Fanfic: Um Anjo Caiu do Céu ♡ AyA | Tema: Ponny

Com sucesso Marley foi instalado no quartinho dos fundos, onde o jardineiro guardava suas ferramentas. E não demorou muito para Alfonso voltar com Claudia pendurada em seu pescoço. Ao vê-los abraçados e sorridentes, Anahí sentiu seu coração dar solavancos. A reação da loira não passou despercebida por Júlia, que segurou firme na mão da babá.

- O papai gosta de você, está querendo te fazer ciúmes. – comentou baixo, de modo que apenas ela ouvisse.

Como ela queria acreditar naquela criança, mas a sua realidade era outra. Ocupou-se em auxiliar Fátima na cozinha enquanto as crianças tomavam banho. Não queria de forma alguma passar em frente ao quarto dele e ter de ouvir algo que não lhe agradasse, pois sabia muito bem o que estava rolando naquele quarto, ou pelo menos deduzia. E não o viu mais naquele dia. Enquanto as meninas jantavam com o pai e Claudia, a loira escondeu-se, evitando-o. Para seu alívio, Alfonso viajaria na tarde do dia seguinte e ficaria fora de casa por quinze dias. A saudade dele seria inevitável, mas preferia isso do que ver ele com outra.

Mal clareou o dia e Alfonso colocou Claudia para correr com a desculpa de que teria muitas coisas a fazer antes da viagem, porém sua intenção era de ir atrás de uma loira que o perturbava. Não a encontrou em seu quarto e perguntou-se onde estaria naquele momento, ou se teria dormido fora de casa. Uma onda de raiva tomou conta de si ao imaginá-la com outro homem. Por volta das seis horas, quando as filhas tomavam café, mais uma vez a procurou e não obteve sucesso. A vontade de saber de Anahí gritava dentro de si. Irritado, voltou ao quarto e apenas saiu quando a ouviu chegar com o carro, depois de ter ido levar as gêmeas na escola. Desceu apressado e estranhou a sala com malas e algumas caixas, e a mãe andando de um lado para outro falando ao telefone.

- Vai viajar outra vez?

- Acha que eu levaria todas essas malas? – Cecilia meneou a cabeça negativamente, desligando o aparelho - Se fosse uma viagem apenas de ida, talvez. – soltou um riso pelo nariz - Estou me mudando para a fazenda.

- Porque? A senhora não se sente bem aqui?

- Você sabe que eu sempre gostei do ar puro, de paz e tranquilidade, coisas que uma cidade grande não tem.

- E suas netas? – tentou a fim de que a mãe desistisse, sabia que seu ponto fraco eram as meninas.

- Elas podem me visitar no fim de semana, passar férias. – pontuou sorrindo - Você sobrevive sem mim filho.

- Se esta em busca de paz, lá não é o melhor lugar, sabe disso. – rolou os olhos e bufou - Alex está na fazenda e...

- Do seu irmão cuido eu. – bronqueou o interrompendo.

- Ele não é meu irmão! – Alfonso murmurou entre os dentes.

- É seu irmão sim! – Cecília repreendeu, erguendo o tom de voz - Vai passar a sua vida inteira implicando com isso? Não pode fazer um esforço para ter uma boa convivência com ele?

- Não! – rebateu, dando as costas a mãe, levando as mãos a cintura.

Olhou para o teto e puxou o ar, o soltando lentamente. Quando abaixou o olhar, seus olhos se cruzaram com um par de olhos azuis. Observou-a minunciosamente, praticamente a comendo com os olhos. Ao perceber a conexão dos olhares, Cecilia sorriu maliciosamente com a ideia que teve. Abusaria do ciúmes de Alfonso para testar até onde sua paciência iria. Jogaria sujo com o filho, usando a babá das netas como isca.

- Quero vocês no fim de semana lá. – alertou - Caso não vá, Anahí leva as meninas. – sugeriu, sorrindo para a babá, que olhou-a sem entender o que se passava.

Imediatamente o moreno girou o corpo para olhar a mãe. Ela só poderia estar louca! Jamais permitiria que Anahí fosse a fazenda e ficasse exposta aos perigos que poderia lhe causar o irmão.

- Anahí não sai dessa casa com as minhas filhas sem minha permissão. – foi enfático, pigarreou - E muito menos a fazenda onde aquele imbecil está!

Imbecil? Quem está na fazenda? E que fazenda seria essa? Perguntas que Anahí se fazia, mas apenas teria respostas se um dos dois lhe contasse.

- Ela vai sim, sou avó das meninas e estou ordenando. – disse firme, empinando o nariz e estufando o peito feito um galo de briga.

Anahí deu alguns passos e se aproximou, receosa de que a qualquer momento mãe e filho partiriam para uma luta corporal e teria de intervir porque não estava a fim de ver sangue naquele dia.

- Anahí não sai dessa casa sem mim! – ele gritou.

Ambas direcionaram o olhar para ele, confusas e abismadas. Alfonso com ciúmes? A loira sorriu e disfarçou fazendo um biquinho e torcendo a boca.

- Arrume suas malas querida, sexta-feira o motorista irá levar vocês. – Cecília falou, sorrindo para a loira que assentiu.

- Eu não vou permitir. – Alfonso resmungou trincando os dentes, olhou para Anahí, olho no olho - Você não sai dessa casa.

- Sexta-feira, não esqueça. – Cecilia a lembrou, provocando Alfonso.

- Dessa casa você não sai! – ele rosnou olhando-a e ela pode ver seus músculos da face rígidos.

- Quando decidirem se eu vou ou não me avisem. –  Anahí anunciou e retirou-se dali, subindo as escadas rapidamente.

- Você vai viajar, deixe que eu passe o fim de semana com minhas netas. – Cecilia tentou mais uma vez.

- Vou cancelar a viagem e ir com minhas filhas a fazenda. – falou, já com o celular nas mãos.

Essa viagem a fazenda promete, apenas digo isso.