Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

- Vai me convidar para uma xícara de café? – Júnior brincou rindo, arrancando um sorriso de Alfonso.

- Sente-se, nos faça companhia.

Júnior puxou a cadeira, estreitou os olhos e observou a mulher ao lado de Alfonso. Tinha de ser ela, era idêntica. A loira parecia entretida no celular, sorria por algo que teria visto ou lido. Um clarear de garganta lhe chamou atenção e ela sorriu simpática para o homem e logo sentiu um calafrio percorrer seu corpo. O que o meio irmão estava fazendo ali?

- Você é idêntica a vovó. – disse pasmo. – Naquele dia que te encontrei na saída do prédio não pude analisar com clareza, mas agora... – ele meneou a cabeça – É impressionante.

- Vou ser bem direta Júnior. – Anahí falou ironicamente – Se quer que eu seja educada contigo, por favor não mencione nada em relação aquele homem que você chama de pai. – sorriu cinicamente, Alfonso lhe deu um cutucão e ela olhou brava para o moreno.

- Como quiser maninha. – ele sorriu, ela lhe lançou um olhar feral – Desculpe, mas não pode negar suas origens, é minha irmã e quero uma chance para fazer parte da sua vida, te conhecer melhor.

- Dá uma chance pra ele meu anjo. – Alfonso interviu falando carinhosamente – É seu meio irmão, e posso garantir que Júnior é um cara bem legal.

- Legal? – ela indagou franzindo a testa - Pra mim legal é algo meio termo. - comentou rolando os olhos e os dois homens riram.

- Tal pai, tal filha. – Júnior pensou alto e comprimiu os lábios ao perceber o que acabara de dizer. – Perdão, escapou.

Um homem com a aparência mais jovem que Júnior parou ao lado da mesa e boquiaberto olhou para Anahi. Ele abria e fechava a boca tentando falar algo, mas as palavras pareciam lhe fugir.

- É incrível como se parecem não é? – Júnior indagou ao perceber a expressão de espanto do irmão.

- Demais! – sibilou - Uau você é muito gata irmazinha – ele assoviou.

- Esse é Felipe, seu irmão mais novo. – Júnior falou, apresentando-o.

Felipe estendeu a mão para Anahí por sobre a mesa aguardando um aperto de mão. A loira olhou para aquela mão, depois para Felipe e novamente para a mão. Soltou o ar pela boca e apertou a mão dele, e algo no pulso do jovem lhe chamou atenção. Estreitou os olhos e um flash de memória lhe veio a mente, então balançou a cabeça.

- Está tudo bem meu amor? – Alfonso perguntou preocupado.

- Essa cicatriz no braço dele me fez lembrar de uma pessoa que conheci no orfanato.

- Você chorou mais do que o Felipe naquele dia - Júnior disse recordando-se e soltou um riso pelo nariz - Nunca esquecerei daquela linda garotinha de olhos azuis desesperada ao ver o corte no braço do novo amiguinho.

- Eram vocês? – ela indagou incrédula e Júnior assentiu.

Como poderia esquecer das duas crianças que tinham os olhos de um azul tão belo quanto o dela? Em sua inocência de criança jamais pensara que aqueles meninos eram seus irmãos, e aquele homem que fora tão gentil com ela e lhe dado uma boneca linda, era seu pai. Como pode esquecer daquele momento? Talvez o rancor e mágoa que tinha da figura paterna lhe havia obrigado, de alguma forma, a fantasiá-lo apenas como algo ruim. E porque nunca ninguém lhe havia dito que aquele homem era o seu pai?

- Papai nos levou para supostamente conhecer meninas que não tinham mamãe e papai, porém era você que ele queria que nós conhecessemos. – explicou Júnior – Na época papai não nos contou porque queria que fossemos lá, apenas disse que iriamos a um lugar diferente onde haviam muitas crianças. Você e Felipe brincaram tanto naquele dia. – recordou-se – Felipe acabou caindo e cortando o braço. – balançou a cabeça com um pequeno sorriso nos lábios – Quando ele chegou com a mão enfaixada em casa mamãe não ligou, mas surtou ao descobrir onde aconteceu, brigou com o papai.

- Eu lembro que pedi a mamãe pra adotar a princesa chorona - Felipe riu - Acho que me apaixonei por você.

- E eu te zoei por querer ir visitar a menina chorona.

- Mamãe nunca mais deixou papai nos levar lá. – Felipe falou triste.

- E nem eu nunca mais apareci no organato.  - Enrique os interrompeu, parando atrás de Júnior - Lúcrécia estava disposta a dar um sumiço em você caso eu voltasse a te visitar.

O que era aquilo? Teria sido combinado com Alfonso? Ou seria coincidência, irônia do destino? Anahí respirou fundo, cerrou as mãos em punho e mirou o senhor a sua frente.

- Eu te odiei a minha vida inteira, por todo mal que provocou a mamãe. – falou friamente.

- Eu não te culpo por me ver como um monstro. – Enrique falou de forma sincera, deu alguns passos, puxou uma cadeira e sentou próximo a Anahí, que apenas observava - Eu errei, deveria ter enfrentado Lucrécia e ter tirado você daquele orfanato, mas se eu fizesse aquilo, ela infernizaria a sua vida.