Fanfic: amor repentino | Tema: portirroni
- Eu não acredito! Isso é perseguição. Não pode ser! – Maite disse virando a taça de champanhe na boca de uma só vez.
- Hey! Quem deveria estar bravo aqui sou eu! – Cris disse virando o líquido em sua taça da mesma forma que a amiga – Ela ta ali cheia de gracinhas com meu bofe.
- Ela não pode me ver aqui! – Maite disse virando-se de costas para o salão – Eu preciso sair daqui, Cris. Vamos embora.
- O que? Você só pode estar brincando, né?! Eu não vou deixar essa... essa... pervertida, tarada, perto dele! Essa mulher é um perigo!
- Cris, por favor! – a morena o fitou com cara de tédio – Ela é lésbica, esqueceu? – sussurrou impaciente.
- Eu não me esqueci! Mas não confio nela. Quem garante que ela não gosta das duas frutas?
- Cristian... – Maite revirou os olhos. – Olha, eu to pouco me importando se essa mulher é lésbica, bi, tri... Eu só não quero contato com ela. Não aqui, não agora!
- Ta com medo de não resistir, é? – o moreno não tirava os olhos do outro lado do salão cheio de pessoas.
A morena o fitou com os olhos semicerrados e logo tomou uma taça da bandeja do garçom que passava ao seu lado. Virou a bebida saborosa na boca, dando um gole generoso.
- Se você quer mesmo resistir a essa mulher, acho bom parar de beber desse jeito. Você sabe muito bem que quando fica “alterada” fica mais difícil segurar esse desejo aí dentro.
- Cala a boca, Cris! – disse tomando mais um gole – Eu preciso é ir embora daqui. Essa mulher me persegue, não é possível!
- Não, nós não vamos! Eu preciso ir até lá tirar satisfações. – disse fitando o casal do outro lado.
- É o que? Acho que quem bebeu demais foi você! Você não vai fazer isso aqui, Cristian!
- Meu bem, não se preocupe. Cristian Chavez não faz escândalos e nem comete deselegâncias. Eu só vou até lá cumprimentar os pombinhos. – disse com fogo nos olhos.
- Baby C, não! Por que você está tão incomodado? Tecnicamente esse seu bofe aí é gay, não é?
- Tecnicamente ele é um safado que me encheu de promessas, dizendo que assim que voltasse para New York me ligaria pra gente se encontrar e nem sequer uma mensagem mandou. E, tecnicamente, ele... Ele é bi.
Maite arqueou uma sobrancelha em surpresa. Essa informação estranhamente a incomodou.
- Ta, mas o que você quer fazer? Chegar lá e cumprimentá-los como se nada tivesse acontecido, fingir sorrisos e causar uma situação extremamente constrangedora?
- Exatamente! – disse com um sorriso sarcástico nos lábios.
Maite suspirou exasperada.
- Eu ainda me dou o trabalho de questionar você...
- Vem, você vai comigo para o impacto ser maior. – disse agarrando o braço da morena e saindo em direção ao casal.
- O que? Cris! Espera! – Maite dizia quase em desespero sendo puxada pelo amigo. Tomou um último e generoso gole do seu champanhe e deixou a taça em uma bandeja de um garçom que passava, tentando se recompor no caminho.
O casal conversava animadamente entre sorrisos quando foi surpreendido pelo casal de morenos.
- Mas que bela noite, não?! – Cristian aproximou-se grudado ao braço de Maite com um sorriso irônico no rosto.
Maite estava tensa e incomodada. Anahi soltou um sorriso surpreso e alegre assim que pôs os olhos na moça. E o homem muito elegante à frente ficou imóvel, com os olhos arregalados, sem dizer uma palavra sequer. Mal conseguia respirar.
- Maite? Mas que coincidência te ver por aqui! – Anahi sorriu instantaneamente ao quebrar aquele silêncio.
A morena sorriu sem vontade e não se deu ao trabalho de responder.
- Quando disse que iria sair com o Cristian não imaginei que fosse para o mesmo lugar que eu. – os olhos da loira brilhavam em direção à Maite.
Criatian fitava o homem com olhar acusador, que ainda permanecia sem reação.
- Mas que coincidência digo eu! – Cristian sorriu com ironia – Não sabia que estava de volta à New York, Jean Pierre.
O homem engoliu seco, sem saber o que dizer.
- Vocês já se conhecem? – Anahi questionou.
- Oh, sim! E como nos conhecemos, não é, Sr. Salutto?!
- Ah... É... Sim. – Jean gaguejava tentando encontrar as palavras – Nos conhecemos em Milão há um tempo atrás.
- Mas que feliz coincidência. – a loira sorriu.
Maite permanecia em silêncio, fitando a loira à sua frente com raiva no olhar.
“Sínica! Como ela pode ser tão dissimulada?! – Maite pensava – Provavelmente também tem um caso com esse amigo. O homem está pálido de vergonha. Não consegue nem disfarçar, ao contrário dela que age como se nada estivesse acontecendo.”
Maite faiscava por dentro. Encarando a mulher sem se importar em ser notada.
- Como tem passado, Sr. Jean Pierre Salutto? – Cristian questionava o homem com sarcasmo na voz.
- Eu vou bem, Dr. Chavez. – Jean dizia sem graça – E o senhor, como vai?
- Estou ótimo! Melhor impossível.
- Como se conheceram? – Anahi perguntou curiosa.
Maite ainda a fitava.
“Como consegue?! Me beija, fica com a DJ, depois transa comigo e agora esse cara. Tudo em menos de duas semanas! Baby C estava certo. Pervertida! Mas como não seria, não é? Ela é linda, é rica, tem um sorriso maravilhoso. Esse olhar penetrante com esses olhos azuis maliciosos. Tem um beijo gostoso... Intenso! – a morena divagava em seus devaneios – Ai, Deus! O jeito que ela me toca, me aperta, me arranha...”
- Não, é Maite? – Cristian trouxe a morena de volta à realidade.
- Sim. O que? – balançou a cabeça tentando dispersar os pensamentos.
- Eu estava dizendo aqui para sua chefe que você resolveu sair mais, conhecer novas pessoas. Viver para o trabalho e cercada por ele não é nada saudável. – Cris disse fitando a loira acusadoramente.
- Ah, sim. Claro! – a morena sorriu falsamente – O Cristian está me mostrando algumas realidades da vida que eu não percebia antes.
Anahi sorriu confusa sentindo os olhares sobre ela.
- Bem, se me permitem, eu preciso ir cumprimentar algumas pessoas. O aniversariante precisa fazer as honras. – Jean Pierre sorriu fraco para os que o rodeavam – Senhoritas. Dr. Chavez. – cumprimentou-os se retirando.
Cris o fitou com os olhos semicerrados. Enquanto Anahi encarava Maite ainda confusa.
- Me dêem licença, preciso resolver uns assuntos. – o moreno saiu na direção que Jean havia saído há pouco.
- Cristian! – Maite o chamou, mas o amigo saiu sem olhar pra trás – O que esse doido vai aprontar? – sussurrou preocupada.
- Eu perdi alguma coisa? – Anahi perguntou confusa.
- Oi? – a morena voltou-se para ela – O que?
- É impressão minha ou você e o Cristian estão um pouco... estranhos?
- Impressão sua, senhorita Portila. – Maite disse séria.
- Por que toda essa formalidade? Estamos em uma festa. – a loira sorriu para ela.
- Sim, estamos. E eu deveria estar me divertindo agora.
- E não está?
- Sinceramente não.
Maite evitava encarar Anahi, olhava para o grande salão tentando não se concentrar na loira, que por sua vez a encarava confusa.
- Posso me dispor a tornar sua noite mais agradável, senhorita Perroni. – Anahi disse sugestiva.
- Não se incomode, senhorita. Vejo que já está se divertindo bastante com o anfitrião da festa. E eu já estou de saída. Com licença.
A morena saiu em meio à aglomeração de pessoas em sua frente, indo em direção a uma das saídas laterais.
- Maite, espere! – Anahi a chamou sem sucesso e correu atrás da moça.
Maite saiu entrecortando todos ali e só parou quando estava na grande varanda na lateral da casa. Pegou seu celular em sua bolsa e discou para ligar para Cristian.
- Droga, Baby C! Atende essa merda! – esbravejou sozinha.
As chamadas caiam direto na caixa postal. Maite estava impaciente, discando repetidas vezes para o número do amigo.
- Maite? – Anahi a surpreendeu se aproximando.
A morena assustou-se, voltando-se para a loiraa sua frente.
- O que aconteceu? Você está bem?
- Sim, eu estou ótima, Anahi.
- Por que saiu daquele jeito? Há algo errado?
- Não, não há nada errado, Anahi. – Maite a fitou – Aliás, está tudo errado!
Anahi a olhava confusa enquanto Maite já soava irritada.
- Está tudo errado desde o início, Anahi! Nada disso deveria estar acontecendo. Onde eu estava com a cabeça quando me deixei levar daquela maneira? Céus! – disse passando as mãos pelo cabelo.
- Maite, calma! Do que é que está falando?
- Do que estou falando? Da gente, Anahi. De nós! E de você e de todo mundo.
Anahi sabia que ela estava nervosa, pois já dizia palavras sem nexo, com gestos apressados.
- Como assim, Maite? Se acalme, por favor! – a loira se aproximou tentando acalmá-la.
- Não! Não encosta em mim. – a morena recuou deixando Anahi assustada – Deve ser muito divertido pra você, não é? A cada dia uma conquista diferente. A cada noite uma nova pessoa na sua cama... É claro, você consegue facilmente o que quer. Sabe ser persuasiva. Eu só não entendo por que, depois de tanto tempo, você resolveu jogar comigo.
- Maite! Meu Deus, do que você está falando?!
- Como do que, Anahi? Você me beija na festa, depois vai pra cama com a DJ no mesmo dia, depois me seduz e transa comigo e agora já ta com esse Jean Pierre. Você só quer se divertir não é?
Anahi soltou uma risada sem humor para a morena, negando com a cabeça.
- Maite, você está louca? Está bêbada? Só isso explica tanta besteira que está falando!
- Eu estou ótima, Anahi! E sei muito bem do que estou falando.
- Maite, presta atenção. – Anahi soava séria – Eu não lhe devo satisfações da minha vida. Eu não sei como soube dessa história, mas sim, eu fui pra cama com a DJ sim. Primeiramente ela é uma amiga de muitos anos e me convidou para essa festa a qual eu fui pra tentar tirar você da minha cabeça! Coisa que eu venho tentando fazer quase todos os dias desde que nos aproximamos. – Maite a observava surpresa. A loira passou as mãos pelos cabelos, nervosa – O Jean Pierre também é um amigo de longa data. De onde tirou essa idéia de que eu teria algo com ele? Pelo amor de Deus!
- Realmente, Anahi, você não me deve satisfações. Você já teve o que queria de mim, agora pode me deixar em paz e fingir que nada aconteceu, porque é isso que eu vou fazer!
Maite terminou de dizer e saiu apressada, passando por Anahi feito um furacão. A loira segurou seu braço num ato rápido e a puxou para si, colando seus corpos enquanto segurava em seus pulsos.
- Maite... por favor! Você acha mesmo que eu seria capaz de fazer isso? – seus rostos estavam próximos, suas respirações dificultadas pela proximidade – Eu não sei o que ta acontecendo comigo, mas eu não consigo tirar você da minha cabeça.
- Anahi...
Maite tentou dizer, mas foi interrompida.
- Eu mantive meus olhos fechados pra você por todo esse tempo, evitando qualquer aproximação, tentando não deixar que isso acontecesse. – os olhos cor de mel de Maite brilhavam a encarando – Tentando fingir pra mim mesma que eu não me sentia atraída por você. Mas o fato é que eu sempre estive. Desde que você chegou na empresa, desde o dia que pisou em minha sala, eu sempre neguei meus instintos, nunca lhe faltei com o respeito. Evitando reparar na mulher maravilhosa que você é. Eu sempre consegui manter isso em mim, até aquele maldito dia, Maite. Até o dia em que você me fez te notar.
Maite a olhava surpresa, sem saber o que dizer.
- Isso... Isso não pode acontecer, Anahi. – disse se afastando.
- E por que não? – Anahi se aproximou novamente a encurralando na pequena e luxuosa mureta de proteção da varanda.
- Porque não! Não vê o quanto isso é inapropriado? Meu Deus, eu sou sua assistente! O que todos iriam pensar? Que eu estou me aproveitando da situação para crescer lá dentro, me aproveitando pelo fato de você ser a dona da empresa, Anahi!
- Ninguém tem nada a ver com a minha vida, Maite. Eu não me importo com o que os outros vão pensar.
Anahi encostou seu corpo no de Maite novamente. Levou suas mãos até seu rosto e a olhou firme nos olhos.
- Anahi, não...
- Maite, eu só quero... você. – Anahi sussurrou roçando seus lábios nos da morena, iniciando um beijo lento.
Maite pensou em recuar novamente, mas não teve reação. Seu corpo não obedecia, pelo contrário, apenas respondia involuntariamente aos toques de Anahi. Sentiu as mãos da loira escorregarem até sua cintura , apertando seu corpo no dela. Seu corpo, que já sentia quente só pelo contato de seus lábios num beijo que ficava mais intenso a cada instante. Maite queria fugir, mas simplesmente não conseguia. Sua razão queria impedi-la, mas seu desejo a dominava. Aquela mulher a dominava, de uma maneira que ela mesma não podia entender.
Maite correspondia ao beijo ardentemente, segurando a nuca de Anahi contra si. Ela queria mais, muito mais. Queria toda a maestria de Anahi sobre seu corpo. Queria sentir novamente tudo que sentiu na noite anterior. Queria aquela mulher.
- Não! – numa fração de segundos Maite se desvencilhou daquele contato, afastando-se da loira, tomando fôlego – Você não me quer, você quer o desafio de me ter. Mas eu não quero. Eu não posso querer!
- Você pode sim, Maite. – Anahi disse tentando se aproximar novamente.
- Não! – a morena disse se afastando – Eu não posso e não quero.
- Não é isso que o seu corpo diz quando corresponde ao meu.
- Não interessa o que meu corpo diz. Eu digo que não.
- Maite...
- Anahi, por favor! Eu... eu não sou gay, ok?! Me deixa em paz!
Maite saiu dali o mais depressa que pôde. Voltou ao salão procurando Cristian por todos os lados. Estava tão distraída que acabou esbarrando em um homem que estava de costas.
- Perdão! Eu não... – disse ao homem que se virou imediatamente a encarando, fazendo-a perder a voz.
- Senhorita Perroni?
- Oi... Olá! – a morena disse sem jeito – Como vai?
- Muito bem e melhor agora. E você? Como está sua mão?
O enfermeiro que cuidou dos ferimentos em sua mão estava ali. Elegantemente parado em sua frente com um sorriso no rosto.
- Está ótima. Obrigada.
- Fico feliz que esteja tudo bem.
- Sim, senhor...?
- John. John Peterson. – disse estendendo a mão para a moça.
***
- Droga! – Anahi disse se encaminhando novamente para o grande salão.
Correu os olhos pelo local à procura de Maite, mas a música, que antes soava leve, agora ecoava alta pelo ambiente. O local parecia mais apertado, as pessoas se concentravam ali, dançando e aproveitando a festa.
- Ah, você está aí! – Anahi ouviu uma voz familiar se aproximando – Onde estava se escondendo?
- Não interessa. – disse ríspida, tomando a taça da mão de Jean Pierre e dando um longo gole – Onde você estava?
- Vejo que alguém ficou de mau humor repentinamente. O que houve?
- Não houve nada, Jean!
- E por que essa carinha triste?
- Dá pra parar de me encher o saco? Já disse que estou bem, que porra!
- Se eu já não estivesse acostumado com essa sua personalidade adorável, eu ficaria extremamente ofendido. – Jean sorriu com ironia.
Anahi deu de ombros e correu os olhos pelo salão mais uma vez, quando viu Maite do outro lado aos risos com um homem que lhe parecia familiar. Focou as vistas no rapaz e o reconheceu imediatamente.
- Filho da p...
- Olha a boca, mocinha! – Jean a repreendeu antes que ela pudesse completar a frase.
- O que aquele safado ta fazendo aqui? – perguntou mais para si mesma do que para o outro ao seu lado.
- Quem? Quem é o safado que você viu aqui?
- Aquele cara ali, Jean. – disse puxando o amigo – Aquele de camisa social branca e calça jeans escura.
- Onde? Há tanta gente nesse salão.
- Ali! Do outro lado, na nossa direção. Está conversando com uma moça morena de vestido azul.
- Humm... sei. Aquela que estava conosco agora há pouco?
- Isso!
- O que tem o rapaz que está com ela?
- Quem é ele?
Jean olhou mais uma vez tentando identificar.
- Não sei. Não o conheço.
- Como não?! A festa não é sua?
- Sim, a festa é minha, mas a casa não. Arnold e Brigitte convidaram algumas pessoas por conta deles.
Anahi bufou de raiva, pegando mais uma taça de champanhe de um garçom que passava e virando-a na boca.
- Vocês não têm algo mais forte pra servir aqui não? – Ela perguntou ao amigo.
Jean não segurou o riso ao ver o leve desespero da loira.
- Não acho que você esteja em condições psicológicas favoráveis para beber algo mais forte,Any.
- E desde quando você é psicólogo para saber se estou ou não em condições, Jean Pierre? – disse tomando mais um gole do líquido borbulhante em sua taça.
- Não é preciso ser para notar o seu total estado de perdição por aquela moça.
- Cala a boca, Jean. – Anahi não tirava os olhos do outro lado do salão.
- E pela sua reação, vejo que está morta de ciúmes. Não é para menos, a jovem é belíssima! Eu ficaria com ciúmes de você, nunca te vi nesse estado por mulher alguma. Mas já passei dessa fase, você é um caso perdido. Tem completo fascínio e amor pelas mulheres. E com isso eu não posso competir...
A loira revirou os olhos e não se deu ao trabalho de responder.
- Mas me diga, – Jean continuou – Quem é ela?
- Ela quem?
- Mon amour, não se faça de desentendida. – sorriu com ironia.
- Ela... trabalha pra mim. – disse sem jeito.
- Mas não me diga! Está se envolvendo com uma de suas funcionárias?
- Não, eu não estou! E se estivesse não seria de sua conta.
- Não me diga que é um amor não correspondido? – Jean questionava sério e interessado.
- Vai pro inferno e me deixa em paz, Jean!
A loira saiu raivosa, indo em direção à cozinha da enorme mansão.
- Tudo bem. – o homem disse a si mesmo fazendo gesto de rendição com os braços.
- Por favor, – Anahi disse ao primeiro garçom que encontrou na cozinha – vocês teriam uma bebida mais forte pra me servir?
- Nós temos a vodka que estamos preparando os drinks, senhorita. Deseja um de nossos drinks?
- Não. Me dê a vodka pura, por favor.
O rapaz arqueou uma sobrancelha para a moça e logo foi até o balcão, onde encheu um copo com o líquido branco, entregando-o para Anahi
- Me dê a garrafa inteira, está bem? – disse tomando a garrafa quase cheia das mãos do rapaz, que prendia um sorriso nos lábios.
- Isso aqui fica comigo. – Jean apareceu ao seu lado e tomou a garrafa de suas mãos, a entregando novamente ao garçom – Pode ir, obrigado.
- O que pensa que está fazendo, Jean? – a loira questionou irritada.
- Eu lhe faço a mesma pergunta,Any. O que está fazendo?
- Mas eu não posso nem beber em paz mais?! – disse virando o copo com a vodka em sua boca, dando um gole generoso.
- Sim, você pode. Beber é uma ótima maneira de curar a dor de cotovelo, mas acho que essa não é a hora e esse não é o lugar para você afogar suas mágoas, sim?
- Dor de cotovelo? – a loira gargalhou – Eu sou Anahi Portila, meu bem! Eu não me apaixono, não sinto ciúmes e muito menos dor de cotovelo por nin-guém! – disse pausadamente.
- Ok, senhorita toda poderosa! Mas já está alterada o suficiente por hoje. – disse agarrando em seu braço – Vamos voltar para o salão. Dance comigo um pouco, vai ajudar a aliviar essa... tensão.
Maite conversava animada com John, mas não conseguia disfarçar a preocupação em sua feição, olhando a todo instante para o salão.
- Você está realmente bem? – o rapaz perguntou.
- Sim. Por quê?
- Parece preocupada.
- Não, são só alguns problemas. Nada demais.
- Está em uma festa, deveria esquecer os problemas e se divertir.
- Eu penso o mesmo, mas às vezes os problemas insistem em nos perseguir por onde vamos. – disse sorrindo sem humor.
- Entendo. Quer dançar um pouco? Talvez isso ajude a esquecer esses... problemas.
Maite pensou em negar, mas antes que pudesse responder avistou Anahi na pista de dança, nos braços de Jean Pierre, dançando alegremente, aos risos e conversas ao pé do ouvido.
- Eu adoraria! – a morena disse irritada.
- Mas vejam só, acho que a sua assistente está se divertindo com o senhor safado. – Jean disse ao notar Maite dançando junto de John próximos a eles.
Anahi virou-se para olhar e logo avistou Maite. Seus olhos azuis faiscavam raiva, que não passou despercebida pela morena. Logo uma música romântica começou a tocar e os casais que ali estavam se juntaram em pares, dançando suavemente. John tratou de puxar Maite para junto de si, tomando sua cintura.
- Se me permite, senhorita. – disse ao tomá-la para a dança.
Maite não protestou e entrelaçou seus braços no pescoço do rapaz, acompanhando-o no ritmo. Anahi, que observava a cena, não tirou os olhos da morena nem quando foi agarrada por Jean para a dança suave. Seus olhares se encontravam a todo o momento. Anahi mal piscava, sem quebrar o contato um segundo sequer. Maite tentava desviar sua atenção, mas não conseguia evitar o olhar penetrante da mulher a poucos metros de distância.
- Eu sei que se eu perguntar, você vai recusar. – Jean disse ao pé do ouvido de Anahi – Então vou lhe oferecer um conselho de bom grado.
- Não, obrigada! – Anahi o cortou com a voz seca.
O rapaz sorriu.
- Pelo que pude perceber até o momento, você está perdidamente apaixonada por essa moça.
- Cala a boca, Jean! Eu não quero conselho nenhum e você não sabe de nada.
- Shiii... Deixe-me terminar. – disse pacientemente – Você não quer aceitar, mas está. Imagino que ela te recusou, pois você está irritada demais. Um dos sinais de sua personalidade. Nunca aceitou perder. Mas eu posso ver também que essa moça está perdidamente... perdida. Imagino que seja sua primeira experiência com mulheres, ainda está na fase de negação, presumo. Obviamente ela está fortemente atraída por você, minha querida. Mas quem, em sã consciência, receberia investidas de Anahi Portila e não ficaria atraído, não é mesmo? – dizia enquanto se moviam lentamente pelo salão.
- E você pôde perceber isso tudo apenas nessas poucas horas nos observando?! – Evellyn sorriu debochada.
- Sim. Sou um ótimo observador analista. Mamãe disse que eu tinha dom para Psicologia Criminal. Mas papai me obrigou a cursar Direito.
- E você nunca terminou o seu curso, fugiu da Universidade para viajar pelo mundo... Já sei dessa história, Jean.
- Exato. Bons tempos eram aqueles.
Anahi sorriu fraco, ainda observando Maite que a fitava vez ou outra por cima do ombro de John.
- Mas como eu ia dizendo...
- Como você ia dizendo, – Anahi o interrompeu com calma – ela está agora nos braços de um babaca, dançando com ele e não comigo, Jean. Todas as suas teorias não valem nada na prática.
- No seu lugar eu não me preocuparia com isso.
- Mas você não está no meu lugar.
- Deixe-me abrir seus olhos que estão cegos pelo ciúme.
- Eu não estou com ciúmes!
- De fato. Você só não gosta de perder, não é mesmo? Entendo. – Jean disse com leve ironia.
Anahi suspirou pesado em seu ombro.
- Se você olhar para ela nesse exato momento vai perceber que não está nada confortável com a proximidade do rapaz. Seus braços não estão relaxados, seu corpo não se move com o balançar da música. Ela simplesmente é levada por ele. – Anahi observava cada sinal à medida que Jean descrevia para ela enquanto ainda dançavam suavemente – Seus olhos não saem de nós, no caso, de você. Ela não consegue encará-la, mas também não consegue deixar de olhar. Obviamente numa tentativa de fazer-lhe ciúmes. O que de fato está funcionando. – a loira sorriu sem humor com as palavras do amigo – Posso lhe garantir, e até apostar um de meus melhores cavalos que ela não está ouvindo nada do que ele está falando. Seus olhos estão aqui. Sua mente está aqui. Seu desejo está aqui. Ela está ali apenas de corpo presente. Mas é aqui que ela queria estar. Com você, Anahi.
“Eu gostaria muito que isso fosse verdade.” – a loira pensou.
A música lenta parou de tocar para logo dar lugar a uma mais animada, fazendo os casais se separarem. Anahi voltou-se para o amigo para um abraço que logo foi retribuído. Ao voltar-se para o salão novamente o sorriso em seus lábios sumiu. Sentiu-se confusa e surpresa. Não queria acreditar no que via. Maite beijava o rapaz em sua frente.
A loira saiu apressada pelo salão indo em direção à grande porta de entrada, sendo seguida por Jean.
- Anahi! Any! Espera. – disse correndo atrás da moça.
- Hey! Vai com calma! – Maite afastou-se do beijo em poucos segundos.
- Me desculpe! Maite, me perdoe. Foi um impulso. Quando vi você tão próxima de mim não pude resistir.
- Ta, tudo bem. – disse séria.
- Baby M, meu amooor! – Cris apareceu ao seu lado esbarrando nela e quase caindo, sendo apoiado por John.
- Cris! Onde você tava esse tempo todo? Te liguei várias vezes e você não me atendeu.
- Eu estava por aí! Livre, leve e solto! Solto como um pássaro.
Podia-se notar o quão embriagado ele estava.
- Meu Deus, você ta podre de bêbado. – a morena disse segurando em seu rosto com as duas mãos.
- Não estou nada! Estou ótimo. Nunca estive melhor! – o moreno levou a mão até uma taça na bandeja de um garçom que passava, mas logo foi impedido pela amiga.
- Nem pense nisso!
- Não seja rabugenta, Baby M! Hoje é dia de festa! Vamos beber, dançar e nos divertir. – Cris dizia com os braços abertos em meio às pessoas que ali dançavam.
- Você já se divertiu suficiente por hoje, Cris! – a jovem disse segurando em seus braços – Vamos pra casa.
- Mas ainda está tão cedo. Eu quero ficar mais! – disse abraçando com força exagerada a amiga.
- Oh, céus! – Maite envergou-se com o peso do amigo sobre si.
John, que observava toda a cena, segurou Cristian pelo tronco e o envolveu em seu ombro.
- Calma aí, meu amigo. – disse encaminhando-se com o moreno em direção à saída.
- Amigo? – Criso fitou com os olhos confusos – De onde eu conheço você? Acho que não conheço...
- Não se incomode, John. – Maite interveio – Me ajude a levar ele até o carro, por favor.
Após aconchegar o amigo no banco traseiro do carro, Maite pegou as chaves em seu bolso sob protestos.
- Me deixe dirigir, Maite! – disse jogado no banco – Eu a trouxe e devo levá-la de volta em segurança.
- Eu estarei mais segura ao volante, acredite! – disse saindo do carro.
- Bom, se quiser eu posso acompanhá-los com meu carro para ajudar a levar ele até em casa. Ele é bem pesado. – John disse sorrindo.
- Ah, tudo bem. Eu me viro com ele, não precisa se incomodar.
- Não será incômodo. Faço questão.
- Tudo bem. Obrigada.
***
- E você ainda queria dirigir. Está em péssimo estado!
Jean dirigia o Porsche de Anahi rumo à casa da loira, que estava no banco ao lado com cara de poucos amigos.
- Eu estou ótima! – disse virando o líquido da garrafa com o rótulo preto com a inscrição Jack Daniel’s goela abaixo.
- Onde arrumou essa garrafa? Não servíamos Whisky na festa.
- Eu sempre carrego uma no carro. Para possíveis eventualidades... – disse rindo fraco, olhando pela janela, observando tudo passar como um flash do lado de fora.
Jean não conteve a gargalhada.
- Possíveis eventualidades? Pensei que tinha se tornado uma pessoa mais responsável, senhorita Portila. Sairia mesmo com esse carro sozinha, entornando uma garrafa de Whisky enquanto dirigia?
- Pare de me encher, Jean Pierre! – a loira disse tomando mais um gole.
- Esse é o lado ruim de se apaixonar por mulheres, minha cara. – o jovem disse soltando um riso fraco – Elas têm o poder de te levar ao céu com a mesma intensidade que te levam ao inferno...
Autor(a): naiara_
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
-Bom dia! Maite disse abrindo as cortinas da janela de seu quarto.Cris estava largado em sua cama, num sono profundo quando foi surpreendido pela amiga que puxou a coberta sobre ele. - Vamos, meu bem. Veja o maravilhoso café da manhã que preparei pra você. – ela disse animada colocando a bandeja sobre a cama. O moreno apenas virou-se de bru&ccedi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 147
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maite_portilla Postado em 07/07/2017 - 20:37:12
Cade?? Continua por favor, eu amo essa historia <3
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ccamposm Postado em 09/02/2017 - 13:39:20
Cadeeeee
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Furacao Maite Postado em 01/02/2017 - 23:12:37
nossaaaaaaaaaaolha quem voltoooou
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:32:17
Terminar? :(
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ccamposm Postado em 09/01/2017 - 21:31:56
MEU DEUS ALELUIA
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Kah Postado em 06/01/2017 - 22:20:42
Mulher, já estava chorosa por ter um historia tão linda sem final haha
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Valéria_Traumadinha Postado em 06/01/2017 - 20:06:39
Terminar? Que papo é esse???
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Postado em 05/01/2017 - 20:57:56
Voltoooou! Que bom posta muito rsrs
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:27:11
saudades de ler as páginas de uma das melhores fanfics do meu otp que eu já li na vida.. voltaaaaaaa
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ccamposm Postado em 01/01/2017 - 01:26:16
feliz 2017!!