Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

Alfonso mal conseguia enxergar a sua frente, suas mãos tremiam e cada vez mais ele pisava fundo no acelerador. Seu celular tocava insistemente, porém ele não ouvia, ou fingia não ouvir. Nada o deteria naquele momento, e o quanto antes chegasse ao hospital Angeles, teria notícias concretas sobre o estado de saúde de sua pequena.

A velocidade aumentava a cada segundo, pouco se importava com multas ou qualquer outra coisa. Sua prioridade era Júlia, somente ela.

Como as coisas mudaram assim tão repentinamente?

As palavras do policial martelavam em sua cabeça. Um misto de sentimentos percorriam por sua mente e corpo. E o mais intenso deles era a sensação de medo. E se tudo desse errado? Imaginar-se sem a sua pestinha preferida lhe causava pânico.

- Ela vai ao internato. –  Alfonso disse de imediato.

- Alfonso! – Anahí praticamente gritou, o repreendendo.

- Não há outra solução. – ele respirou fundo, olhou para Júlia seriamente - O Instituto Brighton é de meu sócio, Júlia será bem recebida lá, vai ser bom para ela.

- Vai ser bom para ela – a loira o imitou fazendo caretas – O melhor para Júlia é estar com a família!

- Eu sei o que é melhor para a minha filha Anahí. – esbravejou dando um tapa sobre a mesa - Peço gentilmente que não interfira nisso.

Porque não ouviu Anahí? Como não buscou saber sobre a pessoa que cuidaria da filha no instituto? Que espécie de pai era ele?

Apenas confiou no fato do institudo ser da família de Enrique. E porque a tal da Beatriz que mentira descaradamente sobre sua pequena?

- Júlia é encantadora – comentou.

- Tem certeza de que está falando de minha filha? – perguntou confuso.

- Sim, Júlia Herrera. – ela sorriu do outro lado da linha - A pequena adorável tem um comportamento impecável e se oferece para ajudar nas tarefas diárias. – elogiou e o moreno estreitou os olhos não acreditando naquelas palavras - É raro encontrar uma menina com o potencial que sua filha tem.

- Continuo sem crer que é a minha filha. – falou balançando a cabeça negativamente, coçou a barba por fazer - Júlia é uma criança bem diferente.

- Crianças mudam senhor Herrera. E a sua filha é uma aluna exemplar.

Se Júlia era uma aluna exemplar, por qual motivos fora torturada? Quem era aquela mulher terrível e sem coração que colocara em risco a vida de sua pequena?

Tão indefesa e tão pequenina. Porque com Júlia?

Cada segundo era angustiante. Em sua mente vagavam lembranças dos poucos momentos que teve com ela. 

- Diga papai Julinha. – Alfonso falou com a menina sentada em seu joelho, que mordia as mãos – Vamos princesa, repete comigo papai.

A menina abriu um sorriso mostrando alguns dentes.

- Nada disso! – Cecilia falou tomando a pequena do moreno – Diga vovó!

E Júlia apenas olhava para ambos e sorria.

Socou o volante externalizando sua raiva, angústia. Ele era o único culpado de tudo. E agora pagaria com as terríveis consequências.

E como se surgisse do nada, um carro cortou sua frente. Alfonso freou bruscamente, a Lan Rover do moreno colidiu na traseira do veículo, rodopiou no asfalto parando apenas ao bater em um poste. Com o choque, sua testa bateu com força no parabrisa. Alfonso sentiu um líquido viscoso escorrendo em sua face, passou a manga da camisa limpando o ferimento, saiu do carro dando de cara com um homem carrancudo que gritava palavrões e gesticulava com as mãos. Ignorou-o e caminhou mancando a perna direita.

Chegaria aquele hospital nem que tivesse que ir a pé. Pode perceber quando um carro foi quase parando ao seu lado. Imaginando ser o motorista que provocou o acidente, virou-se pronto para chingá-lo e o que viu não lhe agradou.

- Entre Poncho, eu levo você. – ele disse calmamente.

- Não preciso de um favor seu, vou a pé. – Alfonso resmungou, apressando o passo.

- Por favor, guarde os ressentimentos, esse não é o momento. – o homem insistiu e o moreno rolou os olhos.

- Fique longe da minha familia, de minhas filhas e de Anahí. – ordenou em tom ameaçador.

- Não pode me impedir disso.

- Aproxime-se delas e estará preso. – ameaçou-o e o homem gargalhou.

Alfonso apressou ainda mais o passo, estava praticamente correndo, e seguiu ignorando-o. Apenas ergueu o dedo do meio quando ouviu a buzina atrás de si.

- Vai pro inferno Alex! – gritou enquanto começava a correr.