Fanfics Brasil - Segundo contato - Aproximação Marcas do silêncio

Fanfic: Marcas do silêncio | Tema: Violência, professor, estupro


Capítulo: Segundo contato - Aproximação

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Era o terceiro copo de leite puro que Cloe tomava, já pronta para assistir novamente toda a primeira temporada de uma de suas séries favoritas. Ajeitou o pijama confortável e deitou-se em baixo das cobertas, deixando o quarto na mais remota escuridão com apenas a televisão ligada transmitindo a única luz.


A casa definitivamente estava em paz.


Vitor provavelmente estava na casa de um dos amigos enquanto sua mãe só voltava do trabalho mais tarde.


- Que coisa boa... – Sorriu deitada em uma pilha de travesseiros e cobertores, na cama rodeada de ursos.


- CLOEEEEEE!


A loira deu um pulo da cama de susto, enquanto a porta do quarto era praticamente arrombada para uma figura de cabelos negros encaracolados saltar sobre a cama.


- Você está louca? Quase me mata de susto!


- O que está fazendo ai? – Mel fitou a loira de cima a baixo, fazendo Cloe se esticar novamente na cama. – Nem pensar Cloe Medson, o dia está lindo lá fora.


- E eu estou linda aqui dentro.


- Vamos nos encontrar com os garotos? – Mel sorriu, tentando convencer Cloe de diversas maneiras possíveis, fazendo a loira girar os olhos.- Por favor!


- Está bem.


Cloe levantou-se, sentindo um pouco de frio e indo em direção ao armário. Vestiu uma roupa simples e prendeu os cabelos em um rabo alto, deixando sua pequena franja cair em seus olhos, transmitindo uma dose de infantilidade em sua aparência.


Em poucos minutos, Mel já a estava arrastando pra fora, dando apenas tempo de Cloe deixar um bilhete para sua mãe.


- Aonde vamos?


- Os garotos estão na praça andando de skate com o resto da turma.


Cloe parou de andar com aquelas palavras, fazendo Mel girar os calcanhares e a fitar.


- Você não disse que a turma toda estaria lá...


- Porque se eu falasse você não viria.


Mel apenas respirou fundo e olhou a amiga de forma impaciente, fazendo a loira continuar caminhando em direção à praça, torcendo para que mal fosse notada.


...


- Cloe que bom que veio! – Joe a abraçou, a erguendo do chão sem dificuldades. – Aliás, por que veio?


- A Mel me obrigou. – Murmurou baixo, mas o suficiente para a morena ouvir e sorrir.


- Está explicado... – Joe gargalhou. – Mel fica possessa quando não consegue o que quer.


- E você adora isso nela.


Cloe sussurrou baixo, fazendo Joe ter um acesso de tosse, ignorando completamente o comentário constrangedor da amiga.


- Olha quem está aqui. – Aquela voz estava longe, mas se dissipou o suficiente para chegar aos ouvidos de Cloe, que sentiu seu estomago embrulhar ao escutá-la. – Isso é hora de criança estar na rua?


- Não enche Giovana! – Mel se colocou ao lado de Cloe, fazendo a morena em sua frente apenas rir, abraçando Léo logo em seguida.


- Sua amiguinha está aqui, querido.


- Ah! Oi Cloe! – Léo se afastou de Giovana, dando um demorado abraçado seguido de um beijo na face de Cloe, que apenas sorriu. – Que bom que veio. Quer comer alguma coisa?


- Não Léo, obrigada.


Giovana apenas girou os olhos e saiu de perto, fazendo Léo balançar os ombros em um ato sem importância.


- Acho que você a magoou. – Cloe cochichou, fazendo o moreno cruzar o braço pelos ombros de Cloe, e sair andando com a mesma.


- Ela pensa que temos alguma coisa.


- Mas vocês tem alguma coisa...


- Só até ela me dar. – Léo soltou de uma forma natural, fazendo Cloe fazer uma expressão típica de nojo. – Você nem parece que tem dezesseis anos.


- Eu não tenho Léo.


Os dois gargalharam, fazendo algumas meninas em volta fitarem os dois com inveja. É claro que todos já suspeitaram que Léo tivesse algum envolvimento com Cloe, já que ambos sempre se deram muito bem, mas Cloe nunca pensou em algo do gênero. Até se divertia às vezes fazendo ciúmes com Léo em outras garotas, mas nada que passasse disso.


- Esqueci que você é uma criança...


- Mais madura que você.


- E mais bobinha.


- Mais educada. – Rebateu Cloe.


- Mais irritante.


- Realista..


- E linda...


Cloe não rebateu, apenas sentiu seu rosto arder e suas bochechas corarem com aquela palavra. O que não durou muito, já que veio logo acompanhada de uma risada incontrolável de Léo.


- É muito fácil constranger você.


A expressão de Cloe mudou para irritação, enquanto Léo não conseguia disfarçar a risada escandalosa.


- Argh te odeio!


A loira saiu esbravejando, topando com os cabelos morenos de Mel que parava desconfiada em sua frente.


- Aonde vai?


- Vou embora. Já está tarde e minha mãe daqui a pouco chega em casa. – Bolara uma desculpa qualquer em sua cabeça. A verdade era que não gostava de estar com aquelas pessoas... Tirando seus amigos, quase todos não a queriam por perto.


- Mas você acabou de chegar!


- Eu prometo que da próxima vez fico bastante, está bem?


Mel balançou a cabeça de forma positiva, abraçando a amiga e depois seguindo em direção aos garotos.


Cloe não olhou para trás, apenas continuou seu caminho como todas as outras vezes.


Seus pensamentos voaram enquanto caminhava as quadras que faltavam para chegar a sua casa, e por segundos passou a pensar em seu pai. Como ele era... O que ele ela... Ou quem ele era... Sua mãe nunca tocara no nome dele, e as vezes que Cloe insistia ela a repreendia de forma sigilosa, acabando a conversa ou simplesmente trocando de assunto.


- Cloe?


Aquela voz grossa a despertou de seus pensamentos, fazendo a loira parar de caminhar e olhar para o lado. A mesma caminhonete, seguido do mesmo olhar e o mesmo sorriso.


- Professor, o que faz por aqui?


- Vim visitar um amigo aqui perto. – Henrique sorriu, transmitindo uma profunda segurança a Cloe. – Pra onde está indo?


- Pra casa. – Respondeu calmamente.


- Quer uma carona? Estou indo pra lá também.


- Não precisa, minha casa fica daqui há umas três quadras.


Ela sorriu, recebendo de volta uma expressão mais séria, mas que não chegou a deixa-la aflita de qualquer forma.


- Eu insisto.


Henrique abriu a porta do carro, esperando de uma forma impaciente para que ela entrasse, mas que passou despercebida por Cloe.


- Está bem.


A loira entrou fechando a porta da caminhonete, e logo sentindo um peso jogando-se sobre seu corpo. Recuou alguns instantes pra que Henrique prende-se seu cinto de segurança, sentindo uma respiração mais grossa emendar de sua boca.


- O senhor está bem?


Cloe perguntou se forma ingênua, fazendo a expressão séria do professor deixar espaço para um aconchegante sorriso.


- Claro. Onde fica sua casa?


- Mais a frente.


A caminhonete deu partida, dando permissão para Cloe escorasse sua cabeça no banco inclinado. Ela respirou fundo, parecendo estar cansada, mas não deixou seus olhos se fecharem. Queria chegar em casa logo.


- Onde o senhor mora?


Alguns segundos se passaram e a resposta para uma pergunta tão simples não veio. Na verdade se fosse qualquer outra garota perceberia a tensão dos músculos de Henrique logo que o mesmo segurara a direção. Seus dentes estavam trincados e ele mal se movia, imaginando coisas em sua cabeça que apenas ele conseguia entender como algo natural. Sentiu os olhos azuis de Cloe fitarem seu rosto e os desviarem rapidamente, o que o deixou a vontade para seus olhos irem de encontro com suas pernas, subindo até o colo de seus seios. Sua respiração se tornou mais forte e acelerada, à medida que aquela menina que se comportava de uma forma completamente natural, mal sabia o que passava por sua cabeça. Sorriu maliciosamente, sentindo uma excitação fora do comum.


- Você mora com seus pais?


Cloe agradeceu mentalmente por aquela pergunta, após um silêncio sem motivo.


- Com minha mãe e meu irmão. – Respondeu da forma mais simpática possível.


- E seu pai?- Ele percebeu que seu sorriso se desmanchou, fazendo com uma expressão triste tomasse seu rosto. - Desculpe, não quis ser rude.


- O senhor não foi. – Cloe sorriu tristemente. – Eu apenas nunca o conheci, e minha mãe não fala dele.


- Entendo.


- Você tem filhos?


Henrique percebeu o brilho voltar aos olhos de Cloe, soltando um meio sorriso por sua curiosidade.


- Não tenho.


- Mas pretende ter?


- Algum dia...


Cloe sorriu, sentindo uma paz enorme ao conversar com seu professor. Até perceber que já estavam em sua quadra.


- É aquela ali. – A loira apontou em uma casa simples parecida com quase todas as daquela rua. - Obrigada professor!


Em um ato inocente, Cloe depositou os lábios em direção à bochecha de Henrique, sorrindo logo em seguida e saindo do carro de forma apressada. O professor, apenas observou a pequena garota entrar em sua casa correndo de uma forma um tanto engraçada, mas que passou despercebida durante a total excitação de seu corpo com aqueles lábios.


Amanha será um dia muito interessante. – Pensou.


...


 


- Cloe, por favor!


- Já disse que não quero ir Mel. – Repetia Cloe pela quinta vez.


- Você prometeu que iria à próxima festa que tivesse...


- Eu não me lembro de ter falado isso.


Ambas caminhavam pelos corredores do colégio, indo em direção à sala de aula.


- Você disse sim e eu tenho provas!


Mel adentrou na sala com raiva, segurando Joe pelo braço e o arrastando para frente de Cloe.


- Você estava junto! – Mel apontava para Joe que tinha suas falas interrompidas. – A Cloe disse ou não disse que na próxima festa que tivesse ela iria?


Joe fitou a loira ao lado que fazia expressões para que ele não confirmasse, já que era óbvio que Cloe fazia milhões de promessas que não estava disposta a cumprir.


- Hum, não sei, seu... Ham...


- DIGA LOGO! – Mel berrou.


- Tá bom, você falou Cloe.


Joe tentava se afastar das duas pé por pé, enquanto Mel cruzara os braços em frente a loira que apenas encara a amiga com uma expressão entendiada.


- Que seja... – Murmurou Cloe.


- Porque insiste em que ela vá Melanie? – Giovanna se manifestou, entrando na sala com uma expressão abusiva. – É claro que não vai fazer diferença nenhuma ela estar ou não.


- A conversa não lhe diz respeito Giovana! – Mel pareceu cuspir as palavras no rosto de Giovana que apenas ria propositalmente enquanto Cloe se afastava.


- Não fique escutando as mentiras da Mel, ninguém além dela quer que você vá. Ainda mais depois do que aconteceu ano passado...


Cloe franziu o cenho, seus olhos transmitiam uma profunda angústia, o que a fez entre risadas e piadas, seus pés a levarem involuntariamente para fora da sala.


O coque de seu cabelo se desmanchou o fazendo atingir a cintura enquanto a franja caia em seus olhos que ardiam em lágrimas que ela nunca deixaria cair. Possuía mais raiva que tristeza naquele momento, embora sua expressão corporal dissesse exatamente o contrário.


Virou em direção à porta de saída, onde sem perceber bateu contra o peito de um homem em sua frente. Ela ergueu a cabeça, revelando seus orbes azuis mais belos do que qualquer coisa que aquele homem vira na vida. Cloe abaixou a cabeça novamente, dirigindo uma única palavra ao professor em sua frente.


- Desculpe.. – Sua voz saiu rouca e grave, se limitando a deixar o professor responder e agora correndo novamente para fora.


Sentia raiva. Raiva de Mel por tentar que ela se encaixasse em coisas que não faziam parte de seu mundo. Raiva por Joe ter concordado com ela, e ainda mais raiva por Giovana sempre fazer questão de estragar os momentos que ela conseguia ter um pouco de coragem.


Henrique fitou aqueles cabelos loiros desaparecerem, desviando seu caminho da sala e seguindo Cloe por onde a mesma havia corrido, dando de cara com o inspetor Diestro impedindo sua passagem.


- Vamos ligar para seus pais!


- Ligue se quiser eu não ligo!


A loira soltou-se do inspetor com agressividade, fazendo Henrique se aproximar rapidamente.


- O que está acontecendo Diestro?


O inspetor fitou o professor com admiração, ajeitando até a postura ao vê-lo se aproximar.


- Essa menina está tentando cabular aula.


-Ah não se preocupe, eu apenas pedi para Cloe buscar algumas ferramentas para minha aula experimental no ginásio. – Henrique sorriu, fazendo Cloe o olhar completamente perdida.


- Se foi assim... – O inspetor virou-se para Cloe, com um pequeno sorriso entre os lábios. – Desculpe querida, agora vá estudar.


Henrique apenas pousou a mão sobre o ombro de Cloe, onde ambos voltaram para dentro do colégio sem ela hesitar. Subiram novamente as escadas, até a garota avistar novamente a porta da sala.


- Eu não vou entrar lá.


Cloe parou de andar, fazendo Henrique a fitar calmamente.


- Cloe, eu não sei o que aconteceu, mas pode ter certeza que isso não vai se repetir na minha presença.


- E como o Senhor tem certeza?


Henrique por um segundo girou a cabeça para os dois lados, tendo certeza que estavam sozinhos no corredor.


- Você não confia em mim?


A expressão de Cloe se suavizou, no mesmo instante em que o professor tocou-lhe o rosto com a mão direita, acariciando lentamente perto de sua boca. Cloe não desviou, na verdade nem prestara muito atenção no que estava acontecendo, seus pensamentos vingativos pairavam sobre apenas uma pessoa... E ela não estava ali nesse momento.


- Vamos entrar agora?


Ela apenas balançou a cabeça de forma positiva, fazendo Henrique caminhar com ela em direção à porta da sala, onde o barulho dos alunos já se ouvia de longe. Quando a porta foi aberta todos voltaram para seus lugares.


- Você está bem? – Léo aparecia em frente à loira, fazendo ela concordar e sentar-se ao seu lado. – Não ligue para o que Giovana fala, ela apenas tem inveja de você.


Inveja? De Cloe? Como ela podia sentir inveja? Os pensamentos de Cloe chegaram a borbulhar naquele momento, mas nenhuma frase, nenhuma reação e nenhuma prévia do que fez de errado a preparou para aquele reação.


- Cloe! – A voz de Henrique soou irritada, fazendo alguns alunos até se assustarem. – Troque de lugar... Agora!


Um silêncio pairou sobre a sala, e mais do que um constrangimento, Cloe não entendeu aquela reação. Não era a mesma de alguns segundos atrás.


- Por quê?


Henrique não chegou a responder, já que uma garota morena levantou-se da cadeira com uma expressão esnobe.


- Se ela pode trocar de lugar quando quiser, eu também gostaria de poder sentar com meu namorado. – Falou Giovana se referindo a Léo, que apenas girou os olhos.


- Cloe voltará para seu lugar. – Falou Henrique de uma forma irritada.


A loira apenas levantou-se de onde estava, e voltou a sentar do lado de Mel, não questionando mais suas ordens. O silêncio foi quebrado junto ao professor Henrique que logo começava sua nova matéria, dando permissão para Mel e Cloe se comunicarem por bilhetes.


“ O QUE FOI AQUILO?” – Mel escrevia e mostrava a Cloe.


“Aquilo o que?”


“Você ter saído correndo que nem uma louca.”


“Apenas fiquei irritada.”


“O professor não está em um dos seus melhores dias hoje, mas ainda está lindo.”


“Só você mesmo...”


“Quer dizer que você não acha?”


“Eu não consigo pensar em um homem que tem idade para ser meu pai da mesma forma que tu pensa.”


“Eu sei apenas estou brincando. Rs”


“Então, ainda quer que eu vá à festa?”


Mel fitou Cloe de uma forma um tanto animada, fazendo a loira sorrir e ambas voltarem a prestar atenção na aula, guiadas por um olhar que observava cada passo e movimento, lendo cada palavra secretamente dita de seus lábios. 



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Autor(a): eowyn19

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • toy Postado em 30/12/2015 - 20:20:57

    Continua, tá ótimo!

  • Postado em 20/12/2015 - 21:27:04

    Continuaaaaaa!!!

  • toy Postado em 16/12/2015 - 11:30:29

    Divulga pra mim? http://fanfics.com.br/fanfic/51310/after-love-ponny Ficarei muito grata.. 😉

  • toy Postado em 16/12/2015 - 10:26:18

    Primeira Leitora... CONTINUA!!!


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