Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

Alfonso assentiu, deu dois passos para trás, girou o corpo e destrancou a porta. Antes de abri-la, ele voltou-se a Anahí, olhou-a, desceu o olhar para entre suas pernas gesticulando o volume que começava a formar-se ali. Anahí engoliu em seco, ela sabia muito bem o que aquela sucuri era capaz de fazer quando estava faminta, em total estado de alerta.

Encararam-se por alguns segundos, verde no azul, azul no verde. Silêncio, apenas as respirações ofegantes eram ouvidas.

Em um piscar de olhos ela desapareceu de sua frente. Tombou a cabeça para trás e riu. O que aquela mulher com cara de anjo estava fazendo com ele? Nunca sentira-se assim mediante a um corpo feminino. A desejava mais do que qualquer coisa, com Anahí era tudo extremamente diferente: sentia-se vivo e feliz.

Estaria apaixonado pela dona dos olhos azuis mais lindos que já vira? Quando se deu conta estava indo em busca dela, e presenciou o exato momento em que uma bolada atingiu-a em cheio na cara. Logo em seguida ouviu a risada descarada de Júlia.

Furioso ele passou por Anahi esbarrando nela, segurou Júlia pelo braço e a arrastou em direção ao escritório.

- Está me machucando! – a menina reclamou chorosa.

- Alfonso assim você a machuca! – Anahi bronqueou dando socos com os punhos cerrados nas mãos dele.

Alfonso soltou Júlia que encolheu abraçando-se, olhou o pai e ele sentiu-se mal por ver sua primogênita com os olhos mareados. Correu em direção as escadas, chorando. A menina ajoelhou-se no corredor e enxugou as lágrimas e trincou os dentes. O que o pai faria a Anahí que a tinha defendido como uma leoa?

- Não intrometa-se quando eu estiver educando as minhas filhas! – ergueu o tom de voz, dando de dedo na cara dela.

Anahí o olhou desafiando, sorriu ironicamente. Fitou o dedo dele que continuava apontado para ela, o segurou com força e torceu. Ele grunhiu de dor.

- E você nunca mais aponte esse dedo imundo pra mim! – ordenou, os olhos dela já não eram mais azuis e sim em um tom cinza, nebulosos - E querido – falou mais irônica do que queria – a última coisa que estava fazendo era educar a Júlia, estava a espancando, algo completamente diferente de educar! – gritou, quase cara a cara com ele.

- Você é apenas uma empregada, não tem direito de dizer o que devo ou não fazer. – gritou outra vez contendo a vontade de apontar o dedo para ela novamente.

Anahi deixou os ombros caírem, negou com a cabeça, deu as costas e o deixou gritando. Era inútil discutir algo com ele, precisava do emprego e teria de ficar ali para proteger aquelas meninas das crueldades do pai. Subiu as escadas seguida pelas gêmeas que estavam receosas. Ao encontrar Júlia ali no corredor, ajoelhou-se ao seu lado e afagou suas costas. A menina lhe deu um fraco sorriso, que por Anahí foi entendido como um muito obrigado. As gêmeas olharam-se e acharam melhor deixara  irmã sozinha com Anahí, talvez ali seria o momento em que Júlia desistisse de importunar a babá tão querida.

- Não será dessa forma que a conquistará. – Cecilia pronunciou-se, chamando a atenção de Anahí e Júlia.

- A senhora voltou com sérios problemas mentais, o sol do Caribe não lhe fez bem. – balançou a cabeça negando – Eu nunca terei algo sério com uma empregadinha que possui um rosto bonito. A única coisa que eu quero dela é um filho, nada mais do que isso.

- Esqueça-se disso Alfonso, Anahí não é como as outras, não brinque com ela filho.

- Não vou brincar mamãe, eu quero um filho. Pagarei a Anahi assim que a criança nascer. Ela precisa de dinheiro para voltar a estudar, e eu quero um filho dela, uniremos o útil ao agradável.

- E você acha que Anahí abrirá mão assim de um ser que terá o sangue dela? – zombou.

- Eu a obrigarei, e a justiça estará ao meu favor, pois eu tenho dinheiro e posso tudo com ele. – deu de ombros, para ele sim o dinheiro era capaz de tudo.

E foi então que ele sentiu que não estava sozinho com a mãe. Olhou para cima e viu Júlia o olhando com raiva no olhar.