Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

Os dias que se seguirão foram cinzentos. Alfonso passava o dia fora, discutia com clientes, era mal educado com funcionários, mal falava com as gêmeas, a mãe e Anahí. Ela, sempre o estava esperando com a cama pronta para que ele deitasse e então velava o seu sono conturbado. E a cada pesadelo estava ali para abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem.

Toda vez que Anahí buscava iniciar uma conversa com o moreno, ele alegava estar cansado e querer apenas dormir. Culpava-se demais pela morte de Júlia e dizia que apenas se perdoaria quando pagasse na mesma moeda, ou seja,  vindo a falecer.

Cecília estava em total desespero, aflita. Anahí buscava tranquilizar a todos e fazer com que seguissem com suas vidas. Durante a tarde enquanto as gêmeas estavam na escola, a loira ficava ao lado de Cecília, geralmente na sala, ou no jardim. E era na sala que ambas aguardavam o moreno voltar para casa, todos os dias por volta da meia noite. O relógio marcava oito horas, as gêmeas haviam acabado de dormir e as duas teriam muitas coisas a conversar até a hora dele chegar.

- Talvez se conseguirmos levar o Poncho para uma terapia ajude ele a superar o luto. – Cecília sugeriu.

- Alfonso precisa de tempo, ele tem que viver esse luto. – Anahí explicou -Apenas fazem quinze dias desde que Júlia nos deixou.

- É dificil, doi demais, e piora em ver meu filho assim.

- Eu queria poder fazer algo, mas ele nem quer conversar, mal aceita um abraço.  – Anahí falou angustiada.

- Justamente por isso vejo o quão mal está. – Cecília confessou, segurou as mãos de Anahí e a fitou olhos nos olhos - Alfonso estava decido a trazer você de volta, propor casamento, lutar pelo seu amor.

- Isso foi antes de tudo acontecer. – a loira murmurou.

- Ele me contou no mesmo dia em que ligaram avisando sobre Júlia. – contou Cecília recordando-se, apertou a mão da loira e sorriu - Sei que isso não mudou, Alfonso está deprimido demais.

- O que podemos fazer é estar aqui com ele, do seu lado.

- Isso quer dizer que não vai mais embora? – a senhora perguntou abrindo um largo sorriso.

- Não. – Anahí negou balançando a cabeça - Júlia me disse algo que me fez repensar em tudo. Eu estarei melhor aqui ao lado de Alfonso. – confessou - Eu o amo e não vou suportar estar longe, e tambem alguém precisa do pai. - ela sorriu e Cecília lhe tocou o ventre.

 - E meu neto como está?

- Neta - corrigiu-a - Manuela. - tocou o ventre, colocando as mãos sobre as de Cecília - Está começando a crescer.

- Alfonso anda distraído demais para perceber. – Cecília disse rolando os olhos.

- Por esse motivo tive que encontrar uma forma diferente e bem peculiar para contar a ele.

- Compartilhe.

- Amanhã. – Anahí falou sorrindo - Estou aguardando...

Calou-se ao ver Alfonso entrar na sala batendo a porta, pode ver que estava chorando. Anahi e Cecilia se entreolham, e em um segundos a loira estaca no pé da escada, indo atrás de seu amor. Ao chegar no quarto encontrou-o encolhido na cama, abraçado ao travesseiro de Júlia.

O moreno logo percebeu que não estava sozinho, olhou-a e ela teve dó do que viu. Alfonso estava frágil e desconsolado, abatido.

- Faz parar essa dor Any, é doloroso demais. – implorou com a voz embargada pelo choro - Traz a minha filha de volta pra casa.

- Júlia está em um lugar melhor, rodeada de anjinhos. – ela disse sentando-se sobre a cama.

- Nunca vou me perdoar, eu matei a minha menina. - ele falou sentando na cama, ficando frente a frente com ela.

- Perdoe-se meu amor, não fique se martirizando por isso. Júlia não gostaria de te ver assim, ela quer te ver feliz e você estando feliz consequentemente ela ficará também. – Anahí falou de maneira carinhosa, tocou-lhe o rosto fazendo carinho - Eu também sinto falta da minha pestinha e há dias que dói demais, mas apesar disso temos que tentar seguir em frente. – ela puxou o ar, segurou o rosto dele entre as mãos e olhou no fundo de seus olhos - Às vezes tudo parece desmoronar, nossos sonhos se desfazem em questão de segundos, como estrelas que pouco a pouco se apagam. Nosso coração chora em silêncio, e algumas vezes se converte em gelo para não sofrer mais, para não mais chorar. – tragou saliva, afagou a bochecha do moreno com o polegar, ele a olhava atento - Mas se olhar o céu, te dará conta que há milhões de estrelas, e cada uma é um sonho a cumprir. E eu estarei aqui contigo para permitir que muitos deles se tornem realidade. – finalizou arrancando um pequeno sorriso dele.

Como aquela mulher podia ser tão maravilhosa? Como ela conseguia com palavras ou um pequeno sorriso transformar angústia em pó? Jamais poderia perder aquela mulher novamente. Ela seria sua, para sempre e somente sua.

- Obrigada por sempre estar comigo meu amor. – agradeceu sorrindo.

- Sempre estaremos do seu lado.

Alfonso olhou-a encantado, colou sua testa a dela e fechou os olhos.

- Eu te amo demais, os dias que passou longe... – ele calou-se, tragou saliva e sentiu um nó na garganta.

Como poderia pedir perdão por tudo a ela? E como se nada precisasse ser dito, Anahí lhe tocou nos lábios com um dos dedos.

- Já passou. Escreveremos juntos uma nova página em nossas vidas a partir de agora.

Ele assentiu e tomou os lábios da mulher que tanto ama, selando com os seus, em um beijo terno, apaixonado e cheio de saudade.