Fanfic: O Monge, o clérigo e um caçador | Tema: Medieval
Tão magnífica, está tão perto que parece que podemos tocá-la com nossas humildes mãos e graças a sua divina iluminação somos capazes de enxergar mais de um palmo a nossa frente durante a noite. A grande lua era refletida nas águas calmas de um pequeno riacho próximo a uma cabana, a propósito, uma cabana bem peculiar, pois no meio do nada, na floresta entre Casviri e Porto de Guilheto poderia se esperar tudo, exceto uma velha cabana, mas não uma velha maltratada, pois quem residia nela a cuidava com muito carinho.
Deitado em sua cama de madeira com colchão de palha e um velho travesseiro de algodão estava o monge repousando; os barulhos da natureza durante a noite era agonizante, principalmente quando o maior barulho é o silêncio. Pequenas pancadas na reformada porta de marfim salientava-se na noite ao som de corujas e uivos de matilhas. O monge com seu sono extremamente frágil estranhou, quem será que bateria em sua porta? Não estava acostumado com visitas em momento algum, aquele rapaz alto que fugiu de um grande massacre quando menor exilou-se na floresta e acabou achando aquela residência e o que mais tarde se tornaria seu finado mestre.
Pôs-se de pé, uma longa respiração enquanto vestia-se com todos aqueles panos azuis numa tonalidade bem escura, acendeu uma vela sobre um pires e foi verificar o que atormentava-lhe naquela noite. Ao abrir a porta do semblante calmo ao perplexo, um homem dos cabelos cacheados e negros com a pele branca, porém bastante parda, devido ao cansaço e fraco ele ajoelhou-se diante da presença de Daniels. O monge como resposta segurou-lhe para o homem não namorar o chão, puxando-o para dentro ele fechou a porta e reparou no sobretudo rasgado do homem. Desconfiado estava o monge, mas sua fraternidade o fez acolher o homem em seu leito. Alguns panos teve que cobri-lo, estava assustadoramente gelado.
Por horas o monge ficou estático com o olhar pregado sobre o rapaz deitado em sua cama, tanto tempo se passou que o sol já estava emergindo no leste. O desconhecido abriu seus olhos lentamente e o que via estava turvo, não sabia ele onde estava, mas sentia-se seguro ali.
— Obrigado. - Murmurou enquanto tentava se localizar.
— Não fiz mais do que devia. - Respondeu calmamente o jovem monge, enquanto o outro rapaz sentava-se na borda da cama.
— A onde eu estou?
— Em um local seguro, de onde você veio?
— Da estrada principal, havia saído de Casviri rumo ao Porto de Guilheto quando eu e os que estavam comigo fomos emboscados. - O monge deduziu que está emboscada tenha sido feita por ladrões. — Meus companheiros gritaram para mim fugir e por dois dias caminhei por está floresta, perdido, até que me encontrei aqui, em sua residência. - Matutando completou. - Que me é familiar.
— Familiar?
— Sim. - Disse o rapaz enquanto verifica algo em sua roupa e após a confirmação suspirou. - Teria um pergaminho em branco aqui?
O monge ponderou as palavras ditas pelo rapaz e então disse.
— Tenho, senhor?
— Tef.
— Daniels. - Apresentou-se com uma reverência e foi buscar o papel em branco.
Buscou algum pergaminho limpo na estreita biblioteca que complementava a cabana, mas nada achava até que lembrou-se de um livro… O monge estudou todos os livros naquele ambiente e dedicou sua vida a gerar força através da velocidade durante combates, treinando desde a morte de Yume, seu mestre, sozinho. E havia um livro, um único livro que ele não havia lido completamente, pois a última folha havia sido arrancada e algumas outras estavam em branco. Então indo até este livro arrancou-lhe uma folha, pois desistirá deste livro a muito tempo, suas técnicas ali relatadas eram inúteis incompletas. Com passos ritmados, em suas mãos o monge trouxe ao estrangeiro a folha em branco, com cuidado entregou-lhe sem expressão alguma no rosto. O rapaz ao recebê-la analisou-a de cima a baixo, do verso ao inverso e com surpresa detalhada em seu olhar falou.
— Está folha não está em branco!
— Como não? - Retrucou Daniels.
— Olha por si só!
Tef mostrava-a para o monge que sem entender nada ficou calado, o rapaz retirou do interior de suas vestes um frasco de vidro, um líquido negro e brilhante residia em seu interior. Abrindo o frasco e mexendo seus lábios Tef despejava gotas da tinta no meio do papel. Daniels ficou pasmo ao ver as gotas caírem e rolarem em todas direções, transformando-se em frases e desenhos.
— O que você está fazendo!?
— Estou revelando os segredos desta folha.
Ao aparentemente finalizar, o monge arrancou a folha do misterioso pequeno senhor que adentrou sua residência. Que conhecimento ele havia para identificar com tanta facilidade algo que ele, o monge, não havia decifrado a anos! Era constrangedor e as dúvidas eram alimentadas a ponto de se reproduzir. Os olhos sorridentes pairavam sobre Daniels que devorava a página, esfomeado por conhecimento.
— Quem é você realmente?
- Tef, o emissário e escrivão de Hower. - Falou com um sorriso nos lábios. - Pode me devolver está página?
- Hower? Não devolverei o que nunca foi teu.
- Uma legião de conhecedores e está página foi Yume que a escreveu, certo?
- Conhecedores? Por que este nome está em sua boca?
- Sim, conhecedores, poderei responder suas dúvidas, mas não agora, necessito de um pergaminho ou folha em branco.
- Já não sei se tenho. Como conhecestes Yume?
- Já o vi em uma das sedes de Hower, sendo treinado por seu pai.
O monge inquieto, quietara-se. Respirava pensativo analisando a situação enquanto era observado, buscava entender o que estava ocorrendo…
Em outra parte do continente de Merlon, estava Drainar inquieto do lado de fora dos portões de Guilheto.
— Tef está um dia atrasado. Tente contactá-lo.
Dizia o Clérigo, alto e parrudo com seus cabelos longos para um homem, amarrados e jogados para trás, sua pele era clara, porém bronzeada, vestido com um colete negro e esverdeado cheio de bolsos por cima de uma camisa branca de mangas longas que sumia no pulso, onde a luva da mesma cor do colete começava indo até a base dos dedos, rasgada lá; os suspensórios camuflavam-se por serem escuros, apenas um pequeno retângulo para seu ajuste, entregava-o por ser metálico, ele seguia até as calças escuras cobertas por uma espécie de saia cortada dos lados que cobria até o tornozelo.
— Senhor, já tentei. - Disse um homem com um sobretudo negro fechado e uma voz rouca e grave, com as botas similares à de Drainar.
— Espero que aquele magricela não tenha se perdido nas florestas! - Comentava com um sorriso que apesar da impaciência, transbordava o humor sarcástico.
Autor(a): oliver
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