Fanfic: Convite de Casamento - Adaptada AyA | Tema: AyA Ponny

O doce contato espalhou um intenso calor em seu íntimo, um calor que nada tinha a ver com o fogo ardendo na lareira.

Assim que se afastou, viu uma ruga de preocu­pação na testa de Anahí. Teria ela sentido o mesmo calor?

Calor? Como assim? Eram apenas amigos, e es­tariam se casando pelo bem do bebê.

Anahí afastou-se e sentou-se na poltrona em frente, as pernas cruzadas.

—   Mas, para que um acordo desse dê certo, creio que precisaremos fazer alguns acertos — disse.

—   Que tipo de acerto? — indagou ele, cruzando os braços diante do peito.

O olhar feminino pousou por um instante na boca sensual de Poncho.

—Precisamos estabelecer o tempo que ficaremos casados.

Incrível! Eles mal haviam acertado o casamento e ela já falava em separação! Poncho não soube por quê, mas aquilo o irritou.

—   Ficaremos casados enquanto existir o perigo de Doug tomar-lhe a criança!

—   Mas isso é muito vago. Não quero que fique preso a mim o resto da vida.

—      Quanto a isso você não precisa se preocupar.
Ela o fitou, os olhos repletos de pesar.

—  Eu o admiro muito, e nada faria para estragar nossa amizade.

—  Então, o que sugere?

—  Enquanto eu tiver um emprego, poderei en­frentar Doug em qualquer tribunal. Posso ser di­vorciada e lecionar. Só não posso ser grávida e sol­teira. Que tal quatro meses? Até o reinicio das aulas?

—  Tão pouco? As pessoas não vão desconfiar?

—  Casamentos relâmpagos vivem acontecendo — observou ela, encolhendo os ombros com indiferença. — Alguns duram apenas semanas.

Poncho não concordava, mas não faria oposição. Se era o que ela desejava...

—  Tudo bem. Quatro meses, mas talvez seja pre­ciso estender esse prazo caso Doug insista com a custódia.

—  Rezarei todas as noites para que ele consiga a sociedade antes disso. Nesse caso, não preci­sará do bebê. Então poderemos levar nossas vi­das normalmente.

Poncho não entendia a sensação desagradável que o assaltava toda vez que ela falava em separação. Não queria pensar no futuro.

— Devemos nos casar o mais rápido possível. Se Doug começar a agir e nos incomodar, teremos as armas certas para nos defender.

—  Concordo plenamente.

—  Amanhã cedo daremos entrada nos papéis. Pre­cisaremos contratar um advogado...

—  Advogado? Por quê? — Anahí fitou-o com olhos indagadores.

—  Um colega meu é especialista em direito de família. Precisamos de alguém entendido no as­sunto para nos aconselhar caso Doug comece a dizer besteiras.

—  Tem toda razão.

—  Achou que haveria outro motivo?

—Julguei que desejasse fazer um acordo pré-nupcial.

—  Isso jamais me ocorreu.

—  Não o culparia se tivesse ocorrido. Depois de Carol... — Anahí parou de falar para analisar-lhe a reação. Ao perceber que o amigo não dava a menor importância, prosseguiu: — Saiba que, quando nos separarmos, não vou querer nada seu. Está me fa­zendo um grande favor, e nem sei como vou poder retribuir.

—  Não quero nada além da chance de poder aju­dá-la. Agora, é melhor marcarmos a data.

—  Você escolhe. — Anahí respirou fundo, sentin­do-se estranhamente tensa.

—  Que tal o próximo sábado?

—  Acha que dará tempo?

—  Tenho certeza que sim. A menos que você quei­ra algo mais do que uma simples reunião com os amigos para comemorar.

—  Nas atuais circunstâncias, uma cerimônia sim­ples será suficiente.

—  Vamos precisar da cooperação de algumas pessoas.

—  Vou ver se Susan pode ser minha madrinha. E quanto a seu padrinho?

—  Pensei em convidar Cliff Bloomhurst... — disse ele, rindo. — Com ele como testemunha, não restará dúvida quanto à devolução de seu emprego.

Anahí sorriu, mais tranqüila.

—  Você é demoníaco, Alfonso Herrera. No bom sentido, claro.

—  Então, estamos combinados?

—  Combinadíssimos. A partir de sábado, ninguém mais me segura!