Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

- E quer que eu faça o que? – Anahí perguntou sarcástica - Te perdoe como se nada tivesse acontecido? – soltou um riso pelo nariz, meneou a cabeça - Você não sabe por tudo que tive de passar naquele orfanato.

- Posso imaginar o quão horrível foi ficar sozinha. – Enrique murmurou, tinha tanto a dizer a ela, porém era visível que a loira não facilitaria.

- Não, o senhor não faz ideia do que é ser rejeitada pelo próprio pai. – falou com a voz embargada, sentiu um nó formar em sua garganta, aquele lado sensível estava a cada dia mais aflorado - E engana-se que eu estava sozinha. Apesar de ter sido humilhada e maltratada por duas meninas mais velhas, eu tinha uma amiga, uma irmã que me amparava todas as noites.

- Filha...

- Cala a boca. – interrompeu-o trincando os dentes – Eu vim aqui para ter um momento em família com meu noivo e minhas filhas. – soltou o ar pela boca vagarosamente, tragou saliva e o encarou - Por gentileza, dê meia volta e fique bem longe de mim.

- Pega leve Any, é seu pai... – Alfonso interviu e arrependeu-se ao receber um olhar gélido da loira.

Enrique puxou o ar, levantou-se e saiu cabisbaixo. Se insistisse muito poderia piorar a situação. Estava disposto a conquistar o amor e confiança da filha aos poucos. E as palavras frias, carregadas de rancor vindas dela lhe causavam muita dor. Talvez ele estivesse pagando por todo o mal que lhe havia causado na infância. Sempre quis identificar-se como seu pai quando ia vê-la, mesmo que ficasse só a observando de longe. Mas temia pela vida de sua pequena princesa se assim o fizesse, e agora pagava por ter sido fraco, covarde. Há pouco mais de uma hora havia discutido com a mulher, exigido o divórcio. Para se distrair aceitou o convite dos filhos para vir ao shopping espairecer, porém tudo pareceu piorar.

Júnior e Felipe optaram por retirar-se também, e apressaram-se para alcançar o pai. Anahí soltou o ar pela boca e seus olhos marearam. Alfonso lhe segurou a mão, levou-a até os lábios.

- Está tudo bem meu amor, eles já foram. – falou calmo e carinhosamente.

- Porque ele faz isso? – pediu em um sussurro - Porque depois de tudo quer que eu esqueça o passado?

- Talvez você tenha que ouvir tudo o que Enrique tem a dizer. – ele aconselhou e Anahí negou - Lucrécia é uma mulher frívola, fútil e inescrupulosa.

- Não quero falar sobre isso agora, por favor. – ela implorou.

- Como quiser minha vida, mas lembre-se que todos merecemos uma segunda chance. – Alfonso piscou e ela rolou os olhos.

O assunto morreu ali, nada mais foi dito sobre. O casal cogitou lugares para onde poderiam ir em lua de mel, detalhes do casamento como padrinhos, doces, decoração, convidados, etc.

Por volta da meia noite a família chegou em casa. Embora estivesse cansada, Anahí acompanhou as gêmeas até o quarto, deu banho, ajudou-as a colocar o pijama e colocou-as na cama.

- Qual o segredo que ia nos contar? – Eduarda perguntou, recordando-se do que a loira havia dito mais cedo.

Anahí sorriu e fez um gesto para que elas se aproximassem. Sentou sobre a cama de Fernanda e Eduarda pulou em seu colo.

- Prometem não contar a ninguém? – perguntou e ambas assentiram, beijando os dedos em cruz – Vocês gostam do nome Manuela?

- É um nome bonito. – Eduarda falou levando a mão ao queixo e então olhou curiosa para Anahí - Porque?

- Bem, um anjinho me disse que em breve a Manuela vai estar aqui. – a loira disse levando as mãos sobre o ventre - E eu vou precisar da ajuda de vocês pra cuidar dela.

- Você vai ter um bebê? – Fernanda perguntou um pouco alto e Anahi assentiu sorrindo, levou os dedos nos lábios pedindo silêncio.

- Você ouviu Jú? – Eduarda perguntou enquanto pegava uma foto de Júlia - A gente vai ter um irmãozinho!

- Júlia ia gostar muito se estivesse aqui. – Fernanda disse triste.

-  Ei, nada de tristeza lembra? – Anahi falou e as meninas assentiram – Foi a Júlia que escolheu o nome, e deixarei a cargo de vocês a decoração do quarto, o que acham?

As meninas vibraram dando alguns gritos. Alfonso ouviu a algazarra e parou na porta do quarto. Fernanda viu o pai e apontou para a porta, Anahí deu uma rápida olhada e voltou a olhar para as meninas, levou o dedo indicador sobre os lábios e as pequenas riram.

- Posso saber o motivo de tanta felicidade? – ele indagou curioso e o trio negou com a cabeça.

- Segredo de meninas papai. – Eduarda disse levando a mão a cintura.

- É, pode saindo que meninos não participam da conversa. – Fernanda falou indo fechar a porta, quase batendo na cara de Alfonso.

Anahí gargalhou alto.

- Te espero no quarto amor. – ele disse alto.

Alfonso esperou, esperou e nada de Anahí aparecer. Decidiu ir procurá-la, ver o que as mulheres de sua vida faziam aquela hora. Ao chegar no quarto das filhas, deparou-se com uma cena linda: colchões ao chão e Anahí dormindo entre as meninas. Sorriu encantado, abriu o guarda roupa, tirou um travesseiro e uma coberta e deitou-se ali, na horizontal, próximo aos pés delas.