escola, só brincando e se divertindo em casa.
- Mas ainda não é férias, tia.
- Não, mas você pode tirar uns dias de folga, o que acha?
- Vou poder ficar vendo desenho e os filmes das princesas todo dia?
- Sim, é claro! Pode fazer o que quiser, a casa é toda sua.
- Eba! Posso convidar minhas amiguinhas pra brincar comigo?
- Sim, pode sim. Mas só nos fins de semana, okay?
- Ta bom! Mamãe nunca deixava eu levar minhas amigas. Ela não vai ficar brava se eu não for pra escola, tia?
- Ah... – a loira sentiu seu coração apertar em seu peito – Não, não vai não, meu amor.
- Vou assistir desenho então. Jenny, coloca aquele da princesa do vestido cor de rosa! – disse para a babá que estava ao seu lado ajudando com a refeição.
- Coloco sim, querida. – a moça sorriu fraco.
- Vou pra sala de TV. Vem logo, Jenny! – disse se levantando apressada.
- Hey, mocinha. Cadê o meu beijo de bom dia? – Anahi a interrompeu.
A pequena correu até a ponta da mesa e agarrou o pescoço da loira entrelaçando seus bracinhos ao redor de seu pescoço e dando um longo beijo em sua bochecha.
- Ih... Tem leite na sua bochecha, tia. – sorriu envergonhada com as mãozinhas sobre a boca.
- Ah, sua sapeca. – disse sorrindo – Tudo bem, eu limpo. Agora vai indo lá ver seus desenhos que depois a Jenny vai te ajudar.
- Ta bom. Tchau, tia. Te amo! – disse e saiu em disparada pela casa.
Anahi encarou surpresa a pequena saindo dali. Seus olhos umedeceram e um sorriso ficou em seu rosto pelas palavras de sua sobrinha.
- Eu também te amo, meu amor. – disse baixinho a vendo sumir pelos cômodos.
- Eu vou ajudar a Emma. – Jenny disse fazendo menção em se levantar.
- Jenny, espera. Eu preciso conversar com você primeiro.
- Sim, Srta. – a moça disse apreensiva.
- Bom, acho que você percebeu que eu prefiro que a Emma não saiba de nada do que aconteceu por enquanto.
- Sim, é claro.
- Eu quero mantê-la como babá da Emma, se você ainda quiser cuidar dela.
- Eu quero sim, Srta. Eu gosto demais dessa criança, estou com ela desde que nasceu.
- Ótimo. Eu vejo que ela também é muito apegada à você. Não seria bom perder mais alguém nesse momento. – suspirou em uma pausa – Eu não sei como será a situação daqui pra frente, mas nesse momento eu só quero cuidar e preservar a minha sobrinha. Ela ficará em casa por algum tempo, não quero correr o risco de ela acabar sabendo do que aconteceu da pior forma. A mídia vai ficar em cima desse assunto. Já tem repórteres aí na porta de casa e eu não duvido que eles seriam capazes de ir até a escola da Emma para buscar alguma informação. É possível que procurem até você, Jenny. Por isso eu preciso que você seja extremamente discreta e não dê nenhuma declaração. Está bem?
- Perfeitamente, Srta. Eu não quero me envolver nesse assunto de forma alguma.
- Vocês ficarão aqui em casa, pode trazer suas coisas. Por enquanto o Marco está solto, mas quando for pego tenho certeza que passará um bom tempo na cadeia. A Emma precisa se acostumar com seu novo lar, então tente fazê-la se sentir bem aqui e o mais importante de tudo, evite tocar no assunto dos seus pais, de sua antiga casa ou qualquer coisa do tipo. Eu pretendo buscar alguma ajuda para contar tudo a ela. Ela é só uma criança, precisamos ter todo o cuidado.
- É claro. – a jovem assentiu.
- Qualquer coisa que você ou a Emma precisem você pode falar com a Ivone.
- Está bem.
- Agora pode ir, Jenny.
- Com licença, Srta. – disse se levantando – Srta. Anahi? – parou ao lado da loira.
- Sim?
- Obrigada. Obrigada por tudo que está fazendo pela Emma e até por mim, por me manter nesse emprego. Digo não só porque eu preciso, mas porque eu tenho um carinho muito grande por essa menina.
- Não precisa agradecer, Jenny. Eu amo a Emma e quero o melhor para ela.
- Às vezes coisas ruins acontecem para que coisas melhores possam acontecer. – a moça continuou – Não estou dizendo que de alguma forma foi bom o que aconteceu com a senhora Rachel e o seu Marco, mas eu posso garantir que a Srta. cuidará muito melhor da menina do que a mãe e o pai dela. Aqui existe amor de verdade. – sorriu emocionada para em seguida sair dali.
***
Ela respirou fundo assim que desceu do carro preto em frente ao enorme prédio. Olhou para o alto tendo um largo sorriso nos lábios. Olhou para a grande porta de entrada e caminhou a passos firmes. Ela estava de volta.
- Bom dia, Srta. Portila. – Evan a cumprimentou com um sorriso tímido assim que ela passou pela recepção.
- Ótimo dia, Evan! – retribuiu o sorriso e foi em direção aos elevadores.
Por cada setor que passava sorrisos e cumprimentos lhe eram dirigidos. Parece que todos ali estavam satisfeitos com o fim do governo Marco e a volta dela.
- Bom dia, Srta. Anahi. – Lucy cumprimentou a seguindo até sua sala.
- Bom dia, Lucy. Tem algo para mim? – disse caminhando até sua mesa.
- Sim. Eu tomei a liberdade de arrumar a sua mesa, o senhor Marco havia mudado algumas coisas, eu tentei deixar como estava antes da senhora sair.
- Obrigada, Lucy. Muito atencioso da sua parte.
A jovem sorriu largamente com o elogio.
- Bem, – a secretária continuou – daqui a meia hora a Srta. tem a reunião para finalizar aquela pauta que foi iniciada ontem. Creio que serão apenas formalidades, já que o senhor Marco...
- Sim, eu sei. – suspirou – A Susan já chegou?
- Ainda não.
- Peça para ela vir até a minha sala assim que chegar, por favor. Preciso falar com ela antes dessa reunião.
- Sim, Srta. – a jovem assentiu e deixou a sala.
Minutos mais tarde retornou trazendo quem a Anahi aguardava.
- Com licença, Srta. A Susan chegou.
- Bom dia, Anahi. – a mulher cumprimentou com um sorriso.
- Bom dia, Susan. – disse indicando a cadeira à frente.
- E então, no que precisa de mim?
- Susan, eu acho que já esgotei a minha cota com você. – sorriu – Tudo o que você fez por mim, acho que nem se eu vivesse duas vezes eu conseguiria retribuir.
Susan sorriu de volta enquanto a encarava com atenção.
- Antes de irmos para a reunião com o Conselho, eu quero te fazer uma proposta. Eu sei que você tem direito sobre isso aqui, o seu filho tem parte em tudo aqui e entendo que você poderá fazer uso dos seus direitos como bem entender. Mas nesse momento eu gostaria que você considerasse a minha proposta.
- Eu estou ficando nervosa, Anahi. – sorriu sem jeito.
- Por favor, não fique. Essa introdução antes de ir ao ponto é realmente necessária. Não quero que você pense que eu farei isso simplesmente pelo que você fez ou por quem você foi. É também por isso, mas é principalmente pela pessoa que você é. Eu fui muito injusta com você, mas farei isso pelo que você me mostrou, Susan. Você é competente, é uma excelente profissional, é confiável, meu pai confiou em você e tenho certeza que ele estaria orgulhoso nesse momento. Você demonstrou ser uma pessoa forte e íntegra e eu não poderia ter outra pessoa em mente para isso. Há algum tempo eu venho pensando nesse ponto e agora tenho certeza que encontrei em você a pessoa certa.
- A pessoa certa para o que? – indagou incerta.
- Para assumir a vice-presidência da Portila´s Corporation.
- O que? – Susan a fitou surpresa – Anahi, eu não...
- Por favor, Susan, aceite. Eu não vejo ninguém melhor para assumir esse cargo. Você trabalhou diretamente com a presidência da empresa durante tantos anos. Eu tenho certeza que você sabe muito bem como encaminhar tudo isso. Eu acho válido que você esteja a par de tudo o que acontece aqui, afinal também é do seu interesse, do interesse do seu filho. Acredito que seja bom para vocês. E quem sabe no futuro ele talvez queira seguir os passos do nosso pai e assim como eu assumir os negócios da família. Depois do que o Marco fez eu duvido que ele volte a ser livre algum dia e quando for pego será o fim da linha para ele. Então não restará mais nenhum sucessor, a não o seu filho.
- Anahi, eu não sei nem o que dizer.
- Diga que aceita.
- Tudo bem, eu... Eu aceito. – sorriu emocionada – Eu não sei se estou preparada para exercer esse cargo aqui, mas acho que posso ir pegando o jeito aos poucos.
- Sim, e eu estarei aqui para te ajudar. Não se preocupe, quando comecei eu estava em maior desvantagem do que você. Não tinha a menor idéia sobre muitas coisas e olha como estamos hoje. Acho que fui até bem. – sorriu – Você com toda certeza entende de tudo muito mais do que eu entendia quando entrei aqui. Vai se sair muito bem, Susan. Além do mais eu preciso de alguém de confiança para estar nesse cargo. Eu pretendo tirar um pouco desse peso das minhas costas, entende? Tenho alguns planos para um futuro breve e eu vou precisar de mais tempo pra mim mesma. Dividir essa responsabilidade com alguém vai ser extremamente necessário daqui pra frente.
- Eu entendo e te apoio, Anahi. Você é tão jovem, não pode ficar trancada dentro dessa empresa. Fico feliz que esteja pensando em você depois de todo esse tempo se dedicando excessivamente ao trabalho.
- Você sabe bem como é, foi secretária da presidência por tantos anos.
- Sim. Você é exatamente como o seu pai era. Sempre dedicados e preocupados com o bom andamento dos negócios. Não sossegavam enquanto não resolviam todo e qualquer problema que aparecesse.
- Acho que no fim eu puxei muito esse lado dele. Eu sempre relutei contra isso, nunca quis ser como ele, passar tanto tempo se dedicando ao trabalho e tendo pouco tempo para a família. E olha que ele sempre arranjava um jeito de estar conosco, mas ainda assim pra mim era pouco tempo. Eu queria estar perto dele a cada momento e muitas vezes não entendia quando ele não podia. Mas hoje eu entendo. Ele me ensinou a gostar do que eu faço hoje e não me vejo fazendo outra coisa. Mas agora eu preciso desacelerar um pouco. Não tiro férias há mais de dois anos. – sorriu sem humor – Às vezes acontecem algumas coisas em nossa vida que servem para nos fazer refletir. Esse tempo que eu fiquei fora foi como se tivessem tirado uma parte de mim, eu não via a hora de voltar pra cá. Mas eu pude pensar um pouco e cheguei à conclusão que eu não posso e nem quero carregar tudo sozinha. A vida é tão curta e tão frágil. Não vale a pena ser tão focada em uma única causa e se esquecer de viver. Afinal, é para isso que estamos aqui, não é? Para viver.
- Belas palavras. Eu concordo plenamente! Mas que planos são esses que você tem? É algo aqui na empresa?
- Não. – suspirou com um leve sorriso nos lábios – É algo pessoal, pretensões futuras.
- Entendo. – sorriu para a loira.
- Então, outra coisa que eu queria falar com você, Susan, é sobre o seu filho. O Marco sabe que você tem um filho? Sabe da sua mãe e onde eles moram?
- Não. Eu nunca falei muito sobre mim e ele também não se mostrava interessado em saber.
- Melhor assim. Mas de qualquer maneira eu quero que você mantenha esse assunto em sigilo ainda. Eu quero mandar seguranças para a sua casa na Filadélfia. O Marco ainda está solto por aí e não sabemos do que ele é capaz. Ou melhor, nós sabemos sim, ele pode querer se vingar de todos os envolvidos. Temos que nos prevenir.
- É claro, eu concordo e agradeço, Anahi.
- Estamos acertadas, então. Agora vamos para a reunião que eu tenho alguns anúncios para fazer.
A mesa da sala de reuniões estava novamente cheia e a tensão no ambiente era visível. Anahi estava sentada na cabeceira, ocupando novamente o seu lugar habitual. Susan estava logo ao seu lado, tentando conter o nervosismo.
- Bem, acho que agora tudo já está resolvido. Toda a documentação necessária já foi avaliada e eu continuo sendo a sócia majoritária e presidente da Portila´s Corporation. Alguém tem algo a dizer? – a loira perguntou observando os rostos ao seu redor. A maioria ali demonstrava contentamento por tê-la novamente no cargo principal, exceto dois ou três que não conseguiam disfarçar certo incômodo pelo ocorrido no dia anterior.
- Srta. Portila, como ficará a situação da empresa diante do acontecido com o senhor Marco? – um dos engravatados perguntou.
- Nada vai mudar. O Marco não faz mais parte desta empresa a partir do momento que ele se tornou um criminoso que tentou dar golpes e assassinou pessoas. Ele se resolverá com a justiça e eu duvido muito que volte a ser livre quando a polícia o pegar. Aqui ele não entra mais e eu já estou vendo a situação dele em relação à empresa com o setor jurídico. Vocês não precisam se preocupar.
- Quem ocupará o cargo na Diretoria Financeira então? – outro questionou.
- Eu ainda não pensei nisso, vamos resolver tudo aos poucos. Eu pretendo ser bastante cautelosa com as minhas decisões daqui pra frente. Não quero qualquer pessoa trabalhando para mim. Mais alguma dúvida? – ela os encarou – Bem, se ninguém tem mais nenhuma colocação, eu quero fazer um anúncio. A partir de hoje eu pretendo dividir as minhas responsabilidades na presidência da empresa. Eu tomei algumas decisões em relação à minha vida particular e resolvi que será necessário ter alguém de minha confiança tomando conta de tudo por aqui quando eu não puder assumir. Portanto, venho comunicar aos senhores que eu estou nomeando a Srta. Susan Miller como a nova vice-presidente da Portila´s Corporation.
Todos se entreolharam surpresos enquanto Susan os encarava com nervosismo.
- A Susan tem competência para assumir o cargo e o mais importante, se mostrou confiável e leal. – a loira continuou – Ela terá plenos poderes para tomar decisões e gerir a empresa da melhor maneira. Na minha ausência, ela quem comandará, sendo a maior autoridade aqui dentro depois de mim, é claro. Alguma objeção? – fitou os rostos ainda surpresos ao seu redor – Ótimo. – disse por fim após ninguém se pronunciar.
- Aqui estão todos os documentos que a Srta. pediu. – um jovem com um sorriso satisfeito no rosto entregou alguns papéis para Anahi – Todas as suas decisões passam a valer a partir de agora. Só precisa assinar. E a Srta. Miller também. – disse indicando para que a mulher assinasse também.
- Obrigada, George. – a loira disse já assinando os documentos – Ah, antes de finalizar essa reunião eu gostaria de dizer mais uma coisa. – levantou a cabeça para fitá-los – Para os que estavam apoiando o Marco quando ele decidiu tomar o meu lugar, saibam que nós estaremos de olho em vocês. Eu e o meu amigo diretor do setor jurídico aqui. Não é, George?
- Com toda certeza, Srta. Portila. – o jovem encarou a todos com um sorriso vitorioso.
- Sendo assim, assunto encerrado. – ela disse por fim e voltou sua atenção para os papéis à sua frente.
- Obrigada, Anahi. Você foi ótima. – Susan disse após assinar os documentos.
- Eu não fiz nada disso sozinha. Vocês que foram ótimos!
- Seja bem vinda de volta ao trono, majestade. – o jovem brincou retirando risos das mulheres ali.
***
Alguns dias depois...
- Bom dia, meus amores! – Cris disse assim que adentrou pela cozinha da casa de Maite.
- Bom dia! – as duas sentadas à mesa responderam em coro.
- Maite, aquele armário fica na sua porta 24 horas por dia agora, é? – disse se juntando a elas.
- Não. Quando eu saio ele vem comigo. – respondeu num suspiro desanimado.
- Nossa, não sabia que a Anahi era tão controladora assim. – sorriu sarcástico.
- Antes fosse só isso, Baby C. Enquanto o Marco estiver solto por aí nós não vamos ter paz completamente.
- Esse psicopata deve estar bem longe uma hora dessas. Com aquela mala de dinheiro que disseram que ele fugiu, é óbvio que já saiu até do continente. Vocês estão se preocupando à toa.
- Nós não podemos ter certeza. Além do mais o Detetive Collins já está à frente das investigações, o Marco é um criminoso procurado. Enquanto ele não for preso nós devemos ter cuidado. – disse e por fim levando a xícara de café até a boca.
- Deixa a minha norinha cuidar da minha filha, Cris. – Daisy repreendeu – Elas estão certas em ter medo desse homem. Graças a Deus a Anahi é atenciosa e pode cuidar da Maite.
- Tudo bem, eu só queria tranqüilizar vocês. Mas eu confesso que também fiquei com medo. Esse Marco é perigoso mesmo. Mas a cara dele já está em todos os jornais, logo o Detetive Collins pega ele.
- E se depender de você não é só o Marco que o Detetive vai pegar, né? – Maite o fitou maliciosa.
- Eu bem que gostaria, mas acho que ele não gosta disso não. – suspirou.
- Como sabe? Só viu ele uma vez. E ele me pareceu bem interessado...
- Quem é esse, gente? – Daisy perguntou curiosa.
- É o Detetive que está cuidando de todos esses casos envolvendo o Marco e a empresa, mãe. Você precisava ter visto o clima que rolou quando ele veio aqui e conheceu o Cristian
- Maite está vendo coisa onde não tem! – Cris disse irritado.
- Humm, é mesmo é? – Daisy sorriu para o moreno – E o Jean Pierre? Vocês terminaram de novo?
- Ah, aquele ali eu nem sei, viu... Agora que eu to convivendo com ele e conhecendo mais dele to perdendo o encanto, sabe? O Jean é muito mimado, aquela educação de príncipe que ele tem só serve de aparência mesmo porque pra conviver com ele é um saco.
- Ih, to vendo que logo, logo alguém vai ser descartado. – Maite comentou.
- É, amiga, eu acho que só você tem sorte com esse negócio de romance, viu. Os pobres mortais como eu só sofrem no amor.
- Eu não posso reclamar. Os dois amores da minha vida foram os melhores que eu poderia ter. O pai da Maite seria meu amor pra vida toda se ele não tivesse me deixado tão cedo, aquele safado. – sorriu saudosa.
- Mãe! Não fala assim do papai. Ele nem ta mais aqui pra se defender.
- Eu falo no bom sentido, filha. Aliás, seu pai era safado no melhor sentido da coisa. – gargalhou.
- Okay, me poupe disso, por favor.
- E você já ta descartando o Dr. Bonitão, é? – Cris perguntou curioso.
- Não, o meu Rob é maravilhoso. Tive sorte de encontrar ele depois do meu primeiro grande amor. Eu já tinha me conformado em não encontrar ninguém como o pai da Maite, mas encontrei e sou muito feliz por isso.
- É, todo mundo se dando bem e só eu aqui. – o moreno lamentou.
- Eu não sei se estou tão bem assim. Tem três dias que eu não vejo a Any, mal nos falamos por telefone.
- Ih, será que ela já enjoou dessa vida monogâmica?
- Cristian, não fale assim! – Daisy o advertiu.
- Eu não sei, ela ta meio estranha. Parece que ta evitando me ver.
- To começando a crer que esse negócio de conto de fadas só existe em livros mesmo. Todo aquele fascínio inicial se perde depois de um tempo e até as princesas perfeitas como Anahi Portila perdem o seu encanto.
Maite suspirou pensativa e logo em seguida ouviu o barulho da campainha tocar.
- Deixa que eu atendo. – a morena se levantou e foi em direção à porta.
- Srta. Maite. – o homem de terno e aparência séria a cumprimentou assim que ela abriu a porta.
- Oi, Rogers. Bom dia.
- Deixaram aqui para a Srta. – ele disse estendendo um grande buquê com rosas vermelhas.
Maite fitou surpresa e levou as mãos ao buquê com um largo sorriso no rosto.
- Deixaram? – ela questionou.
- Sim, um entregador da floricultura. Eu já analisei e está tudo certo, fique tranquila.
- Ah... Claro. – ela o sorriu com estranheza – Obrigada, Rogers.
O homem alto assentiu e voltou para sua posição original, enfeitando o lado de fora da porta de Maite.
- Quem era, Baby M? – Cris gritou vindo até a sala ao encontro da morena que suspirava com um sorriso admirando as rosas – Humm... Rosas vermelhas!
- Rosas vermelhas? – Daisy perguntou curiosa chegando ao encontro dos dois.
- Quem mandou? – ele se aproximou e pegou o buquê de suas mãos – Nossa, que lindo! Tem um cartão. – pegou o pequeno envelope e entregou a morena.
Maite abriu o papelzinho cor de rosa e encontrou um bilhete escrito à mão. Reconheceu a letra assim que pôs os olhos e sorriu quando começou a ler.
Janta comigo hoje?
Te espero às oito.
Com amor,
Any
- Fala logo porque ta aí sorrindo que nem besta, garota! – Cris disse impaciente.
- Falar o que? É só um convite para jantar. – disse tentando conter o sorriso que tomava conta do seu rosto.
- Me deixa ver! – o moreno entregou o buquê de volta à ela e tomou o bilhete de suas mãos – Ai, que lindo! – gritou – Parece que o encanto ainda não acabou. Alguém aqui teve a sorte de encontrar a última pessoa romântica desse mundo.
- Deixa eu ver também! – Daisy pegou o bilhete das mãos de Cris – Que amor! É, filha, você se deu bem mesmo, hein.
- Me dê isso aqui, seus curiosos! – Maite pegou o bilhete de volta e só então pôde sentir o perfume de Any exalar do papel.
- Eu quero um amor desses também! – Cris choramingou.
Maite achou graça e riu do amigo ainda sem tirar os olhos do buquê e do bilhete em suas mãos.
***
- Boa noite, William. – ela disse indo de encontro ao motorista parado na porta de sua casa.
- Boa noite, Maite. Como tem passado?
- Bem, obrigada. E você?
- Muito bem. – disse dando passagem para a morena para que entrasse no carro.
- Aonde nós vamos, William? – perguntou já no caminho.
- Eu não tenho permissão para dizer, Srta. Me desculpe. – ele a fitou pelo retrovisor com um leve sorriso nos lábios.
Ela suspirou derrotada, segurando a curiosidade que lhe consumiu durante todo o dia, já que Anahi não atendeu as suas ligações e não lhe deu nenhum detalhe sobre a noite, deixando-a com um trabalho dobrado para tentar decidir o que vestir. Mas sabendo que o homem à sua frente, sendo o mais fiel dos homens não a revelaria nem sob tortura, decidiu se conter e esperar para ver.
O céu estava limpo naquela noite de sábado e apesar do vento frio de outono que soprava na cidade, o tempo parecia estar agradável. William estacionou em frente a um restaurante e Maite percebeu então que estavam no Brooklyn. A grande e iluminada ponte logo à frente deixava o lugar mais lindo de se ver.
William abriu a porta para a morena que desceu do carro observando tudo ao redor. Focou o olhar no letreiro do restaurante e admirou o lugar. The River Café. Leu e sorriu ao notar a mulher que lhe esperava na entrada.
- Tenha uma boa noite, Srta. – William disse por fim a encaminhando para a entrada ornada por um belíssimo jardim florido.
Anahi a aguardava com um sorriso que aumentava cada vez que Maite se aproximava.
- Você está linda. – disse segurando as mãos da morena – Mais linda do que o habitual, se é que isso é possível.
- Obrigada. – sorriu sem jeito – Você também está linda.
- Vem. – a encaminhou para dentro do lugar.
- Então era isso que você estava aprontando para não querer me atender.
- Tecnicamente sim. Eu tenho problemas para guardar surpresas, fico ansiosa e acabo contando antes da hora. Se eu te visse antes acabaria estragando tudo. – disse rindo de si mesma.
Maite admirava mais o local à medida que adentravam. Anahi a levou até uma mesa com uma vista belíssima da ponte sobre o rio East. Dali era possível ver Manhattan iluminando a paisagem do outro lado da ponte. A visão era simplesmente linda.
- Hoje não há mais nenhum cliente além de nós? – a morena perguntou assim que se acomodaram à mesa.
- É... Não. – a loira sorriu sem jeito – Digamos hoje que eu preciso de um pouco mais de privacidade.
Maite a fitou confusa, mas preferiu não questionar.
- Pessoas comuns costumam jantar em casa quando querem privacidade. – brincou.
- Depois de tudo o que já vivemos você ainda acha que somos um casal comum?
- Realmente não somos. – sorriu.
Durante todo o jantar Anahi não tirava os olhos de Maite. Um olhar interessado, como se quisesse ler os seus pensamentos. Cada detalhe, cada sorriso, cada olhar, nada passava despercebido aos olhos da loira que parecia a analisar.
Depois do jantar e sobremesa, Maite já havia percebido o comportamento estranho de Anahi e então resolveu questionar.
- Você está bem?
- Sim, estou sim. Por quê?
- Falou pouco hoje. – sorriu – E tem me observado mais intensamente que o normal.
- Estou só pensando.
- Pensando em que?
Anahi tomou o último gole do vinho em sua taça e respirou fundo como se tomasse coragem.
- Eu tenho pensado em como fazer isso. Confesso que estou um pouco nervosa, da primeira vez eu não tive uma resposta muito positiva. – sorriu em nervosismo.
A morena a observava atenta, já imaginando o que poderia ser.
- Maite, eu... Bem, em todo esse tempo desde que começamos a nos relacionar nós já passamos por tantas coisas. Tantos sentimentos, do ódio ao amor, da tristeza à paixão desenfreada. Eu experimentei só com você todas as sensações que passei a vida toda sem saber como eram. Eu confesso que nunca entendi muito bem isso que eu sinto por você. Talvez esse clichê seja mesmo verdadeiro, eu acho que passei a vida inteira esperando por você. – a fitou observando os olhos da mulher à sua frente já brilhando pela emoção – Eu acho que era para ficarmos juntas e a vida deu um jeito de fazer isso acontecer. E mesmo depois de tudo nós estamos aqui. Eu pensei em desistir algumas vezes, nunca fui de insistir em relacionamentos complicados. Eu nunca tive um relacionamento tão sério, na verdade. Mas com você sempre foi diferente, desde o início. E depois de tudo isso eu me dei conta de que não tem outro jeito, a vida, o destino ou seja lá o que for, quer que fiquemos juntas. E eu simplesmente concordo muito com isso. – riu desviando o olhar para suas mãos sobre o seu colo abaixo da mesa – Não adianta fugir disso e eu não quero fugir. É como se você estivesse em minhas veias e eu não conseguisse te tirar nem se eu quisesse. E eu não quero. Durante todo esse tempo foi como se eu visse a tempestade no meio do mar e quisesse me jogar dentro dela, porque por mais que eu soubesse que aquilo poderia ser o meu fim, eu tinha a certeza de que só lá eu encontraria a calmaria que eu precisava para me manter viva. E aqui estou eu novamente me jogando do barco, indo de encontro à essa confusão que esse sentimento por você me causa. E eu espero que dessa vez dê certo porque não sei se teria forças para tentar mais uma vez. – respirou fundo – Tudo bem, eu vou parar de enrolar. – sorriu sem jeito.
Maite analisava com ternura a mulher extremamente nervosa à sua frente. Não era comum vê-la assim e ela estava achando uma graça.
- Bem... Maite você... – levantou as mãos sobre a mesa segurando algo cintilante em sua palma. Estendeu para Maite e a fitou receosa – Você quer ser a minha namorada?
Autor(a): naiara_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Maite tinha os olhos marejados olhando para Anahi. Levou as mãos à boca pela surpresa ao ver o anel cintilando na palma da mão da loira. Um sorriso largo tomou conta de seu rosto enquanto ela admirava a jóia delicada e preciosa em sua frente. Anahi a encarava apreensiva, aguardando a resposta com a sensação de que já havia se ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 147
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maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12
Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3
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ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20
Cadeeeee
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Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37
nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17
Terminar? :(
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56
MEU DEUS ALELUIA
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Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42
Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha
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Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39
Terminar? Que papo é esse???
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Postado em 05/01/2017 - 20:57:56
Voltoooou! Que bom posta muito rsrs
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11
saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16
feliz 2017!!