Fanfic: Os únicos! | Tema: Magia, Poder
Os olhos azuis do garoto se abriram rapidamente, onde o mesmo levantou em um susto. Não se lembrava direito tudo o que havia acontecido daquele dia, mas após fitar a face do general Valter em sua frente, pouco a pouco as lembranças voltaram.
- Até que enfim acordou. – Falou Valter, fazendo Caio levantar e sentar-se na cama. – Como se sente?
- Um pouco tonto.
- Claro... – O general ironizou, fazendo Caio revirar os olhos. – Foi necessário te desacordar.
- Não me venha com sermões!
Caio levantou bravo, fitando o bracelete em seu pulso com raiva, fazendo Valter se aproximar.
- Caio, o treinador está em coma! Os conselheiros não querem mais você aqui... E eu não sei mais o que fazer!
O loiro parou por alguns segundos, fitando Valter com uma expressão sombria e desesperadora.
- Não os deixe me colocar no isolamento Valter! – Caio se aproximou de forma agressiva.
- Eu já interferi de todas as formas possíveis durante todos esses anos por você. Agora não há nada que eu possa fazer. – O general olhou em seus olhos, fazendo Caio sentir o rosto arder, tendo os olhos tomados por lágrimas raivosas. – Você teve sua última chance Caio, e desperdiçou.
- Valter, por favor...
Caio abaixou a cabeça, cerrando o punho com força, fazendo o general se aproximar e colocar uma mão em seu ombro.
- Eu sinto muito.
Era difícil dizer aquilo, pois na verdade o general não aceitava a forma como a companhia trabalhava: Abaixo de torturas e testes de laboratório... Ainda mais se tratando de Caio. O garotinho que Valter treinou, e o viu crescer.
- Valter... – O general ergueu o olhar, fitando uma expressão vazia e apavorante nos olhos azuis de Caio. – Se me colocarem lá, eu mato todos eles!
O general não conseguiu dizer nada após aquela afirmação. Não conseguia sentir nada a não ser temor, após Caio pronunciar aquelas palavras tão friamente. Se ele era capaz de fazer algo assim? Talvez. Mas o general não era um que estava disposto a arriscar.
...
Nos corredores da companhia um garoto de cabelos negros andava rapidamente, e por onde passava as portas eram abertas com facilidade, enquanto os guardas que protegiam apenas faziam um sinal o cumprimentando. Parando em frente à última porta do corredor, um dos seguranças particulares de JL parou o garoto, fazendo o mesmo o empurrar.
- Temos ordens para não deixar ninguém entrar.
- Eu quero falar com ele Gregori. – Falou Trent, fazendo Gregori estender a mão em um sinal negativo. – Se não me deixar passar vai ficar sem o braço.
A cena seguinte de dentro da sala onde acontecia uma reunião foi à porta sendo arrombada com o corpo do segurança sendo jogado para trás. O presidente levantou-se, assim como os generais que participavam da reunião.
- Preciso falar com você... – Trent se aproximou.
- Estou ocupado Carter!
- Quem é Amy?
Todos ficaram em silêncio com aquela pergunta, fazendo JL arrumar o terno e seguir para fora da sala rapidamente.
- Como soube disso?
- Não importa! Se você não me contar agora o que está acontecendo e porque mandaram um garoto contra a vontade dela para o nosso nível eu desisto de tudo! – Trent pronunciou quase aos berros, fazendo o presidente o puxar para uma sala mais reservada, logo mais atrás.
- Filho, você não deve se envolver com isso. Isso é um assunto confidencial, não pode sair por ai falando sobre isso. – JL puxou o casaco de Trent, fazendo o garoto olhar em seus olhos. – Entendeu?
Carter balançou a cabeça de forma sigilosa, fazendo o presidente respirar fundo.
- Vai me contar o que está acontecendo?
JL não disse mais nada, apenas caminhou para fora da sala, seguindo em direção à reunião.
- Depois continuamos.
Falou apenas isso, e foi o suficiente para todos se retirarem. Por fim, seguiu em direção à parte de baixo da companhia, fazendo Carter o acompanhar.
Os dois chegaram à sala de operações, onde Cecília os estava esperando.
- Primeiro preciso que prometa que o que conterei não sairá daqui...
- Prometo. – Carter concordou de forma seca fazendo Valter se aproximar de um monitor, onde imagens começaram a ser produzidas. – O que é isso?
- Isso foi uma operação que aconteceu há alguns anos. – Carter prestava atenção em casa imagem do monitor, assim como nas palavras de seu pai. – Na segunda guerra mundial, Elizabeth Breuchmen deu entrada no campo de concentração alemão. Onde ficou lá, por exatos três meses. Depois que tudo acabou ela e o marido se mudaram para os Estados Unidos, onde tiveram dois filhos. Caio Breuchmen e Amy Breuchmen. Nos primeiros anos de vida eles não notaram nada errado, viviam como duas crianças normais. Mas depois de Caio completar cinco anos as mudanças começaram a acontecer...
“ – Querido, pegue para mim aquela bandeja?
Uma mulher de longos cabelos loiros cortava legumes na mesa da cozinha, fazendo o marido se aproximar e estender a bandeja.
- Vou chamar as crianças... – Henrique sorriu para a esposa, subindo as escadas logo em seguida. – Caio? Amy?
A porta do quarto estava aberta, mas nem precisou ele entrar no quarto para perceber que estava vazio. Foi em direção ao quartos seguinte, e nada... Caminhando com precisão em direção as escadas novamente.
- Elizabeth, eles não estão lá em cima!
A mulher se aproximou, fitando as escadas assim como o marido.
- Como não...
Elizabeth não conseguiu nem completar a frase, já que um garotinho apareceu na frente deles, segurando a irmã no colo e os dando um tremendo susto. Henrique caiu sentado com aquela cena, fazendo Elizabeth o lançar um olhar confuso.
- Caio, onde estava?
O garotinho largou a irmã no chão, que foi correndo em direção ao colo do pai.
- Estava o tempo todo aqui. – O garotinho sorriu maroto. – Amy gosta quando eu fico invisível.
A garotinha loira no colo do pai apenas gargalhou baixo, fazendo Henrique respirar fundo.
- Bom, leve Amy para mesa com você que o almoço está pronto.
Caio bateu continência e pegou a irmã no colo, caminhando com ela até a mesa.
- Henrique... Ele não...
Elizabeth não acabou a frase, apenas se jogou nos braços do marido, que tentava acalma-la deslizando a mão sobre os cabelos dourados da mulher.
- Vai ficar tudo bem. – Henrique sussurrou, fazendo a mulher se desvencilhar.
- Se eles descobrirem...
- Não vão! – Ele segurou as mãos da mulher com firmeza. – Eu prometo que ninguém vai destruir nossa família!”
Carter mantinha os olhos presos ao chão, enquanto seu pai, escorado na parede fria, acendia um cigarro, o fumando calmamente.
- E vocês o encontraram... – Falou Carter, fazendo JL respirar fundo.
- Não foi tão fácil. Eles se mudavam a cada seis meses. – O presidente de aproximou do filho. – Mas entenda Carter, não podíamos deixar uma criança como ele se expor ao mundo. Tínhamos que fazer alguma coisa!
- Eu entendo papai. – Carter se pronunciou olhando nos olhos de JL. – Mas estão tentando obriga-lo a ser um assassino, a fazer coisas que ele não quer!
- Eles não podem caminhar livres por ai Carter, fazendo o que bem entendem! E nós temos que garantir que isso nunca aconteça!
O presidente levantou a voz, fazendo Carter o fitar de canto, com uma expressão desconfiada.
- Eles? Eles quem? – JL se calou, fazendo o moreno fitar o pai esperando uma resposta. – Está falando de Amy?
Aquelas palavras pareceram rasgar a garganta do presidente, enquanto Carter o olhou irritado.
- Quem é Amy?
- A irmã mais nova de Caio... – O presidente se limitava a responder, mas não era uma resposta que Carter estava disposto a aceitar. – Ela vive na zona de isolamento.
- Por quê?
JL virou de costas, dando um longo suspiro de oposição a suas próprias palavras. Ele realmente, queria manter Carter fora de tudo isso... Mas existem coisas no destino que não podem ser mudadas.
- Amy é diferente... Ela tem habilidades que ultrapassa tudo o que imaginamos. – O presidente girou os calcanhares, fitando a face do filho. – O problema é que é incontrolável.
- Incontrolável? – Carter repetiu estático.
- Não tem controle sobre o próprio poder... Muitas vezes perde a consciência e não se lembra de nada.
- E qual o poder dela?
- Quando está em sã consciência é uma garota normal, mas quando é a “outra coisa”, ela faz pedidos. Dois pedidos realizados e ela te concede qualquer desejo. – Carter não pareceu tão surpresa com as palavras do pai, até o mesmo continuar, fitando o telão, onde aparecera a garota presa no quarto. – Se não conseguir realizar dois pedidos você morre, e todas as pessoas que você ama também. Simplesmente desaparecem.
As pupilas de Carter se dilataram, seu punho se cerrou lentamente, e a imagem dos melhores conjuradores que desapareceram todos esses anos brotaram em sua memória... Será possível?
- Algum pedido já foi realizado? – Carter sussurrou sério, fazendo JL abaixar a cabeça.
- Não. – Sua voz saiu seca, fazendo Trent mirar a tela em sua frente, onde vira apenas as costas de uma garota sentada em sua cama. – Ela faz pedidos monstruosos... Por isso nunca saiu da zona de isolamento.
Carter virou com agressividade em direção ao pai, que deu um passo a frente.
- Ela está trancada todos esses anos? Meu Deus papai! Isso não é o que fazemos! Isso é desumano!
- AQUILO NÃO É HUMANO TRENT! – JL gritou com toda a força de seus pulmões, fazendo Carter recuar. – Mais de cem pessoas mortas em um instante Carter. Como isso pode ser humano?
Aquela sensação horrível no peito parecia preencher todo seu corpo. Carter não entendia porque se sentia assim ao ouvir aquilo sobre Amy, mas algo em sua cabeça dizia para se manter afastado... Embora seu coração gritasse para ver com seus próprios olhos.
- Me deixe entrar lá.
JL olhou para seu filho não acreditando em suas palavras. Embora sua voz nunca pareceu ter mais certeza do que fazia, do que aquele momento.
- Não!
- O senhor sabe que a única pessoa que poderia fazer algo assim sou eu, por isso me manteve afastado! – Carter levantou a voz, fazendo seu pai irritar-se.
- EU NÃO VOU MANDÁ-LO PARA MORTE, CARTER!
- O SENHOR SABE QUE ISSO É IMPOSSÍVEL!
Os olhos de Carter se encheram de fúria, e foram tomados por um branco intenso.
- Suas habilidades de autor regeneração podem não ser suficientes para aquela coisa Carter! E eu não vou perder você!
Carter se afastou, abrindo a porta com força fazendo a maçaneta vir junto com sua mão. O moreno a jogou longe, lançando um olhar incompreensível ao pai.
- Sabe que é o único jeito.
Sim, de certa forma o presidente sabia que além de Caio, apenas Trent poderia entrar lá e ter algum sucesso, nem que fosse mínimo.
- Carter... – O garoto recuou alguns passos, fitando a expressão do pai que agora mantinha uma seriedade no olhar. – Será como eu disser, e qualquer desacato a uma ordem direta minha... Você nunca mais entrará lá novamente. Entendido?
Carter apenas balançou a cabeça positivamente fazendo o presidente sair da sala as pressas junto com o filho.
- Estamos preparando o local para qualquer emergência. – Falou Cecilia já preparada para aquela ocasião, se juntando aos dois. - Recomendamos que Carter use um traje que o protegerá...
- Não! – Ele se manifestou rapidamente. – Ela nunca confiará em mim se eu entrar assim.
O presidente apenas balançou a cabeça para Cecília, fazendo a mulher desviar o olhar a abrir a porta para ambos entrarem.
- Precisa de alguma coisa filho? – JL se pronunciou, olhando Carter de forma cuidadosa. – Estamos perto do nível dez eu posso providenciar alguma coisa.
- Estou bem. Apenas vamos prosseguir.
O presidente olhou a expressão do filho de forma receosa, mas profundamente orgulhoso. Ambos pararam em frente a uma porta grande ferro, mas antes que pudessem passar, JL puxou Carter para um abraço. O moreno retribuiu calmamente, fazendo o presidente separar-se do filho.
- Tenha fé em mim papai.
- Eu tenho. – JL colocou-se ao seu lado, sem olhar o filho nos olhos. – Apenas tente sair vivo.
Trent balançou a cabeça positivamente, fazendo o pai colocar a mão em seu ombro.
- Eu vou tentar. – Sussurrou baixo, abrindo um sorriso logo em seguida. – Você sabe que eu não morro fácil.
O moreno sorriu maroto, fazendo seu pai balançar a cabeça e continuar andando até chegar em frente há um enorme porta de ferro.
- Abra a 1. – Um soldado que os acompanhava armado, gritava a cada porta. – Abra a 2...
O pai de Trent continuava sério, passando por cada porta lentamente. E assim foram por mais de dez portas, até finalmente chegar em uma que nem o soldado ousava se aproximar. O presidente parou, fitando o filho sério.
- A partir daqui é com você.
Trent andou, e sem qualquer despedida a porta se fechou em suas costas. O garoto respirou fundo, girando a maçaneta gigante de ferro, fazendo a porta se abrir.
Foi como uma explosão de tudo o que imaginava que nunca encontraria naquele quarto. A porta atrás de si foi fechada, e antes que pudesse dar mais um passo ele fitou aquele lugar com admiração e temor. As paredes estavam rabiscadas, todas contendo desenhos e frases com diversas cores de canetas. O quarto estava com uma leve bagunça, fazendo um simples cômodo se tornar menor. Seus olhos analistas percorreram o lugar a procurara de uma garota, parando exatamente na parte de trás da cama.
Seus longos cabelos louros e olhos azuis escondiam um pouco seu rosto. Ela cantava uma música incompreendida bem baixinho, sentando na ponta da cama e balançando os pés no ar de forma tediosa. O barulho da porta a tirou de seus pensamentos, fazendo a garota levantar os olhos e encarar a face do garoto em sua frente, que mais parecia admirado do que espantado. Aquele olhar pegou Carter desprevenido, e uma sementinha de nervosismo pareceu brotar em seu coração, junto a uma sensação de encantamento como se tivessem jogado um feitiço nele e o privado de olhar para outro lugar, que não fosse para os olhos daquela garota.
- Olá Amy.
Autor(a): eowyn19
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Aqueles olhos eram diferentes de tudo o que já presenciou. Carter Trent pareceu ser atraído por cada detalhe de seu rosto, e enquanto suas mãos suavam mais que o costume, uma imensa paz invadiu aquele lugar. Algo estava diferente... Na verdade, completamente diferente do que seu pai havia dito ou contado. - Olá Amy. Trent estranhou. Não h ...
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