Fanfic: Besos de Fuego ♡ AyA | Tema: Ponny

- Não acha que já está na hora de voltar para casa? – encarou a irmã, Aline, com os braços cruzados sobre o peito.

Aline é típica adolescente rebelde. Morena de olhos castanhos e cabelo cacheado, lembra um pouco o irmão. Fugira de casa para viver com os avós há uns três meses, pois não suportava mais o pai. Depois de várias tentativas dele abusar sexualmente dela, resolveu sair de casa, já que ninguém acreditaria nela.

- Eu já disse que não volto nunca mais para aquela casa enquanto aquele monstro estiver lá – falou entre os dentes com a cara fechada.

- E eu posso saber o que aconteceu? – Aline negou e Poncho soltou o ar pela boca – Aline eu sei que a sua relação com o Luís nunca foi muito boa e...

- Assim como a sua e a dele... – disparou interrompendo o Alfonso - E você – apontou para ele com o dedo indicador – saiu de casa e foi viver a sua vida... sexo, amor e outras drogas!

- Se eu não saísse, sabe muito bem o que ia acontecer...

- E acha que eu não sou capaz de furá-lo com uma faca da cozinha acidentalmente? – falou irônica e Alfonso estreitou os olhos.

- Vou perguntar novamente – respirou fundo e encarou-a – O que aconteceu aquela noite?

- Nada... Faz um favor? – Alfonso fez um sinal com a cabeça para que ela continuasse - Arrume uma puta e vá se saciar em seu quartinho... É isso o que mais gosta de fazer não é querido irmãozinho? – finalizou a frase de forma irônica e Alfonso riu alto.

- Farei isso depois que me explicar o que aconteceu – sentou-se no sofá – não tenho pressa...

- Não adianta, não abro minha boca para falar sobre isso! Perde seu precioso tempo aqui comigo esperando por algo – deu de ombros – Vai se foder Alfonso! – levantou do sofá bufando e foi em direção aos quartos. Da sala Alfonso pode escutar quando Aline bateu a porta do mesmo.

Cerrou os olhos e respirou fundo. Precisava ter paciência com a irmã. Tinha medo do que poderia ter acontecido. Para Aline odiar tanto Luís, deveria ter acontecido o que ele mais temia desde que a mãe levara aquele homem para dentro de casa há anos. Lembra-se bem do dia em que ele apareceu lá. Alfonso tinha acabado de completar 10 anos.

Por três anos sentiu sua vida cada vez piorar. Luís o obrigava a trabalhar todos os dias e mal tinha tempo para os estudos. A mãe sempre apoiava o atual marido em tudo, pois ele alegava que só assim o menino seria um bom homem no futuro. Por um lado Poncho agradece por ter trabalhado, o que proporcionou a ele o conhecimento sobre mecânica que tem hoje. Aguentou os maus tratos do padrasto até completar 17 anos. Saiu de casa, vagou pela rua durante uma semana. Alugou uma pequena sala mais afastada do centro e aos poucos foi montando sua oficina de carros. Sofreu, passou necessidades até chegar onde chegou. Mas ele venceu e sentia-se orgulhoso dele.

- Fique para jantar filho! – pediu carinhosamente a avó Matilde, acordando-o de suas lembranças. Ela chegava na sala ao lado do marido.

- Fica para a próxima vó – deu um beijo carinhoso na testa da senhora.

- Deixa o menino minha velha, ele deve ter algum compromisso com alguma garota – sorriu para o neto – Aproveite bem a sua noite e sua garota!

- Não tem garota vovô, o máximo que eu consigo ultimamente são companhias para apenas uma noite... – suspirou deixando os ombros caírem cansados.

- Um dia conhecerá alguém que te fara feliz, que vai te fazer se sentir completo... É aquela coisa de encontrar sua metade da laranja, seu numero, o encaixe perfeito! – completou Antônio, o avô.

- Então essa mulher esta vindo de jegue ou expresso tartaruga porque esta demorando demais – falou rindo, acompanhado dos avós.

- Quando menos esperar, a mulher ideal baterá na sua porta – Matilde disse abraçando o neto de lado.

Avós do Poncho tendo algum tipo de premonição?? hmmmm