Fanfics Brasil - Cap. 2: A Carta Folhas ao Vento

Fanfic: Folhas ao Vento | Tema: Romance


Capítulo: Cap. 2: A Carta

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             Não era a primeira vez que eu tinha recebido uma carta de Catarina, mas aquela era especial. Ultimamente ela estava muito triste nas conversas do WhatsApp, e a voz fina e suave dela tinha um tom triste nas ligações. Talvez nessa bendita carta, a mesma falasse o motivo da tristeza. Abri o envelope, desdobrei o papel. Começei a ler. A letra estava graciosa como sempre, escrita à caneta preta - sempre formal. Meus olhos começaram a ler, fitos em cada palavra, sequer piscavam. 


             Eis o que dizia o papel: 


"                                                                                       Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2010


Querido Pedro, 


              Você ja deve ter percebido minha aparente tristeza nas nossas coversas. Se não percebeu, creio que está me desconhecendo - mas isso seria impossível. Enfim, então vou te contar o que está acontecendo comigo. Eu já deveria ter te dito isso...


               Sabe aqueles dias em que a gente acorda  vê que tudo não passa de uma ilusão? Que os amigos que diziam ficar no nosso lado nas horas boas e ruins somem e que são poucas pessoas que a gente pode mesmo contar? Acho que não sabe. Isso só acontece comigo...


                 Espero que você esteja lendo isso em um momento de tédio e que isso te distraia de alguma forma. Pois é, aqui vou escrever boas verdades, sobre mim mesma. 


                 Tudo começou quando eu conheci um certo garotinho - num episódio quase mortal. Nunca imaginei, que esse garotinho se tornasse uma das pessoas mais especiais da minha vida, nunca achei a amizade que nós tinhamos fosse se tornar amor. Um amor duradouro, verdadeiro que ultrapassa os limites da amizade. Eu convivi muito tempo com esse garoto, e com o tempo eu pude perceber que ele tinha tudo o que eu procurava em um menino: responsabilidade, bom humor, confiança e muita, muita simpatia. Ele foi/é o melhor amigo que eu tive em toda minha vida.


                 Mas esse sentimento (amizade-amor) começou a mudar, há quase dois anos atrás, no meu aniversário. Foi quando eu percebi que ficava muito mais feliz quando eu falava com ele, ou dele; quando  recebia uma simples mensagem, o sorriso se estampava na cara e o coração batia mais forte. Chegou a tal ponto, que percebi que eu precisava falar com ele, por qualquer motivo. Só assim eu me sentia feliz.


                 Contudo, como minha vida não é facil, há um pequeno-grande problema: a distância. Esse obstáculo, essa barreira entre mim e ele não permite que eu o abraçe, que eu diga o quanto que o amo, que eu olhe nos olhos dele, que eu o beije. Não permite ainda, que exista um "nós", ou seja, não permite que exista um casal. E é isso que me deixa triste. E eu nem sequer sei se ele me ama, e isso dói também: amar uma pessoa sem saber se o amor é reciproco.


                  Pedro, esse garotinho é você. EU TE AMO. Você com esse seu jeito meigo me conquistou. Nunca esquecerei do seu cabelo negro, sempre penteado formando um leve moicano; dos seus olhos castanhos que se perdiam no horizonte, inquietos; do seu sorriso, dos seus lábios... Eu nunca te esquecerei.


                  Desculpas... Eu sei que deveria ter falado isso antes, antes de você sair do Rio, mas eu tinha medo. Medo de que você não gostasse, e de que nossa amizade nunca mais fosse a mesma, ou até se extinguisse. Sei que agora, talvez, não há mais chances alguma de namorar. Quem namoraria à distância? Mas por mim, eu topo, topo tudo, por você, por nós. Desculpas, se não quiser falar comigo depois, entenderei...


                                                                    Antenciosamente,


                                                                   Ana Catarina Lopes.


                                                                           - TE AMO -                                                                                       "


 


                   Meu rosto empalideceu. Não acreditei no que eu li. Li mais uma vez. A cada palavra meu coração disparava. Que coisa! Ela me amava... Ela me amava! Eu sorri. Um sorriso de alegria, de emoção, um sorriso revigorante. Não consegui segurar e gritei:


- LARISSAAAA! ELA ME AMA! 


                  Larissa saiu correndo da cozinha, assustada.


- Quem?  O QUÊ?


- Catarina. Ela disse que ama!


- Sério? Só acredito vendo.


- Pois leia, tome.


                 Larissa pegou a carta e começou a ler. A cada paragrafo que passava, os olhos se arregalavam e as sobrancelhas se levantavam. Um sorriso também se abriu na boca dela, como se a carta fosse pra ela. 


- Meu Deus! O que é isso? Pedro, ela te ama!


- Ela me ama!


- Caramba! E ela tem uma letra impecável!


- Eu disse...


- Vai aceitar o namoro?


- Claro que vou. Eu tambem sempre amei ela, em segredo, mas amei.


- Eu apoio, você sabe disso.


- Obrigado Larissa. Mas será que vai dar certo? Essa distância...


- Ora! Não imponha dificuldades, só ame. Se tu amas, nenhuma distância será capaz de separar vocês, pelo contrário só vai gerar mais amor.


- É isso ai... Vou responder.


- Pedrin, vai mandar carta também?


- Não vou esperar a carta chegar lá, eu infartaria, e talvez ela também. Vou enviar uma mensagem lhe expondo tudo o que sinto. É mais rapido e vai acabar com essa angústia que ela está sentindo.


- Antes você vai ter me contar como se conheceram.


- Nunca te contei? Eu pensava que ja tivesse te dito.


- Você me falou poucas coisa sobre ela...


- Poucas?


- Ok, ok. Muitas. Mas nunca chegou na raiz, no inicio de tudo, no primeiro olhar. Você sabe que eu amo histórias assim.


- Vocês meninas... Então se acomoda ai, porque a história é longa.



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Autor(a): jeffb

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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           A tarde era parecida como essa. O sol já dava os primeiros sinais de seu desaparecimento no horizonte, e a escuridão da noite começava a domar tudo. As luzes da cidade se acendiam -uma forma de tentar fugir da desolação noturna- e a vizinhança ficava à beira da estrada, jogando conversa ...


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