Fanfic: A Redenção De Um Cafajeste_Adaptada | Tema: Vondy
CAPÍTULO 1
Dulce Maria Espinosa Saviñon
Eu cochilava no trem Japeri, sentada na ponta do banco ao lado da porta. Quando este parou e algumas pessoas desceram conversando, despertei sobressaltada e espiei em qual estação estávamos. Nova Iguaçu. A minha. Levantei-me apressada, agarrando minha pasta amarela, e saltei antes que as portas se fechassem. Meu coração disparava com o risco que correra de passar de minha estação, graças ao cansaço. Respirei aliviada por ter acordado a tempo. O trem afastou-se e caminhei em direção às escadas, levando a mão à boca para disfarçar um bocejo. Tudo o que queria era chegar logo em casa, tomar um banho e dormir. Graças a Deus era sexta-feira. Só voltaria a trabalhar e estudar na próxima segunda. Atravessei as portas rolantes, percebendo que o calçadão em frente à estação estava movimentado e o bar de esquina lotado. As pessoas aproveitavam a noite de sexta para beber e se reunirem com os amigos. Passava das onze horas da noite. Desci a escadaria da estação e aproveitei que o sinal de trânsito estava fechado para atravessar a rua correndo. Os homens no bar começaram a mexer comigo, chamando-me de gata, jogando piadinhas. Eu nem os olhei. Assim como não olhei para os rapazes que passavam ao meu lado no calçadão e se viravam para olhar ou falar alguma gracinha. Aprendera a simplesmente fingir que nada acontecia. Bocejei novamente, apressando o passo. Não aguentava mais a roupa que usava desde de manhã e não via a hora de por só uma camiseta fresquinha e dormi. Dormir muito, até umas dez horas do dia seguinte. Segui direto pela principal avenida no centro de Nova Iguaçu, até chegar na transversal em que morava. Virei a esquerda e depois numa pequena rua sem saída. Quase gemi de alegria ao ver minha pequena casa rosa, com pintura descansando, muro baixo e portão enferrujado na parte de baixo. A luz de varanda estava acesa e a janela da sala com o vidro aberto. Abri o portão, que fez um leve rangido e fechei-o novamente atrás de mim. Atravessei a pequena calçada até os dois degraus da varanda, já tirando o molho de chaves da bolsa. Finalmente entrei em casa. Parecia que todas as luzes estavam acesas. A televisão estava ligada em volume alto, como minha mãe gostava, para não perder nenhum detalhe. Mas não havia ninguém na pequena sala.
-Oi. Cheguei! Na mesma hora minha irmã caçula veio do corredor, lindíssima usando uma calça preta colada, salto alto e uma ínfima blusinha vermelha que mais mostrava do que cobria. Estava maquiada e com os cabelos castanhos escuros escovados, caindo pelos ombros. Atrás dela vinha a nossa mãe, carregando sua bolsinha e falando algo sobre perfume, que não entendi direito.
–Você chegou e eu estou saindo. – Juliane, minha irmã três anos mais nova, parou na sala e, olhando para mim, estendeu a mão para pegar sua bolsinha com a mãe.
-Vai sair tão tarde? - Indaguei, serenamente.
-Vou. Sexta-feira é dia de diversão. Você sabe o que é isso, maninha? - Ela sorriu e mandou um olhar à mamãe, que fez o mesmo.
-Meu conceito de diversão é diferente do seu. - Eu retruquei. Juliane olhou-me com aquele jeito debochado que utilizava sempre que alguém a irritava. Depois se voltou para nossa mãe, baixa e gordinha, ao seu lado. Beijou-a no rosto e falou:
-Amanhã te conto tudo. Torça por mim.
-Claro, querida. Boa sorte! Tereza olhou para a filha caçula, radiante e animada.
Na certa ela sabia para onde Juliane ia e o que faria. Elas sempre combinavam tudo. E aquele ar de segredo e alegria de mamãe não podia significar boa coisa. Tentei controlar a preocupação e a irritação. Juliane não escutava mais nenhum conselho meu e parecia ter raiva de minha interferência. Com cuidado, indaguei:
-Vai dormir fora hoje? – Tive vontade de acrescentar “de novo”. Mas não disse nada.
-Vou. Aliás, nem sei quando volto. – Seus olhos escuros, bem maquiados, pareciam me desafiar a impedi-la.
-Ela vai à festa do namorado, numa cobertura do Leblon. Ele é um empresário muito rico – Acrescentou a mãe, orgulhosa.
-Sei. Ele vem buscar você, Juliane?
-Não. Luana vai de carro. Ela também foi convidada. A minha preocupação aumentou. A tal Luana, amiga de Juliane, era tão irresponsável quanto ela. As duas viviam cada vez mais juntas, passando noites fora, fazendo coisas que com certeza não eram boas. A garota era mimada, tinha carro próprio e fazia tudo o que tinha vontade. Deviam aprontar juntas por ai. Naquele momento, alguém buzinou em frente à casa.
-É a Lu. Tchau, mãe – Ela beijou novamente Tereza, que parecia uma criança feliz. Depois disse friamente à mim, ao passar ao meu lado: - Tchau.
-Juliane, espere.
-O que é? – Irritada, ela parou e me encarou, já esperando alguma crítica ou conselho.
-Tome cuidado. Eu queria dizer muito mais. Queria que a minha irmã voltasse a ser garota que, pelo menos de vez em quando, escutava e concordava com o que eu falava. Queria que ela entendesse que me preocupava e desejava o seu bem. Mas toda vez que tentava mostrar isso, elas brigavam. Juliane apenas me lançou o mesmo olhar debochado e saiu. Lá fora, ela e Luana riram, disseram algo e o carro arrancou. Eu senti o coração apertado no peito. Elas poderiam correr todo tipo de risco na rua, desde um acidente de carro até algo fatal. Eram apenas duas meninas irresponsáveis, procurando problemas.
-Você devia fazer o mesmo – A voz da minha mãe, crítica como sempre, penetrou em minha mente preocupada. Eu a fitei. Quem olhasse a mulher baixa, gordinha, com cabelos curtos pintados de preto e olhos pequenos, devia achar que se tratava de uma senhora como outra qualquer. Mas há muito tempo eu sabia que a mãe era diferente de todas as senhoras que conhecia. E isso sempre me assustara.
-Quem é esse namorado dela?
- Eu já não disse? – Animada, Tereza foi até o velho sofá com capa colorida, que escondia os rasgos e sujeiras do tecido e sentou-se, pegando o controle da TV – É um homem rico e lindo, que ela conheceu na casa de uns amigos. Está caidinho por ela. Aposto que a Ju encontrou a sorte grande. Sorte grande para ela era conseguir um marido rico. Em torno disso girava a sua vida. Com esse objetivo, criava as filhas. Eu me lembrava de ouvir sempre a mãe me aconselhar a usar minha beleza para me dar bem na vida. Isso marcara minha infância e adolescência. Era como uma lavagem cerebral, que ela sempre fizera. E que fora um fracasso comigo.
-Você não se preocupa com ela, tantas noites fora de casa, metida com homens que você não conhece e que poderiam ser loucos ou assassinos? – As palavras saíram revoltadas, mesmo sabendo que seria em vão proferi-las. Fizera isso várias vezes e nunca adiantara.
– Ela é só uma garota, mãe. Pensa que é esperta, mas pode se dar muito mal!
-Juliane tem 18 anos! E não é boba! – Lançou-me um olhar com irritação – Aliás, é bem mais esperta do que você! Antes dos vinte anos estará rica, casada, com o mundo aos pés dela! E você? Vai ser uma pobre professora contando cada tostão, casada com um motorista de ônibus ou com um Zé Mané qualquer! Meu Deus, e pensar nas oportunidades que você jogou fora! Com sua aparência, podia ser uma rainha! Eu saí da sala antes que ela terminasse de falar e fui para meu quarto, onde só cabia uma cama de solteiro e um armário com roupas e livros. Meu canto. Fechei a porta, encostei me nela e olhei fixamente para a frente.
Juliane não saía da minha cabeça. E a preocupação com ela era uma constante em minha vida. Cansada fisicamente, exausta emocionalmente e sem ter mais como lutar para proteger a irmã, eu fechei os olhos, sentindo-me derrotada. Disputara Juliane com a minha mãe durante anos, para o bem da irmã. Como alguém poderia ser feliz se vendendo para homens ricos, com o único objetivo de enriquecer a qualquer custo? Infelizmente, Juliane acabava ficando do lado da mãe. Não terminara os estudos, não trabalhava, passava seus dias e noites se especializando em se tornar mais bonita e sedutora. Fútil, orgulhosa, cheia de si, metida, antipática. Era assim que todo mundo por ali via minha irmã. E ela dava de ombros e dizia que era inveja. Inveja porque ela era melhor que os vizinhos, amigos e conhecidos. Eu entrei no quarto e abri o guarda-roupa antigo para guardar minha bolsa e pasta. Todo prazer que senti ao chegar em casa e descansar se evaporava. Teria sorte se conseguisse dormir.
Autor(a): May que ama o Dulgasmo
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 2 Christopher Uckermann Eu tomava um gole do meu puro uísque escocês de 12 anos, escutando o que um dos diretores falava sobre a matéria de capa de uma das revistas que eu era dono, para ser lançada na semana seguinte. Minha cobertura no Alto Leblon contava com alguns conhecidos naquela noite, colegas de trabalho, amigos, empregad ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 380
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ennyojo Postado em 09/06/2020 - 21:46:36
consegui finalmente o livro...mas qria q a autora voltasse, infelizmente acho q isso nao vai acontecer.
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ennyojo Postado em 09/06/2020 - 21:34:33
mds gnt eu preciso saber o final disso, preciso ver o christopher sofrer mais. o link nao funcionaaaaa e acho q a autora nao vai mais voltar.. ):
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luanavondy2015 Postado em 07/06/2016 - 14:19:43
May vamos esperar vc nao vamos te abandonar resolva seus problemas primeiro seus estudos e nao abandona ok n abandona
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luanavondy2015 Postado em 07/06/2016 - 14:04:35
May sua gata não abandona nao amiga eu amo essa fic por favor continua postando to louca pra ver o ucker de quatro pela dul
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cmsvondy Postado em 30/05/2016 - 15:02:37
Fiquei muito triste quando vi que você ia abandonar, mas obrigada por pensar em nós leitoras e deixar a fic original para a gente saber o final, achei muito legal da sua parte !!!! Espero que uma dia você volte a postar fics !
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portisavirroniever Postado em 28/05/2016 - 21:57:40
Da um tempo,fica 3 meses sem postar mas por favor n abandona
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portisavirroniever Postado em 28/05/2016 - 21:51:07
N,por favor n faz isso,da um tempo,mas abandonar n,pelo amor de Deus,vai perder toda a magia,sei quanto é difícil mas por favor n abandona
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millamorais_ Postado em 28/05/2016 - 13:17:25
Eu tava imaginando que isso iria acontecer, assim como aconteceu com a Ally.. :/ Mas bem, eu não tava aguentando e comprei o livro kkkk vou comprar o resto da série também kkk obrigada por nos apresenta um livro tão forte, gostoso de ler :*
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josyvondy Postado em 20/05/2016 - 14:15:44
posta mais
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leticia.tomaz Postado em 18/05/2016 - 23:13:22
continuaaa.. isso é maldade...vou morrer de tanto esperar