Fanfics Brasil - Capítulo 28 A Redenção De Um Cafajeste_Adaptada

Fanfic: A Redenção De Um Cafajeste_Adaptada | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 28

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Christopher


Só levei Dulce para casa no domingo. Na volta, fui almoçar com a minha avó, a quem não visitava já há um bom tempo, sentindo-me culpado. Era a pessoa que eu mais amava no mundo e não gostava de me afastar tanto. E se fosse sincero, não me sentia preparado para suas indagações. No entanto, não dava para fugir. Eu a encontrei nos jardins dos fundos da mansão, onde almoçaríamos sobre uma impecável mesa de ferro branca, com vidro temperado em cima. Era bem antiga e lembro que minha avó gostava que fizéssemos algumas refeições ali, principalmente em dias especiais.


- Vovó ... – Eu a abracei com carinho e fui logo me desculpando: - Fiquei atolado esses dias. Pode me perdoar?


 - E quando não perdoei você? – Sorriu. Usava uma bela blusa branca, cordão e brincos de pérolas, elegante como sempre, seus curtos cabelos brancos bem penteados. Observou-me sentar na cadeira a seu lado.


 – Como vão as coisas?


- Bem. E com a senhora?


- Tudo na mesma. Na minha idade, já não há tantas novidades. – Bateu de leve sobre a minha mão na mesa. Havia algo como desânimo em sua postura naquele dia e segurei sua mão com as minhas, acariciando-a um pouco preocupado.


- O que houve? Parece triste.


 - Triste? Não. Já tive muito tempo para me conformar. Essa semana completa 26 anos da morte de seu pai. Você irá até a capela comigo?


- Claro que sim. Mesmo sendo durona, ela nunca esquecia e eu compreendia. Ele tinha sido seu filho único. Sorriu e mudou de assunto: - Agora me diga: como ficou a história com a garota da Baixada Fluminense? Conseguiu o que queria?


Eu não tinha nenhuma vontade de falar de Dulce. Mas era minha avó e nunca escondi nada dela. Optei por ser o mais superficial possível.


 - Sim, eu consegui.


- Não tinha nenhuma dívida disso. Já está de olho em outra, não é? – Sorriu.


- Nós ... Ainda estou com ela.


 - Está? – Pareceu realmente surpresa, analisando-me com o olhar. – Que cara é essa,Christopher?


- Como assim? – Eu a fitei e encontrei seus olhos negros fixos em mim. - Tenta esconder alguma coisa de mim?


 - Claro que não, vó.


 - Então me explique. Está gostando dessa moça?


- Gosto dela. Nos damos bem. – Dei de ombros. – Nada impede que eu fique com ela um pouco mais.


 - Um pouco mais? Quando ficou quase dois meses com uma mulher?


 - Ela é diferente.


 - Sim, imagino. Está apaixonado por ela?


- Claro que não!


 - Tem certeza disso? Fiquei um tanto irritado, soltando sua mão e me recostando na cadeira.


- Não estou apaixonado por ninguém, vó. Só saindo com Dulce um tempo.


- Sem traição?


- Eu andei com outras também, mas ... Não ultimamente.


 Ela suspirou e olhou para o jardim. Fiquei quieto, com raiva de mim mesmo por estar tão ligado em Dulce. E de repente minha avó disse:


 - Essas boazinhas demais são as mais perigosas, meu reizinho. Sabe qual o maior golpe delas? Deixam os caras tão doidos, impondo dificuldades, tentando, que quando conseguem algo acabam perdendo a cabeça. E então vem o resultado: uma gravidez. Tudo o que planejaram desde o início. Mesmo que não consigam um pedido de casamento, o filho já garante a elas uma vida confortável e de luxo.


Eu fiquei imóvel, sentindo que empalidecia. Mesmo sem saber de nada sobre o que tinha acontecido na noite que dormi na casa de Dulce, ela descrevia um grande risco que havia mesmo de uma gravidez. Seria eu tão idiota ao ponto de estar sendo manipulado? Como aquele jeito honesto e puro de Dulce podia ser mentira?


- Foi assim com seu Teodoro. Era esperto, vivido, mas sua mãe o deixou de quatro, tão inocente, virgem, inalcançável. Parece que ainda o vejo, dizendo para mim apaixonado o quanto Joana era diferente. – Riu, sem vontade. – Realmente diferente. Pior do que a maioria. Deu um golpe tão bem dado que não roubou apenas o coração dele e um pedido de casamento, mas sua alma.


Era uma história bem conhecida para mim. Lembro de quando era pequeno e via meu pai pelos cantos, sem ânimo para nada. E ficava me perguntando por que minha mãe nos deixou. Uma vez quis saber da minha avó se a culpa foi minha, se fiz algo que a irritou e a fez ir embora. Dantela havia me abraçado e garantido que não. Foi a primeira vez que me explicou que na vida havia dois tipos de pessoas: as que dominavam e as que se deixavam dominar. E que eu tinha que ser forte e ter o mundo aos meus pés, para nunca ser um dominado como seu filho. Não entendi nada na época. Mas foi algo que martelou enquanto eu crescia, principalmente depois que meu pai se matou. Eu me tornei um dominador nato, para seu orgulho. Mas agora, ali, ouvindo tudo aquilo, sentia um aperto no peito e uma sensação extremamente perturbadora. Na primeira oportunidade tinha perdido o controle. E a desconfiança que sempre tive de todas as mulheres veio mais forte do que nunca, direcionada a Dulce. Por mais que fosse difícil acreditar, ela poderia ser mais esperta do que aparentava. E eu, a sua isca. O pato perfeito para dar a ela uma vida de luxo. Afinal, foi criada para isso. Sabia que seria assediada por homens ricos, com a aparência que tinha. Era só uma questão de tempo até escolher seu alvo e investir, exatamente como minha mãe havia feito.


 - Tempos depois de Teodoro ter casado com sua mãe, soube que na mesma época que eles haviam se conhecido, outro ricaço estava de olho nela. Cozinhou a ambos em banhoMaria, até poder se decidir e escolher. – Continuou minha avó e então me olhou, seu semblante fechado.


 – Só quero que tome cuidado,Christopher.


 - Eu sei.


- Fique desconfiado e não transe sem preservativo de modo algum. – Suas palavras pareciam direcionadas a mim, deixando-me a cada minuto mais preocupado. – Se observá- la bem, verá os sinais. É impossível esconder tudo. Talvez note que dá entrada a outros homens ricos também. Depois que deixa de ser virgem, mesmo se concentrando em pegar você, ela pode dar mole a outros homens para garantir uma segunda opção. Só observe. Estava perturbado, mais desconfiado do que nunca. O que minha avó dizia, poderia facilmente acontecer. E eu me surpreendia pelo fato dela falar aquilo quando eu ainda não engolia aquela história de transar sem camisinha. Tinha estado tão bêbado que até sambei! E tão doido por Dulce a ponto de dormir naquele barraco que ela chamava de casa. Literalmente tinha perdido a cabeça em meio ao álcool e ao tesão. Mas e ela? Dulce tinha me dado sua virgindade e depois me deixou quatro dias de molho, para que só pensasse naquilo. Depois me levou para sair, me deu cerveja. Me levou para sua cama. Ela, sempre tão responsável e centrada, não estava bêbada. Por que não lembrou do preservativo, ainda mais sabendo que não usava outro método contraceptivo? Afinal de contas, parecia bem racional. As dúvidas me assaltavam sem descanso. Analisando friamente e comparando com o que minha avó dizia, parecia tudo armação. Mas quando lembrava de Dulce, seu sorriso doce, seu olhar apaixonado e puro, sua entrega, ficava difícil imaginar que pudesse ser tão fria. E tudo aquilo só me deixava mais nervoso por que me afetava. Não era uma mulher qualquer. Por algum motivo, estava me dominando mesmo contra minha vontade. E podia estar me cegando também. Fazendo-me cair na maior armadilha da minha vida.


- Meu reizinho ... – Minha avó se inclinou para frente, preocupada, segurando de novo a minha mão. Eu entrelacei meus dedos aos dela e ouvi, ligado. – Fique atento com essa mulher. Pode surpreender você. E outra coisa, se olhar bem a sua volta, vai achar outros a quem ela tenta usar. No final das contas, são espertas mas sempre deixam rastros.


- E se Dulce for mesmo diferente?


 - Bom para você. – Sorriu, triste. – Mas quer arriscar?


 - Não.


 - O que mais me preocupa, é que nunca vi você assim.


 - Não estou apaixonado, vó.


- Não mesmo? Pois acho que está envolvido. Se fosse uma moça da nossa classe social, eu ficaria mais tranquila. Mas sendo uma pobretona, as chances de querer dar um golpe são grandes. Apenas fique atento. Mal não vai fazer. Depois daquela conversa, eu passei o resto do dia perturbado. Em alguns momentos me enchia de desconfianças, em outros lembrava de Dulce e achava impossível que houvesse qualquer coisa falsa nela. O problema era aquele lance da camisinha. Isso é que eu não conseguia digerir. Ao mesmo tempo, as palavras da minha avó martelaram em minha cabeça: “Pois acho que está envolvido”, deixando-me agoniado, com uma sensação de que estava sem controle de mim mesmo, dos meus sentimentos e pensamentos. Queria me livrar daquela obsessão, me convencer de que ela não era importante, ainda mais agora, mais desconfiado ainda. O problema era a forma como eu me sentia perto de Dulce. Eu a desejava furiosamente. Gostava de olhar para ela, ver ser sorriso, sentir o seu olhar. Gostava da sua companhia. Era muito mais do que já senti por outra mulher. Sentimentos que não conhecia e que poderiam me dominar, se não fosse cuidadoso. Saí da casa da minha avó como se tivesse ganhado um escudo, decidido a observar e me guardar, a me proteger acima de tudo. Pois uma coisa eu sabia, mulher nenhuma me teria nas mãos. Na segunda-feira, apareci de repente na Uerj. Deixei meu carro no estacionamento do Campus e fiquei dentro dele, de olho na entrada da Universidade, esperando Dulce sair. Não disse a ela que a buscaria. Mas passei o dia bem perturbado, como dúvidas me remoendo. Eu precisava vê-la. E então, ela saiu, rindo e conversando com um rapaz. Era alto, bem apessoado e olhava para ela como se estivesse apaixonado. Dava para perceber que era pelo menos de classe média alta e mexia nas chaves do carro. Pararam perto do estacionamento e ela ouvia atentamente o que ele dizia. Por fim, despediram-se com beijinhos no rosto. Dulce acenou e já se virava, quando o rapaz a chamou e segurou sua mão. Disse algo daquele jeito melado quando um homem queria convencer uma mulher a pular em sua cama, fitando-a como se fosse engoli-la viva. Delicadamente ela puxou a mão, sorriu, disse algo. Ele caiu na gargalhada. Falaram mais um pouco, por fim Dulce se despediu e se afastou. O cara ficou parado, olhando pra bun*da dela com ar de tarado. Então foi para o outro lado. Eu estava furioso. Possesso com a ceninha de risos, mãos dadas, charminhos. Saí do carro puto, sem entender a cólera que me envolvia, meus olhos fixos na figura dela que se afastava. Apertei o passo, rangendo o maxilar, meu coração batendo tão forte que quase o ouvia.



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Autor(a): May que ama o Dulgasmo

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 380



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  • ennyojo Postado em 09/06/2020 - 21:46:36

    consegui finalmente o livro...mas qria q a autora voltasse, infelizmente acho q isso nao vai acontecer.

  • ennyojo Postado em 09/06/2020 - 21:34:33

    mds gnt eu preciso saber o final disso, preciso ver o christopher sofrer mais. o link nao funcionaaaaa e acho q a autora nao vai mais voltar.. ):

  • luanavondy2015 Postado em 07/06/2016 - 14:19:43

    May vamos esperar vc nao vamos te abandonar resolva seus problemas primeiro seus estudos e nao abandona ok n abandona

  • luanavondy2015 Postado em 07/06/2016 - 14:04:35

    May sua gata não abandona nao amiga eu amo essa fic por favor continua postando to louca pra ver o ucker de quatro pela dul

  • cmsvondy Postado em 30/05/2016 - 15:02:37

    Fiquei muito triste quando vi que você ia abandonar, mas obrigada por pensar em nós leitoras e deixar a fic original para a gente saber o final, achei muito legal da sua parte !!!! Espero que uma dia você volte a postar fics !

  • portisavirroniever Postado em 28/05/2016 - 21:57:40

    Da um tempo,fica 3 meses sem postar mas por favor n abandona

  • portisavirroniever Postado em 28/05/2016 - 21:51:07

    N,por favor n faz isso,da um tempo,mas abandonar n,pelo amor de Deus,vai perder toda a magia,sei quanto é difícil mas por favor n abandona

  • millamorais_ Postado em 28/05/2016 - 13:17:25

    Eu tava imaginando que isso iria acontecer, assim como aconteceu com a Ally.. :/ Mas bem, eu não tava aguentando e comprei o livro kkkk vou comprar o resto da série também kkk obrigada por nos apresenta um livro tão forte, gostoso de ler :*

  • josyvondy Postado em 20/05/2016 - 14:15:44

    posta mais

  • leticia.tomaz Postado em 18/05/2016 - 23:13:22

    continuaaa.. isso é maldade...vou morrer de tanto esperar


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