Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

A chuva parecia não ter fim, quando demonstrava que iria cessar, em poucos minutos aumentava novamente. Anahí, que observava pela janela os pingos caírem ao solo do lado de fora, girou a cabeça e o encarou. Estava tão sereno dormindo todo desajeitado naquele sofá pequeno. E como era lindo!

Desde que chegara havia trocado poucas palavras com ele, somente o necessário para saber sobre Júlia.  Escorou a cabeça na vidraça e ficou o observando. O que aconteceria agora com eles assim tão próximos novamente? Teria de ir contra todas as suas forças e seus instintos femininos que gritavam por beijos, abraços e carícias vindas daquele homem. O fogo ardia dentro de si, muito mais forte do que antes. Todos os seus sentidos estavam mais aguçados, sentia-se completamente sensível.

A conversa com Cecília mais cedo, enquanto a levava para casa para que pudesse trocar de roupa, já que estava totalmente molhada, a fez repensar muitas decisões tomadas durante o tempo em que esteve longe. Talvez o que mais necessitava para obter paz e tranquilidade seria contar a verdade a Alfonso.   

- Quando vai contar a ele? - Cecília perguntou, dividindo a atenção com a estrada e a loira.

- Contar a quem o que? – indagou franzindo a testa.

- Alfonso. - disse e Anahí franziu a testa - Reconheço uma mulher grávida a quilômetros.

- Eu não estou grávida Cecília, seu faro está com defeito.

- Duas mulas empacadas, se merecem mesmo.

Sorriu negando minimamente, Cecília não desistiria de casá-la com o filho. Havia pouco mais de seis horas que estava ali, contendo-se para não cair em tentação com aquele belo moreno de olhos verdes a sua frente. Involuntariamente, deu um passo em direção a Alfonso, porém um estrondo seguido de um clarão a fez dar um grito e acordar o moreno.

- Ainda acordada? – ele perguntou de maneira carinhosa enquanto sentava no sofá, passou as mãos nos cabelos bagunçados, gesto que Anahí considerou completamente sensual.

- Não consigo dormir. – falou rapidamente, torceu a boca de um lado para o outro, ele então bateu no lugar vago a seu lado e ela prontamente negou.

- Não vou te morder. – ele disse abrindo um sorriso galanteador – Ao menos que me peça por isso. – sugeriu malicioso.

- Estou perfeitamente bem em pé, pode ficar com seu sofá minúsculo.

- Deixe de ser teimosa Any, venha! – ele bateu novamente no sofá – Não farei nada, eu prometo. Você precisa descansar.

O encarou estreitando os olhos, ele apenas sorriu e ela não resistiu. Sentou-se ao lado dele completamente rígida, nervosa. Percebendo, Alfonso passou seu braço por trás das costas dela e a puxou para si, acomodando-a em seu peito e beijou-lhe os cabelos, aspirando seu perfume. Como ele sentia saudade de dormir com aquele aroma adocicado!

- Você prometeu. – ela sussurrou.

- Não passará disso, agora durma meu anjo.

Anahí cochilou por algumas horas e quando acordou sentiu-se protegida. Poderia passar por várias horas ali, fingindo estar dormindo. O cheiro dele invadiu suas narinas e teve de segurar a vontade de chorar. Ergueu um pouco o rosto e seus olhos encontraram-se com os dele. Olhos nos olhos, que vez por outra eram direcionados para os lábios. Alfonso tocou em seu rosto e ela fechou os olhos, aguardando os lábios do moreno.

- Eu senti sua falta meu amor, não faz idéia do quanto. – Alfonso disse carinhosamente, com um pequeno sorriso nos lábios.

A loira abriu os olhos e o encarou, afastou-se um pouco e puxou o ar com força.

- Você não é feliz ao meu lado Alfonso. – sussurrou, contendo a vontade de chorar.

- Any, por favor, eu...

- Não diga nada Alfonso. – interrompeu-o, levantou-se e caminhou até a janela - Estou aqui por Júlia, e assim que ela melhorar eu vou embora.

Alfonso passou as mãos no rosto angustiado. O que teria que fazer para receber o perdão de Anahí? Olhou em sua direção e ela estava de costas. Talvez se começasse assumindo seus erros poderia ganhar sua confiança.

- Cláudia não está grávida, ela mentiu. – confessou.

- E julgaram que eu era a mentirosa! – a loira disse irônica, virou-se para encará-lo - Veja só como as coisas são.

- Me perdoa, me equivoquei. – pediu agoniado e ela negou - Você nunca errou e tentou voltar atrás?

- Não cometi o mesmo erro tantas vezes. Eu cansei Alfonso, assim não dá. – puxou o ar profundamente - Estamos bem em um dia e logo tudo desmorona, não há como ser feliz ao seu lado assim.

- Não pemitirei que vá embora. – assegurou.

- Estaremos melhor sem você, ficaremos bem.   

- Ao menos me diga para onde vai.

- Eu quero paz, sossego. Então não saberá onde eu vou estar, não nos primeiros meses.

- Eu te amo, preciso de você. – ele tentou.

- Não quero ouvir mais nada Alfonso. – ela disse erguendo uma de suas mãos em frente ao corpo - Eu voltei pela Júlia, então mantenha-se distante e calado. Fale comigo apenas quando questionar algo sobre a menina. Como deixou isso acontecer?

- Jamais podia imaginar que Bárbara seria tão cruel com a minha menina.

- Bárbara. – soltou um riso nervoso – Esse nome me causa arrepios.