Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

Júlia entrou no carro e jogou beijos para Anahí e Maite. E apenas quando o carro estava em movimento permetiu-se chorar.

- Logo estará de volta em casa Júlia, é apenas questão de tempo.

- Eu sei que não vou voltar, não tão rápido. - suspirou - Cuida do papai pra mim? – pediu e Pedro deu uma rápida olhada para trás, voltando logo a prestar atenção na estrada - Pedi a todos que tomassem conta das minhas irmãs e da Any e acabei esquecendo do papai. Não deixa que ele faça besteiras.

- Seu pedido é uma ordem princesa! - brincou a olhando pelo retrovisor - Seu pai sofre em te mandar pro internato.

- Sofre nada. – resmungou cruzando os braços sobre o peito - Ele nem deve me amar, meu pai deve me odiar muito, porque se gostasse ia me querer por perto.

- Não diga isso Júlia. – bronqueou - Pais sempre buscam o melhor para seus filhos.

- Livres da pestinha Herrera. - rolou os olhos - Só a Any que não me vê assim.

- Anahí é diferente e única, seu pai é um cara de sorte.

- Papai é vacilão. - murmurou - Poderia estar bem casado, mas anda comendo coisa estragada. - Pedro a olhou assustado. - Homens!

Horas mais tarde, Pedro estacionou o carro em frente a um prédio antigo. Curiosas as meninas que por ali brincavam, pararam tudo para ver o que se passava, quem chegava naquele carro luxuoso. Júlia abraçou com força Lucy e fechou os olhos. Aquele prédio lhe pareceu mais um castelo da bruxa má das histórias de contos de fadas que lia, ou que Anahí contava antes de dormir. A porta se abriu e Pedro lhe estendeu a mão.

- Esse prédio é mais sinistro do que meu papai irritado. – comentou a pequena, antes de sair do carro.

- Júlia Herrera com medo? – indagou Pedro.

- Eu não estou com medo Pedro! – disse rapidamente e saltou do carro - Apenas não gostei da decoração sinistra.

- Júlia Herrera, seja bem vinda querida! - a falsidade na voz feminina que ecoou no ar era notória.

Júlia rolou os olhos e fez uma careta, encarou a mulher empinando o nariz.

- Seja muito bem vinda a nossa amada escola. Vai adorar estar aqui. - estalou os dedos três e as crianças vieram ao seu encontro - Meninas, essa é a nova aluna do instituto, Júlia Herrera.

- Podemos dar as boas vindas a ela tia Bárbara? – perguntou uma das meninas, com tranças que caiam sobre o ombro.

 - Eu me encarrego disso depois, Martina. – disse rispidamente - Júlia é uma menina especial. – zombou e deu uma pequena gargalhada, clareou a garganta - Agora quem ditará as regras a ela?

- Temos que dormir as oito e acordar as todo dia as seis. – uma das meninas disse com arrogância no olhar.

- Almoço meio dia em ponto, se você se atrasar ficará sem comer. – a menina de óculos falou rapidamente.

- As aulas começam as sete e quinze e terminam as onze e quarenta e cinco. – outra menina falou, dessa vez uma loira com o cabelo curtinho estilo Chanel.

- Pausa para o almoço de meia hora. – a mesma menina arrogante falou alto, cruzou os braços e fitou Barbára que sorriu satisfeita.

- Isso é uma escola ou um quartel? - Júlia indagou.

- Uma escola com regras e horários a cumprir. – Barbara praticamente rosnou – E aqui somente é permitido falar quando for solicitado. – gritou.

A pequena encolheu os ombros, virou-se para olhar para Pedro mas ele havia sumido. Onde estaria? Abraçou com força a sua boneca, ela ainda tinha o cheiro de Anahí, e dessa forma sentia a presença da loira.

- Martina e Isabel levem Júlia até o quarto e a ajudem com o uniforme. – ordenou estalando novamente os dedos - Vinte minutos, andem!

Em silêncio retiraram-se do jardim, caminhando apressadas pelos corredores.  Ao perceber que estavam sozinhas, Júlia parou e bateu um dos pés no chão, chamando a atenção das novas colegas.

- De onde essa bruxa saiu?

- Shiu, fale baixo que as paredes tem ouvidos. - Martina sussurrrou com o dedo indicador sobre os lábios - Não desobedeça a senhora general, vai se dar mal.

- Eu não tenho medo de cara feia. – deu de ombros - Pra mim isso é falta de namorado.

- Se a general te ouvir te manda direto pro calabouço! - avisou temerosa a pequena Isabel e Martina assentiu com semblante em pânico.

- Calabouço? O que é isso?

- Dizem que é assustador, com ratazanas, besouros, escuro e frio. - Isabel explicou.

- Isso é ilegal, alguém ja esteve lá? - pediu e ambas negaram.

- Havia uma menina que morreu no calabouço. - Martina citou, recordando-se de uma lenda que ouvira.

- Dizem que a general ajudou bruxa boazinha a maltratar crianças quando vivia em um orfanato. – Isabel falou quase em um sussurro.

- Eu convivi com bruxas velhas e xexelentas anos, sei lidar com esse tipo. – piscou para as meninas, voltando a andar.

Martina e Isabel a guiaram até o quarto e explicaram a Júlia sobre os horários e o quão rigorosa era Bárbara e seu braço direito, Beatriz.