Fanfic: Renascer da Esperança | Tema: Levyrroni
William se virou, pronto para uma briga, e viu quem falava... então sentiu a tensão desaparecer.
— Reyes — disse, sorrindo. Lucas Reyes sorriu também.
— O próprio.
William estendeu a mão, mas acabou puxando o velho amigo para um forte abraço.
— É bom ver você.
— Sinto o mesmo. — Lucas recuou, o sorriso hesitante. — Pronto para almoçar?
— E não estou sempre pronto para almoçar no Portoflno's?
— Sim. Claro. Eu só... só quis dizer... — Lucas limpou a garganta. — Está tudo bem?
— Estou bem.
— Você devia ter ligado. Quando li sobre o... acidente...
William ficou tenso.
— Esqueça isso.
— Deve ter sido terrível, amigo. Perder a noiva...
— Eu já disse, esqueça...
— Eu não a conheci, mas...
— Lucas, não quero falar sobre isso.
— Se é o que quer...
— É exatamente o que quero — disse William, com tanta convicção que Lucas achou melhor desistir.
— Ok — ele disse, forçando um sorriso. — Neste caso... Pedi que Antônio nos reservasse a mesa dos fundos.
William se esforçou para sorrir.
— Ótimo. Talvez tenham Trippa alia Savoiarda no cardápio de hoje.
Lucas estremeceu.
— Qual o seu problema, Levy? Não basta comer massa?
— Mas tripa é uma delícia — afirmou William e logo ambos começaram com as brincadeiras comuns a amigos de longa data.
— Como nos velhos tempos — disse Lucas.
Nada seria como nos velhos tempos novamente, William pensou, mas sorriu e deixou o comentário passar sem resposta.
O compartimento dos fundo estava confortável como sempre. Havia tripa no menu, mas William não fez o pedido. Nunca fazia. Compartilhava com Lucas a aversão pelo prato.
A provocação era apenas parte da velha amizade.
Mesmo assim, depois de fazerem seus pedidos, depois das bebidas já estarem na mesa, os dois continuavam em silêncio.
— Então — disse Lucas —, quais as novidades?
William deu de ombros.
— Nada demais. E você?
— Ah, sabe como é. Estive no Taiti na semana passada, vendo uma propriedade na praia...
— Que inconveniente — William comentou e sorriu.
— Sim, mas, alguém precisa fazer o trabalho duro.
Mais silêncio. Lucas limpou a garganta.
— Vi Nicolo e Aimee no fim de semana. Naquele jantar. Todos lamentaram sua ausência.
— Como eles estão? — perguntou William, ignorando deliberadamente o comentário.
— Muito bem. O bebê está ótimo também. Silêncio novamente. Lucas tomou um gole de uísque. — Nicolo disse que tentou te ligar, mas...
— Sim. Recebi os recados.
— Eu também tentei. Durante semanas. Fico feliz que tenha decidido atender o telefone ontem.
— Tem razão — respondeu William, embora não se sentisse exatamente satisfeito. Estava ali há dez minutos e já estava arrependido de ter concordado em encontrar Lucas.
Mas enganos assim podiam ser remediados, pensou, olhando para o relógio.
— Só que surgiu um imprevisto. Não sei se posso ficar para almoçar. Vou tentar, mas...
— Mentira.
William ergueu a cabeça.
— O quê?
— Você ouviu, Levy. Eu disse "mentira". Não existe imprevisto algum. Você só quer escapar do que está por vir.
— E isso seria...?
— Uma pergunta.
— Faça a pergunta, então.
— Por que não contou nada para Nicolo ou para mim? Por que deixou que soubéssemos através destes malditos jornais mexeriqueiros?
— São duas perguntas — comentou William calmamente.
— Sim. E tem uma terceira. Por que não confiou em nós? Não precisava passar por tudo isso sozinho.
— "Tudo isso" o quê?
— Dá um tempo, William. Sabe do que estou falando. Droga, homem, perder a mulher que amava...
— Você fala como se eu fosse o culpado — respondeu William, a voz fria e monótona.
— Sabe que não foi isso que eu quis dizer. Mas é que eu e Nicolo conversamos e...
— É tudo que você e Barbieri têm para fazer? Fofocar feito duas velhinhas?
William viu Lucas estreitar os olhos. Por que não o faria? Estava menosprezando a preocupação de Lucas, mas não se importava. A última coisa que queria era demonstrações de solidariedade.
Autor(a): romances_adaptados
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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— Nós nos preocupamos com você — disse Lucas. — Só queremos ajudar. William deu uma risada melancólica. — Ajudar a superar a dor, é o que quer dizer? — Sim, droga. Por que não? — A única maneira de me ajudar — disse William calmamente — seria trazendo Kay de volta. — Eu ...
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